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Medicina Interna

versão impressa ISSN 0872-671X

Medicina Interna vol.26 no.4 Lisboa dez. 2019

https://doi.org/10.24950/rspmi/Editorial/4/2019 

EDITORIAL / EDITORIAL

Medicina Interna 2020

Internal Medicine 2020

 

João Sá
https://orcid.org/0000-0002-2466-7163

Editor-Chefe

Hospital da Luz, Lisboa, Portugal

 

Em 2020 a Medicina Interna passará a ser publicada em formato electrónico. Assim se dará corpo a uma decisão do Conselho Editorial tomada após avaliação e ponderação de riscos e vantagens de uma mudança significativa. A Direcção da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna aprovou a adopção deste novo figurino que foi empreendida após a audição da vontade dos sócios através de um inquérito realizado há meses. Não obstante uma maioria de participantes se terem manifestado a favor da versão electrónica, a versão em papel continuará a ser distribuída aos sócios que o desejarem.

A edição electrónica de publicações generalistas e técnicas tem conhecido um êxito assinalável. Citam-se os exemplos da VogueNational GeographicRolling Stone, da Harvard Business Review e da Forbes, títulos conhecidos e qualificados como de performance elevada.

 No âmbito da publicação científica médica os periódicos mais conhecidos dispõem de edições on line: New England Journal of Medicine, Lancet, Annals of Internal Medicine, British Medical Journal, Revue Médecine Interna, Revista Clínica Espanhola, Canadian Medical Association Journal, European Journal of Internal Medicine, citando alguns dos paradigmáticos e populares. Entre nós as revistas médicas indexadas são publicadas em formato digital: Acta Médica Portuguesa, Revista Portuguesa de Cardiologia, Acta Reumatológica e Pulmonology (antiga Revista Portuguesa de Pneumologia).

Os médicos de gerações mais novas, e muitos dos veteranos, ganharam o hábito de consulta de textos clínico-científicos em dispositivos transportáveis: computador portátil, iPad, e-reader e telemóvel.

Estes factos reforçam a certeza de que a imaterialização de um título não promove o seu esquecimento.

A publicação electrónica tem vantagens aceites por corpos editoriais e pelos públicos-alvo. A divulgação das matérias publicadas deixa de conhecer os limites associados à edição corporizada, uma manifestação saudável da dispersão do conhecimento fundamental para a criação de bibliotecas científicas digitais. Aos autores, instituições clínicas e centros de investigação é concedida uma divulgação ilimitada que facilitará o protagonismo, a notoriedade e a credibilidade. O aumento das audiências, bem notório numa época de crescendo no acesso livre a publicações, está directamente relacionado com a facilidade da consulta técnica. A forma e a substância dos trabalhos continuam a respeitar as normas aceites internacionalmente. As imagens conhecem ganhos em qualidade (que frequentemente se perdem nas versões materializadas). Reduz-se o consumo de papel (uma dimensão ecológica) e todas as despesas relacionadas com a sua aquisição, a impressão, a embalagem, os portes de correio e diversos consumos administrativos. Esta questão assume importância crucial numa época de recursos escassos concedendo uma folga aos orçamentos sempre limitados das sociedades científicas. A publicação online torna possível o escrutínio e o estudo das audiências com métricas que permitem apreciar o impacto de uma revista, dos artigos isoladamente, dos elencos autorais, de instituições, dos temas selecionados ou de cada secção da publicação. Estes actos de avaliação de eficácia editorial facilitam o encontro da revista com as expectativas da população-alvo e com os princípios da qualidade e do rigor editoriais.

No caso da Medicina Interna está prevista a emissão de um aviso pré-publicação, utilizando um artigo em modo advance online publication (divulgação de trabalho revisto e aceite, mas ainda não publicado) enviado para o endereço electrónico de cada associado, um procedimento já hoje adoptado, no fundo um alerta de lançamento de cada número.

A passagem a publicação electrónica não introduzirá modificações na etapa de apreciação dos trabalhos submetidos. O processo de revisão por pares continuará a ser respeitado enquanto garante de independência e de escrutínio crítico não condicionado. O Conselho Editorial tem construído uma base de dados de médicos revisores em função das preferências em termos de disciplinas da patologia e da clínica, e das áreas de exercício onde se reconhece dedicação e proficiência. A tarefa de revisão de manuscrito é considerada por muitos como uma extensão do processo científico. Os revisores não aparecem (citados) na publicação, mas, pelo rigor e exigência da sua intervenção, aprovando ou rejeitando, inscrevem uma chancela de qualidade nos trabalhos e de protecção a autores e investigadores. E orientam de modo decisivo as decisões dos editores. São parceiros obrigatórios numa tarefa onde se exige celeridade, pesquiza, aconselhamento e julgamento com honra. O Conselho Editorial relembra a necessidade de nomes novos com interesse e vocação para a análise em publicação científica e neste número derradeiro de 2019 deixa um agradecimento e uma homenagem pública a todos os peritos que ajudam a revista Medicina Interna a conquistar presença, reconhecimento e estatuto em espaço clínico e científico sem fronteiras.

 

© Author(s) (or their employer(s)) 2019. Re-use permitted under CC BY-NC. No commercial re-use.

© Autor (es) (ou seu(s) empregador(es)) 2019. Reutilização permitida de acordo com CC BY-NC. Nenhuma reutilização comercial

 

Recebido/ Received: 07/10/2019

Aceite/ Accepted: 15/10/2019

 

Publicado/Published: 11 de Dezembro de 2019

 

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