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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754

Nascer e Crescer vol.25  supl.2 Porto dez. 2016

 

RESUMO DOS POSTERS

 

PO16_07

Rejeição humoral aguda no transplante renal: gravidez como evento sensibilizante?

 

 

Sofia Santos1,2; Lígia Bessa1; Cláudia Patraquim1; Liliana Rocha1, Teresa Costa1; Maria do Sameiro Faria1; Paula Matos1; Castro Henriques2; Conceição Mota1

Serviço de Nefrologia Pediátrica, Centro Materno-Infantil Norte, CHP
2 Unidade de Transplante Renal, Hospital Santo António, CHP

 

 

Introdução: A existência de anticorpos anti-HLA específicos do dador aumenta o risco de rejeição humoral e concorre para pior sobrevida do enxerto.

Aloimunização é definida como a resposta imune que ocorre após a exposição a tecidos ou células geneticamente diferentes contra um antigénio desconhecido. Frequentemente é uma consequência indesejável de transfusões ou transplantes prévios.

Os dados da literatura são parcos relativamente à aloimunização do feto durante a gravidez e possíveis riscos de rejeição no transplante de dador vivo (da mãe).

Caso clínico: Criança com 8 anos de idade, sexo masculino, com diagnóstico pré-natal de hipodisplasia renal. Submetido a transplante renal de dador vivo (mãe) preemptive a 08/03/2016. Relativamente a possíveis eventos sensibilizantes ele não tinha história de transfusões ou transplante prévio.

A dadora (mãe) tinha 37 anos e havia 3 incompatibilidades: 1 em A, 1 em B e 1 em DR. O crossmatch por CDC e citometria de fluxo foi negativo para células T e B. Não foi identificado nenhum anticorpo antidador.

Realizou terapêutica de indução com basiliximab e terapêutica imunossupressora tripla, de acordo com o protocolo. O transplante decorreu sem intercorrências, tendo apresentado função imediata. Apresentou necessidade de transfusão de 1U glóbulos rubros 48h após o TR. Alta com creatinina 0.71 mg/dL.

No 31º dia após o TR houve deterioração da função renal (creat máx 2.7 mg/dL). Realizou biópsia renal que revelou alterações glomerulares compatíveis com trombos de fibrina e alterações tubulares sugestivos de necrose tubular aguda. Nesta altura o estudo de anti-HLA identificou um anticorpo antidador B35 com 2036 MFI.

Neste contexto o diagnóstico de rejeição aguda mediada por anticorpos foi feito (g1, ptc1, C4d0, TMA, NTA, DSA+). Realizou 3 bólus de MPD, uma toma de rituximab (375 mg/m2) , 4 doses de imunoglobulinas 500mg/kg e 10 sessões de plasmaferese, com melhoria progressiva da função renal. Repetiu biopsia do enxerto renal 1 mês após a rejeição que não mostrou alterações significativas. Decidido manter medicação com imunoglobulinas ao 1º , 2º 3º mês. Atualmente com imunossupressão tripla e com função renal estável (Creat 1.1mg/dL).

Discussão: A dádiva do rim da mãe ao filho, neste caso clínico, parece ter provocado uma reação amnéstica decorrente da exposição intrauterina prévia e culminando numa rejeição humoral, facto raramente descrito na literatura.

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