EDITORIAL

Alberto Caldas Afonso^I

^I Director of Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar do Porto. 4050-651 Porto, Portugal. secdir.cmin@chporto.min-saude.pt

After more than two decades of practicing and teaching as a Pediatrician, I learned from the experience acquired over the years the importance of this profession for Society, but especially for the sustainability of the human capital of any nation.

Without a complete physical, mental and social well-being of a population, especially of the youngest, a good education, indispensable for the progress and balance of any people, is not possible, enabling a fair and adequate social and economic development. I learned that in this profession we should not only see sick children, diagnosing, treating and, if possible, healing, but mainly fostering their growth and development without disease.

The practice of preventive medicine is particularly important in Pediatrics, with gains in Health, constituting a determinant vector in the behaviors as risk factors conditioning the disease.

Between 2010 and 2015, the fertility rate in Portugal is 1.3 children per woman between the ages of 15 and 49. Far from the figures found in developed countries of

1.7 and even further away from 2.1 that constitutes the minimum value guarantees the generational renewal. (Pordata, 2017)

Low fertility rates mean fewer people in the labor market, undermining the country’s economic growth and viability, particularly in the social sector.

According to data from Eurostat (2016), Portugal has a population of 10.3 million, with 85,700 births, corresponding to 60% of births since 1960.

In 2016, the birth rate was 8.4 / 1000 inhabitants, at a rate of 10.7 deaths / 1000 inhabitants, decreasing the population from January 2016 (10.34 million) to January 2017 (10,309 million).

On the other hand, in addition to this population loss, there is an important change in the demography of the Portuguese population.

Thus, according to Pordata (2017), the portuguese population in 2016 was 10.3 million and 8.64 in 1971.

The percentage of the population in 1971 below the age of 19 was 3.22 million, corresponding to 37% of the population, while over 65 years was 836 thousand, corresponding to 9.6% of the population.

Comparatively. in 2016 the percentage of the population under 19 years old was 2.03 million, corresponding to 19.6%, while over 65 years was 2.15 million, corresponding to 20.8% of the population.

This demographic transformation with a sustained loss of population in Portugal, which, if this trend continues, projections for 2060 point to 8.2 million Portuguese, associated with a significant inversion of the generational pyramid, with an increase in the elderly population, whose inversion becomes impossible in the face of the current fertility rates of Portuguese women, puts our country in a situation of generational breakdown, which is very difficult to correct.

The major challenges facing our society, its future and generational sustainability lie in protecting our children from such low birth rates, with fertility rates that are unable to reverse the negative spiral, from our country.

Pediatrics is the only medical specialty that has the responsibility of assisting, accompanying and protecting human life from fertilization through birth and through its growth and development until reaching adulthood.

The future of a people, of a nation, is in the ability to protect the human capital of its children by giving them their potential for growth, development, and learning without disruption and interference, which undermines this desideratum.

For all this, Pediatrics, assumes and incorporates a fundamental responsibility in the future of any Country.

Depois de mais de duas décadas a exercer a atividade profissional e docente, como Pediatra, aprendi com a experiência adquirida ao longo desses anos a importância desta profissão para a Sociedade, mas sobretudo para a sustentabilidade do capital humano de qualquer nação.

Sem um completo bem-estar físico, mental e social, de uma população, principalmente dos mais novos, não é possível uma boa educação, indispensável ao progresso e equilíbrio de qualquer povo, possibilitando um desenvolvimento social e económico justo e adequado.

Aprendi que nesta profissão não devemos ver somente crianças doentes, diagnosticando, tratando e, se possível, curando, mas principalmente fomentando o seu crescimento e desenvolvimento sem doença.

Ganha particular importância em Pediatria as práticas da medicina preventiva, com ganhos em Saúde, constituindo um vetor determinante nos comportamentos como fatores de risco condicionantes da doença.

Entre 2010 e 2015, a taxa de fecundidade em Portugal fica pelos 1,3 filhos por mulher entre os 15 e 49 anos. Muito longe dos números verificados nos países desenvolvidos de 1,7 e ainda mais distante de 2,1 que constitui o valor mínimo garanta a renovação geracional. (Pordata,2017)

As baixas taxas de fecundidade significam menos pessoas no mercado de trabalho, pondo em causa o crescimento económico e a viabilidade do país, principalmente do setor social.

Assim segundo os dados do Eurostat (2016), Portugal tem uma população de 10,3 milhões, com 85.700 nascimentos, correspondendo a menos 60% dos nascimentos desde 1960.

Em 2016, a taxa de nascimentos foi de 8,4/1000 habitantes, para uma taxa de 10,7 óbitos/1000 habitantes, diminuindo a população de janeiro de 2016 (10,34 milhões) para janeiro de 2017 (10,309 milhões).

Por outro lado, para além desta perda populacional, há uma importante alteração da demografia da População Portuguesa.

Assim e de acordo com Pordata (2017), a população em Portugal em 2016 era de 10,3 milhões e de 8,64 em 1971.

A percentagem da população em 1971 abaixo dos 19 anos era de 3,22 milhões, correspondendo a 37% da população, enquanto acima de 65 anos era de 836 mil, correspondendo a 9,6% da população.

Comparativamente em 2016 a percentagem da população abaixo dos 19 anos era de 2,03 milhões, correspondendo a 19,6%, enquanto acima de 65 anos era de 2,15 milhões, correspondendo a 20,8% da população.

Esta transformação demográfica com perda mantida da população em Portugal, que a manter-se esta tendência, a projeção para 2060, aponta para 8,2 milhões de portugueses, associado a uma significativa inversão da pirâmide geracional, com aumento da população idosa, cuja inversão se torna impossível perante os atuais índices de fertilidade das mulheres portuguesas, coloca o nosso país numa situação de rotura geracional, muito difícil de corrigir.

Os grandes desafios com que se confronta a nossa sociedade, o seu futuro e a sustentabilidade geracional, está na proteção das nossas crianças, perante médias tão baixas de natalidade, com taxas de fecundação incapazes de reverter a espiral negativa, da diminuição assustadora da população do nosso País.

A Pediatria é a única especialidade médica que tem a responsabilidade, de assistir, acompanhar e proteger a vida humana desde a fecundação até ao nascimento e ao longo do seu crescimento e desenvolvimento até atingir a idade adulta.

O futuro de um povo, de uma nação está na capacidade de proteger o capital humano das suas crianças proporcionando-lhes que o seu potencial de crescimento, desenvolvimento e aprendizagem decorra sem sobressaltos e interferências, que ponham em causa este desiderato.

Por tudo isto, a Pediatria, assume e incorpora uma responsabilidade fundamental no futuro de qualquer País.