SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.12 número3Hiperplasia linfóide angiofolicular - Doença de Castleman - do mediastino: Apresentação de um caso clínicoA propósito de um caso de imunodeficiência comum variável: Revisão das hipogamaglobulinemias índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Revista Portuguesa de Pneumologia

versão impressa ISSN 0873-2159

Rev Port Pneumol v.12 n.3 Lisboa maio 2006

 

Ventilação mecânica e obstinação terapêutica ou distanásia, a dialéctica da alta tecnologia em medicina intensiva

 

Mechanical ventilation and medical futility or dysthanasia, the dialectic of high technology in intensive medicine

 

Filipe Monteiro*

 

Resumo

Distanásia ou qualquer um dos seus sinónimos é uma consequência do excesso terapêutico em relação ao prognóstico esperado. A obstinação terapêutica é um dos dilemas éticos mais angustiantes no quotidiano de medicina intensiva, apesar de a sua apreciação encontrar um suporte normativo em várias instituições e organizações.

A manutenção ou não suspensão da ventilação mecânica numa determinada circunstância de fim de vida pode ser considerado como um exemplo paradigmático de obstinação terapêutica.

A compreensão desta postura passa pela análise e reflexão do acto médico à luz de alguns conceitos ético-filosóficos.

Palavras-chave: Ética, obstinação terapêutica, distanásia, medicina intensiva.

 

Abstract

Dysthanasia or any of its synonyms is a consequence of excessive technical science, without any reasonable chance of achieving a therapeutic benefit for the patient.

 Medical futility is a distressing ethical dilemma of intensive care medicine. Its recognition has led to a precept support in various institutions and organizations.

Not withdrawing or withholding mechanical ventilation in certain circumstances can be considered as a paradigmatic model of medical futility.

The understanding of this posture implies a philosophical approach and reflexion of medical practice.

Key-words: Ethics, medical futility, dysthanasia, intensive medicine.

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

Bibliografia

1. Simonds, AK. Ethics and decision making in end stage lung disease. Thorax 2003; 58: 272-277.        [ Links ]

2. Watcher, RM, Luce, JM. Respiratory failure from severe Pneumocystis carinii pneumonia: entering the third era. Chest 1994;106:1313-1315.

3. Hawley PH, et al. Decreasing frequency but worsening mortality of acute respiratory failure secondary to AIDS-related Pneumocystis carinii pneumonia. Chest 1994; 106: 1456-1459.

4. Bozzette SA et al. Length of stay and survival after intensive care for severe Pneumocystis carinii pneumonia: a prospective study. Chest 1992; 101: 1404-1407.

5. Groeger JS et al. Multicenter outcome study of cancer patients admitted to the intensive care unit: a probability of mortality model. J Clin Oncol 1998; 16: 761-770.

6. Rubenfeld GD, Crawford SW. Withdrawing life support from mechanically ventilated recipients of bone marrow transplants: a case for evidence-based guidelines. Ann Intern Med 1996;125: 625-633.

7. Saydain G, et al. Outcome of patients with idiopathic pulmonary fibrosis admitted to the intensive care unit. Am J Respir Crit Care Med 2002; 166: 839-842.

8. Stern JB, et al. Prognosis of patients with advanced idiopathic pulmonary fibrosis requiring mechanical ventilation for acute respiratory failure. Chest 2001; 120: 213-219.

9. Nava S, et al. Survival and prediction of successful ventilator weaning in COPD patients requiring mechanical ventilation for more than 21 days. Eur Respir J 1994; 7: 1645-1652.

10. Vincent JL. Foregoing life support in western European intensive care units: the results of an ethical questionnaire. Crit Care Med 1999; 27 (8): 1626-1633.

11. Cowley LT, Young E, Raffin TA. Care of the dying: an ethical and historical perspective. Crit Care Med 1992; 20 (10): 1473-1482.

12. Platão. Fédon (Trad. de T. S. Azevedo. Coimbra: Livraria Minerva, 1998: 130).

13. Fernandes B. Ética e Valores Humanos. Revista da Ordem dos Médicos 1991: 6-8.

14 Biscaia J. Qualidade de vida em vida com limites. Acção Médica 1992; 3:  5-14.

15. «Catecismo da Igreja Católica». Gráfica de Coimbra, 1993. parágrafos 2277-2279: 486-487.

16. Igreja Católica, Papa João Paulo II. O Evangelho da Vida. Lisboa: Editora Rei dos Livros 1995: 115.

17. Gil J.  Portugal, hoje: o medo de existir. Lisboa: Relógio d’Água Editores 2004: 78-79.

18. Antunes A, Estanqueiro A, Vidigal M. Filosofia. Lisboa: Editorial Presença 2000: 149.

19. Morin, E. Reformar o Pensamento. Lisboa: Instituto Piaget, 1999: 61.

20. Santos L. Ética da investigação biomédica: módulo IX. Lisboa: Fac Med Lisboa 2000-2001. II Mestrado em Bioética. p. 1.

21. Vasconcelos P. A relação típica do doente com o médico: módulo IV. Lisboa. Fac Med Lisboa 2000-2001. II Mestrado em Bioética, p. 6.

22. Pinto VF. Saúde para todos. Apelação: Edições Paulus, 1999: 233.

23. «Informações ao Cidadão. Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes» [online].  Disponível na World Wide Web em: <www.dgsaude.pt>.

24. Becker E. A negação da morte. 2.ª edição. Rio de Janeiro: Editora Record, 1995: 79.

25. Almeida JR. Vida e morte: sentido e esperança. Porto: Edições Salesianas, 1989: 27-29.

 

 

* Assistente Hospitalar Graduado no Serviço de Pneumologia do Hospital de Santa Maria, Lisboa. Mestre em Bioética.

 

Recebido para publicação/received for publication: 06.03.08

Aceite para publicação/accepted for publication: 06.03.30