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Millenium - Journal of Education, Technologies, and Health

Print version ISSN 0873-3015On-line version ISSN 1647-662X

Mill  no.esp9 Viseu Dec. 2021  Epub Dec 07, 2021

https://doi.org/10.29352/mill029e.24879 

Educação e desenvolvimento social

Perfil dos estudantes do instituto politécnico de Viseu - estudo evolutivo desde o tratado de Bolonha

Profile of students at the polytechnic institute of Viseu - an evolutionary study since the treaty of Bologna

Perfil de los estudiantes del instituto politécnico de Viseu: un estudio evolutivo desde el tratado de Bolonia

1 Instituto Politécnico de Viseu, Escola Superior de Tecnologia e Gestão, Viseu, Portugal


Resumo

Introdução:

Este trabalho pretende fazer uma caracterização do aluno típico do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), em geral, e de cada Unidade Orgânica (UO), em particular. Nunca antes foi efetuado um estudo abrangente que descrevesse a origem demográfica dos alunos, o modo como entram no IPV, qual o tipo de curso e qual o curso escolhido. Além disso, procura associações relevantes entre algumas destas características. Este estudo permite, por um lado, conhecer o perfil dos alunos do IPV e, por outro, desenvolver estratégias de captação de novos alunos.

Objetivos:

Caracterizar os alunos matriculados, pela primeira vez, no Instituto Politécnico de Viseu, desde o início do Tratado de Bolonha, ou seja, desde o ano letivo de 2006/2007 e até ao ano letivo de 2020/2021. Estabelecer o perfil dos alunos de IPV, em geral, e dos alunos de cada Unidade Orgânica, em particular: ESEV (Escola Superior de Educação de Viseu), ESAV (Escola Superior Agrária de Viseu), ESSV (Escola Superior de Saúde de Viseu), ESTGV (Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu), ESTGL (Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego)

Métodos:

Com recurso à estatística descritiva e inferencial, fazer uma avaliação sobre os alunos que foram ingressando no IPV desde o Tratado de Bolonha. Descrição e análise sociodemográfica dos alunos, bem como o tipo de curso procurado no IPV, em geral, e nas UOs, em particular. O estudo é complementado com a descrição e análise da forma de ingresso dos alunos nas licenciaturas.

Resultados:

De entre as conclusões retiradas destacamos que entre 2006/2007 e 2020/2021, inscreveram-se, no IPV, 10573 (44.4%) homens e 13219 (55.6%) mulheres. Em média, os alunos tinham 23.21 anos com desvio padrão de 7.56 anos. Relativamente ao distrito de proveniência dos alunos, a maioria vem de Viseu (61.5%), mas os distritos de Aveiro (10.5%), Porto (5.2%) e Guarda (5.0%) contribuem com uma percentagem significativa de alunos para o IPV. Quanto às NUTSIII, mais de metade dos alunos provém de Viseu Dão Lafões (51.5%), sendo que o Douro (11.7%), Área Metropolitana do Porto (5.8%), Região de Aveiro (6.6%) e Beiras e Serra da Estrela (4.7%) são unidades de onde provém um número significativo de alunos. A forma de ingresso nas licenciaturas e o género estão relacionados (p-value=0.000). Apesar da relação ser fraca (18.4%), há mais homens a entrarem pelos CTeSP/CET, Maiores de 23 e transferência (69.5%, 55.9% e 61.3%, respetivamente), e mais mulheres a entrarem pelo concurso nacional de acesso (62.3%). Relacionando a idade e a forma de ingresso nas licenciaturas, verifica-se a existência de relação significativa (p-value=0.000) e forte (62.8%).

Conclusões:

Como expectável, a maior parte das pessoas com mais de 35 anos entram por Maiores de 23 (61.3%) e a maior parte das pessoas até 22 anos (inclusive) entram pelo concurso nacional de acesso (90.9%). Conclusões similares foram retiradas para todas as unidades orgânicas do IPV.

Palavras-chave: ensino superior; estudantes IPV; perfil alunos

Abstract

Introduction:

This work intends to fazer a characterization of the typical individual of the Polytechnic Institute of Viseu (IPV), in general, and of each Organic Unit (UO), in particular. Never before has a comprehensive study been carried out that decreases the demographic origin of two students, or the way in which they enter IPV, which or type of course and which course is chosen. Além disso, seek relevant associations between some of these characteristics. This study allows, on the one hand, to meet or profile two students of IPV and, on the other, to develop strategies for the recruitment of new students.

Objectives:

To characterize the students enrolled, for the first time, not the Polytechnic Institute of Viseu, since or the beginning of the Treaty of Bolonha, or later, from the year 2006/2007 and until the year 2020/2021. Establish or profile two IPV students, generally, and two students from each Organic Unit, in particular: ESEV (Higher School of Education of Viseu), ESAV (Escola Superior Agrária de Viseu), ESSV (Escola Superior de Saúde de Viseu), ESTGV (Higher School of Technology and Management of Viseu), ESTGL (Higher School of Technology and Management of Lamego)

Methods:

With recourse to descriptive and inferential statistics, it is possible to make an assessment on those who have entered non-IPV from the Bolonha Treaty. Description and sociodemographic analysis of two students, bem as or type of course sought without IPV, generally, in UOs, in particular. Or it was studied and complemented with a description and analysis of the entry form of two to some bachelor's degrees.

Results:

Among the withdrawn conclusions, we highlight that between 2006/2007 and 2020/2021, inscreveram-se, no IPV, 10573 (44.4%) homens and 13219 (55.6%) mulheres. On average, some 23.21 years old with a standard deviation of 7.56 years. Relatively to the district of origin, two students, mostly Viseu (61.5%), plus the districts of Aveiro (10.5%), Porto (5.2%) and Guarda (5.0%) contribute a significant percentage of students to or IPV. Quanto às NUTSIII, more than two students from Viseu Dão Lafões (51.5%), being Douro (11.7%), Porto Metropolitan Area (5.8%), Aveiro Region (6.6%) and Beiras and Serra da Estrela (4.7%) are units of where they provide a significant number of students. In the form of income, bachelor's degrees and gender are related (p-value = 0.000). Despite the relationship being failure (18.4%), there are more people to enter CTeSP / CET hairs, more than 23 and transfer (69.5%, 55.9% and 61.3%, respectively), and more women to enter the national access contest (62.3 %). Relating to the form of income from the degrees, it is verified the existence of a relationship significant (p-value = 0.000) and strong (62.8%).

Conclusions:

As expected, most of the people over 35 years old entered by over 23 (61.3%) and most of the people over 22 years (inclusive) entered the national access contest (90.9%). Similar findings were withdrawn for all IPV organic units.

Keywords: higher education; IPV students; students profile

Resumen

Introducción:

Este trabajo pretende hacer una caracterización del alumno típico del Instituto Politécnico de Viseu (IPV), en general, y de cada Unidad Orgánica (OU), en particular. Nunca antes se había realizado un estudio integral que describiera los antecedentes demográficos de los estudiantes, cómo ingresan a la IPV, qué tipo de curso y qué curso eligen. Además, busca asociaciones relevantes entre algunas de estas características. Este estudio permite, por un lado, conocer el perfil de los estudiantes de IPV y, por otro, desarrollar estrategias para atraer nuevos estudiantes.

Objetivos:

Caracterizar a los estudiantes matriculados, por primera vez, en el Instituto Politécnico de Viseu, desde el inicio del Tratado de Bolonia, es decir, desde el año escolar 2006/2007 hasta el año escolar 2020/2021. Establecer el perfil de los estudiantes de IPV, en general, y de los estudiantes de cada Unidad Orgánica, en particular: ESEV (Escuela de educación superior de Viseu), ESAV (Escuela Agraria Superior de Viseu) ,ESSV (Escuela Superior de Salud en Viseu) , ESTGV (Escuela Superior de Tecnología y Gestión en Viseu), ESTGL (Lamego College of Technology and Management)

Métodos:

Utilizando estadística descriptiva e inferencial, fue posible realizar una valoración de los estudiantes que se han incorporado a la IPV desde el Tratado de Bolonia. Descripción y análisis sociodemográfico de los estudiantes, así como el tipo de curso que se busca en la IPV, en general, y en las UO, en particular. El estudio se complementa con una descripción y análisis de la forma en que los estudiantes ingresan a las titulaciones.

Resultados:

Entre las conclusiones extraídas, destacamos que entre 2006/2007 y 2020/2021, 10573 (44,4%) hombres y 13219 (55,6%) mujeres se matricularon en la IPV. En promedio, los estudiantes tenían 23,21 años con una desviación estándar de 7,56 años. En cuanto al distrito de donde provienen los estudiantes, la mayoría proviene de Viseu (61,5%), pero los distritos de Aveiro (10,5%), Porto (5,2%) y Guarda (5,0%) aportan un porcentaje significativo de estudiantes a la IPV. En cuanto a NUTSIII, más de la mitad de los estudiantes proceden de Viseu Dão Lafões (51,5%), con Douro (11,7%), Área Metropolitana de Oporto (5,8%), Región de Aveiro (6,6%) y Beiras y Serra da Estrela (4,7%). ) son unidades de las que procede un número importante de alumnos. La forma de admisión a las titulaciones y el género están relacionados (valor p = 0,000). Si bien la relación es débil (18,4%), hay más hombres ingresando por el CTeSP / CET, Mayores de 23 y transferidos (69,5%, 55,9% y 61,3%, respectivamente), y más mujeres ingresando por el concurso nacional de acceso (62,3%). ). Relacionando la edad y la forma de ingresar a las titulaciones, se verifica la existencia de una relación significativo (valor de p = 0,000) y fuerte (62,8%).

Conclusión:

Como se esperaba, la mayoría de las personas mayores de 35 años ingresan como Mayores de 23 (61,3%) y la mayoría de las personas hasta los 22 años (inclusive) ingresan a través del concurso nacional de acceso (90,9%). Se extrajeron conclusiones similares para todas las unidades orgánicas de la IPV.

Palabras clave: educación superior; estudiantes de IPV; perfil de los estudantes

Introdução

O presente trabalho foi-nos solicitado pela Presidência do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), mais concretamente pela Pró-Presidência para a Promoção Académica, e insere-se num trabalho mais vasto que tem como objetivo caracterizar, entre outros aspetos, a proveniência dos alunos do IPV. Pretende-se caracterizar a origem dos alguns do IPV e verificar, por exemplo, se escolas diferentes atraem alunos de diferentes zonas do país ou de países estrangeiro; quais as escolas/cursos que atraem mais indivíduos do género masculino e quais os que atraem mais indivíduos do género feminino. Qual a escola/curso com os alunos mais novos e mais velhos? Esta caracterização pode ajudar cada uma das unidades orgânicas e o IPV a estabelecer um plano de marketing mais eficiente, bem como, eventualmente, adaptar a formação ao seu público-alvo.

Existem alguns estudos com objetivos similares ao presente trabalho (Almeida, Vasconcelos, Machado, Soares, & Morais, 2002), e outros que caracterizam o ensino superior em Portugal (Alves & Lopes, 2015), (Fonseca & Encarnação, 2012), (MCTES, 2019). A falta de um estudo que caraterizasse a proveniência dos alunos dos IPV e das Unidades Orgânicas foi mais um motivo para a realização deste trabalho.

Neste trabalho utilizaram-se os dados dos alunos matriculados, pela primeira vez, no Instituto Politécnico de Viseu (IPV) desde o início do Tratado de Bolonha, ou seja, desde o ano letivo de 2006/2007 e até ao ano letivo de 2020/2021. A caracterização dos alunos teve em conta a nacionalidade, naturalidade, idade, género, tipo de curso escolhido, entre outros, ao longo dos anos letivos considerados.

Este estudo ajuda, assim, a traçar o perfil do aluno do IPV, no geral, e do aluno de cada unidade orgânica, em particular. Foi ainda realizada uma caracterização por tipo de curso. Desta forma, é possível perceber a origem dos alunos, bem como as suas preferências académicas. Além disso, estas informações permitem adaptar a oferta formativa e entender quais as localidades que são mais importantes para promover o IPV, a fim de atrair novos alunos.

1. Métodos

1.1 Público-Alvo

O estudo elaborado teve em conta os dados que os alunos forneceram ao se matricularem, pela primeira vez, no IPV (um total de 23792 alunos), desde o ano letivo 2006/2007 e até 2020/2021. Assim, teve-se em conta a nacionalidade, naturalidade (distrito, concelho e NUTS III, no caso de nacionalidade portuguesa), idade, género, tipo de curso (CET/CTeSP, Licenciatura ou Pós-Graduação/Mestrado), curso em que se inscreve e forma de ingresso (a forma de ingresso foi estudada apenas para as licenciaturas). De salientar que o concelho e a NUTS III apenas foram estudados para o distrito de Viseu.

Relativamente à origem dos alunos de nacionalidade portuguesa, e devido ao pequeno número de alunos (até 65 no total de todos os anos) provenientes das NUTS III do Alentejo e Lezíria do Tejo, agruparam-se todas as NUTS III destas duas regiões numa só, a que se deu o nome de Alentejo/Lezíria.

Na naturalidade foram tidos em conta os alunos com residência estrangeira. Desta forma, foi criado um distrito, concelho e NUTS III denominado Residência Estrangeira. Neste estudo, não foram tidos em conta os alunos em mobilidade internacional ou ERASMUS.

Note-se que, para alguns alunos, não existe informação completa, como sendo a morada, género ou a forma de ingresso.

1.2 Instrumentos de recolha de dados

Os dados foram cedidos pelos serviços académicos de cada unidade orgânica do IPV. Estes serviços facultaram os dados fornecidos pelos alunos no ato da matrícula, em cada ano letivo considerado. Note-se que foram considerados apenas os alunos que se matricularam pela primeira vez.

1.3 Análise estatística

Para a análise dos dados, utilizou-se, em primeiro lugar, estatística descritiva: para as variáveis qualitativas, a descrição foi feita utilizando frequências relativas, absolutas e acumuladas; para as variáveis quantitativas, a descrição inclui a média, o máximo, o mínimo e o desvio padrão.

Para além do estudo descritivo, procurou-se perceber se existiam relações significativas entre as variáveis em estudo. Para tal, utilizaram-se testes estatísticos (Maroco, 2019), considerando-se, em todos, um nível de significância de 5%.

Para relacionar variáveis qualitativas, duas a duas, foi usado o teste Qui-Quadrado (quando os pressupostos se verificaram), que rejeita a independência das variáveis e, portanto, pode assumir-se uma relação entre elas, se o p-value associado ao teste for inferior ao nível de significância. Nestes casos, quantificou-se a intensidade da relação através do coeficiente de contingência. Para relacionar uma variável quantitativa e uma qualitativa foi utilizado, quando os pressupostos se verificaram, o teste t de Student. Neste caso, se o p-value associado ao teste for inferior ao nível de significância, rejeita-se a igualdade das médias da variável quantitativa pelas categorias da variável qualitativa.

No que à idade diz respeito esta foi por vezes utilizada como uma variável quantitativa (teste t de Student) e nos restantes casos foi agrupada em classes, sendo considerada como uma variável qualitativa. As classes consideradas foram 17-22; 23-35; e >35. A utilização da variável idade como categórica foi feita para cada unidade orgânica, permitindo diferenciar alunos que entram antes dos 23 anos, alunos que entram a partir dos 23 anos (podendo desta forma entrar através dos Maiores de 23) e também alunos mais velhos (que tenham voltado aos estudos numa fase diferente da sua vida).

2. Resultados

Numa primeira parte desta secção apresenta-se a caracterização dos alunos do IPV no geral e, em seguida, a caracterização dos alunos de cada uma das unidades orgânicas (ESAV, ESEV, ESTGL, ESTGV e ESSV).

1.4 Caraterização dos alunos do IPV

Entre 2006/2007 e 2020/2021, inscreveram-se, no IPV, 10573 alunos, sendo a sua distribuição relativamente ao género e idade a seguinte (cf. Tabela 1).

Tabela 1 Distribuição dos alunos do IPV por género e idade 

Percentagem Significância Coeficiente de contingência
Homens 44.4% <0.000 0.092
Mulheres 55.6%
17-22 68.5%
23-35 22.6%
>35 8.9%

Os alunos mais novos têm 17 anos, o registo mais velho foi de 66 anos e, em média, os alunos tinham 23.21 anos com desvio padrão de 7.56 anos. 25% dos alunos tem até 18 anos, sendo que 25% da totalidade dos alunos tinham mais de 25 anos quando entraram no IPV. Cruzando a idade com o género, verifica-se a existência de uma relação significativa, apesar de fraca. Nos alunos com mais de 22 anos, há uma predominância do género masculino, enquanto, nos alunos com menos de 23 anos, a maioria é do género feminino. Constatou-se que, em média, os homens são significativamente mais velhos do que as mulheres (p-value=0.000).

Quanto à nacionalidade dos alunos do IPV, quase a totalidade é portuguesa (94.3%). Dos alunos de nacionalidade estrangeira, a maioria é proveniente de países de língua oficial portuguesa, evidenciando-se o Brasil (2.4%) e a Guiné-Bissau (1.7%).

Em relação ao distrito de proveniência dos alunos, os distritos que mais contribuem com alunos para o IPV encontram-se na tabela abaixo (cf. Tabela 2).

Tabela 2 Distritos com maior proveniência de alunos 

Distrito Percentagem
Viseu 61.5%
Aveiro 10.5%
Porto 5.2%
Guarda 5.0%

Quanto às NUTS III, as unidades de onde provém um número significativo de alunos são Viseu Dão Lafões (cf. Tabela 3).

Tabela 3 NUTS III com maior proveniência de alunos 

NUTS III Percentagem
Viseu Dão Lafões 51.5%
Douro 11.7%
Área metropolitana do Porto 5.8%
Região de Aveiro 6.6%
Beiras e Serra da Estrela 4.7%

Analisando, agora, apenas os alunos provenientes do distrito de Viseu, verifica-se que cerca de metade provém do concelho de Viseu (48.5%), sendo Lamego (7.2%), Tondela (6.2%) e Mangualde (4.5%) os concelhos de proveniência de um número significativo de alunos. Se nos restringirmos à NUTS III, englobadas no distrito de Viseu, a região de Viseu Dão Lafões (82.8%) é de onde provém a esmagadora maioria dos alunos.

Cruzando o género do aluno com o distrito de proveniência, o concelho de proveniência (distrito de Viseu) e a NUTS III (distrito de Viseu) verifica-se a existência de uma relação estatisticamente significativa, mas fraca, como se pode verificar na tabela abaixo (cf. Tabela 4).

Tabela 4 Associação entre o género e o distrito, o concelho e a NUTS III de Viseu 

p-value Coeficiente de contingência
Distrito <0.000 0.102
Concelhos do distrito de Viseu <0.000 0.079
NUTS III do distrito de Viseu <0.000 0.045

Beja e a residência estrangeira foram as únicas zonas em que a percentagem de homens é superior. No entanto, Viseu e Portalegre são distritos bastante equilibrados com, respetivamente, 52.4% e 52.2% de mulheres. Na maioria dos concelhos de Viseu existem menos homens do que mulheres a frequentar o IPV (excetuam-se Mangualde, Moimenta da Beira e Tondela). Em cada NUTS III, a maioria dos alunos é mulher, atingindo os 61.6% no Tâmega e Sousa.

Cruzando a idade com o distrito de proveniência, com o concelho de proveniência (distrito de Viseu) e com a NUTS III (distrito de Viseu) verifica-se a existência de uma relação estatisticamente significativa, mas fraca (cf. Tabela 5).

Tabela 5 Associação entre a idade e o distrito, o concelho e a NUTS III de Viseu 

p-value Coeficiente de contingência
Distrito <0.000 0.255
Concelhos do distrito de Viseu <0.000 0.158
NUTS III do distrito de Viseu <0.000 0.065

Beja, Viseu, Vila Real, Castelo Branco e a residência estrangeira têm uma percentagem grande de alunos com mais de 35 anos (10%, 11.3%, 12.3%, 14.4% e 15.4%, respetivamente). Relativamente ao concelho (do distrito de Viseu), verifica-se que, de Lamego, Tarouca e Viseu provém uma percentagem significativa de alunos com mais de 35 anos (17.6%, 12% e 13.3%, respetivamente). Lamego, Nelas, Tarouca e Viseu são os concelhos onde existe uma percentagem com alunos mais novos (até 22 anos), sendo as percentagens correspondentes de 50.3%, 59.4%, 55.7% e 59.3%. A unidade Douro é de onde provém uma percentagem maior de alunos com mais de 35 anos (13.2%).

De seguida estudou-se o tipo de curso frequentado pelos alunos (CET/CTeSP, licenciatura ou pós-graduação/mestrados) por idade, proveniência dos alunos e género (Tabela cf. 6).

Tabela 6 Associação entre o tipo de curso e a idade, o distrito, o concelho (Distrito Viseu), a NUTS III de Viseu e o género 

p-value Coeficiente de contingência
Idade <0.000 0.385
Distrito <0.000 0.265
Concelhos do distrito de Viseu <0.000 0.131
NUTS III do distrito de Viseu <0.000 0.081
Género <0.000 0.147

Os cursos de pós-graduação ou mestrado são os que têm alunos mais velhos. Não existem diferenças significativas, em termos de idade, entre as licenciaturas e os CET/CTeSP. Apesar de, para todos os distritos portugueses, a maioria dos alunos se inscrever em licenciaturas, verifica-se que há distritos que de onde vêm muitos alunos que escolhem o IPV para outro tipo de curso, como sendo o caso de Castelo Branco (mestrado/pós-graduação, 35.3%), de Coimbra (mestrado/pós-graduação, 22.5%) ou da Guarda (CTeSP/CET, 13.4% e pós-graduação/mestrado, 11.6%). Uma grande percentagem dos alunos com residência no estrangeiro opta pelos cursos de CTeSP/CET (42.1%). Os concelhos de Penalva do Castelo, Santa Comba Dão e Viseu são os que apresentam maior percentagem de alunos em cursos de pós-graduação/mestrado (9.5%, 9.2%, 10.6%, respetivamente). As regiões do Douro e de Viseu Dão Lafões são as regiões de onde provém a maioria dos alunos que procuram outros cursos que não as licenciaturas (15.7%). Os CTeSP/CET contêm mais homens, enquanto, as pós-graduações/mestrados contêm mais mulheres.

Olhando apenas para a forma de ingresso nas licenciaturas, fez-se o cruzamento com o distrito, o concelho (do distrito de Viseu), a NUTS III (do distrito de Viseu), o género e a idade (cf. Tabela 7). No entanto, nos dois primeiros casos, não foi possível aplicar o teste de Qui-Quadrado de independência, uma vez que falha o pressuposto de a percentagem de células com frequências esperadas inferiores a 5 é superior a 20%.

Tabela 7 Associação entre a forma de ingresso a NUTS III do distrito de Viseu, género e idade 

p-value Coeficiente de contingência
NUTS III do distrito de Viseu <0.000 0.162
Género <0.000 0.184
Idade <0.000 0.628

Conclui-se que há mais homens a entrarem por CTeSP/CET, por Maiores de 23 e por transferência (69.5%, 55.9% e 61.3%, respetivamente), e mais mulheres a entrarem pelo concurso nacional de acesso (62.3%). E como era expectável, a maior parte das pessoas com mais de 35 anos entram por Maiores de 23 (61.3%), e a maior parte das pessoas até 22 anos (inclusive) entram pelo concurso nacional de acesso (90.9%).

Considerando todos os anos letivos em estudo constatou-se que a relação entre ano letivo e o género, a forma de ingresso, a idade e o tipo de curso é significativa (cf .Tabela 8).

Tabela 8 Associação entre o ano letivo e o género, a forma de ingresso, a idade e o tipo de curso 

p-value Coeficiente de contingência
Género <0.000 0.045
Forma de ingresso <0.000 0.375
Idade <0.000 0.190
Tipo de curso <0.000 0.337

Em todos os anos letivos, entraram mais mulheres do que homens, sendo que, em 2006/2007 a percentagem de mulheres é de 62.8% (o valor mais elevado obtido nos anos em estudo). Os anos 2016/2017 e 2017/2018 foram onde se verificou uma percentagem mais elevada de alunos que acederam às licenciaturas pelo concurso nacional de acesso (81.5% e 81.2%, respetivamente). Em 2008/2009 verificou-se o maior acesso através dos Maiores de 23 (18.7%). Em 2009/2010 verificou-se que 10.3% dos alunos que ingressaram no IPV tinham mais de 35 anos. Ao longo do tempo, os CET/CTeSP têm vindo a conquistar alunos. Os alunos em mestrado aumentaram até 2011/2012, mas, depois desse ano, a percentagem de alunos diminuiu até 2017/2018. Os anos de 2018/2019 e 2019/2020 foram os anos com menos alunos a entrar em licenciaturas (67.5% e 67.7%, respetivamente).

De entre os anos estudos, o ano de 2007/2008 foi o ano com mais entradas no IPV (9.7%) e o ano de 2013/2014 o ano com menos entradas (4.7%).

Não foi possível aplicar o teste Qui-Quadrado entre os anos letivos e o distrito, por falhar o mesmo pressuposto apresentado anteriormente.

1.5 Caracterização dos alunos da ESAV

Dos anos letivos em análise, o ano letivo de 2007/2008 foi aquele em que entraram mais alunos na ESAV (532 alunos, a que corresponde 20.1% da totalidade dos alunos). Ao longo destes anos, a maioria dos alunos (71.9%) matriculou-se numa licenciatura e 24.6% num CET/CTeSP. Tabela 9.

Entre 2006/2007 e 2020/20121, inscreveram-se, na ESAV, 1037 (36.8%) homens e 1791 (63.2%) mulheres, havendo uma clara maioria feminina.

Quanto à nacionalidade dos alunos da ESAV, quase a totalidade é portuguesa (94%). Dos alunos de nacionalidade estrangeira, a maioria é proveniente de países de língua oficial portuguesa, evidenciando-se o Brasil e a Guiné-Bissau (1.2% e 3.3%, respetivamente).

Tabela 9 Distrito de origem dos alunos da ESAV 

Distrito Percentagem
Viseu 47.5%
Aveiro 12.7%
Guarda 7.9%

Relativamente às NUTS III, os dados apresentam-se na Tabela 10, sendo a Viseu Dão Lafões a mais prevalente.

Tabela 10 NUTS III de origem dos alunos da ESAV 

NUTS III Percentagem
Viseu Dão Lafões 42.8%
Região de Aveiro 8.9%
Área Metropolitana do Porto 7.5%
Beiras e Serra da Estrela 7.2%
Douro 6.4%
Região de Coimbra 5.1%

Analisando apenas os concelhos do distrito de Viseu, verifica-se que o concelho de Viseu engloba quase metade dos alunos (cf. Tabela 11).

Tabela 11 Origem dos alunos dos concelhos do distrito de Viseu 

Concelhos do distrito de Viseu Percentagem
Viseu 48%
Tondela 8.5%
São Pedro do Sul 4.8%
Nelas 4.7%
Mangualde 4%

Relativamente às NUTS III do distrito de Viseu, a grande maioria dos alunos vem de Viseu Dão Lafões (88.1%).

Em termos de associação entre o género e as variáveis anteriormente estudadas verifica-se que apenas existe uma associação estatisticamente significativa com o distrito, embora fraca (cf. Tabela 12).

Tabela 12 Associação entre o género e os concelhos de Viseu e as NUTS III do distrito de Viseu 

p-value Coeficiente de contingência
Distrito <0.000 0.162
Concelhos de Viseu 0.633 -
NUTS III do distrito de Viseu 0.119 -

Em todos os distritos, exceto Beja, Castelo Branco e Bragança, a percentagem de mulheres que frequenta a ESAV é superior à dos homens.

Relativamente à idade dos alunos da ESAV, a maioria tem idade inferior ou igual a 22 anos (54.4%), mas 31.9% tem entre 23 e 35 anos.

Ao estudar-se a existência de associação estatística entre a idade e as variáveis distrito e concelho, os pressupostos do teste do Qui-Quadrado não se verificaram. Para o género e para as NUTS III do distrito de Viseu obteve-se significância estatística embora fraca (cf. Tabela 13).

Tabela 13 Associação entre a idade e NUTS III do distrito de Viseu e entre idade e Género 

p-value Coeficiente de contingência
NUTS III do distrito de Viseu <0.000 0.125
Género <0.000 0.228

A esmagadora maioria dos alunos, em todas as idades, provém de Viseu Dão Lafões, sendo que esta percentagem aumenta com a idade como mostra a tabela seguinte (cf. Tabela 14).

Tabela 14 Distribuição dos alunos da ESAV por classe etária e género 

Classes etárias Percentagem de mulheres por classe etária
17-22 71%
23-35 53.6%
>35 36.5%

Fazendo uma caracterização do tipo de curso pelo género e idade verifica-se que a percentagem de mulheres a optarem por uma pós-graduação/mestrado ou licenciatura é bastante elevada, enquanto nos CET/CTeSP predominam os homens. Além disso, cerca de 84% das mulheres estão em licenciatura ou pós-graduação/mestrado, enquanto essa percentagem desce para 60.3% nos homens. (cf. Tabela 15).

Tabela 15 Caracterização do tipo de curso pelas restantes variáveis 

CET/CTeSP Licenciatura Pós-graduação/Mestrado p-value Coeficiente de contingência
Homens 59% 29.6% 24.4% <0.000 0.256
Mulheres 41% 70.4% 75.6%
17-22 54.2% 69.0% 10.3% <0.000 0.232
22-35 33.9% 23.9% 62.8%
>35 11.8% 7.1% 26.9%

As relações entre as NUTS III (do distrito de Viseu) e o tipo de curso e entre os concelhos de Viseu e o tipo de curso não podem ser calculadas uma vez que não se verificaram os pressupostos de aplicabilidade do teste de Qui-quadrado de independência.

Considerando a forma de ingresso nas licenciaturas, verifica-se que existe uma associação moderada entre esta e os anos letivos, mas uma associação fraca com o género e a idade (cf. Tabela 16).

Tabela 16 Associação entre a forma de ingresso nas licenciaturas e o género, os anos letivos e a idade 

p-value Coeficiente de contingência
Género <0.000 0.233
Anos letivos <0.000 0.446
Idade <0.000 0.228

Verifica-se que 60.9% dos homens entram pelo concurso nacional de acesso, enquanto essa percentagem sobe para 81.2% nas mulheres. A maioria dos alunos que entra pelo concurso nacional de acesso é do sexo feminino (76%), enquanto a maioria dos alunos que entra pelos Maiores de 23 é do sexo masculino (56.6%).

Relativamente aos anos letivos verifica-se que, ao longo dos anos, os CTeSP/CET têm vindo a aumentar o número de inscrições. Os mestrados têm o máximo registado em 2012/2013 (20.5%), mas nos últimos anos, o número de inscrições desceu consideravelmente.

Analisando a mesma relação, só para os alunos do distrito de Viseu, não é possível tirar conclusões uma vez que não se verificam as condições de aplicabilidade do teste de Qui-quadrado de independência.

Relativamente aos anos letivos em estudo, verifica-se que, nos anos letivos 2007/2008, 2011/2012 e 2019/2020, a percentagem de alunos com menos de 23 anos desce abaixo dos 60% (51.1%, 58.8% e 56.1%, respetivamente). Verificou-se, ainda, que não existe relação significativa entre o ano letivo e o género (p-value=0.100).

1.6 Caracterização dos alunos da ESEV

Na ESEV, desde 2006/2007 até 2020/2021 não houve nenhum ano que se destacasse, de forma significativa, relativamente ao número de inscritos, sendo, no entanto, os anos letivos 2007/2008, 2009/2010 e 2010/2011 aqueles que apresentam maior número de inscritos (10.6%, 9.0% e 8.5%, respetivamente). Relativamente à distribuição dos alunos por tipo de curso, verifica-se que a grande maioria se matriculou em licenciaturas (90.0%), sendo a percentagem de alunos inscritos em CET/CTeSP de apenas 3.1%.

Entre 2006/2007 e 2020/2021, inscreveram-se, na ESEV, 1764 (29.8%) homens e 4153 (70.2%) mulheres, havendo uma clara maioria feminina. Quanto à nacionalidade dos alunos da ESEV, quase a totalidade (95.6%) é portuguesa. Dos alunos de nacionalidade estrangeira, a maioria é proveniente de países de língua oficial portuguesa, evidenciando-se o Brasil e a Guiné-Bissau (1.5% e 1.6%, respetivamente).

Em relação ao distrito de proveniência dos alunos e às NUTS III, tem-se (cf. Tabela 17).

Tabela 17 Distrito e NUTS III de origem dos alunos da ESEV 

Ou seja, a maioria dos alunos provém de Viseu, destacando-se ainda Aveiro como distrito de origem de uma percentagem significativa de alunos da ESEV. Relativamente às NUTS III, Viseu Dão Lafões é a unidade de onde vêm mais alunos seguido da Região de Aveiro e a Área Metropolitana do Porto.

Quanto aos alunos com origem no distrito de Viseu e relativamente ao seu concelho e NUTS III, tem-se que (cf. Tabela 18).

Tabela 18 Concelho e NUTS III de origem dos alunos da ESEV no distrito de Viseu 

Em todos os distritos (exceto Portalegre e alunos de Residência Estrangeira), há mais mulheres do que homens a integrar a ESEV. Mais de metade das mulheres (57.8%) vem do distrito de Viseu, enquanto nos homens, essa percentagem sobe aos 63.7%.

A tabela seguinte apresenta distribuição de algumas variáveis em estudo por classe etária (cf. Tabela 19).

Tabela 19 Distribuição dos alunos da ESEV por faixa etária 

Classe etária
Percentagem 17-22 23-35 >35
Total de alunos 76.9% 15.9% 7.2%
Alunos do concelho de Viseu 63% 22.5% 14.4%
Alunos de Viseu Dão Lafões 67.0% 21.0% 12.0%
Alunos inscritos em licenciatura 82% 12.9% 5.1%
Alunos inscritos em mestrado\pós-graduação 11.8% 50.7% 37.5%

Relativamente ao género tem-se a seguinte distribuição por idade e por tipo de curso descrita abaixo (cf. Tabela 20).

Tabela 20 Distribuição do género pela faixas etárias e tipo de curso na ESEV 

17-22 23-35 >35 Licenciatura Mestrado Pós-Graduação
Mulheres 80.3% 12.6% 7.1% 88.7% 8%
Homens 69% 23.5% 7.5% 93.3% 4.3%

A tabela 21 apresenta, para a ESEV, as relações estatisticamente significativas relacionando as variáveis em estudo. As relações obtidas são quase todas fracas à exceção da relação entre a idade e o tipo de curso que apresentam uma relação moderada.

Tabela 21 Associação entre alguns variáveis para os alunos da ESEV 

p-value Coeficiente de contingência
Género com distrito <0.005 0.116
Concelhos do distrito de Viseu e a idade <0.005 0.207
NUTS III de Viseu com a idade <0.005 0.141
Idade e género <0.005 0.137
Tipo de curso e género <0.005 0.072
Tipo de curso e idade <0.005 0.404
Tipo de curso e NUTS III de Viseu <0.005 0.074
Forma de ingresso e género <0.005 0.152
Ano letivo e tipo de curso <0.005 0.272
Ano letivo e tipo de curso para alunos do distrito de Viseu <0.005 0.291
Ano letivo e idade <0.005 0.180
Ano letivo e género <0.005 0.082

O teste da independência não se pode aplicar entre o distrito e o tipo de curso, entre os concelhos do distrito de Viseu e o tipo de curso, e entre a forma de ingresso nas licenciaturas e o distrito, pois não se verificaram os pressupostos de aplicabilidade do teste.

No caso das licenciaturas e considerando todos os anos letivos em estudo, destacou-se o ano de 2007/2008 onde entraram 11.7% dos alunos. No caso das licenciaturas, no ano de 2007/2008, entraram 14.4% dos alunos em causa, uma percentagem bastante superior às dos restantes anos. No caso dos mestrados/pós-graduações o ano com maior percentagem de entradas foi o de 2011/2012 com 17.2%.

Em todos os anos letivos, a percentagem de alunos mais novos (com menos de 23 anos), foi sempre superior a 67%. Em 2009/2010 e 2011/2012 a percentagem dos alunos com mais de 35 anos rondou os 10% (9.7% e 10.7%, respetivamente). Verifica-se, ainda, que a percentagem de alunos que ingressam nos CET/CTeSP tem vindo a aumentar.

1.7 Caracterização dos alunos da ESTGL

Na ESTGL, desde 2006/2007 até 2020/2021, os anos letivos onde se registaram mais inscrições foram os anos letivos de 2007/2008, 2008/2009, 2009/2010 e 2010/2011 (8.8%, 10.1%, 8.9% e 9.5%, respetivamente). Relativamente à distribuição dos alunos por tipo de curso, verifica-se que a grande maioria se matriculou em licenciaturas (92.8%) e apenas 5.8% se inscreveram num CET/CTeSP. Entre 2006/2007 e 2020/2021, inscreveram-se, na ESTGL, 1142 (38.7%) homens e 1808 (61.3%) mulheres, havendo uma clara maioria feminina. Quanto à nacionalidade dos alunos, a grande maioria é portuguesa (96.0%). Dos alunos de nacionalidade estrangeira, a maioria é proveniente de países de língua oficial portuguesa, evidenciando-se Guiné-Bissau (2.5%). Em relação ao distrito de proveniência dos alunos, obteve-se a Tabela 22.

Tabela 22 Distritos de origem dos alunos da ESTGL 

Distrito Percentagem
Viseu 54%
Vila Real 12.09%
Porto 10.5%

O distrito de Viseu continua a ser a origem da maioria dos alunos, no entanto, os distritos de Vila Real e Porto contribuem com uma percentagem significativa de alunos para a ESTGL.

Relativamente às NUTS III, a NUTS III de Viseu Lafões perde influência e cai para terceiro lugar atrás das regiões do Douro e Tâmega e Sousa (cf. Tabela 23).

Tabela 23 NUTS III de origem dos alunos da ESTGL 

NUTS II Percentagem
Douro 51%
Tâmega e Sousa 14.1%
Viseu Dão Lafões 10%

Para o distrito de Viseu, tirando o concelho de Lamego, que engloba metade dos alunos (49.9%), os concelhos que mais se destacam são Tarouca (7.7%) e Resende (6.8%).

59.4% dos alunos da ESTGL tem idade inferior ou igual a 22 anos, e na maioria dos concelhos analisados do distrito de Viseu, os alunos que ingressaram na ESTGL pertencem à faixa etária dos 17-22 anos. Salientam-se, no entanto, alguns concelhos de onde vêm os alunos mais velhos (cf. Tabela 24).

Tabela 24 Distribuição por classe etária dos alunos da ESTGL provenientes dos concelhos do distrito de Viseu 

Idade
23-35 <35
Concelhos do distrito de Viseu Armamar (57.6%) São Pedro do Sul (35.7%)
Castro Daire (40.4%) Moimenta da Beira (26.2%)
São João da Pesqueira (43.6%) Lamego (21.3%)
Sernancelhe (40.9%) Penalva do Castelo (18.8%)

Também para a maioria dos distritos analisados, os alunos que ingressaram na ESTGL pertencem à faixa etária dos 17-22 anos, no entanto, relativamente aos alunos mais velhos destaca-se o facto de, na classe etária 23-35, 60.6% dos alunos serem de residência estrangeira (cf. Tabela 25).

Tabela 25 Distribuição por distrito e classe etária dos alunos da ESTGL 

Idade
23-35 <35
Distrito Residência estrangeira (60.6%) Viseu (18.8%)
Vila Real (30.2%) Vila Real (15%)
Viseu (34%) Guarda (12.3%)

Relativamente às NUTS III do distrito de Viseu, 47.2% dos alunos que ingressaram na ESTGL pertencem à faixa etária dos 17-22 anos. A unidade do Douro destaca-se com 38.2% dos alunos entre 23 e 35 anos e 20.0% com mais de 35 anos.

Relativamente ao tipo de curso frequentado, verifica-se que as mulheres apenas são minoritárias nos CET/CTeSP, e que os alunos da classe etária dos 17-22 são maioritários nos cursos de CET/CTeSP e licenciaturas (cf. Tabela 26).

Tabela 26 Distribuição dos alunos da ESTGL por tipo de curso, para a idade e género 

Tipo de curso Percentagem de mulheres Percentagem de alunos na classe etária 17-22
CeT/CTeSP 43% 73.8%
Licenciatura 62.3% 59.3%
Mestrado/Pós-graduação 68.6% 0.1%

A grande maioria dos alunos com origem nos concelhos de Viseu opta por ir para uma licenciatura.

Relativamente à forma de ingresso, nas licenciaturas, conclui-se que as mulheres entram maioritariamente pelo concurso nacional de acesso (CNA) (cf. Tabela 27).

Tabela 27 Forma de ingresso nas licenciaturas dos alunos da ESTGL 

Género CNA Maiores de 23 anos
Mulheres 63.8% 20.8%
Homens 48.2% 26.7%

A seguir apresentam-se os resultados obtidos com a aplicação do teste de independência do qui-quadrado. Note-se que, em termos de distribuição por género, quer por distrito, quer por concelho (dentro do distrito de Viseu), não se verificaram as condições de aplicabilidade do teste do qui-quadrado, e o mesmo se verificou no caso dos anos letivos com o tipo de curso. A Tabela 28 apresenta os resultados obtidos nas relações onde o teste pôde ser aplicado.

Tabela 28 Associação entre alguns variáveis para os alunos da ESTGL 

p-value Coeficiente de contingência
NUTS III de origem e idade <0.005 0.178
Género e tipo de curso <0.005 0.094
Idade e tipo de curso <0.005 0.167
Género e forma de ingresso <0.005 0.187
Ano letivo e género 0.206 -

Verifica-se a existência de algumas associações estatisticamente significativas, mas fracas.

Ao longo dos anos, em estudo, as licenciaturas foram sempre o tipo de curso com maior procura. Saliente-se que a ESTGL só passou a ter cursos de mestrados a partir do ano letivo 2015/2016.

1.8 Caracterização dos alunos da ESTGV

Na ESTGV, desde 2006/2007 até 2020/2021, os anos com maior percentagem de entradas foram os anos letivos de 2007/2008 (8.0%), 2008/2009 (8.1%), 2018/2019 (8.5%) e 2020/2021 (9.2%).

Relativamente à distribuição dos alunos por tipo de curso, verifica-se que a grande maioria se matriculou em licenciaturas (81.4%). Em mestrado/pós-graduação, essa percentagem é de 6.5%, estando os restantes alunos matriculados em CET/CTeSP.

Entre 2006/2007 e 2020/2021, inscreveram-se, na ESTGV, 3394 (35.6%) mulheres e 6153 (64.4%) homens, havendo uma maioria do género masculino.

A nacionalidade dos alunos da ESTGV é diversa, no entanto, a grande maioria é portuguesa (92.5%). Dos alunos de nacionalidade estrangeira destacam-se países de língua oficial Portuguesa (Brasil com 3.7% e Guiné-Bissau com 1.6%).

Em relação à proveniência dos alunos obteve-se que Viseu é prevalente (cf. Tabela 29).

Tabela 29 Origem geográfica dos alunos da ESTGV 

Na maioria dos distritos analisados, os alunos que ingressaram na ESTGV pertencem à faixa etária dos 17-22 anos (69.2%). Destacam-se, no entanto, alguns distritos e alguns concelhos do distrito de Viseu, de onde vêm alunos mais velhos (Tabela 30):

Tabela 30 Origem e idade dos alunos da ESTGV 

Relativamente às NUTS III do distrito de Viseu, os alunos que ingressaram na ESTGV pertencem, na maioria (63.5%), à faixa etária dos 17-22 anos.

Relativamente à distribuição do género por tipo de curso tem-se que, dos alunos em pós-graduação/mestrado, 63.7% são homens; nas licenciaturas, essa percentagem é de 62.4% e nos CET/CTeSP, é de 78.5%. A maior parte dos alunos de pós-graduação/mestrado têm mais de 22 anos (91.6%); nas licenciaturas e CET/CTeSP a maioria dos alunos têm entre 17 e 22 anos (71.9% e 83.8%, respetivamente). Ao longo dos anos, as licenciaturas foram sempre o tipo de curso com maior procura, apesar dos CET/CTeSP e pós-graduação/mestrados terem vindo a aumentar.

A percentagem de alunos de Viseu a ingressar em licenciaturas tem vindo a diminuir. Em 2018/2019 essa percentagem foi de 60.2% (o valor mais baixo registado).

Estudou-se de seguida a existência de associação entre as variáveis em estudo e os resultados encontram-se na Tabela 31.

A entrada por Maiores de 23 era significativa nos primeiros anos de implementação (em 2007/2008 atingiu um máximo de 22.5%), tendo vindo a diminuir a sua força ao longo dos anos (atingiu o mínimo de 4.2% em 2014/2015). Por outro lado, a entrada pelo concurso especial para estudante internacional aumentou muito em 2018/2019 (passando de 4.9% em 2017/2018 para 16.7% no ano seguinte). A entrada pelo concurso especial para titulares de CET/CTeSP também tem um peso significativo nas entradas para as licenciaturas (em 2014/2015 atingiu os 19.7%).

Pela análise da Tabela 31, conclui-se que existe uma associação moderada entre o tipo de curso e ano de ingresso para os alunos do distrito de Viseu, e entre o ano letivo e a forma de ingresso (só para licenciaturas).

Tabela 31 Associação entre algumas variáveis para a ESTGV 

p-value Coeficiente de contingência
Idade e concelho do distrito de Viseu <0.005 0.186
Idade e NUTS III <0.005 0.103
Idade e Género <0.005 0.072
Tipo de curso e género <0.005 0.109
Tipo de curso e idade <0.005 0.336
Tipo de curso e ano letivo <0.005 0.391
Tipo de curso e ano de ingresso para os alunos do distrito de Viseu <0.005 0.425
Ano letivo e género 0.017 0.054
Ano letivo e forma de ingresso (só para licenciaturas) <0.005 0.468

1.9 Caracterização dos alunos da ESSV

Na ESSV, desde 2006/2007 até 2020/2021 não houve qualquer ano que se destacasse de forma muito significativa, sendo, no entanto, 2006/2007 o ano com percentagem mais elevada de entradas (13.8%).

Relativamente à distribuição dos alunos por tipo de curso, verifica-se que a grande maioria se matriculou em licenciaturas (69.4%), e os restantes 30.6% inscreveu-se num mestrado/pós-graduação.

Nos anos em análise, inscreveram-se, na ESSV, 541 (19.8%) homens e 2192 (80.2%) mulheres, havendo uma clara maioria feminina. Quanto à nacionalidade dos alunos

da ESSV, quase a totalidade (96.0%) é portuguesa. Dos alunos de nacionalidade estrangeira evidencia-se o Brasil (3.2%).

Em relação à proveniência dos alunos, verificou-se (cf. Tabela 32).

Tabela 32 Origem demográfica dos alunos da ESSV 

Percentagem
Distrito Viseu 62.3%
Aveiro 8.9%
Guarda 6%
Porto 4.4%
Coimbra 4.3%
NUTS III Viseu Dão Lafões 54.3%
Douro 8.2%
Beiras e Serra da Estrela 6.9%
Concelhos do distrito de Viseu Viseu 54%
Tondela 5.6%
Satão 4.6%
Lamego 4.5%
NUTS III do distrito de Viseu Viseu Dão Lafões 86.3%
Douro 10.8%
Tâmega e Sousa 2.9%

Em termos de distribuição de idades, a maioria tem até 22 anos (62.4%), mas mais de 24% tem entre 23 e 35 anos. A percentagem de alunos com mais de 35 anos passa os 13%.

Apesar de não se poder aplicar o teste Qui-Quadrado da independência para verificar se existe uma relação significativa entre o distrito e a idade (os pressupostos não são verificados), existe um número grande de distritos em que mais de 30% dos alunos tem entre 23 e 35 anos. Além disso, a maioria dos residentes no estrangeiro têm mais de 35 anos (77.1%). Apesar da maior parte dos alunos até 22 anos provirem de Viseu (71.0%), Aveiro é um distrito de onde provém uma parte significativa de alunos até aos 22 anos (9.5%).

99.9% dos alunos mais novos (até 22 anos) matricularam-se nas licenciaturas e 93.9% dos alunos mais velhos (mais de 35 anos) matriculam-se em Pós-Graduações/Mestrados.

A grande maioria dos alunos, tanto nas licenciaturas (85.4%), como nos mestrados/pós-graduações (90%), vem de Viseu Dão Lafões. Por outro lado, Viseu Dão-Lafões é a unidade de NUTS III com maior percentagem de alunos de pós-graduações/mestrados (21.3%), segue-se o Douro (17.4%) e Tâmega e Sousa (6.1%).

Para as licenciaturas, 19.8% dos alunos entraram em 2006/2007. Para os mestrados/pós-graduações a percentagem mais elevada verificou-se em 2018/2019 (18%).

Para os alunos entre os 17 e 22 anos destaca-se o ano de 2006/2007 com 20.5% das entradas. Alguns anos destacam-se por terem mais de 50% das entradas de alunos com 23 ou mais anos (2009/2010, 2010/2011, 2016/2017 e 2018/2019).

Para a licenciatura de Enfermagem (única na ESSV), embora existam alunos que tivessem optado por outras formas de ingresso, que não o concurso nacional de acesso, a percentagem de entradas pelo concurso nacional de acesso é sempre superior a 80%, em todos os anos letivos.

A Tabela 33 apresenta a associação entre algumas variáveis para a ESSV.

Tabela 33 Associação entre algumas variáveis para a ESSV 

p-value Coeficiente de contingência
Género e tipo de curso 0.891 -
Tipo de curso e idade <0.005 0.653
Concelho e tipo de curso (para os alunos do distrito de Viseu) 0.054 -
NUTS III e tipo de curso (para os alunos do distrito de Viseu) 0.019 0.068
Ano letivo e tipo de curso <0.005 0.427
Ano letivo e tipo de curso (para alunos do distrito de Viseu) <0.005 0.414
Ano letivo e idade <0.005 0.399

Conclusão

Após este estudo, várias são as conclusões gerais que se podem tirar dos alunos do IPV, ao longo dos anos e desde que o Processo de Bolonha entrou em vigor.

A unidade orgânica com mais alunos é a ESTGV, e a ESTGV e a ESEV têm recebido mais de 65% dos alunos ao longo dos anos.

A maioria dos alunos ingressou em licenciaturas, mas desde que os CTeSP abriram (2014/2015), representaram, ano após ano, no mínimo, cerca de 15% dos alunos que ingressaram no IPV. O número de alunos que ingressou em mestrados vai variando ao longo dos anos, mas há anos em que esse valor ultrapassa os 15%. Ou seja, CTeSP e mestrados representam uma fatia bastante significativa de alunos.

Os homens são, em média, significativamente mais velhos do que as mulheres e a maioria dos alunos com mais de 35 anos são homens.

O distrito de onde provém a maioria dos alunos é Viseu, sendo que Aveiro, Guarda e Porto têm uma boa representatividade. Os alunos com residência estrangeira são mais velhos do que os alunos com residência nacional, e a maioria ingressa nos mestrados.

Os CTeSP têm mais homens do que mulheres, e os mestrados têm mais mulheres do que homens. Exceto na ESTGV, todas as unidades orgânicas têm mais mulheres do que homens. No entanto, na ESTGV, a percentagem de mulheres aumenta nas licenciaturas e mestrados.

Relativamente à forma de ingresso nas licenciaturas, o concurso nacional de acesso é o meio preferencial, apesar de, nos últimos anos, a entrada por concurso especial para titulares de CTeSP ter vindo a aumentar. A entrada nas licenciaturas por Maiores de 23 teve uma grande representatividade nos primeiros anos em estudo, mas, nos últimos anos, já são muito menos os alunos a optar por esta via. Ainda em relação à forma de ingresso nas licenciaturas, a maioria dos que entraram pelo concurso nacional de acesso são mulheres e a maioria dos que entraram pelos titulares de CTeSP ou por Maiores de 23 são homens.

A ESTGL é a única unidade orgânica onde o concelho que tem maior proveniência de alunos é Lamego e a NUTS III é o Douro. Em todas as restantes unidades orgânicas, o concelho de destaque é Viseu e a NUTS III é Viseu Dão Lafões.

A ESTGL é a unidade orgânica com alunos mais velhos.

A ESSV não tem CTeSP próprios e na ESEV, os CTeSP têm pouco significado.

Os resultados aqui apresentados inserem-se num estudo mais amplo elaborado para o Instituto Politécnico de Viseu onde se estudaram, ao pormenor, todas as características aqui apresentadas. Também foi feita uma análise relacional entre o número de colocações pelo CNAES e a nota da disciplina específica correspondente. Além disso, analisou-se o prosseguimento de estudos dentro do IPV (CTeSP para licenciatura e licenciatura para mestrado). Ainda no âmbito deste estudo, para as licenciaturas atuais, foram comparados diferentes politécnicos para se perceber se a evolução de entrada de novos alunos no IPV se diferenciava ou não. O início do estudo foi 2006/07 por ser um ano de mudança em muitas licenciaturas, por causa do Tratado de Bolonha, mas não houve nenhum propósito de comparar antes e após Bolonha. O objetivo foi analisar os alunos do IPV num horizonte temporal com algum significado, pelo que a entrada no Tratado de Bolonha foi o ponto de partida estabelecido.

Este tipo de estudo deve ser atualizado para se perceber a evolução da origem dos estudantes do IPV ao longo do tempo e, desta forma, melhorar a oferta formativa e saber onde promover o IPV para a captação de novos estudantes.

Referências bibliográfica

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Recebido: 23 de Junho de 2021; Aceito: 12 de Outubro de 2021

Autor Correspondente Madalena Malva Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu Campus Politécnico 3504-510 Viseu malva@estgv.ipv.pt

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