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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.23  supl.1 Porto mar. 2014

 

INVITED SPEAKERS / COMUNICAÇÕES POR CONVITE

 

CC-12

Um passado com futuro

 

 

Daniel SerrãoI

IUniversidade Católica Portuguesa, Porto, Portugal. E-mail: spserraodaniel@gmail.com

 

 

O Instituto de Genética Médica Doutor Jacinto de Magalhães tem um passado que é a garantia de ter futuro; um futuro que vai poder ser criado e vivido sem destruição do passado.

Porque acompanhei, de perto, a sua vida desde que o saudoso Doutor Jacinto de Magalhães o concebeu, posso apresentar um depoimento sobre todos os sucessos que marcaram a sua existência, sobre a forma como foi sendo fragilizado e sobre a esperança que se abre com o seu acolhimento no Centro Hospitalar do Porto.

Para o seu arranque foi necessário que tivesse autonomia financeira  e  administrativa,  com  um  Director  nomeado directamente pelo Ministro da Saúde e com ele resolvendo as decisões a tomar para que o Instituto crescesse rapidamente e sem os controlos burocráticos que tudo resolvem com lentidão. Com a instalação e o desenvolvimento muito avançados tornou-se naturalmente necessária a integração do Instituto na estrutura geral do Ministério e a aceitação progressiva do controlo burocrático-administrativo: orçamento próprio, quadro de pessoal científico, administrativo e técnico.

Esta evolução foi-se processando, com alguns acidentes de percurso, at é que uma reforma dos organismos do Minist ério da Saúde, levada a cabo pelo Ministro Correia de Campos, originou a sua perda de identidade e a integra ção no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Esta integra ção não teve o benefício que era antecipado pelas convicções do Ministro, nem quanto às economias, nem quanto à funcionalidade, nem no que respeita ao enquadramento do pessoal nele existente. A dist ância física entre Porto e Lisboa, e a di ficuldade em explicar as necessidades financeiras e outras para um regular funcionamento, originou um período de grande instabilidade com saída de alguns investigadores, acolhidos noutras institui ções, e com uma dramática instabilidade para os que permaneceram fiéis ao espírito de Jacinto de Magalhães, de um Instituto com uma vertente cl ínica e uma vertente de investiga ção avançada ao serviço da resolução dos problemas clínicos. Tudo estava parado, em Lisboa, a aguardar decisões que não apareciam, nem boas nem más.

A decisão superior de integrar o Instituto nas actividades de investigação do Centro Hospitalar do Porto, surge como uma solução inteligente, direi mesmo sábia, para dar a esta questão uma saída honrosa para todas as partes e com um potencial de crescimento no futuro que presta homenagem à memória de Jacinto de Magalhães e à sua visão profética do futuro da Genética Clínica e de investigação.

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