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Jornal Português de Gastrenterologia

Print version ISSN 0872-8178

J Port Gastrenterol. vol.18 no.3 Lisboa May 2011

 

Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia Resumo de Actividades (Biénio 2009 – 2011)

Portuguese Society of Gastrenterology: Two Years Later

 

Jorge Areias1

1Serviço de Gastrenterologia, Centro Hospitalar do Porto – Portugal

 

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia, abreviadamente designada por SPG, foi constituída em 21 de Agosto de 1986, é uma associação científica, sem fins lucrativos e de utilidade pública, continuadora da Secção com idêntica denominação, fundada em 1960, da Sociedade de Ciências Médicas de Lisboa. A actividade da SPG consubstancia-se nos seus estatutos, que podem ser consultados no site da SPG, de que me permito salientar:

1. Promover o desenvolvimento da Gastrenterologia;

2. Estimular a investigação;

3. Difundir ideias, promover a actualização de conhecimentos e trabalhos científicos.

Para concretizar estes objectivos, a SPG propõe-se:

1. Editar e publicar uma revista (actualmente o GE – Jornal Português de Gastrenterologia) e assegurar a sua divulgação;

2. Promover a criação no seu seio, de “Secções Especializadas” e de “Comissões específicas”;

3. Promover o estudo das doenças do Aparelho Digestivo e colaborar no desenvolvimento de programas profilácticos e assistenciais;

4. Criar Prémios e Bolsas de Estudo e fomentar Projectos de investigação;

5. Organizar e promover reuniões científicas nomeadamente Congressos Nacionais e Cursos de Pós-Graduação.

Gostaria de tecer alguns comentários sobre os 50 anos da SPG, que tivemos oportunidade de celebrar em Junho de 2010, no decurso do XXX Congresso de Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva, que decorreu em Vilamoura.

Celebrar 50 anos de existência é naturalmente uma “imperdível” oportunidade de reflexão e de projecção. Quando esta existência se sustenta na densidade de tantas vidas, como é o caso da SPG, a festa de um cinquentenário encontra, então, maior justificação.

A celebração deste aniversário deve levar as pessoas a pensar sobre aquilo que se pretende para o futuro. Devemos reflectir sobre o passado e o presente, projectarmo-nos para o futuro, futuro esse que terá seguramente um contexto político, económico e social específico e por isso diferente do actual.

Sem ignorar a importância de uma plataforma generalista como garantia de um olhar holístico, a SPG soube, oportuna e progressivamente, em tantas iniciativas que vertebraram a especialidade da Gastrenterologia em Portugal, afirmar-se, contribuindo decisivamente para a formação médica contínua, e a investigação em Portugal, entre outras. Não é possível ignorar esta intervenção, sob pena de questionar o de quanto de bom foi feito – e tanto foi! – ao longo deste cinquentenário em prol da especialidade.

Concretamente e sobre a actividade desta direcção eleita para o biénio 2009-2011, gostaria de, resumidamente, dividi-la em 3 grupos: formação, investigação, e investimentos.

O XXX Congresso Nacional de Gastrenterologia e Endoscopia Digestiva de 2010 decorreu em Junho, em Vilamoura, e foi presidido pelo Dr. Hermano Gouveia. O êxito do Congresso foi assinalável e ficou a dever-se inteiramente ao trabalho da comissão organizadora e científica, e aos participantes, bem como ao secretariado por todo o trabalho realizado.

A SPG realizou em Lisboa, em Janeiro de 2010, a Reunião Monotemática (Tema – Úlcera Péptica), da qual o responsável foi o Dr. Leopoldo Matos. A reunião decorreu com grande brilhantismo científico. Com igual brilhantismo decorreu, em Janeiro de 2011, em Coimbra, a reunião Monotemática, presidida pelo Dr. Hermano Gouveia (Tema – anti-inflamatórios e tubo digestivo).

A SPG esteve igualmente envolvida num conjunto de acções de formação, que decorreram na sede, nomeadamente com a realização dos chamados serões, em que intervieram diferentes serviços de Gastrenterologia da região da grande Lisboa, e que foram igualmente um sucesso, permitindo a partilha de conhecimentos com os internos da especialidade em formação. Agradecemos aos moderadores e aos diferentes Serviços que participaram activamente o empenho e a partilha do saber.

No que diz respeito à investigação, foram submetidos vários projectos de investigação, quer em 2010 quer em 2011, que foram analisados pela Comissão de Investigação presidida pelo Dr. José Cotter, a quem agradeço a análise dos projectos submetidos, agradecendo igualmente à Comissão de Ética, presidida pelo Prof. Diniz de Freitas, os respectivos pareceres.

Gostaria de salientar a criação da secção especializada denominada Grupo de Estudos Português do Intestino Delgado (GEPID) sendo seu 1º Presidente o Prof. Pedro Figueiredo.

Gostaria também de agradecer à FundaçãoAstraZeneca na pessoa do seu Presidente Sr. Alberto Aguiar as bolsas concedidas no valor de 10 000 euros em 2010 e 2011.

Relativamente ao GE – Jornal Português de Gastrenterologia, órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia e da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva e da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, importa referir que o seu problema principal é a não indexação na Medline. Os custos com o GE são muito elevados, tendo sido reduzidos em função de uma tiragem mais baixa. O GE está indexado naScielo Portugal. Um problema grave é o atraso na revisão dos artigos, pelo que se propôs uma limitação temporal efectiva. Apelamos a todos os serviços para que enviem artigos para publicação. Queria agradecer ao Prof. Rui Marinho a actividade desenvolvida neste âmbito, todo o seu empenho e dedicação.

O Centro Nacional de Registo de Dados em Gastrenterologia (CEREGA) tem como objectivo facilitar e apoiar o desenvolvimento de estudos cooperativos nacionais, visando contribuir para um melhor esclarecimento da realidade nacional. É necessário um apoio financeiro significativo da SPG para que seja possível criar um corpo operacional que seja remunerado em função da actividade desenvolvida. Este deve ser um ponto de reflexão que pode marcar a viragem na implementação deste tipo de estudos, sob pena de cairmos no vazio. Queria agradecer à Comissão de Coordenação do CEREGA, presidida pelo Prof. Rui Marinho, toda a actividade desenvolvida. Tendo cessado entretanto as suas funções, a Comissão Coordenadora actual do CEREGA é presidida pelo Dr. António Curado, que apresentou um plano estruturado de actividades para os próximos 3 anos.

Torna-se igualmente imperioso tornar o site mais apelativo; neste sentido é também importante que sejam feitos investimentos, e o Dr. Leopoldo Matos, responsável pela equipa de site, a quem agradecemos, não se tem poupado a esforços para que seja melhorado. Foram conseguidas novas fontes de financiamento, mas só investimentos mais avultados poderão tornar o site mais apelativo e funcional.

Em 2011 vai realizar-se a 1ª Semana Digestiva sob a presidência do Dr. Leopoldo Matos. Foi possível chegar até aqui, após a proposta inicial do Prof. Carlos Sofia, fruto do trabalho em equipa e de várias reuniões levadas a cabo para o efeito, tendo o Dr. Leopoldo Matos um papel activo muito importante, o que agradecemos.

A evolução social, económica, cultural, e os avanços tecnológicos levam-nos para outros patamares de exigência a que não podemos fugir. Os direitos e os deveres dos cidadãos, a cidadania, a ética, a segurança, a sustentabilidade, são pilares fundamentais que devemos ter em conta a cada momento de análise e decisão. A globalização coloca-nos importantes desafios quanto à equidade e a outros factores que afectam a saúde, reforçando a exigência de uma abordagem interdisciplinar coerente.

O que pretendemos ser daqui a 5, 10 anos? A esta questão podemos responder que desejamos ser uma sociedade coesa, promovendo a excelência na missão assistencial, pedagógica, científica e de investigação; devemos pugnar pela garantia de elevados níveis de eficiência clínica e organizacional, consolidar a competência e a excelência técnica formativa e de investigação. Esta visão é uma responsabilidade colectiva que começa na herança orgulhosa do passado, continua no presente e projecta-se para o futuro, utilizando o saber e a capacidade de transformação e de inovação dos gastrenterologistas.

Não posso terminar este breve e limitado texto sem agradecer a todos os membros da Direcção, Vice-Presidentes, Secretária-Geral e Vogais, sem excepção, a estreita colaboração, e o trabalho em equipa, que permitiram, na minha opinião, o cumprimento dos objectivos da Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia.

Gostaria igualmente de agradecer à Drª Isabelle Cremers, Presidente da Sociedade Portuguesa de Endoscopia Digestiva, ao Prof. Guilherme Macedo, Presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, e às várias Secções Especializadas da SPG, nas pessoas dos seus Presidentes, a estreita colaboração e a excelente relação entre as sociedades e as secções.