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Medicina Interna

versão impressa ISSN 0872-671X

Medicina Interna vol.24 no.1 Lisboa mar. 2017

 

IMAGENS EM MEDICINA / IMAGES IN MEDICINE

Dois Procedimentos Ancestrais no Mesmo Doente. Quais São?

Two Ancient Diagnostic Procedures in the Same Patient. What are They?

Catarina Patrício, Rui Malheiro, Mariana Marques, Pedro Silva

Serviço Medicina 3, Hospital de Santo António dos Capuchos, Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal

Correspondência

 

Palavras-chave: Dióxido de Tório/efeitos adversos; Meios de Contraste/efeitos adversos; Neoplasias do Fígado; Neoplasias Induzidas por Radiação.

 


Keywords:Contrast Media/adverse effects; Liver Neoplasms; Neoplasms, Radiation-Induced; Thorium Dioxide/adverse effects.

 


 

Este roentnograma data de 1968 de um doente com atelectasia pulmonar direita. A tomografia linear era suspeita para estenose brônquica, posteriormente confirmada com esta broncografia (seta, Fig. 1). A radiografia mostra ainda múltiplas radiopacidades ao nível do fígado, baço, e nas áreas anatómicas correspondentes aos gânglios linfáticos (cabeças de seta, Fig. 1). que correspondem a depósitos de material de contraste; este material denomina-se torotraste, injectado muitos anos antes para a realização de angiografia cerebral. A broncografia foi obtida pela administração endobrônquica de contraste radiopaco e usado para o diagnóstico de doença broncopulmonar. O torotraste é uma solução coloidal de dióxido de tório, introduzido em 1928 e utilizado até 1950 como meio de contraste radiológico.1 Em Portugal, foi amplamente utilizado para angiografias cerebrais (Egas Moniz- prémio Nobel português em 1949) e aortografias (Reynaldo dos Santos- importante contributo para o seu desenvolvimento). O torotraste é captado pelas células do sistema reticulo-endotelial e permanece indefinidamente no corpo humano; a sua radioactividade foi responsável por muitos tumores hepáticos malignos anos mais tarde (> 35 anos).2 Os riscos para doenças associadas com este material radioactivo (neoplasias hepáticas e hematológicas, doença hepática crónica e doenças não neoplásicas do sistema digestivo) dependem do tempo decorrido desde a primeira administração do meio de contraste e a dose radioactiva cumulativa de alfa-partículas.3

 

 

 

 

Referências

1. Dos Santos Silva I, Malveiro F, Jones ME, Swerdlow AJ. Mortality after radiological investigation with radioactive Thorotrast: a follow-up study of up to fifty years in Portugal. Radiat Res. 2003;159:521-34.         [ Links ]

2. Travis LB, Kathren RL, Boice JD Jr. Cancer risk following exposure to Thorotrast: overview in relation to a case report. Health Phys. 1992; 63:89-97.         [ Links ]

3. Travis LB, Land CE, Andersson M, Nyberg U, Goldman MB, Knudson Gaul L, et al. Mortality after cerebral angiography with or without radioactive Thorotrast: an international cohort of 3,143 two-year survivors. Radiat Res. 2001; 156:136-50.         [ Links ]

 

Correspondência: Catarina Patrícioana.catarina.lp@gmail.com
Serviço Medicina 3, Hospital de Santo António dos Capuchos,
Centro Hospitalar de Lisboa Central, Lisboa, Portugal
Alameda de Santo António dos Capuchos, 1169-050 Lisboa

 

Protecção de Seres Humanos e Animais: Os autores declaram que não foram realizadas experiências em seres humanos ou animais

Direito à Privacidade e Consentimento Informado: Os autores declaram que nenhum dado que permita a identificação do doente aparece neste artigo.

Conflitos de Interesse: Os autores declaram a inexistência de conflitos de interesse na realização do presente trabalho

Fontes de Financiamento: Não existiram fontes externas de financiamento para a realização deste artigo

 

Recebido: 29/07/2016

Aceite: 14/09/2016

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