SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.25 suppl.2Comportamentos de risco na adolescência: retrato de uma Unidade de Saúde FamiliarAfogamento em idade pediátrica: experiência de uma Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DAS COMUNICAÇÕES ORAIS

 

CO16_09

Dor torácica no adolescente – caraterização de um motivo frequente de recurso ao Serviço de Urgência

 

 

Maria Miguel Gomes1; Teresa Pontes1; Susana Carvalho1

1 Unidade de Adolescentes, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga

 

 

Introdução: A dor torácica é um motivo frequente de recurso ao Serviço de Urgência (SU) em idade pediátrica. Apesar do seu carácter alarmante, por sugestão de patologia cardiovascular, na maioria das vezes tem uma etiologia benigna. O objetivo deste estudo foi caraterizar a população adolescente que recorreu ao SU por toracalgia.

Metodologia: Foi realizado um estudo observacional transversal e retrospetivo através da análise dos motivos de vinda ao SU dos adolescentes, no período de tempo entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2015. Foi realizada análise estatística em SPSS®21, Excel2010® e aplicação de teste Χ2. Resultados: Identificaram-se 447 vindas ao SU por “dor torácica”, que corresponderam a 395 doentes. Não houve predomínio de género. Ocorreu maioritariamente em idades mais velhas com mediana de 14 anos. As vindas foram mais frequentes no outono (34.7%), particularmente no mês de outubro (17.0%). Em 82.8% foram realizados exames complementares, nomeadamente telerradiografia de tórax (n=302) e eletrocardiograma (n=162). Os marcadores cardíacos foram pedidos em 16 casos. A etiologia mais frequente foi respiratória (33.6%, destes n=99/150 por infeção por agente atípico), psicogénica (19.0%), idiopática (15.9%) e musculoesquelética (15.4%). Foram encontradas relações estatisticamente significativas entre a etiologia respiratória/ inverno (p=0.001), psicogénica/feminino (p=0.023), traumática/masculino (p=0.044) e respiratória/masculino (p=0.018). A maioria teve alta (88.8%), 39 foram orientados para consulta, 11 foram internados (4 pneumotórax, 2 pneumonias com hipoxemia, 1 derrame pleural, 1 anemia de células falciformes, 1 adenofleimão axilar, 1 contusão esplénica e 1 doença de crohn) e 2 foram transferidos para hospital nível III (1 miopericardite e 1 síndroma torácico agudo). Em 11.6% já existia vinda prévia por “dor torácica”. As recorrências aumentaram com a idade, foram superiores no género feminino (57.7%) e no outono (50.1%) e as principais etiologias foram respiratória (n=21/52) e psicogénica (n=11/52). Em 23 casos houve recorrência no mesmo episódio.

Conclusão: Na literatura está descrito que a principal causa de toracalgia é idiopática ou musculoesquelética, e na nossa série a principal causa foi respiratória. Na maioria dos casos foram realizados exames complementares, no entanto, estes não estão recomendados por rotina e devem ser ponderados de forma individualizada. Perante estas conclusões procedemos à realização de um protocolo de atuação.

Creative Commons License Todo o conteúdo deste periódico, exceto onde está identificado, está licenciado sob uma Licença Creative Commons