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Medicina Interna

versão impressa ISSN 0872-671X

Medicina Interna vol.25 no.3 Lisboa set. 2018

https://doi.org/10.24950/rspmi/rcartaeditor/3/2018 

CARTAS AO EDITOR / LETTERS TO THE EDITOR

Resposta à Carta ao Editor: Exagero na Profilaxia Farmacológica de Tromboembolismo Venoso em Medicina Interna?

Reply to the Letter to the Editor: Overuse of Pharmacological Prophylaxis of Thromboembolism in Internal Medicine?

Mafalda Santos

Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Santa Maria da Feira, Portugal

Correspondência

 

Palavras-chave: Avaliação de Risco; Hospitalização; Tromboembolismo Venoso/prevenção e controlo.

 


 

Keywords: Hospitalization; Risk Assessment; Venous Thromboembolism/prevention & control.

 


 

Lemos com o maior interesse e toda a atenção a carta que foi enviada a esta revista pelo Dr. Fernando Guimarães, agradecendo desde já as reflexões efetuadas.

O artigo publicado tem como base uma auditoria regular a um indicador de qualidade do Serviço de Medicina Interna (SMI) que se focou primordialmente na adequação da profilaxia. Nesse sentido, foi desenhado para que a recolha de dados fosse simples, pudesse ser aplicada de forma sistemática ao longo dos anos e passível de ser realizada por vários elementos do serviço, sob a mesma supervisão. Contudo, não foi possível a caracterização das condições clínicas nem dos fatores de risco dos doentes, tendo esse aspeto sido corrigido em trabalhos posteriores.

Os resultados foram apresentados com uma periodicidade anual no SMI, onde era simultaneamente feita formação, e nos congressos anuais da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. No entanto, pareceu aos AA ser mais elucidativa a publicação dos dados conjuntos dos vários anos.

Quanto à reflexão de que, exceto perante contraindicação óbvia para profilaxia com heparina de baixo peso molecular (HBPM), esta seria quase uma inerência à decisão de internamento, a nossa impressão é a mesma, de que o modelo de avaliação de risco (RAM) usado, nos doentes internados em enfermarias portuguesas, abarca a quase totalidade dos doentes. No nosso SMI temos vindo paulatinamente a verificar que os doentes são cada vez mais idosos e com mais comorbilidades. Como admitimos que a utilização da profilaxia farmacológica possa ter sido excessiva, sendo questionável em alguns doentes a relação risco-benefício, desenhamos um estudo piloto, que decorreu em 2017, cujos resultados foram apresentados no XXIV Congresso Nacional de Medicina Interna, sob a forma de poster, nº278, com o título: Estudo Comparativo de Dois Scores de Avaliação de Risco de Tromboembolismo Venoso no Doente Médico. Tal vai de encontro às sugestões presentes nesta carta. Um dos objetivos deste trabalho foi estimar que percentagem de doentes seria classificada como de baixo risco (não candidatos a profilaxia) pelo Padua Prediction Score (PPS) face ao RAM atual. Foram incluídos os doentes internados durante a residência (24 horas) de cada sexta-feira do mês de junho de 2017. Os 30 doentes selecionados foram todos considerados em risco usando RAM atual; no entanto, pelo PPS foram estratificados de baixo risco 8 doentes (27%) e de alto risco (PPS=4) 22 doentes (73%). Portanto, a aplicação do PPS poderia evitar a prescrição de HBPM profilática, com as vantagens clínicas e económicas que daí possam advir, a pelo menos ¼ dos doentes internados no SMI.

A partir de julho de 2018, o SMI adotou o PPS para identificação de risco para TEV, mantendo a auditoria. De forma simultânea, iniciou um protocolo de investigação que nos permitirá uma melhor caracterização da amostra e monitorização dos eventos trombóticos e hemorrágicos no internamento e nos 3 meses seguintes. Esperamos, por isso, nos próximos anos vir a apresentar os resultados que, de forma robusta, nos venham a elucidar sobre as questões levantadas.

 

Correspondência:Mafalda Santos mafalda.santos@chedv.min-saude.pt
Serviço de Medicina Interna, Centro Hospitalar de Entre o Douro e Vouga, Rua Dr. Cândido de Pinho, 4520-211, Santa Maria da Feira, Portugal

 

Conflitos de Interesse: O autor declara a inexistência de conflitos de interesse na realização do presente trabalho.

Conflicts of interest: The author have no conflicts of interest to declare.

Fontes de Financiamento: Não existiram fontes externas de financiamento para a realização deste artigo.

Financing Support: This work has not received any contribution, grant or scholarship.

 

Recebido: 01/07/2018

Aceite: 17/07/2018

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