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Forum Sociológico

versão impressa ISSN 0872-8380versão On-line ISSN 2182-7427

Forum Sociológico  no.34 Lisboa jun. 2019  Epub 04-Ago-2021

https://doi.org/10.4000/sociologico.4820 

Artigos Originais

Entre as práticas e as políticas. O Programa Habitar Porto

Between practices and policies. Programme Habitar Porto

Aitor Varea Oroi 

Ana Pinheiroii 

Mariana Almeidaii 

iHabitar Porto, Porto, Portugal


Resumo

O artigo toma por base o trabalho do programa Habitar Porto, um agente do terceiro setor que, para democratizar o acesso à produção de habitação, procura inserir as respostas criadas na sociedade civil dentro de um enquadramento institucional estável. Este passo do “coletivo” ao “público” permite tornar as soluções sustentáveis no tempo e acessíveis a uma maioria, mas obriga a um constante e difícil trabalho realizado entre o dentro e o fora das instituições. A partir da reflexão sobre o percurso do Habitar Porto nos últimos dois anos, perspetivado a partir do trabalho de autores que analisaram os processos de articulação e inovação social, o texto visará ilustrar de que maneira concreta acontecem estes processos e apontará para as oportunidades e resistências que devem ser objeto de reflexão para tornar estas iniciativas mais eficazes.

Palavras-chaves: administração pública; sociedade civil; políticas de habitação; ilhas do Porto

Abstract

The article is based on the work of the programme Habitar Porto, a third sector agent that, in order to democratize access to housing production, seeks to insert the responses created in civil society within a stable institutional framework. This move from "collective" to "public" allows solutions to be sustainable over time and accessible to a majority, but it requires a constant and difficult work done between the inside and outside the institutions. Based on the reflection on the course of Habitar in the last two years, which will be framed on the work of authors who analyzed the processes of articulation and social innovation, the text will illustrate how these processes take place and will point out some opportunities and resistances that should be addressed in order to make these initiatives more effective.

Keywords: public administration; civil Society; housing policies; Porto islands

O problema da habitação

Housing is seen as the domain of experts like developers, architects, or economists (…) but the crisis is deeper than that. We see housing in a wider perspective: as a political-economic problem. The residential is political -which is to say that the shape of the housing system is always the outcome of struggles between different groups and classes. (Madden & Marcuse, 2016, p. 4)

Contexto atual. Como alargar os direitos sociais?

O acesso a uma habitação condigna é um direito consagrado pela Constituição portuguesa, tal como acontece com o direito a uma assistência sanitária universal e gratuita. Porém, dificilmente conseguiremos a efetivação do primeiro sem dotá-lo de infraestruturas semelhantes às que sustentam o segundo e da consciência pública que permite defendê-las.

Coloca-se então uma dúvida processual. Infraestruturas para dar resposta ao direito, ou consciência cidadã para defender a existência das mesmas? A pergunta sobre “por onde começar” para alterar (e articular) as respostas públicas ao dispor da sociedade é uma pergunta já clássica, perfeitamente sintetizada em palavras de Nuno Portas:

É uma típica questão de todas as fases de transição: a de saber por onde é que se começa. Se se começa pelos decretos e pelas leis ou se se começa por processos que alterem as condições e as relações de força, para que as leis sejam já a recolha dessas experiências e a sua necessária consolidação, no caso de serem boas e de a relação de forças ser favorável.(Portas, 1986, p. 637)

Um caso específico e umas perguntas mais abrangentes

O artigo toma por base o trabalho do Habitar Porto, uma iniciativa dinamizada por uma associação sem fins lucrativos que, partindo do pressuposto de que para diversificar o leque de beneficiários da habitação precisamos de diversificar o tipo de promotores, visa facilitar aos proprietários o acesso ao mundo profissionalizado da reabilitação urbana.

Pois que o Habitar não pretende apenas mostrar que fazer diferente é possível, mas também contribuir para que as respostas sejam sustentáveis no tempo e acessíveis a uma maioria suficiente; o programa trabalha com a convicção de que não há resposta satisfatória se ela não se insere dentro de um enquadramento institucional estável.

Este desejo de passar do “coletivo” ao “público” faz com que o Habitar trabalhe em articulação com diferentes níveis da Administração (Juntas de Freguesia [JF], Divisão Municipal de Urbanismo [DMU] e Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana [IHRU]). As oportunidades e os constrangimentos deste caso específico permitem responder a questões mais abrangentes.

A partir da reflexão sobre o percurso do Habitar nos últimos dois anos, o texto visará perceber quais são os contributos da sociedade civil para a matéria em discussão, que oportunidades e resistências se identificaram, e que papel tem ou poderia ter o poder público para permitir a mudança de paradigma necessária na área da habitação.

Tornar o problema público. Breve enquadramento teórico

In an unequal society, the people who have the means to start projects are the elites. ‘No’ is often the only thing that the relatively powerless are able to say that can be heard by those in power. (Madden & Marcuse, 2016, p. 188)

Do protesto à proposta

Um dos fatores que mais se destacam no atual debate público é a pressão cidadã e mediática à volta da dificuldade de acesso a uma habitação condigna. Não é descabido afirmar que esta crise do alojamento é decorrente de um conjunto de medidas de liberalização do mercado de habitação, que tiveram o seu auge nos anos pós-troika.

Esta situação conduziu a um crescente descontentamento em que o perigo reside na descredibilização de instituições e setores profissionalizados e na sua substituição por formas de participação direta da sociedade civil que, em certas manifestações de voluntariado ou empreendedorismo, terminam por branquear a retirada do poder público.

Contudo, seria erróneo tentar deslegitimar este descontentamento. É necessário perceber as suas razões e canalizá-lo para a construção de soluções justas e eficazes, a fim de promover uma transformação das instituições tal que consiga abordar problemas que, na atual configuração do poder público, tem dificuldades em resolver.

A harmonia dos elementos dissonantes

O papel-chave que o Estado tem na criação das regras vigentes no campo da habitação é reconhecido por autores como Bourdieu (2000), que descreve como os atores com mais peso (empresas, fundos de investimento) tentam (e conseguem) influenciar o poder público para tornar as normas mais favoráveis às suas caraterísticas próprias e adquirir posições de vantagem.

Porém, isto não é o mesmo que produzir alterações tendentes para a inovação institucional, tarefa para a qual, como defende Cels (2012), a Administração Pública não está bem equipada. Segundo Granovetter (1973), os atores que habitam na periferia do sistema são os mais capazes para assumir riscos e espalhar a inovação a segmentos mais abrangentes.

Autores como Laclau (2005) ou Latour (2005) defendem que este tipo de transformações requer re-ensamblar um conjunto a partir dos seus fragmentos, juntando demandas que antes estavam isoladas entre si. E isto exige refletir sobre alguns atores-chave com base nas suas identidades e regras, próprias ou atribuídas, que constroem para si entendimentos muito diferentes do problema.

Um ator (fr)ágil. Técnicas para a re-ensamblagem social1

É neste contexto que se enquadra a ação do Habitar, que pretende resolver as necessidades de alojamento dos inquilinos cuidando dos interesses dos proprietários, mobilizando financiamento disponível para reabilitação urbana a custos controlados e criando, com isto, trabalho qualificado para os profissionais.2

Surgida da sociedade civil, a iniciativa tem no seu pouco peso institucional e na dificuldade para definir, de maneira consensual, a sua missão (“promover uma transformação social a partir da habitação”) a sua maior força e a sua maior fraqueza, motivos pelos quais o programa se esforça por definir novos termos para o debate, balizando a sua ação a partir de três princípios:

    Ao longo das próximas duas epígrafes, vamos pormenorizar a maneira específica como o Habitar tem tentado promover uma formulação diferente dos problemas, capaz de identificar curto-circuitos no atual funcionamento do sistema, formular outra geografia para os problemas, atrair parceiros capazes de materializar soluções alternativas e promover um enquadramento institucional estável para as mesmas.

    Nada nasce com a sua própria forma. Cronologia do programa

    O Habitar inicia a sua atividade em abril de 2016, com base nos princípios referidos e ao abrigo de um protocolo com a Junta de Freguesia do Bonfim (JFB), considerado o ator essencial para outorgar legitimidade à iniciativa e ancorá-la à realidade do terreno. Enquadrada numa lógica de recursos escassos, esta aliança dura até à atualidade com benefícios mútuos para ambas as partes.

    A parceria formalizou-se com o formato de um gabinete de atendimento técnico, uma prática tipificada que podia ser aceite pela administração pública e que permitia ao Habitar auscultar as necessidades da população numa lógica de proximidade. Com o objetivo de exponenciar tanto os benefícios do formato como o abrigo institucional, desenvolveram-se duas estratégias:

      Práticas emergentes

      A duração do primeiro protocolo do Habitar foi de 6 meses, insuficientes para realizar projetos de arquitetura, menos ainda para materializá-los, com as agravantes de que o único programa existente na altura era o Reabilitar para Arrendar (RpA) e de que a dificuldade não residia apenas no encaminhamento para os programas, mas, acima de tudo, no acompanhamento dentro dos mesmos.

      Neste sentido, cabe ressalvar uma primeira dificuldade estruturante: a dificuldade de entregar projetos de arquitetura a gabinetes privados a partir de uma estrutura que, sendo do terceiro setor, trabalha ao abrigo do poder público. É esta uma questão de difícil resposta, cuja solução estará condicionada a um reposicionamento dos atores compatível com as reorganizações possíveis dos campos simbólico e burocrático.

      A consciência de precisar de mais margem para resolver estes problemas estruturantes fez com que este tempo fosse utilizado para desenvolver um conjunto de práticas que, fora da parceria inicial com a JFB, mas sem objeção da mesma, permitiram alargar o conjunto de parceiros interessados em prorrogar o protocolo e alterar o seu conteúdo. Podemos elencar brevemente um conjunto de princípios e estratégias utilizadas.

        Do terreno aos terrenos

        Em março de 2017 o programa é alargado em duas direções: por um lado, no âmbito territorial a Junta Freguesia de Campanhã (JFC) junta-se à rede de parceiros); por outro, no âmbito administrativo, onde se começa a explorar o espaço “entre” na relação das JFB e JFC e a DMU. Esta situação permite multiplicar a permeabilidade entre instituições e território:

          Esta nova fase serviu para identificar um segundo problema estruturante: às vezes o problema não é cumprir os regulamentos (dos programas de financiamento ou dos projetos necessários para usufruir deles), mas sim as burocracias associadas (sendo estas, por vezes, um fator de exclusão dos cidadãos com menos competência técnica ou poder para adquiri-la).

          Práticas consolidadas

          Segundo o sociólogo Tomás R. Villasante (1989), existem três principais maneiras de articular as redes sociais: a “populista” (confluência da Administração com os Grupos Informais), a “ciudadanista” (confluência dos Grupos Formais e dos Grupos Informais) e a “gestionista” (confluência dos Grupos Formais e da Administração).

          Com a assinatura do segundo protocolo e, incrementalmente (especialmente a partir das autárquicas de 2017), o Habitar começa a desenvolver uma prática ancorada no último grupo. Esta escolha não depende tanto da vontade (considera-se mais interessante a “ciudadanista”) mas antes da necessidade objetiva, que pode sintetizar-se nas seguintes razões:

            Assim, decide-se deixar cair certas parcerias e incorporar o seu conteúdo em práticas vinculadas e veiculadas por atores institucionais com os quais seria possível traduzir as preocupações individuais para uma gramática comum que, quando materializada, poderá cristalizar em soluções mais eficazes e acessíveis a uma maioria.

            Fatores externos, de natureza especialmente política, fazem com que o foco de ação comece a afunilar-se no caso específico das ilhas. A situação de emergência em que vivem estas populações e a incapacidade manifesta de dar resposta a todas as frentes faz com que se decida focar os contributos nesta frente.

            As práticas descritas em seguida são consequência lógica do que foi descrito:

              Figura 1.  Fonte:  Presença do Habitar nos diferentes terrenos Conjunto de imagens de autoria de Ana Pinheiro, Marta Paquete e Mira Fórum. 

              Figura 2.  Fonte:  Propostas de reabilitação de ilhas alavancadas pelas práticas do Habitar Conjunto de imagens de autoria de Aitor Varea Oro, Merooficina, Bernardo Amaral e Tiago Delgado. 

              Das práticas às políticas

              By a successful innovation process we basically mean, first, a changed practice a clear and tangible change from the way things were done in the past, and second, operational capacity to sustain the innovation as well as continued support from crucial stakeholders for the innovation. (Cels & Nauta, 2012, p. 5)

              Construir a forma da solução. Primeiros passos no Porto

              No momento de escrita destas linhas, os responsáveis do Habitar e o Município do Porto chegaram a um acordo para expandir parte do programa, criando uma estrutura que preste apoio aos proprietários de “ilhas” nas freguesias do Bonfim e de Campanhã, articulando as práticas de todos os atores envolvidos e acumulando e transmitindo conhecimento para uma ação mais eficaz dos técnicos. 4

              Desta maneira, cria-se uma ponte entre os desígnios do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) do Porto (criar novas ferramentas para permitir aos privados a dinamização do seu património) e as ferramentas criadas pelo Governo Central a partir da Nova Geração de Políticas de Habitação (NGPH) (nomeadamente, o programa 1.º Direito). Esta ponte passa por reconhecer a necessidade de acompanhar os proprietários no processo de requalificação, aumentando o parque de habitação acessível no município.

              Na base desta inovação, que consolidará as práticas identificadas pelo Habitar a partir de um contrato de cooperação por três anos entre o município e a FAUP (que faz parte da rede de parceiros criada), jaz um intenso trabalho de re-ensamblagem social, que tem por base uma atribuição diferente de papéis e de um novo discurso à volta do problema das ilhas.

              Importa destacar que, nesta tarefa de produção de sentido, não basta criar novos termos de debate. É imprescindível obter o consentimento de certos atores-chave que, por causa do seu prestígio e capital simbólico, legitimam as ideias lançadas. Para chegar a estes agentes, é imprescindível pensar em termos de práticas, atores e ações fora dos espaços consolidados.

              Estes atores podem ser muito divergentes entre eles, falar para vários públicos e utilizar meios de expressão diferentes. De facto, é essencial que assim seja para que estas novas ideias ocupem o lugar do “bom senso”. É possível dar alguns exemplos deste ascenso por capilaridade desde as necessidades sentidas no terreno até à sua entrada nas instituições:

                Prever a forma dos problemas. Desafios e ferramentas a explorar

                A solução descrita no ponto anterior cria uma resposta útil e pública à requalificação das ilhas, integrando, em simultâneo, parte das práticas perseguidas pelo Habitar desde o início da sua atividade (dando uma nova expressão, mais alargada, aos processos formativos). Contudo, o sucesso do programa estará condicionado a dois desafios que terão de ser resolvidos em simultâneo:

                  Aguardamos o desenvolvimento do futuro programa para perceber se os constrangimentos identificados podem ser atenuados pelo facto de a entidade promotora ser, nesta nova fase, uma entidade pública capaz de mobilizar outro tipo de articulações, discursos e legitimidades.

                  Conclusão: Regresso ao público

                  A habitação não contribuirá para um desenvolvimento social equitativo se a sua promoção não for impulsionada institucionalmente e articulada com o resto de políticas públicas.

                  Ao longo do texto temos tentado ilustrar de que maneira esta ação pode ser progressiva, deve outorgar protagonismos aos vários níveis da administração e precisa, por vezes, de catalisadores externos. Estas espoletas, pertencentes à sociedade civil, têm menor peso do que as instituições (o que as impede de sustentar as ações), mas possuem mais agilidade (que as coloca em posição mais favorável para identificar e propor iniciativas mais próximas das dinâmicas locais reais).

                  Neste sentido, a principal conclusão é que a estratégia do Habitar prova que para implementar uma solução técnica nova é precisa a criação prévia de um novo espaço técnico e político, e que este novo espaço surge com o objetivo de articular um conjunto de demandas que eram não só heterogéneas, mas, acima de tudo, provenientes de atores anteriormente antagónicos. A grande dificuldade reside em institucionalizar estas práticas sem perder a conexão com o território.

                  Como viabilizar que o passo das práticas às políticas seja um salto e não um passo atrás? Tentaremos dar resposta da maneira mais pragmática possível referindo, por um lado, as ferramentas que já existem no atual quadro legislativo e, por outro, os princípios que, retirados da nossa experiência, podem tornar mais robusta a sua implementação.

                  a) Ferramentas existentes ou previstas na NGPH úteis para permitir a permeabilidade entre sociedade civil e poder público

                  Os desafios identificados parecem apontar a necessidade de capacitar o debate cidadão e de pôr as instituições ao serviço da cidadania. Parece importante aproveitar os espaços abertos pela NGPH e colmatar algumas das suas lacunas. O impacto das políticas de habitação nas populações é diretamente proporcional a três fatores:

                    b) Quais os rumos que podem guiar a NGPH para ultrapassar as resistências existentes

                    É muito difícil que se avance sem maior investimento do Estado, mas é impossível que o sentido do progresso esteja em relação direta com a sociedade para a qual se trabalha se não se envolvem os vários níveis da Administração e se não se utilizam todas as ferramentas para ancorar as políticas na cidadania. Neste sentido destacamos:

                      Em segundo lugar, é necessário afinar a arquitetura institucional. Como se tratou de provar ao longo do texto, as instituições têm tanto poder para implementar este tipo de inovações como constrangimentos para o fazer. Nesta circunstância, os atores com mais liberdade de ação podem estar nos vários terrenos e facilitar a permeabilidade entre atores. Perante este cenário, identificamos duas possíveis linhas de ação:

                        A arquitetura é uma prática de caráter nitidamente coletivo. As pessoas sempre se juntaram para resolver os seus problemas em matéria de habitação e continuarão a fazê-lo. As fórmulas serão basicamente as mesmas: os tradicionais GTL ou as cooperativas de habitação encontram continuidade no gabinete de atendimento do Habitar e nas suas estratégias colaborativas.

                        O que muda é a maneira como se articulam os atores.

                        Cabe-nos trabalhar na criação de condições apropriadas para que as instituições sejam a garantia da estabilidade e da universalidade de acesso às soluções, da maneira mais apropriada para a natureza de cada território. A intervenção da sociedade civil é sempre desejável e necessária, mas pensamos que será um bom passo em frente tornar esta participação não apenas mais frequente como, principalmente, mais sustentável.

                        Referências bibliográficas

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                        1Uma aproximação mais pormenorizada ao trabalho do Habitar enquanto trabalho de ensamblagem social pode ser encontrado em Varea Oro & Travasso (2018)

                        2No momento de escrita destas linhas, o Habitar trabalha em quatro casos em diferentes fases (licenciamento, projeto de execução ou estudo prévio). Estas operações pretendem mobilizar cerca de 1 100 000€ de investimento público

                        4Ver Varea Oro & Vieira (2018).

                        3Extraído do contrato público entre o Município do Porto e o Habitar Porto

                        5Conceito retirado de Cortina (2017).

                        Recebido: 31 de Outubro de 2018; Aceito: 04 de Fevereiro de 2019

                        Aitor Varea Oro (aitorvarea@gmail.com). Habitar Porto. Rua Alves Redol, 407, 2.ºDto., 4050-043 Porto, Portugal.

                        Ana Pinheiro (anaacpinheiro@hotmail.com). Habitar Porto. Rua Alves Redol, 407, 2.ºDto.,4050-043 Porto, Portugal.

                        Mariana Almeida (mariana.ribeiro.almeida@gmail.com). Habitar Porto. Rua Alves Redol, 407, 2.ºDto., 4050-043 Porto, Portugal.

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