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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754versão On-line ISSN 2183-9417

Nascer e Crescer vol.26 no.3 Porto set. 2017

 

ARTIGOS ORIGINAIS | ORIGINAL ARTICLES

 

Estudo PaSeFi: o que ensinam os pais sobre sexualidade aos seus filhos

 

What parents teach about sexuality to their children

 

 

Carla FerreiraI; Helena FerreiraI; Marta AlvesI; Cláudia TavaresI; Liliana MacedoI; Ângela DiasI

I Department of Pediatrics, Hospital da Senhora da Oliveira. 4835-044 Guimarães, Portugal. carlamf85@hotmail.com; helena-of@hotmail.com; martasfariaalves@gmail.com; anapediatra@gmail.com; lidiasmacedo@gmail.com; angeladias2@gmail.com

Correspondence to

 

 


RESUMO

Introdução: O desenvolvimento sexual da criança é um processo fisiológico, influenciado pela idade, pelo que vivencia e lhe é ensinado. Assim, quem participa ativamente na sua educação deve estar consciencializado da pertinência do tema.

Objetivos: Caracterizar a educação sexual (ES) realizada a crianças de seis e sete anos.

Material e métodos: Estudo de base comunitária, observacional e transversal dirigido a pais de crianças com 6/7 anos de idade. Aplicou-se um questionário de autopreenchimento, com questões sociodemográficas e de caracterização da ES das crianças, a partir das quais foi efetuada uma escala com o objetivo de avaliar a envolvência dos pais na ES dos filhos, que foi tanto maior, quanto maior for a cotação obtida (máximo 33). A analise estatística dos dados utilizou o programa informático Statistical Package for the Social Sciences® (SPSS), versão 22.0.

Resultados: Obtiveram-se questionários de 127 pais, com idade média de 38 anos e predomínio de respostas maternas. Procuraram obter conhecimentos acerca da sexualidade dos seus filhos apenas 22% dos pais, e destes 1/3 fê-lo junto de um médico. Apesar de 91,2% dos pais referirem sentir-se confortáveis para falar de sexualidade com os seus filhos, 62,9% nunca o fez, principalmente por considerarem ser precoce. Quando abordada, a iniciativa partiu maioritariamente da criança. A reprodução humana e as diferenças entre sexos foram abordadas, exclusivamente em casa, em 55,8% e 35,5% dos casos, respetivamente. Foi iniciativa dos pais a abordagem de comportamentos de exploração do corpo adequados aos domínios público/privado (88,5%) e de comportamentos inadequados por terceiros à exploração do corpo da criança (97%). A cotação média da escala que traduz a ES das crianças e a envolvência parental foi 13,7±5,18, havendo diferença entre a cotação obtida pelas mães (14,5±5,3) e pais (12,6±4,9) (p<0,05).

Conclusões: Os resultados evidenciam que os pais não priorizam esta vertente do desenvolvimento infantil, aspeto reiterado pela abordagem pouco frequente de temas relativos à ES no seio familiar, por iniciativa dos pais.

Palavras-chave: Criança; educação sexual; idade pré-escolar; sexualidade


ABSTRACT

Introduction: The child’s sexual development is a physiological process, influenced by children’s age, children’s experiences and for what is taught to them. So, those who actively participate in children education should be aware of the relevance of sexual education approach.

Objectives: Characterize sexual education of children aged six and seven years.

Methods: An observational, cross-section and community-based study was performed and the targets were parents of children aged six and seven years. A self-administered questionnaire was applied addressing sociodemographic data and characterization of children sexual education. A score was built, by questions summation, with the aim of evaluating child knowledge about sexual education, and parental involvement in this education, which was higher, as higher the score obtained. All statistical analyses were performed using the Statistical Package for the Social Sciences® (SPSS), 22.0. software package for Windows.

Results: We obtained questionnaires from 127 parents, with a mean age of 38 years and mothers’ predominance. Twenty-two per cent of parents sought knowledge about their child sexuality, and one third obtained doctor’s information. Although 91,2% referred to feel comfortable to approach sexuality with their children, 62,9% never did it, mainly because they considered to be too early. When sexual education was performed at home, the questions were raised mostly by children’s initiative. Human reproduction and gender differences were addressed exclusively at home in 55,8% and 35,5%, respectively. Parents initiative to approach adequate body behaviour in public/private domains and body inappropriate behaviour by others were made in 88,5% and 97% of cases, respectively. The average of score of parents’ sex education performance was 13,7 and there were differences between mothers (14,5±5,3) and fathers (12,6±4,9) assessment (p <0.05).

Conclusions: The results show that parents do not prioritize this aspect of child development, which is reiterate by infrequent approach of issues related to sexual education by parents’ initiative.

Keywords: Child; preschool age; sexual development; sexuality


 

 

INTRODUÇÃO

O desenvolvimento sexual da criança, à semelhança do desenvolvimento psicomotor, é um processo fisiológico que começa ao nascimento. Inclui, não só, os caracteres sexuais, mas também o desenvolvimento de conhecimento sexual, de crenças e valores culturais que a criança vai adquirindo no decurso do seu crescimento. O conhecimento e comportamento sexual da criança é portanto fortemente influenciado pela idade, pelo que lhe é ensinado e pelo que observa.1-3

É na fase da adolescência que pais, educadores e prestadores de cuidados de saúde dedicam mais atenção e preocupação à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes. No entanto, o desenvolvimento e a educação sexual (ES) são conceitos mais abrangentes, englobando a imagem corporal, os papéis de género, assim como a conceptualização das relações inter-pessoais e de intimidade. Deverá, assim, constituir um proces-so dinâmico e longitudinal iniciado nos primeiros anos de vida. Desde o nascimento tem lugar o desenvolvimento de uma intimidade saudável, que começa nos braços dos pais, com a resposta a estímulos, como a gestão de estados de excitação (dor e fome) e o estabelecimento de ciclos regulares de excitação e relaxamento, como por exemplo acordar e adormecer.4,5 Do desenvolvimento sexual da primeira infância faz parte a exploração sexual, um processo natural e saudável, revelado pelo interesse que as crianças demonstram pelas suas próprias “áreas íntimas”, assim com pelas de outros. É também na primeira infância que as crianças são expostas a normas sociais e adquirem no seio da família os limites dos comportamentos sexuais.5,6 Por volta dos 5-7 anos de idade começa a emergir uma maior necessidade de privacidade durante atos quotidianos, como o banho e vestir-se. Avoluma-se o interesse no significado do papel de género e aumenta o recurso à linguagem de cariz sexual. Não deve ser esquecido o crescente receio, inerente a esta idade, em fazer perguntas do âmbito da sexualidade, pelo que os pais devem ser proactivos na ES dos seus filhos. Os pais são e devem ser os principais pivôs na ES, pois é no dia-a-dia que surgem oportunidades únicas para discutir estas questões.6,7

Assim, foram objetivos do presente trabalho:

1.             Caracterizar a ES de crianças em idade escolar;

2.             Caracterizar o ensino realizado pelos pais aos seus filhos em idade escolar sobre o normal desenvolvimento sexual;

3.             Avaliar a associação entre a ES realizada pelos pais e características das crianças, dos pais, da família e sociodemográficas.

 

MATERIAL E METÓDOS

Desenho do estudo

Procedeu-se à realização de estudo de base comunitária, observacional, transversal e analítico dirigido a pais de crianças com seis e sete anos de idade. Foram selecionados os pais de crianças que frequentaram o 1º ano de escolaridade do 1º ciclo do ensino básico, inscritas num Agrupamento de Escolas. Foram convidados a participar todos os pais (pai e mãe) das 112 crianças inscritas e foram incluídos 127 pais que aceitaram participar. Foram excluídos os pais de crianças com necessidades educativas especiais e pais analfabetos.

A recolha de informação foi realizada através da aplicação de um questionário de autopreenchimento, anónimo e confidencial, que decorreu durante o mês de abril de 2014. Foi obtido o consentimento informado de todos os participantes para recolha e análise dos dados.

Recolha de informação

O questionário, composto por 41 questões fechadas, foi organizado em duas partes. As questões da primeira parte foram direcionadas à caracterização da amostra. Foram determinadas características das crianças (idade, sexo), características dos pais (idade, sexo, escolaridade), características da família (tipo de família, existência de irmão mais velho) e características sociodemográficas (rendimento familiar e local de residência).

A segunda parte do questionário, apresentada na tabela 1, foi destinada à caracterização da ES das crianças, assim como do papel dos pais nessa educação.

Com o objetivo de determinar o papel dos pais e a sua proactividade na ES das crianças, foi criada uma escala, através da atribuição de uma cotação às respostas das questões que visaram abordar os seguintes temas:

1.             Sentimentos possíveis entre duas pessoas e as suas implicações;

2.             Tipos de família;

3.             Reprodução humana;

4.             Diferenças físicas entre sexos;

5.             Terminologia correta para nomear genitais;

6.             Comportamentos de exploração do seu corpo adequados ao domínio publico/privado;

7.             Comportamentos inadequados em relação à exploração do seu corpo por terceiros.

Para perceber se o conhecimento destes temas foi adquirido em ambiente escolar, no seio da família, ou em ambos, para cada um dos sete temas foi questionado o local de ensino e, no caso deste ter acontecido em casa, de quem partiu a iniciativa dessa abordagem. Quando a iniciativa da abordagem partiu dos pais, foi ainda questionado se essa abordagem foi feita de forma programada, com preparação prévia, ou se por outro lado foi realizada de forma espontânea e sem preparação. O somatório das respostas a estas questões variou de 0 a 33 pontos e quanto maior a cotação obtida, mais proactivo o envolvimento parental na ES da criança, em relação aos itens avaliados.

Análise dos dados

As variáveis categóricas foram apresentadas em frequências

(n) e percentagens (%) e as variáveis contínuas em média (x) e desvio padrão (DP). Foi utilizado o t-student na análise de variáveis contínuas. O valor de p<0,05 foi indicativo de significado estatístico. A analise estatística dos dados utilizou o programa informático Statistical Package for the Social Sciences® (SPSS), versão 22.0

 

RESULTADOS

Caracterização da amostra

Obtiveram-se questionários de 127 pais, com idade média de 38 anos e predomínio de respostas maternas (51,7%). Relativamente às crianças, todas tinham entre seis e sete anos, a maioria era do sexo feminino (55,6%) e metade tinha irmãos mais velhos (49,2%). A maioria vivia numa área urbana (tabela 2).

 

 

Caracterização da ES

A maioria dos pais referiu sentir-se confortável para abordar temas da sexualidade com os seus filhos; contudo só cerca de 33% o fizeram, dos quais 22% por iniciativa das crianças; esta ocorreu no contexto da hora das refeições e do banho, sendo

o recurso a livros a principal ferramenta utilizada. Os restantes pais afirmaram não o ter feito por considerarem os 6-7 anos uma idade precoce. Em teoria a generalidade considerou que a idade ideal seria os seis a nove anos (35,6%) ou após os 10 anos (35,6%) (tabela 3).

Cerca de 22% procuraram obter conhecimento sobre a sexualidade da criança, através do médico (1/3) ou amigos e familiares (1/3) (tabela 3)

Relativamente aos diferentes temas da sexualidade, a quase totalidade dos pais referiu que os filhos percebiam a diferença entre os sexos (98,4%), sabiam os diferentes sentimentos que podem existir entre duas pessoas (83,9%), sendo o tema da reprodução humana o menos conhecido (34,7%) (tabela 3).

As questões que se prendiam com comportamentos inadequados de terceiros relativos à exploração do corpo da criança, diferentes tipos de família e comportamentos de exploração do corpo adequados ao domínio publico e privado foram abordados exclusivamente em casa e na grande maioria das situações por iniciativa dos pais; os restantes temas em análise foram desenvolvidos simultaneamente em casa e na escola (tabela 4).

Análise comparativa

A cotação média obtida na escala construída para avaliar a ES das crianças e a proactividade parental nessa educação foi 13,7±5,18 pontos, tendo sido a cotação mínima obtida de 4 pontos e a máxima de 27 pontos. Comparando a pontuação obtida por ambos os progenitores, verificou-se que a cotação obtida pelas mães (14,5±5,3) foi maior do que pelos pais (12,6±4,9) (p<0,05). As diferenças obtidas na cotação média tendo em conta

o género da criança, a escolaridade dos pais, o tipo de família, a existência de irmãos mais velhos, o rendimento familiar e a área de residência não foram estatisticamente significativas (tabela 4).

 

DISCUSSÃO

O desenvolvimento sexual é um processo dinâmico e longitudinal de crescimento físico, cognitivo, comportamental e emocional. Ao longo desse processo, cada pessoa desenvolve atitudes e valores que orientam os seus ideais, opiniões e escolhas.8 Deste modo, também a ES deve ser um processo longitudinal que permita a aquisição de informação e formação de atitudes, crenças e valores sobre temas importantes como a identidade, relacionamentos e intimidade.7 A ES deve, portanto, começar na infância e continuar de forma gradual e adequada à idade, até à adolescência. 7,9 No entanto, é na adolescência que se dá maior ênfase à ES, o que é comprovado pela escassez de estudos sobre a ES em idades mais precoces. Do conhecimento dos autores, este é o primeiro estudo a caracterizar a ES de crianças em idade escolar e o envolvimento parental nesse ensino.

O presente estudo permitiu concluir que de uma forma global, um terço dos pais admitiu ter abordado temas de ES com os filhos. Dos dois terços que negaram ter abordado a sexualidade com os filhos, o principal motivo reportado foi acharem ser precoce. De facto, a idade parece ser o principal entrave à abordagem destas questões, uma vez que a maioria dos pais referiu sentir-se à vontade para o fazer. O conhecimento destes resultados deverá ser divulgado aos profissionais de saúde, para que desta forma estes possam alertar os pais para a importância da ES nestas idades. A consulta de saúde infantil e juvenil é uma oportunidade única para realizar esta sensibilização, com objetivo de consciencializar os pais para a necessidade de um papel parental mais proactivo.

Analisando especificamente os diferentes temas de sexualidade versados, verificou-se que dos sete temas analisados, foi veiculado pelos pais um maior conhecimento das crianças sobre: as diferenças físicas entre sexos, sentimentos possíveis entre duas pessoas e as suas implicações, a terminologia correta para nomear genitais e os comportamentos de exploração do seu corpo adequados ao domínio público/privado. Apuramos que na quase totalidade foi iniciativa dos pais a abordagem de questões relacionadas com atitudes sexuais adequadas à reali zação no domínio público/privado, assim como atitudes sexuais inapropriadas por terceiros em relação ao corpo da criança. Estes resultados denotam a preocupação parental sobre as questões de cariz público e segurança da criança. Em relação aos restantes temas, nota-se um papel menos ativo por parte dos cuidadores, tendo prevalecido uma abordagem simultânea com os professores e um domínio da iniciativa da por parte das crianças. Com base nestes resultados pode concluir-se que a escola tem papel fulcral na ES das crianças. De facto, quando questionados sobre o papel da escola na ES dos seus filhos, a maioria defende que a escola deve ter um papel ativo, mas sempre com envolvimento simultâneo dos pais.

A cotação média da escala de avaliação do conhecimento das crianças e envolvimento dos pais na sua ES foi 13,7 ± 5,18 pontos. Estes resultados permitem-nos concluir que o envolvimento dos pais na ES dos seus filhos deverá ser potencializado. No entanto, quando comparados os scores obtidos pelas mães (14,5 ± 5,3) e pelos pais (12,6 ± 4,9), notou-se que as mães foram mais proativas na ES dos seus filhos.

Limitações do estudo: Como principais limitações do presente estudo, deve ser ressalvado, por um lado, o facto de se ter utilizado uma amostra de conveniência, limitada em número e restrita a uma área geográfica. Por outro lado, o facto de se ter recorrido à utilização de um questionário não validado, facto que se tentou colmatar pela realização de um teste piloto, assim como pela existência de opções de resposta aberta (ex. outros, quem?). Dada a originalidade do tema e sua pertinência, os autores esperam que este estudo seja linha de partida para investigações futuras semelhantes.

 

CONCLUSÕES

Os resultados evidenciam que os pais não priorizam a vertente da ES no desenvolvimento infantil, aspeto reiterado pela abordagem pouco frequente de temas relativos à ES no seio familiar, por iniciativa dos pais. Enfatiza-se a importância da sua abordagem em consultas de saúde infantil, procurando sensibilizar aqueles que deverão ser os principais pivôs da ES da criança nesta faixa etária.

 

AGRADECIMENTOS E ESCLARECIMENTOS

Agradecimento aos Diretores dos Agrupamentos de escola que aceitaram colaborar, aos professores e aos pais. Não existiram fontes externas de financiamento para a realização deste estudo. O presente trabalho foi previamente apresentado nas VI jornadas do Serviço de Pediatria do Hospital Sra. da Oliveira, Guimarães, tendo sido premiado como melhor comunicação oral.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CORRESPONDENCE TO
Carla Ferreira
Department of Pediatrics
Hospital Senhora da Oliveira
Rua dos Cutileiros
4835-044 Creixomil, Guimarães
Email: carlamf85@hotmail.com

Received for publication: 06.09.2016 Accepted in revised form: 16.01.2017

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