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Revista Portuguesa de Imunoalergologia

versão impressa ISSN 0871-9721

Rev Port Imunoalergologia vol.21 no.3 Lisboa set. 2013

 

Editorial

Ângela Gaspar

Editor da RPIA

Caros Colegas,

O presente número da Revista Portuguesa de Imunoalergologia (RPIA) começa com um artigo de revisão sobre anafi laxia em idade pediátrica. Os autores revêem vários aspectos, desde a defi nição, os mecanismos, a epidemiologia, o diagnóstico e a abordagem terapêutica, do episódio agudo, à abordagem após a alta e à prevenção, focalizando as particularidades das várias faixas etárias, do lactente e idade pré -escolar, à idade escolar e ao adolescente.

Sendo esta a forma de manifestação mais grave da doença alérgica, o imunoalergologista pela sua prática clínica transversal em todas as idades tem um contributo fulcral no adequado seguimento destes doentes, acompanhando a mudança dos sintomas ao longo do crescimento, a mudança para novos ambientes, como a escola, e a aquisição progressiva de autonomia no adolescente. A apropriada identifi cação e notifi cação destes casos será importante para posterior análise e no futuro, adaptação e melhoria dos cuidados de saúde nestes doentes.

Seguem-se três artigos originais, a que foram atribuídos prémios da SPAIC, respectivamente Prémio SPAIC – Bioportugal/ALK -Abelló 2012 (2.º Prémio), Prémio SPAIC – Bial -Aristegui 2012 (2.º Prémio) e Prémio da Sociedade Luso-Brasileira de Alergia e Imunologia Clínica (SLBAIC) 2012 (Prémio ex aequo).

No primeiro artigo original os autores avaliam a persistência e a adesão à imunoterapia específica subcutânea na vida real, num conjunto de 220 doentes seguidos em consulta hospitalar de Imunoalergologia. A persistência na imunoterapia específica subcutânea durante um ano ocorreu em 58% dos doentes, com um bom cumprimento das doses previstas, o que compara favoravelmente com a persistência e a adesão a outras formas terapêuticas das doenças alérgicas. Doentes mais novos e doentes mais graves apresentaram valores médios de persistência na imunoterapia específica subcutânea mais elevados.

O segundo artigo original avalia o perfil de diversidade da comunidade estafilocócica da pele em doentes com dermatite atópica. Os autores pretenderam caracterizar a comunidade estafilocócica da pele de doentes com dermatite atópica e indivíduos saudáveis, assim como identificar factores de virulência nas espécies identificadas. Demonstraram uma maior diversidade de espécies estafilocócicas em indivíduos saudáveis, comparativamente aos doentes com dermatite atópica. As estirpes prevalentes em doentes com dermatite atópica foram o Staphylococcus aureus, seguido do Staphylococcus epidermidis e do Staphylococcus hominis. A caracterização detalhada e o perfil de virulência para cada doente poderão ser úteis numa terapêutica antimicrobiana individualizada.

O terceiro artigo original reflecte a experiência dos autores na avaliação da função respiratória, efectuando uma comparação entre os valores de referência percentuais fixos e o 5.º percentil (método de referência) no diagnóstico funcional de obstrução das vias aéreas. Têm sido utilizados critérios fixos para a avaliação funcional de doentes com patologia respiratória, mas é actualmente recomendado pelas orientações internacionais a utilização preferencial do limite inferior ou superior da normalidade (inferior ou superior ao 5.º percentil). Foi efectuada uma análise retrospectiva dos registos de função respiratória efectuados durante um ano em 1358 indivíduos. Foi avaliada a concordância entre os dois métodos, sendo os doentes distribuídos por faixas etárias. A utilização de valores percentuais fixos para diagnóstico de obstrução demonstrou uma elevada taxa de subdiagnóstico em idades jovens, e sobrediagnóstico em idades avançadas. Os autores concluem que a utilização dos valores de 5.º percentil como referência deverá ser adoptada, possibilitando uma correcta interpretação das alterações da função respiratória e uma melhor prestação de cuidados aos doentes com patologia respiratória obstrutiva crónica.

O caso clínico deste número é de uma doente com diagnóstico provável de nefrite intersticial aguda induzida pela piperacilina -tazobactam. Tendo em conta o envelhecimento populacional e o número crescente de doentes com múltipla patologia e polimedicados torna-se cada vez mais importante ponderar este diagnóstico perante uma insuficiência renal aguda.

Na rubrica AllergYmage apresentam -se imagens de um lactente com edema agudo hemorrágico da infância.

Gostaríamos ainda de contar com a vossa atenção para a rubrica dos Artigos comentados e para a rubrica das Notícias, com destaque para a participação de colegas portugueses no Congresso da Organização Mundial da Alergia, este ano associado ao congresso anual da Academia Europeia de Alergologia e Imunologia Clínica, que decorreu em Milão, Itália.

Esperando contar para breve com a vossa contribuição para a RPIA, desejo a todos uma profícua leitura dos artigos publicados.

 

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