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Revista Portuguesa de Imunoalergologia

versão impressa ISSN 0871-9721

Rev Port Imunoalergologia vol.22 no.3 Lisboa set. 2014

 

EDITORIAL

 

Contributo da Revista Portuguesa de Imunoalergologia no Curriculum Vitae dos Internos

 

Amélia Spínola Santos

 

A formação pós‑graduada de Imunoalergologia dispõe de formação específica através do Internato Complementar de Imunoalergologia, que data de 1987 e está regulamentada pelo Ministério da Saúde. A formação pre‑graduada de imunoalergologia tem sido mais heterogénea nas diversas faculdades de medicina do nosso país e depende do Ministério da Educação. Por exemplo, na Faculdade de Medicina de Lisboa durante muitos anos, o ensino da imunoalergologia foi lecionado nas cadeiras de Imunologia e Medicina. Na última década foi introduzido o ensino mais autónomo da Imunoalergologia no bloco de Mecanismos de Doença e, neste ano letivo de 2014/2015, foi criada uma regência para a Imunoalergologia, tendo sido nomeado o Professor Doutor Manuel Pereira Barbosa. Com este facto, inicia‑se uma nova estratégia de ensino que vai permitir um melhor conhecimento da patologia imunoalergológica a todos os futuros médicos desta faculdade esperando‑se que este exemplo se estenda às restantes faculdades do nosso país.

Um programa pre‑graduado em Imunoalergologia, bem estruturado do ponto de vista cientifico‑pedagogico, irá contribuir para um melhor conhecimento da patologia na comunidade médica, condicionando uma motivação mais esclarecida para os internos que optem por estágios na Imunoalergologia na sua formação pos‑graduada e, sobretudo, uma motivação mais fundamentada para a escolha da especialidade de imunoalergologia.

Os serviços com idoneidade formativa de Imunoalergologia recebem anualmente, para além dos internos da especialidade de Imunoalergologia, internos que optam pela especialidade para fazer estágio, quer na qualidade de Internos do Ano Comum quer como Internos das diversas Especialidades (Medicina Geral e Familiar, Pneumologia, Pediatria, Patologia Clínica e outras). Estes estágios têm objetivos variáveis de acordo com a área de formação. No cumprimento desses objetivos têm um papel fundamental os tutores que orientam a formação e que necessariamente devem evitar que o produto da atividade teorico‑pratica se restrinja às sessões clínicas ou à apresentação nos congressos mas que seja escrito por extenso e publicado. Acresce que, de acordo com o programa de formação do internato médico da área profissional de especialização de Imunoalergologia (DR, 1.ª série – N.º 6 – 10 janeiro de 2011), um dos objetivos é a publicação de quatro artigos originais por extenso em revistas nacionais ou internacionais.

Sendo a Revista Portuguesa de Imunoalergologia (RPIA) o órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica de publicação em língua portuguesa, é importante aumentar a expressão de publicação dos internos da especialidade de Imunoalergologia na RPIA estende‑la a internos que fazem estágios de Imunoalergologia ou mesmo a estudantes de Medicina. Assim, convidamos os tutores dos futuros especialistas de imunoalergologia ou dos internos de outras especialidades que estagiam nos serviços de Imunoalergologia, bem como os docentes nesta área científica, para delinear estratégias de planeamento de publicação, de forma a enriquecerem o Curriculum Vitae dos internos e assim contribuir para divulgação da clínica e investigação imunoalergológica efetuada em Portugal.

Neste terceiro número da revista, no alinhamento de publicação para além dos quatro artigos originais e um caso clínico, destaco o novo item publicado como Guidelines “Consenso Internacional em (ICON) Asma Pediátrica”, que é a tradução integral e autorizada do documento “International Consensus on (ICON) Pediatric Asthma” produzido pela “International Collaboration in Asthma, Allergy and Immunology (iCAALL)”, que é uma entidade internacional recentemente formada pela EAACI, AAAAI, ACAAI e WAO, publicado no Allergy 2012 (Papadopoulos NG et al. Allergy 2012). Este documento tem o objetivo destacar as mensagens chave que são comuns a muitas das orientações existentes, com uma revisão crítica e comentários sobre algumas diferenças, proporcionando assim uma referência concisa na asma pediátrica. A tradução foi efectuada pela Dra. Mariana Couto e pela Dra. Alexandra Santos, a quem desde já agradecemos a colaboração e iniciativa.

A opção por quatro artigos originais neste número deve‑se a um maior afluxo de artigos originais quando comparada com os artigos de revisão.

O artigo “Desenvolvimento do questionário CARAT Kids” foi atribuído o 2.º prémio SPAIC‑Astra Zeneca 2013.

Neste trabalho os autores desenvolvem um questionário CARAT kids para crianças entre os 4 e os 12 anos, que avalia o controlo da asma e rinite alérgica, algo que até à data apenas se encontrava validado para adultos. A publicação intitulada “Avaliação da expressão de CD63 e/ou CD203c em basófilos de doentes com hipersensibilidade a anti‑inflamatorios não esteróides” avalia a eficácia diagnóstica do testes de ativação dos basófilos (TAB) em doentes com história de hipersensibilidade imediata ao diclofenac, tendo os autores verificado uma maior sensibilidade com a expressão de CD203 em relação à obtida com a expressão CD63. O artigo “Sensibilização ao Tetranychus urticae no Norte de Portugal” é um trabalho que avalia pela primeira vez em Portugal a sensibilização ao ácaro Tetranychus urticae.

Este é um ácaro fitófago, presente nas folhas de numerosas plantas e é uma importante praga na agricultura. Neste estudo, os autores verificaram sensibilização em 38,3% dos doentes (4% dos doentes monosensibilizados) e apontam a eventualidade da não reatividade cruzada com os outros ácaros do pó doméstico. O trabalho “Sibilância em crianças de idade pre‑escolar em Portugal – prevalência, caracterização e associação com rinite” também é um trabalho original premiado com o 2.º Prémio SPAIC – Bial‑Aristegui.

Neste estudo, os autores verificaram sibilância atual em 25% da população estudada e que a prevalência foi francamente mais elevada (65%) nas crianças com rinite persistente moderada a grave.

No caso clínico “Tatuagens temporárias – inofensivas?” os autores chamam a atenção para o facto de na preparação da henna poderem ser usados produtos de origem natural ou química como parafenilenodiamina (PPDA), que é um potente sensibilizante.

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