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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.24  supl.1 Porto fev. 2015

 

POSTER ABSTRACTS / RESUMOS DE POSTERS

 

P-20

Forma adulta da doença de Pompe em Portugal

 

 

Carla CaseiroI; Francisco LaranjeiraI; Elisabete SilvaII; Helena RibeiroII; Célia FerreiraII; Fernanda PintoII; Isaura RibeiroI,II; Domingos SousaI; Sónia RochaI; Eugénia PintoI; Sara PachecoI; Dulce QuelhasI,II, Lúcia LacerdaI,II

IUnidade de Bioquímica Genética, Centro Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães, Centro Hospitalar do Porto - EPE, Porto, Portugal
IIUnidade Multidisciplinar de Investigação Biomédica (UMIB), Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Universidade do Porto,Porto, Portugal

carla.caseiro@chporto.min-saude.pt

 

 

Introdução: A doença de Pompe (OMIM#232300) é uma doença lisossómica, de transmissão autossómica recessiva, causada por deficiência da enzima alfa-glucosidase ácida (GAA), codificada pelo gene GAA localizado no cromossoma 17q25. A função alterada desta enzima provoca acumulação intralisossomal de glicogénio em vários tecidos, especialmente no músculo esquelético. A doença de Pompe tem um espectro clínico muito amplo, podendo apresentar-se com início precoce, durante o primeiro ano de idade, rapidamente progressivo, até início tardio - formas juvenis ou adultas, consideradas raras - com uma evolução lentamente progressiva. Nas formas adultas o quadro clínico clássico é de uma miopatia progressiva sendo o envolvimento cardíaco raro. As biópsias musculares normalmente revelam aumento de glicogénio mas uma biópsia normal não exclui a patologia. Existe terapêutica enzimática de substituição (ERT) desde 2006, que nas formas de início tardio asseguram a funcionalidade muscular e a qualidade de vida. O início precoce do tratamento, antes da destruição da arquitetura muscular, permite melhores resultados.

Objectivo: Realizar uma análise retrospetiva dos doentes de Pompe, forma adulta, diagnosticados no Centro de Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães – Centro Nacional de Referência - desde 1984.

Métodos: O diagnóstico laboratorial da Doença de Pompe poderá ser dividido em 3 fases: screening inicial pela determinação da atividade da GAA em DBS (Dried Blood Spots), confirmação do diagnóstico pela determinação da atividade da GAA em leucócitos totais ou fibroblastos culti- vados e, finalmente, diagnóstico molecular para identificação das mutações causais no gene GAA.

Resultados: Dos 47 doentes de Pompe diagnosticados até ao momento, 23 casos, pertencentes a 17 famílias, apresentam a forma adulta da doença.

São apresentados os dados clínicos, bioquímicos e de genética molecular destes doentes, incluindo os que estão sujeitos a ERT, estabelecendo-se também as correlações genótipo-fenótipo.

Conclusões: As formas adultas da Doença de Pompe são difíceis de detetar clinicamente porque se confundem com outras doenças neuromusculares e, pela sua prevalência, serem raramente equacionadas no algoritmo de diagnóstico. A consciencialização dos clínicos para esta possibi- lidade, de fácil e barato diagnóstico laboratorial, poderá levar a uma diminuição do intervalo de tempo para obtenção do diagnóstico, com melhorias no prognóstico dos doentes sin- tomáticos e de outros familiares ainda assintomáticos.