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Revista Portuguesa de Educação

Print version ISSN 0871-9187

Rev. Port. de Educação vol.31 no.Especial Braga Oct. 2018

https://doi.org/10.21814/rpe.15088 

ENTREVISTA

Entrevista a Maria Alfredo Moreira (2014-atual)

 

Maria Alfredo Moreira é a diretora atual da Revista Portuguesa de Educação. É professora auxiliar do Departamento de Estudos Integrados de Literacia, Didática e Supervisão do Instituto de Educação da Universidade do Minho. Foi Presidente da Comissão Coordenadora dos Estágios Pedagógicos da Universidade do Minho e é membro dos Conselhos Científico e Pedagógico do Instituto de Educação. Os seu principais interesses científicos centram-se nas áreas de formação de professores, supervisão pedagógica e educação em línguas. É autora e coautora de diversos artigos, livros e capítulos de livros em contextos nacionais e internacionais.

 

Ana Afonso (AF): Maria Alfredo gostava de conhecer um pouco a tua experiência como diretora, e em particular porque é que abraçaste este projeto.

Maria Alfredo Moreira (MA): Antes de mais, eu começaria por dizer que o meu envolvimento na Revista já vem de 2010, aquando, na altura a diretora, a professora Maria de Lourdes Dionísio, me convidou para integrar o comité editorial. Estou então há oito anos na Revista. Entretanto, quando a Maria de Lourdes deixou de ser diretora da Revista para passar a ser diretora do Centro de Investigação em Educação houve um concurso, que foi lançado pelo Centro de Investigação para a direção da Revista. Foi na sequência desse concurso que nós nos candidatamos, eu e a Maria José Casa-Nova, com uma equipa que na altura foi formada. Achamos que poderíamos dar continuidade ao projeto da Revista, essencialmente porque eu já lá estava desde 2010 e achava o trabalho muito interessante, mas muito desafiante também. E exigente. Muito exigente mesmo. De qualquer maneira, achámos que podíamos fazer um bom trabalho, e por isso aqui estamos.

AF: E quando passaste a ser diretora da Revista, quais foram os grandes desafios com que te deparaste e aos quais gostavas de dar resposta na altura?

MAM: Bom, os desafios eram grandes porque a revista já tinha na altura um posicionamento interessante em termos das bases de indexação, nas bases de dados internacionais, nomeadamente aquilo que foi conseguido com a direção anterior, que foi a integração na Scielo Citation Index da, na altura, Thomson Reuters, agora Clarivate Analytics. O primeiro grande desafio para nós foi assegurar a manutenção da revista nessas bases de dados, catálogos e bases de indexação onde já se encontrava. Para além da Scielo Citation Index, a mais importante, havia também a Redalyc, onde ainda continuamos a estar. Logo, esse era o grande desafio: por um lado, consolidar o posicionamento da Revista nessas bases, e idealmente, alargar. E conseguir também que a Revista se posicionasse noutras bases de dados e de indexação internacionais, algo que tem vindo a acontecer. Uma delas foi a ERIH Plus, outra agora mais recentemente, a MIAR, da Universidade Autónoma de Barcelona e a Publindex. Tivemos entretanto um outro convite para integrar o diretório da REDIB.

Enfim, vamos avançado nas bases de dados, de indexação e diretórios e, claro, o grande desafio não era só manter a revista nos mesmos, mas também procurar evoluir, procurar ter avaliações que nos fossem colocando em posições mais favoráveis na avaliação que estas bases de dados e de indexação fazem, nomeadamente a avaliação que faz a Redalyc, que é um exemplo daquilo que são os indicadores bibliométricos das revistas e na qual estamos num posicionamento interessante. Este é um dos casos, mas também ir tentando avançar para outras bases de dados e de indexação que nos parecem interessantes. Temos vindo a procurar fazê-lo, mas isso implica, de facto, manter um nível de qualidade na Revista que é bastante exigente.

Devo salientar outro aspeto interessante que entretanto aconteceu, que foi o posicionamento A1 da Qualis-Capes. Neste momento a RPE é A1 em Educação, que é o nível máximo na avaliação da Capes. Isto exige de nós, de toda a equipa, que possamos manter este ritmo e que possamos responder atempadamente às exigências que estas avaliações implicam, que têm uma série de critérios que nós temos de cumprir.

AF: E como é que se consegue, não é, com todas as tarefas que tens para desempenhar, conseguir liderar uma equipa, mantendo a Revista com um nível tão elevado?

MAM: Bom, eu diria que a primeira resposta seria escolher bem a equipa (risos). Primeiro escolhe-se bem a equipa e eu acho que isso tem vindo a ser feito. Somos basicamente a mesma equipa que começou em 2014, com alguns pequenos reajustes em função das disponibilidades das pessoas para continuar ou não. Mas eu diria essencialmente, tendo uma equipa que está realmente neste projeto quase de alma e coração, como se costuma dizer. São pessoas que estão entregues e empenhadas neste projeto, apesar de todos os constrangimentos que temos. Nós não somos profissionais do projeto editorial, somos professoras, somos investigadoras, e às tarefas académicas juntamos a tarefa de gestão da Revista e isso tem-nos trazido, de facto, desafios muito importantes.

Eu diria “desafios” não “problemas”, desafios aos quais nós temos procurado dar resposta, dentro daquilo que são as nossas possibilidades e limitações. Portanto eu diria que a resposta é sobretudo pela equipa, não só a equipa de investigadoras do Centro que estão associadas ao projeto, mas também a equipa técnica. É muito importante ter um bom apoio de secretariado, um bom apoio técnico para revisão de textos, para formatação, para marcação, etc. Apesar de todas as dificuldades, que decorrem de não ser um projeto editorial profissional, de estar associado a um centro de investigação e funcionando com os recursos do centro de investigação que são sempre escassos, numa altura em que, em Portugal, como em muitos outros lugares, os recursos para a investigação em Educação são tudo menos prioritários.

AF: Eu ia agora fazer-te uma questão um pouco provocatória, que vem na sequência do que acabas de referir, que é a questão de não termos uma equipa de profissionais que se dedicam em exclusivo à revista, como existe em algumas revistas onde isso acontece. E portanto perguntava-te: neste contexto comercial, onde temos revistas com pessoas que apenas se dedicam à edição da revista, que papel desempenha a RPE? Achas que vale a pena ela existir, ou não, neste quadro?

MAM: Como uma pessoa anteriormente ligada à Revista dizia há uns tempos atrás, a RPE é um pequeno milagre. Como é que nós conseguimos sobreviver neste panorama comercial e fortemente competitivo ao qual as revistas científicas estão associadas? E, de facto, é muito difícil. Os autores hão-de dizer claramente as dificuldades quando veem que as respostas demoram mais tempo do que o desejável, quer em termos de submissão dos artigos, depois a sua avaliação, e depois as decisões. Possivelmente, no nosso caso, tenho quase a certeza que demora mais tempo, pois temos que andar mais devagar do que as editoras profissionais, as grandes editoras, onde os recursos humanos são muitos mais; elas conseguem fazer mais coisas do que nós, com certeza.

Todavia, parece-me que a RPE, tal como outras revistas congéneres, tem um papel muito importante, no sentido em que é uma revista de acesso aberto, sem qualquer tipo de Article Processing Charges, os APC que as pessoas conhecem e que, hoje em dia, são uma prática muito comum: em muitas revistas que nós conhecemos, para terem os seus artigos publicados, ou os autores pagam, ou então pagam os leitores ou ambos. E assim, as revistas são de acesso reservado, são de acesso pago. Parece-me que a RPE joga um papel fundamental, dentro deste panorama da ciência aberta, da ciência mais democratizada – concorre para a maior divulgação dos resultados da ciência, dos estudos, da acessibilidade a todos, de serem lidos por todos, tendo em vista que a maior parte dos estudos que se fazem em Ciências da Educação será financiada por dinheiros públicos. Não me estou a lembrar de casos de financiamento privado nos artigos submetidos à RPE. E, nessa medida, acho que a RPE cumpre um serviço público internacional e não apenas nacional. Isto é, visibiliza, dá acesso, sem restrições, àquilo que é produzido no âmbito das Ciências da Educação. Parece-me que isso já é uma boa razão, se mais não houvera, para a existência da revista.

AF: E da tua experiência nesta revista, há alguma área que ultimamente tenha sido mais publicada, onde há mais artigos submetidos ou há uma grande diversidade pelas várias áreas da educação?

MAM: Há uma grande diversidade. Podemos dizer que há algumas áreas nas quais há menos publicações, talvez por serem muito específicas; por exemplo, áreas de didática específica: educação em ciências, educação em história, educação em línguas. São áreas em que nós não publicamos muito, temos poucos textos, talvez porque os autores preferem revistas especializadas e há muitas já nestas áreas específicas. E, portanto, a revista publica mais, ou tem recebido mais textos, logo também publica mais, em áreas que têm a ver com a sociologia da educação, com a administração escolar, com a educação especial e as tecnologias educativas. Mas tem fases. Temos fases que se devem poder explicar em função das políticas de financiamento público, que determinam o tipo de estudos e o tipo de textos que são submetidos. Mas eu diria que a revista se caracteriza pela diversidade. A diversidade do tipo de textos, quer de estudos empíricos, quer de reflexões teóricas, quer de temas. Em todas as áreas das Ciências da Educação, quer em termos de origem geográfica dos autores, com uma concentração em Portugal e Brasil pelas razões óbvias da língua, mas também muitos autores de Espanha. Também somos muito lidos em Espanha e na América Latina. Diversidade ainda de equipas, pois a maioria dos textos que são publicados são textos de equipas. Equipas nacionais e internacionais e isto parece-me um aspeto interessante em termos dos estudos que são publicados e a valorização destes estudos que são internacionais, que se estabelecem a partir de redes internacionais de investigação. Parece-me que é isso que está a surgir mais, nas áreas da tecnologia educativa, bastante, educação especial também, psicologia da educação, temos um pouco de tudo.

AF: Mas esta revista tem algumas secções temáticas, ou alguns números temáticos, ou não? Ou isso tem vindo a ser integrado?

MAM: Tem vindo a ser integrado. Nós temos vindo a aceitar dossiês temáticos, pois temos duas secções apenas: a secção de artigos e uma secção de recensões. Este é um dos desafios que nós temos na revista, que é o de manter de uma maneira regular a secção das recensões, porque de facto, não temos muito hábito de submeter recensões, quer em Portugal parece-me, mas também no Brasil, Espanha. O que quero dizer é que não há este hábito de enviar recensões para as revistas e portanto nós não recebemos recensões, temos dificuldade em manter esta secção. Claro que a dos artigos é a secção principal, e depois dentro dos artigos temos vindo a aceitar dossiês temáticos, dossiês, não números, porque a revista atualmente só tem dois números anuais. É difícil ter um número temático. Não podemos fazê-lo, pois implicaria um esforço adicional de publicação.

AF: E porque é que isso é importante para a revista? O dossiê temático? Traz novos públicos?

MAM: Não tenho dados que comprovem aquilo que estou a dizer, mas parece que aquilo que são os números temáticos é capaz de trazer mais leitores, que andam à procura daquele tema, que estão a estudar aquele tema. Mas não tenho dados, porque os dados que nós temos, em termos de leituras, downloads de artigos, dizem-nos que a maior parte dos downloads ocorre assim que é publicado um número. Nesse momento há um pico no número de textos que são descarregados, e isso pode não estar necessariamente associado a dossiês, porque isso acontece mesmo nos números que não têm dossiês. Portanto eu só posso dizer que parece-nos interessante ter um dossiê temático porque há ali um tema que une aqueles textos, que pode apelar a um público que está à procura daquele tema e de investigação naquele tema.

AF: A RPE tem outras estratégias para atrair novos leitores? Ou estão a pensar em novas estratégias?

MAM: Sim, as redes sociais. As redes sociais têm-se mostrado bastante interessantes na procura de leitores para a revista, pois os dados, por exemplo, que a Google Analytics nos dá, é que a primeira procura da revista é através das redes sociais, nomeadamente o Facebook. E aqui nós estamos a falar do Facebook do Centro de Investigação em Educação, que é onde ela está, mas também está nos nossos Facebook individuais, e dos Facebook dos próprios autores, que também vão lá e publicam o seu texto quando ele sai. E depois tudo isso vai gerando uma bola de neve que leva os leitores à página da revista e a consultar outros números. Portanto, temos dados, aí sim objetivos, que nos dizem que as redes sociais desempenham um papel importante. E aqui nós podemos ir buscar outros públicos ou alargar o público, porque não se vai imediatamente a uma página de uma revista, a não ser que nós já conheçamos a revista ou que façamos uma busca por um tema, por palavra-chave e vamos ter à revista. Hoje em dia, no século XXI, as redes sociais de facto desempenham um papel importante na disseminação do conhecimento, seja científico, seja outro tipo de conhecimento.

AF: Claro. E que planos é que tens para os próximos anos para esta revista?

MAM: Bom, os planos que nós temos ocorrem em duas linhas de intervenção: nós gostaríamos de continuar a ter uma presença forte, valorizada, nas bases de dados e de indexação onde estamos, e que a avaliação que nos vai sendo devolvida do seu desempenho seja cada vez melhor; esse é um grande objetivo. Temos de continuar a cumprir os critérios de exigência de quem nos avalia. Para dar um exemplo, a Scielo Brasil este ano de 2018 já alterou os critérios de avaliação das revistas, já se tornou mais exigente; não sendo ainda a Scielo Portugal a fazer isso (e nós estamos na Scielo Portugal), podemos antever que a Scielo Portugal irá por aí. Basta olhar para os critérios da Scielo Brasil para percebermos que há alterações que têm de ser feitas, que não são só de natureza técnica, e esse é um outro desafio; são de natureza do próprio conteúdo, do ritmo de publicação, do número de artigos, de diversidade dos autores e avaliadores, etc. Há uma série de circunstâncias que cada vez nos levam a um maior investimento, eu diria quase profissionalização, ou semiprofissionalização da revista. Essa é uma linha, a linha da avaliação.

Depois temos a linha mais técnica, e que tem a ver com a avaliação, mas também tem a ver com o acesso aberto, que nos coloca exigências técnicas nos formatos que são publicáveis pela revista. Neste momento publicamos no formato PDF apenas e temos de deixar de o fazer. Temos de passar a formatos que sejam mais interoperáveis, isto é, que sejam lidos por vários tipos de dispositivos, telemóveis, tablets e não só pelos computadores. Temos de avançar para outro tipo de formatos da era digital, que não estejam tão associados à era do impresso. E o formato XML-JATS, que é o formato da era digital, já nos traz outros desafios técnicos. Começamos a precisar de pessoas que saibam responder, pessoas com este know-how técnico para responder a estes novos formatos que aumentam a interoperabilidade da revista e que também permitem fazer outras coisas interessantes com os textos, que é por exemplo, associar formatos multimédia aos artigos. E esse tipo de formato, da era digital, é um formato para o qual nós temos que avançar. E este é o outro grande desafio. Disse dois, mas na realidade até são três.

O terceiro grande desafio e último é a questão do inglês, a questão dos artigos bilingues. Gostaríamos de poder avançar para aí, possibilitar que os autores possam ter o artigo na língua original, seja o português, o espanhol ou o francês e uma versão do mesmo artigo em língua inglesa. A revista já aceita textos em inglês, mas o certo que é que os artigos em inglês são muito escassos. A maior parte está na língua portuguesa; a seguir a espanhola, francês não temos praticamente. Isso para quê? Obviamente para aumentar a visibilidade da investigação que é produzida em contextos de língua portuguesa, sobretudo, mas de língua espanhola também, e isso seria importante, seria um passo muito importante para nós aumentarmos a visibilidade da revista, o impacto da revista e da investigação. Contudo, isso novamente requer recursos, requer tempo, disponibilidade, investimento, e portanto são estes os três grandes desafios que nós temos, já para 2018.

AF: Não sei se tens mais algum aspeto interessante que gostasses de referir enquanto à frente da revista, ou algum episódio com que te tenhas deparado neste percurso que seja interessante partilhar?

MAM: Acho que poderei falar um bocadinho para os autores agora. A revista tem uma percentagem de aceitação de textos muito baixa, ronda os 15% atualmente. Ora, à partida, eu sei que não é muito interessante para os autores, pois quer dizer que a maior parte vê os seus textos recusados. Eu também sou autora noutras revistas, também vejo os meus textos recusados várias vezes, por isso gostava de deixar uma palavra de encorajamento às pessoas, porque o facto de termos os nossos textos recusados, e isso acontece com a RPE da mesma maneira como acontece com outras, não deve ser um fator dissuasor para não voltar a submeter outros textos, ou para não melhorarmos os nossos textos e submetê-los a outras revistas; o que quero dizer é que não devemos deixar que isso nos desencoraje de alguma maneira e deixemos de submeter à RPE.

Gostava de incentivar também os autores a disseminar os seus trabalhos, citando os artigos que publicaram na RPE, outros artigos da RPE noutras revistas, para nos ajudar também a ter maior visibilidade e maior impacto na comunidade científica. Como também já sinalizei no início, somos uma revista de acesso aberto, somos uma revista que permite aos seus autores divulgar os textos nas suas páginas, nos seus repositórios, logo, considero que somos uma revista que presta um serviço público de relevo. O que peço aos autores e autoras é que nos ajudem a fazer esse serviço público.

Gostava ainda, obviamente, de agradecer aos nossos avaliadores, porque este também é um aspeto interessante; nós continuamos na ciência e na questão das revistas a fazer um trabalho gracioso. Fazemos a avaliação de textos para as revistas e a maior parte delas não são de acesso aberto, isto é, as revistas que estão nas bases de dados onde nós queremos estar e publicar. Toda a gente conhece: as revistas que têm fator de impacto. Essas revistas também nos pedem avaliações, também nós somos avaliadores, avaliamos e estamos a avaliar textos graciosamente para revistas que depois não permitem o acesso aberto à comunidade científica. Assim, eu gostava de deixar uma palavra aos avaliadores, de sentido agradecimento por este trabalho, e que, no caso da RPE, é um trabalho que faz mais sentido, pois os avaliadores associam-se a nós para prestar um serviço público – enquanto avaliadora, estou a fazer um trabalho gratuito mas o produto final também vai ser gratuito. Portanto eu faço parte de uma cadeia, de uma comunidade que tem claramente uma intencionalidade, um objetivo político de divulgação, de disseminação do conhecimento e da ciência, que deve ser um bem público e os avaliadores são aqui uma peça fundamental.

AF: Claro. E tens conseguido um bom conjunto de avaliadores ou as pessoas recusam?

MAM: Eu penso que a situação da revista é igual à das outras. É das partes mais difíceis da gestão editorial - ter avaliadores que nos respondam atempadamente, que aceitem ser avaliadores, que façam a avaliação num tempo considerado aceitável. Essa é uma parte muito difícil, mas lá está, as pessoas estão a prestar um serviço gratuito, portanto não podemos estar ali a pressionar muito os avaliadores - pressionamos um bocadinho! (risos) Eu acho que as pessoas têm percebido isso e têm colaborado de uma maneira geral; colaboram com gosto, com interesse, embora demorem o seu tempo, mas toda a gente tem vidas complicadas, têm muitos afazeres profissionais, principalmente quando vamos atrás dos bons avaliadores, que são as pessoas mais procuradas. Gostava então de deixar uma palavra de reconhecimento aos avaliadores que, obviamente, têm sido fundamentais.

AF: Muito obrigada por esta entrevista Maria Alfredo.

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