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Sociologia, Problemas e Práticas

versão impressa ISSN 0873-6529

Sociologia, Problemas e Práticas  n.48 Oeiras maio 2005

 

Editorial

Os leitores de Sociologia, Problemas e Práticas encontram reunidas neste número importantes contribuições provenientes de investigadores de diferentes países e domínios científicos.

O futuro das ciências sociais é aqui discutido por Gilberto Velho, Brasilio Sallum e Gláucio Soares, figuras de referência do campo científico brasileiro. Os autores convocam algumas das tendências mais marcantes na produção de conhecimento do social, na sua diversidade disciplinar, evidenciando o contributo de vários modelos teórico-conceptuais e diferentes abordagens metodológicas para a transformação e redefinição destas disciplinas. Neste conjunto de artigos Gilberto Velho problematiza ainda a situação institucional das ciências sociais e alguns aspectos da sua actual “cultura de avaliação” quantitativista, Brasilio Sallum, no que à sociologia diz respeito, propõe “superar a fragmentação” mas não “evitar a controvérsia” e Gláucio Soares denuncia o que designa por “colonialismo teórico”, preconizando a necessidade de uma maior adequação das teorias às realidades empíricas em estudo.

O artigo de Alzira Alves Abreu, destacada pesquisadora da História Contemporânea do Brasil, aborda a relação dos media com a política, um tema de permanente actualidade. Analisando a transição do regime militar brasileiro para o regime democrático, na década de 1970, a autora chama a atenção para a importância de melhor conhecer e contextualizar as estratégias mobilizadas pelos jornalistas, objecto de estudo que, em seu entender, os cientistas sociais têm negligenciado.

Fernando Luís Machado e Maria Abranches escrevem sobre a integração social de imigrantes, a partir da pesquisa que desenvolveram sobre trajectórias socioprofissionais de cabo-verdianos e hindus. Entre outros resultados a que chegam, destacam o carácter socialmente heterogéneo destas populações e as suas trajectórias individuais típicas, bem como os “caminhos limitados de integração social” a que têm acesso.

Com o texto de Cristina Lobo, sobre famílias recompostas, fazemos, segundo a autora, uma revisitação a quase um século de estudos norte-americanos sobre a problemática do recasamento e das famílias recompostas. Evidenciando a diversidade de configurações morfológicas e culturais inerentes a estas realidades familiares, o artigo enuncia algumas linhas de investigação a desenvolver futuramente.

A encerrar este volume temos, ainda, o contributo de Loïc Wacquant — um dos principais especialistas contemporâneos na obra de Pierre Bourdieu — que desenvolve uma reflexão sobre as propostas teóricas deste autor para a análise sociológica do campo artístico.

João Freire, na secção “registo”, apresenta-nos a choice box enquanto dispositivo de apoio ao processo de inquirição sociológica.

 

Maria das Dores Guerreiro

 

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