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Medicina Interna

versão impressa ISSN 0872-671X

Medicina Interna vol.29 no.1 Lisboa mar. 2022  Epub 01-Mar-2022

https://doi.org/10.24950.rspmi.2022.01.editorial 

Editorial

Notas sobre a Medicina Interna

Notes on the Portuguese Journal of Internai Medicine

1Editor-Chefe, Hospital da Luz, Lisboa, Portugal


A revista Medicina Interna celebra este ano o vigésimo oitavo ano de vida.

O primeiro número foi publicado no segundo trimestre de 1994 sendo seu Director o Dr.

António José Barros Veloso, personalidade de referência da Medicina Nacional, da Medicina Interna e da cultura portuguesa.1

No editorial que abria a publicação alertava Barros Veloso para o facto de "através de uma posição editorial exigente, pretende-se exercer, desde já, uma função correctora no sentido de melhorar a qualidade da produção científica dos internistas portugueses".

O Conselho Editorial que tenho a honra de integrar tem tido como objectivo a apreciação e a selecção de trabalhos de qualidade não questionável, sempre em busca de uma dimensão de originalidade, esta um bem mais raro e precioso. Com frequência temos optado por endereçar aos autores sugestões e aconselhamentos de revisores e editores para benefício dos trabalhos propostos, uma opção mais construtiva que a rejeição quase automática por incumprimentos de normas de publicação, erros metodológicos, conclusões enviesadas, discussões longas e redundantes ou estilos literários ofensivos.

Recordo que a rejeição de um artigo proposto é, sem dúvida, um insucesso, mas protege os elencos autorais, seus serviços, departamentos ou instituições, defendendo o bom nome clínico e a probidade das iniciativas de natureza científica.

Na edição primeira de 1994 constavam 3 artigos originais, 3 casos clínicos, um trabalho de revisão, um ponto de vista, um texto na secção de história da Medicina, uma carta ao editor, as normas de publicação e um calendário de actividades científicas.

Temo-nos batido pelo aparecimento de propostas de trabalhos originais pois são estes que conferem notabilidade a qualquer publicação científica. Seguramente a maioria dos serviços de Medicina Interna dispõe de grupos que trabalham e pesquisam em áreas mais circunscritas, mas relevantes, da actividade clínica. Por isso mesmo a Sociedade Portuguesa de Medicina Interna tem criado e acolhido núcleos que integram médicos dedicados a patologias de órgãos e sistemas, a modalidades de assistência (cuidados paliativos, hospitalização domiciliária) e a questões transversais que a todos devem importar (Ética). Por outro lado a informatização crescente do registo clínico permite, com rigor e celeridade, a pesquisa de bases de dados e a geração de variáveis que permitam compreender e qualificar a actividade, compará-la e avaliá-la em termos estratégicos com rigor metodológico (benchmarking), pesar a qualidade, produzir e divulgar conhecimento e inovação, abrindo a porta ao progresso e ao sucesso no desempe­nho e na conquista de objectivos clínicos certos e seguros, no diagnóstico, na terapêutica e na reabilitação.

Em escritos anteriores temos incentivado os grupos, equipas e serviços a darem vida a projectos de investigação clínica, responsabilizando-se pela sua manutenção, desenvolvimento e enriquecimento no tempo. A comunidade médica actual, jovem, intelectualmente muito válida, ávida de saber, dispondo de acesso mais facilitado às fontes de conhecimento, deverá considerar como prioridade a pesquisa e a investigação. E esta não deve ser entendida como capricho individual ou institucional, mas como obrigação em paralelo com o exercício clínico, que procurará enriquecer e qualificar positivamente. Devem ainda, grupos e responsáveis, solicitar parcerias com epidemiologistas, peritos em metodologia de dados e estatística, revisores da qualidade literária bem como consultores na área da ética. E, porque existem custos, porque não angariar o empenho de financiadores potenciais das actividades.

O primeiro número de 2022 da Medicina Interna marca a transição para a edição electrónica exclusiva, um passo quase histórico que o Conselho Editorial tem vicio a preparar com todo o cuidado nos últimos meses. A saída de cada número será precedida de aviso aos sócios da SPMI e à publicação de um alerta que sensibilize leitores potenciais apresentando um trabalho paradigmático e um sumário de artigos.

Existe uma nova plataforma da Medicina Interna, em enriquecimento permanente, que deve ser visitada por todos os internistas e por outros autores potenciais de trabalhos clínicos e científicos (https://revistami.spmi.pt/). Nela podem consultar­se as edições presentes e pretéritas da revista, o guião das normas de publicação, a ferramenta de submissão (um processo semi-automatizado que conduz o autor da classificação e tipologia de trabalhos até ao seu depósito na plataforma para revisão), estatísticas de consultas de artigos publicados, varíáveis da actividade editorial e ligações com entidades re­guladoras da publicação científica.

Enfim nos passos iniciais de uma nova etapa gostaríamos de transmitir a todos o nosso (Conselho Editorial) empenho, entusiasmo e a certeza de que tudo faremos na projecção da Medicina Interna, que é vossa (uma responsabilidade!), para um patamar de excelência técnica e científica.

REFERÊNCIAS

1. Barros Veloso AJ. Editorial. Med lntern. 1994;01 :5 [ Links ]

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