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Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health

Print version ISSN 0873-3015On-line version ISSN 1647-662X

Mill  no.esp6 Viseu Nov. 2020  Epub Nov 30, 2020

https://doi.org/10.29352/mill0206e.03.00345 

Educação e desenvolvimento social

Instituição, escola, futuro e satisfação com a vida sob a perspetiva de jovens institucionalizados

Institution, school, future and satisfaction with life under the perspective of institutionalized young people

Institución, escuela, futuro y satisfacción con vida bajo la perspectiva de los jóvenes institucionalizados

Andresa Silva1 

Susana Fonseca2 

Maria João Amante2 

1 Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Educação, Viseu, Portugal

2 Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Educação, Departamento de Psicologia e de Ciências da Educação, CI&DEI, Viseu, Portugal


Resumo

Introdução:

O bem-estar e desenvolvimento integral da criança/jovem institucionalizado é hoje uma prioridade e toda a legislação envolvente é imprescindível de modo a garantir-lhes os seus direitos.

Objetivos:

Compreender como os jovens institucionalizados de uma instituição da zona centro do país se posicionam ao nível da instituição, escola, perspetivas de futuro e da sua satisfação com a vida.

Métodos:

Trata-se de uma investigação de cariz qualitativa, utilizando um Instrumento de Inquérito por Questionário e uma Escala de Satisfação com a Vida (Satisfaction With Life Scale (SWLS)) sendo esta traduzida e aferida para a população portuguesa pelo autor Simões (1992). O presente estudo, contou com uma amostra de 11 sujeitos institucionalizados com idades entre os 11 e os 22 sendo 5 do género feminino e 6 do género masculino.

Resultados:

Conclui-se que os jovens consideram que a instituição trabalha em prol do que gostam e, em termos escolares consideram que é um meio propício para um melhor futuro. Referente às perspetivas de futuro concluiu-se que têm definidos os seus objetivos de vida. Para a satisfação com a vida aferiu-se que mais de metade dos inquiridos se sentem satisfeitos com a sua vida.

Conclusão:

Os jovens, em estudo, valorizam a sua instituição e a escola, têm perspetivas de futuro relacionadas com aspetos profissionais e sentem-se satisfeitos com a vida.

Palavras-Chave: jovens; institucionalização; escola; futuro; satisfação com a vida

Abstract

Introduction:

We are increasingly emphasizing the well-being and integral development of the child / young person, and all the surrounding legislation is essential in order to guarantee their rights.

Objectives:

To understand how institutionalized young people from an institution in the central part of the country position themselves at the level of the institution, school, prospects for the future and their satisfaction with life.

Methods:

This is a qualitative investigation, using a Questionnaire of Inquiry Instrument and a Satisfaction With Life Scale (SWLS), which was translated and measured for the Portuguese population by the author Simões (1992 ). The present study had a sample of 11 institutionalized subjects aged between 11 and 22, 5 of whom were female and 6 were male.

Results:

It is concluded that young people consider that the institution works in favor of what they like and, in school terms, they consider it a conducive means for a better future. Regarding the prospects for the future, it was concluded that they have defined their life goals. For satisfaction with life, it was found that more than half of the respondents feel satisfied with their life.

Conclusion:

Young people, in study, value their institution and the school, have prospects for the future related to professional aspects and feel satisfied with life.

Keywords: young; institutionalization; school; future; satisfaction with life

Resumen

Introducción:

Cada vez hacemos más hincapié en el bienestar y el desarrollo integral del niño / joven, y toda la legislación que lo rodea es fundamental para garantizar sus derechos.

Objetivos:

Comprender cómo los jóvenes institucionalizados de una institución del centro del país se posicionan a nivel de la institución, la escuela, las perspectivas de futuro y su satisfacción con la vida.

Métodos:

Se trata de una investigación cualitativa, utilizando un Instrumento Cuestionario de Indagación y una Escala de Satisfacción con la Vida (SWLS), que fue traducido y medido para la población portuguesa por el autor Simões (1992). El presente estudio contó con una muestra de 11 sujetos institucionalizados con edades comprendidas entre los 11 y los 22 años, de los cuales 5 eran mujeres y 6 hombres.

Resultados:

Se concluye que los jóvenes consideran que la institución trabaja a favor de lo que les gusta y, en términos escolares, la consideran un medio propicio para un futuro mejor. En cuanto a las perspectivas de futuro, se concluyó que han definido sus metas de vida. Para la satisfacción con la vida, se encontró que más de la mitad de los encuestados se sienten satisfechos con su vida.

Conclusión:

Los jóvenes, en estudio, valoran su institución y la escuela, tienen perspectivas de futuro relacionadas con aspectos profesionales y se sienten satisfechos con la vida.

Palabras clave: jóvenes; institucionalización; colegio; futuro; satisfacción con la vida

Introdução

A escolha deste tema teve por base a pertinência e o interesse em analisar a perceção de futuro dos jovens institucionalizados e, ao mesmo tempo, perceber os seus níveis de satisfação com a vida dentro da instituição, tendo como público-alvo crianças/jovens de uma instituição da zona centro do país. Conhecer os níveis de satisfação com a vida permite delinear uma melhor intervenção da instituição, fornecer pistas para os técnicos e potenciar uma melhor integração e autonomia das cirnaças/jovens.

Foi delineada uma investigação de cariz qualitativo para responder ao objetivo geral de compreender como os jovens institucionalizados da zona centro do país se posicionam ao nível da instituição, escola, perspetivas de futuro e da sua satisfação com a vida. Foram ainda definidos os seguintes objetivos específicos: (1) Identificar a qualidade das relações entre os jovens e o pessoal auxiliar/técnicos; (2) Identificar o conhecimento e a participação dos jovens nos seus projetos de vida; (3) Perceber se a instituição trabalha em prol do que os jovens realmente “sonham”; (4) Conhecer eventuais mudanças institucionais propostas pelos jovens; (5) Conhecer a definição de escola para os jovens; (6) Perceber as preferências de atividades escolares junto dos jovens; (7) Identificar a importância que a escola tem para os jovens; (8) Conhecer a importância que os jovens atribuem à experiência escolar como meio para alcançar as perspetivas futuras; (9) Perceber se os jovens falam na instituição sobre as suas perspetivas de futuro; (10) Conhecer as perspetivas de futuro dos jovens; (11) Perceber como pensam alcançar as perspetivas de futuro; (12) Identificar alteração de sonhos; (13) Conhecer o conceito de satisfação com a vida dos jovens; (14) Analisar o grau de satisfação com a vida dos jovens dentro da instituição.

1. Enquadramento teórico

1.1 A Institucionalização como Meio de Autonomização: Projeto de Vida

A autonomia estabelece-se na relação tríade entre a construção da autonomia do indivíduo, a conquista da sua liberdade e, em simultâneo na aquisição da sua independência (Sousa, 2015). Contemplando a Lei de Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (Lei n.º147/99), e partindo de uma intervenção subsidiária tal como mencionado no artigo 4.º, alínea k, considera-se que a medida “Acolhimento Residencial” presente no artigo 35.º é quase das últimas a adotar uma vez que as anteriores não garantiram efetivamente a proteção da criança/jovem (Lei n.º142/2015). Deste modo a institucionalização não pode ser encarada como a única hipótese em colmatar uma falha mas antes como um meio de “proteção, confiança, segurança, estabilidade, inclusão, solidariedade, autonomia e responsabilidade” (Carvalho & Cruz, 2015) com o objetivo de garantir às crianças/jovens os cuidados a que têm direito (Batista, Brites, Cordeiro & Ribeiro, 2016). Uma das principais funções das instituições é a elaboração dos projetos de vida que resulta de um trabalho multidisciplinar entre os tribunais e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ). Sendo estes cruciais pois contemplam atividades de iniciativa ao sujeito, englobando ao mesmo tempo pequenas tarefas de dia-a-dia bem como realizações mais complexas fundamentais para a vida adulta (Little, 1983, cit. por Batista et al., 2016). Para o Instituto da Segurança Social (s.d.) é de demonstrar ainda que, agregado ao processo de acolhimento, pressupõem-se a realização de um diagnóstico da criança/jovem de uma forma interdisciplinar (“médico, psicológico, social e jurídico” (p.102)), tal diagnóstico crucial à boa definição dos projetos de vida contemplando sempre a opinião da criança/jovem, tal como definido no artigo 84.º da Lei n.º147/99, desde que tenha idade/maturidade para tal participação (Lei n.º142/2015).

Segundo dados do Relatório CASA 2017, é verificável que no que diz respeito aos projetos de vida, existiram 6.974 crianças/jovens com os seus projetos de vida definidos, sendo que no ano de 2016 existiam

7.412 projetos definidos (Instituto da Segurança Social, 2017). Dentro do ano de 2017, é demonstrado que destes projetos de vida, 2.640 são direcionados para as questões de autonomia dos jovens, 2.512 para a reintegração na família nuclear e 673 remetidos para a adoção (Instituto da Segurança Social, 2017).

Claro está, como a institucionalização é encarada como um meio de autonomização e de proteção de crianças e jovens em perigo, cada vez mais se defende que para além desta resposta dever-se-ia apostar cada vez mais em estruturas residenciais de modo a ser possível retardar a institucionalização (EAPN, 2017). Gradualmente tem-se vindo a verificar a adesão aos apartamentos de autonomização de modo a contornar a institucionalização dos jovens pelo que segundo dados do Relatório CASA no ano de 2016 existiam 63 e, no ano de 2017 existiam 79, havendo um acréscimo de 16 novos apartamentos (Instituto da Segurança Social, 2017).

1.2 Perspetiva de Futuro e Satisfação com a Vida em Contexto Institucional

Remetendo para as crianças/jovens institucionalizadas e, tal como é demonstrado pela UNICEF (1990) no artigo 3, “todas as decisões (…) adoptadas por instituições pública ou privadas de protecção social, por tribunais, autoridades administrativas ou órgãos legislativos, terão primacialmente em conta o interesse superior da criança” (p.6).

Neste sentido, Paiva (2015) demonstra que a perceção dos termos de espaço e tempo são fundamentais para a compreensão da existência do Homem, que com o avançar dos tempos tem vindo a ser explorado através de teorias e avanços em diferentes áreas científicas. Deste modo, o espaço remete-nos para uma realidade específica e limitada, “uma vez que inclui a noção dos limites materiais onde o Homem se insere, correspondendo ao local físico em que os eventos ocorrem” (Paiva, 2015, p.36). Já a perceção de tempo, remete para um conceito mais vasto e mais difícil de mensurar, pelo que a noção do termo é “abstracta, intuitiva e subjectiva” (Paiva, 2015, p.36), o qual é encarado como uma ferramenta que permite calcular os acontecimentos, de um forma organizada e limitada em unidades de medida, como é o caso dos anos, dos meses, dos dias, das horas, dos minutos e dos segundos . Deste modo é de referenciar que esta noção de tempo tem sido analisada sobre três dimensões distintas: passado (referente a memórias já vividas), presente (remetido para o aqui e agora) e futuro (direcionado para expectativas ainda não ocorridas) (Paiva, 2015). É neste âmbito que o fator da motivação é essencial, uma vez que quando uma pessoa tem motivação em organizar o seu presente, empenhando-se em ações específicas, consegue-as realizar sobre uma perspetiva de concretizar os seus projetos de futuro (Carvalho & Cruz, 2015). Complementando para os autores Velarde e Martínez (2008), as perspetivas de futuro são encaradas como uma criação de uma representação mental do seu futuro no presente e, em simultâneo uma articulação com as suas metas, podendo estas serem a curto, médio e a longo prazo.

Analisando a questão das perspetivas de futuro com as crianças e jovens institucionalizadas, para os autores Velarde e Martínez (2008), a conjugação dos sonhos dos jovens com a vivência numa instituição, influencia não só as suas condições de vida como os projetos que os jovens tendem a fazer face ao futuro. Corroborando e segundo Henriques (2008, cit. por Mota & Oliveira, 2017) os jovens institucionalizados demonstraram expectativas de futuro reduzidas e pouco estruturadas, devido à pouca perceção que têm face ao seu suporte social. Segundo Bowlby (1988, cit. por Mota & Oliveira, 2017) esta situação deve-se uma vez que as escolhas para o futuro mais estruturadas e coerentes, são intimamente influenciadas pela relação estabelecida com as figuras primordiais, visto que moldam comportamentos e criam modelos internos no indivíduo, facto que é mais difícil acontecer dentro das instituições. Contrapondo, e face ao estudo realizado por Dell’Aglio (2010), os jovens institucionalizados demonstraram terem estabelecidos objetivos de vida e percecionarem coerentemente o seu futuro, demonstrando em simultâneo, níveis elevados de satisfação, devendo-se ao facto de no presente terem respostas ao nível do seu bem-estar e, boas condições de vida.

Com isto, e fazendo a ponte das perspetivas de futuro para a satisfação com a vida em contexto institucional foi apurado que apesar da ausência de figuras primordiais se, a criança/jovem estiver satisfeito com a sua vida, mais fácil será perspetivar o seu futuro. Assim, importa especificar que a satisfação com a vida é perspetivado através de uma avaliação global que o próprio faz acerca do seu percurso, analisando dimensões específicas e níveis de satisfação num todo (Reverendo, 2011). Para Pavot, Diener, Colvin e Sandvik (1991) a satisfação com a vida é encarada como um julgamento que o indivíduo realiza individualmente avaliando a qualidade da sua vida, com base nos seus próprios critérios/crenças.

Com isto, o presente estudo pretende dar respostas aos seguintes objetivos estabelecidos:

(1) Identificar a qualidade das relações entre os jovens e o pessoal auxiliar/técnicos;

(2) Identificar o conhecimento e a participação dos jovens nos seus projetos de vida;

(3) Perceber se a instituição trabalha em prol do que os jovens realmente “sonham”;

(4) Conhecer eventuais mudanças institucionais propostas pelos jovens;

(5) Conhecer a definição de escola para os jovens;

(6) Perceber as preferências de atividades escolares junto dos jovens;

(7) Identificar a importância que a escola tem para os jovens;

(8) Conhecer a importância que os jovens atribuem à experiência escolar como meio para alcançar as perspetivas futuras;

(9) Perceber se os jovens falam na instituição sobre as suas perspetivas de futuro;

(10) Conhecer as perspetivas de futuro dos jovens;

(11) Perceber como pensam alcançar as perspetivas de futuro;

(12) Identificar alteração de sonhos;

(13) Conhecer o conceito de satisfação com a vida dos jovens;

(14) Analisar o grau de satisfação com a vida dos jovens dentro da instituição.

2 Métodos

2.1 Participantes

Participaram no presente estudo 11 jovens, com idades entre os 11-22 anos (M=15.82) pertencentes a uma instituição da região centro do país. Destes, 5 eram do género feminino e 6 do masculino. No que concerne ao ano de escolaridade: um frequenta o 5.ºano, um o 6.º ano, dois o 7.ºano, um o 9.ºano, dois o 10.ºano, três o 12.ºano e um o ensino superior. Estando cinco jovens em cursos profissionais, nas seguintes áreas: dois em restauração, um em organização de eventos, um em saúde e um em desporto. A instituição acolhe 23 jovens, dos quais 11 participaram porque dos restantes um tinha cinco anos, cinco apresentavam limitações cognitivas e seis negaram a participação no estudo.

2.2 Instrumentos

Satisfaction With Life Scale (SWLS), originalmente desenvolvida por Diener, Emmons, Larsen, e Griffin (1985), sendo que na presente investigação se utilizou a validação realizada por Simões (1992): avaliou o bem- estar subjetivo dos indivíduos. A escala é composta por cinco itens (e.g., A minha vida parece-se, em quase tudo, com o que eu desejaria que ela fosse). As respostas foram avaliadas numa escala de Likert de 5 pontos, pontuada de 1 (discordo muito) a 5 (concordo muito). O instrumento validado demonstrou uma boa consistência interna (Coeficiente Alfa de Cronbach de 0,87) e o teste-reteste teve um intervalo de dois meses entre cada aplicação, tendo demonstrando uma boa fidedignidade (0,82).

Inquérito por Questionário: constituído por questões de resposta não estruturada, e dividido em quatro secções: (1) Dados Sociodemográficos: idade, género, ano de escolaridade; (2)Instituição (e.g., Como defines as tuas relações com os restantes jovens); (3) Escola (e.g., Consideras que a escola é um meio para t proporcionar um futuro melhor? Justifica); e (4) Perspetivas de Futuro (e.g., O que pretendes fazer no futuro).

2.3 Procedimento

Foram estabelecidos distintos contactos com instituições, de modo a ser possível a autorização da implementação do estudo. Das 6 instituições contactadas (maioritariamente da zona norte do país), apenas foi obtida resposta positiva de uma (do centro do país). De referir que a amostra selecionada foi de conveniência, através de conhecimentos por parte da autora.

Posteriormente foi elaborado um consentimento informado direcionado à instituição, de modo a autorizar a recolha de dados bem como demonstrar os objetivos do estudo e, garantir as questões de anonimato e confidencialidade, salvaguardando informações pessoais a que o estudo terá acesso.

Assim e de modo a que este instrumento não fosse alvo de erros, foram realizados pré-testes, de modo a aferir eventuais dificuldades de compreensão do pretendido. Assim, tal como exige um pré-teste, deve ser implementado em indivíduos o mais similar possíveis com a amostra, pelo que a autora, implementou junto de jovens com idades compreendidas entre os 12 e 16 anos de idade. Graças a esta implementação, foi possível proceder a alterações sobretudo a nível gramatical, de modo a facilitar a compreensão por parte dos inquiridos.

Após a autorização da direção da instituição o diretor juntamente com a psicóloga, distribuíram os instrumentos de inquérito pelos jovens, tendo tido esta recolha a duração de quatro semanas, aproximadamente. É de referir que aos jovens, antes do preenchimento do questionário, lhes foi demonstrado o direito a não participar, se assim o desejassem. É de mencionar que o presente instrumento foi auto- administrado.

De salientar que foram asseguradas as questões éticas no que diz respeito à investigação, uma vez que para a participação neste género de estudos, os indivíduos devem ser informados quer dos objetivos quer da finalidade do estudo, sendo-lhe explicado em que consiste a sua participação e a sua importância.

2.4 Análise de dados

As informações recolhidas foram objeto de análise de conteúdo categorial com a utilização do software Nvivo, versão 11. Assim, procedeu-se à codificação tendo sido escolhido como unidade de registo o tema e como regra de enumeração a frequência. O modo de categorização utilizado foi o temático (Mucchielli, 1972), tendo sido as categorias selecionadas à posteriori após leitura “flutuante” das respostas (Bardin, 2015).

Já os dados recolhidos através da Escala de Satisfação com a Vida (SWLS), foram tratados com recurso à análise descritiva (médias), através do software SPSS (v.25).

3. Resultados e discussão

Dos resultados obtidos e, uma vez que a presente investigação, foi realizada sob ponto de vista de Análise de Conteúdo, estabeleceram-se 5 dimensões em estudo: “Relacional”, “Institucional”, “Escolar”, “Perspetivas de Futuro” e “Satisfação com a Vida”.

Sobre a dimensão “Relacional” criaram-se duas subcategorias denominadas por: “Relações entre jovens” e “Relações com o pessoal auxiliar”, sendo que da primeira foi possível apurar que mais de metade dos inquiridos aponta que as relações entre eles são boas sendo tal facto, um verdadeiro promotor para um desenvolvimento positivo tanto a nível pessoal como social, auxiliando numa construção adequada ao nível da autonomia (Mota & Oliveira, 2017). Já das relações com o pessoal auxiliar, criaram-se as subcategorias: “Boas”, “Seletivas”, “Tendo por base valores” e, “Mais ou menos”. Dos resultados obtidos foi possível concluir que os jovens conseguem estabelecer relações de afeto entre eles e para com as pessoas que lá trabalhavam, sendo tais relações fundamentais, uma vez que, funcionários acabam por ser modelos identificativos.

Para a dimensão institucional, pretendeu-se analisar em que medida os jovens tinham conhecimento e participavam nos seus projetos de vida, pelo que ao nível do conhecimento apurou-se que apenas 1 (9,1%) respondeu que não tinha conhecimento sobre esse assunto. Os restantes (90,9%) demonstraram ter conhecimento, sendo tal facto fundamental visto ser um planeamento da sua vida na instituição e um auxílio na sua desinstitucionalização. Já ao nível da participação obteve-se 9 respostas “Sim” (81,8%) e, 1 resposta “Não” (9,1%). Sendo os projetos de vida uma ferramenta orientadora do percurso dos jovens, a sua participação é imprescindível porque é fundamental delinear um projeto o mais próximo possível aos interesses da criança/jovem, visto serem eles os principais atores da sua vida. Já para a dimensão escolar e tendo sob ponto de vista os objectivos “Conhecer a definição de escola para os jovens” e “Perceber as preferências de atividades escolares junto dos jovens”, obtiveram-se os seguintes resultados (tabela 1):

Tabela 1 Categorização referente aos objetivos “Conhecer a definição de escola para os jovens” e “Perceber as preferências de atividades escolares junto dos jovens” 

Categorias Subcategorias N.º de Referências
Definição da escola que frequenta Boa 8 (50%)
Fracas infra-estruturas 7 (43,75%) 16
Seca 1 (6,25%)
Gostar mais de fazer na escola Convívio 6 (42,9%) 14
Vocacional 7 (50%)
Tudo 1 (7,1%)

Da pergunta “Como defines a tua escola?” inerente à categoria “Definição da escola que frequenta”, as respostas obtidas categorizaram-se em “Boa” (50%), “Fracas infra-estruturas” (43,75%) e, “Seca” (6,25%).

Posteriormente, e quando questionados: “Para ti, faz sentido estudar?”, obtiveram-se as seguintes respostas: 10 inquiridos responderam “Sim” (90,9%) e 1 inquirido respondeu “Não” (9,1%). Seguidamente da questão “De tudo o que aprendes na escola consideras que isso é importante para ti?”, obteve-se como percentagem de 100% a resposta “Sim”. Da análise percebeu-se que a generalidade dos inquiridos considera importante estudar para conseguirem alcançar um futuro melhor e melhores condições de vida.

Seguidamente, sobre a dimensão “Perspetivas de Futuro” e referente ao objetivo “Perceber se os jovens falam na instituição sobre as suas perspetivas de futuro” obtiveram-se 8 respostas “Sim” (72,73%) e 3 respostas “Não” (27,27%).

Para os objetivos “Conhecer as perspetivas de futuro dos jovens” e “Perceber como pensam alcançar as perspetivas de futuro”, delimitaram-se as seguintes categorias: “Pretende fazer no futuro” e “Forma de alcançar esse objectivo de vida”. Assim, da categoria “Pretende fazer no futuro”, através das respostas delinearam-se as seguintes subcategorias: “Profissões” (76,47%), “Autonomia” (11,76%) e “Incerteza” (11,76%).

Quando questionados “E como pensas alcançar esse teu objetivo?” referente à categoria “Forma de

alcançar esse objetivo de vida”, obtiveram-se as seguintes subcategorias: “Estudos” (46,16%), “Persistir” (38,46%) e “Autonomização” (15,38%). Na subcategoria “Estudos” os sujeitos demonstraram o desejo de prosseguir os estudos de modo a ser possível um melhor emprego e um melhor salário. Na subcategoria “Persistir”, os respondentes apresentaram respostas na ordem da não desistência, como por exemplo “Não desistir”. Já na subcategoria “Autonomização”, os jovens apresentam a vontade de se autonomizarem para à posteriori abandonarem a instituição. Tal como demonstrado na revisão da literatura o autor Carvalho e Cruz (2015) afirma que para que os indivíduos consigam perspetivar e concretizar projetos para o seu futuro, devem estar motivados e com os objetivos bem definidos, tal como os inquiridos desta investigação revelam estar. Para além disso é de realçar ainda que tanto a sociedade como a instituição têm um papel fundamental de suporte aos jovens no que diz respeito à sua autonomização, uma vez que é imprescindível promover nos jovens “o desenvolvimento da personalidade (…) e, a criação de condições para a sua efectiva integração na vida activa (…)” (Constituição da República Portuguesa, 2005, p.25).

Por último, na dimensão designada de “Satisfação com a vida” inerente ao objetivo “Conhecer o conceito de satisfação com a vida dos jovens” da questão “Para ti, o que significa “satisfação com a vida”?”, criaram-se as seguintes subcategorias: “Satisfação actual” (50%), “Concretizações” (35,7%) e “Não sei” (14,3%). Destas é possível constatar que para a generalidade, a satisfação com a vida é quando nos sentimos satisfeitos com o que temos e sentimo-nos felizes com a vida atual. Sobre a subcategoria das “Concretizações”, as respostas mais obtidas é sobretudo em ter casa, trabalho e objetivos concretizados. Segundo a literatura, satisfação com a vida assenta numa avaliação global que o indivíduo realiza sobre o seu percurso, analisando dimensões específicas e níveis de satisfação num todo (Reverendo, 2011).

Procurando perceber melhor a dimensão subjacente à satisfação com a vida dos jovens, foram recolhidos dados através da Escala de Satisfação com a Vida (SWLS). De seguida procurar-se-á apresentar e analisar estes dados (Tabela 2).

Tabela 2 Média aritmética das respostas obtidas na SWLS (N=11) 

Indivíduos Média
1 3,8
2 1,8
3 3,6
4 1,8
5 1,4
6 1,4
7 3,8
8 4,6
9 1,6
10 3,4
11 2,8

Sob um olhar geral, e tendo por base o valor médio de 2,5, é de constatar que 6 inquiridos (54,5%) têm satisfação com a vida acima do valor médio, sendo que 5 dos inquiridos (45,5%) apresentam valores médios abaixo de 2,5, revelando-se pouco satisfeitos para com a vida.

Dos resultados obtidos, é possível corroborar as conclusões de Carvalho e Cruz (2015), uma vez que a instituição revela proporcionar aos jovens condições de diferentes ordens como ao nível da alimentação, lazer, vestuário e autonomia. Graças a esta resposta os níveis de satisfação nestes âmbitos tendem a ser mais significativos tal como fora obtido.

De modo a aprofundar mais a presente ferramenta, considerou-se pertinente fazer uma análise item por item (referente à escala), de modo a perceber qual deles é considerado como menos ou mais significativo para os inquiridos. Assim, em análise encontram-se os seguintes itens: “A minha vida parece-se, em quase tudo, com o que eu desejaria que ela fosse”, “As minhas condições de vida são muito boas”, “Estou satisfeito com a minha vida”, “Até agora, tenho conseguido as coisas importantes da vida, que eu desejaria” e, “Se eu pudesse recomeçar a minha vida, não mudaria quase nada”.

Tabela 3 Média Aritmética das Afirmações da SWLS 

Questão Média
A minha vida parece-se, em quase tudo, com o que eu desejaria que ela fosse 2,27
As minhas condições de vida são muito boas 3,09
Estou satisfeito com a minha vida 2,91
Até agora, tenho conseguido as coisas importantes da vida, que eu desejaria 2,73
Se eu pudesse recomeçar a minha vida, não mudaria quase nada 2,64

Na tabela 3 é verificável que os valores entre afirmações não são demasiado discrepantes, mas é de realçar a afirmação “As minhas condições de vida são muito boas”, que obteve uma média superior relativamente às outras. Daqui é possível retirar que, apesar das crianças/jovens não estarem em contexto familiar mas sim institucional, reconhecem que o ambiente em que estão inseridos é satisfatório, uma vez que à instituição compete responder às necessidades básicas dos indivíduos, proporcionando-lhes um ambiente benéfico para o seu desenvolvimento integral (Lei n.º142/2015). É da competência também da instituição promover aos jovens um ambiente o quanto tanto possível similar com o de família, de modo a que a criança/jovem nunca mais torne a estar exposto ao perigo que estava antes de dar entrada na instituição (Lei n.º142/2015).

Conclusão

Em termos institucionais foi possível reter que a instituição trabalha em prol da autonomização dos jovens contemplando apartamentos de autonomização e, ao mesmo tempo, delineando desde a entrada dos jovens na instituição os seus projetos de vida fundamentais para as concretizações do dia-a-dia e projeções futuras. A generalidade dos inquiridos demonstrou dele ter conhecimento, do seu conteúdo e participar na sua construção. A participação das crianças/jovens é imprescindível uma vez que aqui são contempladas tarefas de dia-a-dia e projeções futuras que deverão ter sempre por base os interesses dos jovens.

A nível relacional, foi possível apurar que as relações dentro da instituição quer entre jovens quer para com os auxiliares/técnicos são, maioritariamente, positivas, o que se revela de grande importância, uma vez que é um meio promotor para uma boa integração institucional dos jovens, de modo a que se sintam em “casa” e felizes. Foi possível ainda concluir que a instituição permite aos jovens “sonhar” com o que realmente pretendem para a sua vida, proporcionando-lhes meios para o concretizar. Os inquiridos demonstraram que efetivamente a instituição os apoia ao nível dos seus gostos, proporcionando aos jovens a frequência de cursos e atividades por eles escolhidos.

Em termos escolares, confirmou-se que para a generalidade dos jovens a escola tem importância, que através dela terão melhor futuro e, em simultâneo, aprendem especificidades cruciais para a sua vida. Efetivamente a maioria referiu que a escola é um meio para lhes proporcionar um futuro melhor e que através dela têm mais probabilidade de conseguirem um trabalho melhor e consequentemente uma melhor remuneração.

Ao nível das perspetivas de futuro é de realçar que os jovens apontaram sobretudo para a sua autonomização e para o lado profissional, demonstrando ideias já concretas do que pretendem fazer. Os jovens ao conseguirem já perspetivar o seu futuro, tal como é confirmado pela literatura, advém do facto de terem bons moldes identificativos e, ao mesmo tempo, terem sido capacitados para a sua autonomia.

Por último, no que concerne à satisfação com a vida, os jovens demonstraram compreender o seu sentido, referindo maioritariamente que ela é direcionada sobretudo para o que têm na atualidade. Para além disso os resultados do SWLS apontaram para que mais de 50% dos inquiridos se sentiam satisfeitos com a vida, apresentando uma média superior a 2,5. Para além disso é também de realçar que a afirmação “As minhas condições de vida são muito boas” obteve uma média superior relativamente às outras, o que demonstra que apesar de institucionalizados os jovens consideram ter boas condições de vida. Quando os inquiridos demonstram ter níveis de satisfação acima da média leva-nos a concluir que a instituição seja encarada como uma fonte de apoio para os jovens, capacitando-os para a vida adulta e em simultâneo que lhes permite definir o que realmente pretendem fazer com as suas vidas após a saída da instituição.

Assim, com o presente estudo, é possível concluir que os jovens institucionalizados conseguem compreender a importância da escola para um futuro melhor bem como conseguem perspetivar o seu futuro de uma forma coerente estabelecendo os seus próprios objetivos e que as instituições devem trabalhar em prol dos interesses e gostos de jovens, atendendo em simultâneo às necessidades básicas dos indivíduos. Já ao nível da satisfação com a vida, os inquiridos demonstram ter níveis de satisfação acima da média e que a instituição é encarada como uma fonte de apoio para os jovens, capacitando-os para a vida adulta e, em simultâneo, permitir-lhe definir o que realmente pretendem fazer com as suas vidas, após a saída da instituição.

É fundamental, devido às múltiplas problemáticas com que as crianças/jovens institucionalizados se deparam, que os técnicos tenham conhecimento das respostas sociais existentes, que lhes são destinadas, do seu funcionamento e do modo como contribuem para o desenvolvimento integral e bem-estar destas crianças/jovens no sentido de promover uma sociedade mais igualitária e equitativa.

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Recebido: 09 de Junho de 2020; Aceito: 11 de Setembro de 2020

Autor Correspondente Andresa Silva Via da S-Charl, 263 7550 Scuol - Switzerland esev11074@esev.ipv.pt

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