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Sociologia

versão impressa ISSN 0872-3419

Sociologia vol.42  Porto dez. 2021  Epub 20-Fev-2022

 

Editorial

EDITORIAL

Carlos Manuel Gonçalves1 

1Faculdade de Letras da Universidade do Porto


Publicamos o número XLI da revista Sociologia: Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Um importante caminho foi realizado desde o número de 1991. Numa primeira fase teve uma edição anual, passando depois para semestral e com um número temático em cada ano. Foi criada pelo Prof. Doutor António Teixeira Fernandes, seu primeiro diretor (até 2009). O Prof. Doutor João Teixeira Lopes assumiu posteriormente a responsabilidade da direção (de 2009 a 2014). Como indicado no Estatuto Editorial, a revista “tem como objetivo principal a divulgação de trabalhos de natureza sociológica que primam pela qualidade e pela relevância, em termos teóricos e empíricos. É, igualmente, um espaço que inclui os contributos provenientes de outras áreas disciplinares das ciências sociais. Prossegue uma linha editorial alicerçada na diversidade teórica e metodológica, no confronto vivo e enriquecedor de perspetivas, no sentido de contribuir para o avanço e para a sedimentação em particular do conhecimento sociológico.” A sua interligação com o Departamento de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto e o Instituto de Sociologia da Universidade do Porto é frutuosa incorporando, sempre que desejável, os contributos de autores que apresentam trabalhos sociológicos, e de demais ciências sociais, relevantes. Consideramos que a Sociologia: Faculdade de Letras da Universidade do Porto concorre, ao longe do tempo, para o reconhecimento da denominada “Escola de Sociologia do Porto”.

Focando-nos no presente número, o primeiro artigo, de Renata de Araújo Moura e Sofia Alexandra Cruz, aborda as perceções dos inspetores da Autoridade para as Condições do Trabalho sobre a análise de desempenho na qualidade de instrumento de recursos no âmbito do Estado. Em particular é conferida, pelas autoras, uma especial atenção à designada justiça organizacional. Ainda no campo do Estado encontra-se o texto seguinte de Pedro Miguel Alves Ribeiro Correia e Sandra Patrícia Marques Pereira. Centra-se na análise e discussão das reformas realizadas no sector da justiça em Portugal. Salienta-se as relações entre os parâmetros da Nova Gestão pública e tais reformas não se deixando de lançar um olhar crítico sobre as mesmas.

Passando para outros registos, o leitor depara-se com o artigo de Margarida Lobão sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana. Num registo metodológico de natureza qualitativa, a autora envereda pela compreensão das vivências e comportamentos dos que vivem com a infeção. A atenção é conferida às vivências, sem, contudo, omitir os determinantes, como o género, a escolaridade e a questão do corpo, que lhes estão subjacentes. A temática de Patricia Carvalho Vieira situa-se no Brasil. Economia solidária - emprendimentos solidários - desigualdades sociais são as principais dimensões equacionadas. O texto não se confina a tais dimensões, extende-se para a reflexão sobre as politicas sociais e como estas poderão ser meios de reprodução social. Ainda no espaço dos artigos, insere-se o contributo de Rui Oliveira. Num olhar, de natureza exploratório, o autor discorre sobre as tipologias partidárias como instrumentos analíticos. Avança para uma proposta fundamentada entre aquelas tipologias e as dinâmicas partidárias. Em termos de registo reflexivo, António Esteves convida-nos a um questionamento sobre a eutanásia.

Por último, apresentam-se duas recensões. Eduardo Silva - AMIROU, Rachid (2007), Imaginário Turístico e Sociabilidades de Viagem, Vila Nova de Gaia, Estratégias Criativas e Ana Cláudia Albergaria Pereira - Luís Moniz; LOPES; António (2020), Máquinas Éticas. Da Moral da Máquina à Máquina Moral, Caparica, NOVA.FCT Editorial.

Boa leitura

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