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Nascer e Crescer

versão impressa ISSN 0872-0754versão On-line ISSN 2183-9417

Nascer e Crescer vol.30 no.3 Porto set. 2021  Epub 30-Set-2021

https://doi.org/10.25753/birthgrowthmj.v30.i3.25532 

Articles

A ciência como garante do desenvolvimento civilizacional. As vacinas como forma segura e mais eficaz de prevenir doenças e salvar vidas

Alberto Caldas Afonso1 
http://orcid.org/0000-0002-2574-4132

1 Director of Centro Materno Infantil do Norte, Centro Hospitalar Universitário do Porto. 4050-651 Porto, Portugal. secdir.cmin@chporto.min-saude.pt


A Ciência proporcionou as vacinas à humanidade, pelo que deve haver uma mobilização coletiva para que sejam eficazes. Ajudam a humanidade a evoluir, a encontrar novas e melhores soluções, mais rápidas e eficazes.

Se pretendemos alcançar civilizações evoluídas, viver num mundo melhor e solidário, é fundamental acreditar no progresso científico.

Um ano depois do aparecimento da infeção pelo Coronavírus SARS-COV2, que deu origem à Pandemia de Covid-19, a ciência foi capaz de produzir, em tempo record, milhões de vacinas que estão a chegar às populações.

Durante este período de renovada esperança na importância das vacinas, a sociedade tem sido confrontada e exposta a um excesso de informação sem precedentes. A intoxicação de informação e infodemia, com uma imensidão de dados muitas vezes incorretos e mal interpretados, acarretam o enorme risco de colocar em causa a confiança das populações na importância das vacinas.

Importa que os vários intervenientes nesta matéria, nomeadamente as Sociedades Científicas e autoridades sanitárias, tenham a mesma linguagem, de modo a dar suporte às autoridades governamentais na credibilidade das medidas propostas e criar uma maior aceitação social das mesmas, no sentido de uma mobilização coletiva para a vacinação.

A vacinação permitirá, desde logo, uma significativa diminuição da pressão nos serviços de saúde, quer nos internamentos hospitalares em enfermaria quer nas unidades de cuidados intensivos, e da mortalidade nos grupos mais vulneráveis. Posteriormente, à medida que for alcançada a imunidade de grupo, diminuirá também a transmissibilidade da doença, até ser finalmente possível recuperar a nossa anterior normalidade social e económica.

Para atingir a imunidade coletiva, a vacinação voluntária é imprescindível, pelo que é fundamental transmitir à sociedade confiança, através da divulgação de informação credível, racional e objetiva sobre os possíveis riscos e múltiplos benefícios da vacinação.

Fazer frente à pandemia, nomeadamente através da adoção das medidas de proteção individual durante a mesma, é uma obrigação e um compromisso que deve englobar não só os profissionais de saúde como todos os cidadãos.

É, contudo, ainda mais importante o compromisso de toda a população em receber as vacinas.

Da mesma forma que a globalização contribui positivamente para a disseminação da pandemia, a vacinação e o seu acesso são fundamentais para a suster e controlar e deverão constituir um compromisso global.

Isto implica que todos os países sem exceção atinjam uma cobertura vacinal suficiente, pois nunca podemos esquecer que as doenças infeciosas acompanham as pessoas.

Devido às vacinas, pela primeira vez na história da humanidade existiram meios para controlar a pandemia em tempo record através da imunização da população mundial, evitando um maior número de mortes.

As vacinas demonstraram ser a única opção disponível para evitar consequências da doença por Covid-19, pelo desenvolvimento por parte do sistema imunológico de uma proteção direta frente ao vírus.

Importa agora que todos os cientistas, profissionais de saúde e população em geral consigam no menor tempo possível a imunidade indireta necessária para que, através da vacinação, o vírus deixe de circular.

Esta é a única esperança para que, o mais cedo possível, possamos recuperar a nossa normalidade.

O que já não se vê, com facilidade se esquece. Muitas vezes já só pela televisão nos recordamos de doenças como a poliomielite, sarampo, rubéola e varíola que, embora já fazendo parte do passado, matavam milhares de pessoas todos os anos até metade do século XX.

Este é o verdadeiro êxito das vacinas. Ao protegerem tão eficazmente contra as doenças infeciosas, fazem com que rapidamente nos esqueçamos destes problemas e consequentemente da eficácia da vacinação.

Importa, pois, que todos sem exceção considerem como um desígnio nacional as recomendações da Agência Europeia do Medicamento (EMA) e do Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), que apelam à vacinação como a “chave” da proteção contra o Covid-19, incluindo a variante Delta, evitando mais mortes.

Este apelo inclui todas as faixas etárias elegíveis e que ainda não foram vacinadas, como os jovens dos 12 aos 18 anos.

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