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Sociologia, Problemas e Práticas

versão impressa ISSN 0873-6529

Sociologia, Problemas e Práticas  no.98 Lisboa abr. 2022  Epub 16-Maio-2022

https://doi.org/10.7458/spp20229820020 

Artigos Originais

Formas de participação de jovens com origem migrante em associações em Portugal

Forms of participation of youth with migrant origin in associations in Portugal

Formes de participation des jeunes d’origine migrante dans les associations au Portugal

Formes de participation des jeunes d’origine migrante dans les associations au Portugal

1 Universidade do Porto, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Centro de Investigação e Intervenção em Educação, Porto, Portugal


Resumo

A participação cívica de jovens com origem imigrante é uma área de estudo que carece de atenção académica em Portugal. Este artigo pretende analisar as várias formas de envolvimento e participação de jovens afrodescendentes, e de origem ucraniana e romena em associações de imigrantes em Portugal. O trabalho empírico centrou-se num conjunto de nove associações de imigrantes. Através de um estudo de caso múltiplo realizámos entrevistas semiestruturadas a coordenadores e a jovens com idades compreendidas entre os 15 e os 24 anos que participam nesses contextos. Os resultados deste artigo indicam que as associações de imigrantes são vividas como contextos de socialização, de lazer, de participação, de educação e de expressão de pertenças culturais.

Palavras-chave: participação cívica; associativismo; juventude; imigrante

Abstract

The civic participation of young people with immigrant background is an area of study that needs academic attention in Portugal. This article aims to analyze the various forms of involvement and participation of young people of African descent and with Ukrainian and Romanian backgrounds, in immigrant associations in Portugal. The empirical work focused on a set of nine immigrant associations. Through a multiple case study, we carried out semi-structured interviews with coordinators and young people aged between 15 and 24 years who participate in these contexts. The results of this article indicate that immigrant associations are experienced as contexts of socialization, leisure, participation, education and expression of cultural belongings.

Keywords: civic participation; associations; youth; immigrant

Résumé

La participation civique des jeunes issus de l’immigration est un domaine d’étude qui nécessite une attention académique au Portugal. Cet article vise à analyser les différentes formes d’implication et de participation des jeunes d’origine africaine, d’origine ukrainienne et roumaine, dans les associations d’immigrés au Portugal. Le travail empirique s’est concentré sur un ensemble de neuf associations d’immigrants. A travers une étude de cas multiples, nous avons réalisé des entretiens semi-directifs avec des animateurs et des jeunes âgés entre 15 et 24 ans qui participent à ces contextes. Les résultats de cet article indiquent que les associations d’immigrants sont vécues comme des contextes de socialisation, de loisirs, de participation, d’éducation et d’expression d’appartenances culturelles.

Mots-clefs: participation civique; associations; jeunesse; immigré

Resumen

La participación cívica de los jóvenes de origen inmigrante es un área de estudio que necesita atención académica en Portugal. Este artículo tiene como objetivo analizar las diversas formas de implicación y participación de los jóvenes afrodescendientes, y de origen ucraniano y rumano, en las asociaciones de inmigrantes en Portugal. El trabajo empírico se centró en un conjunto de nueve asociaciones de inmigrantes. Através de un estudio de caso múltiple, realizamos entrevistas semiestructuradas con coordinadores y jóvenes de entre 15 y 24 años que participan en estos contextos. Los resultados de este artículo indican que las asociaciones de inmigrantes se viven como contextos de socialización, ocio, participación, educación y expresión de pertenencias culturales.

Palabras-clave: participación ciudadana; asociaciones; juventud; inmigrante

Introdução

A partir da segunda metade do século XX os fluxos migratórios para a Europa Ocidental, de natureza e proveniência diversa, cresceram significativamente (Okolski, 2012). Devido a este aumento da imigração existe um interesse académico crescente na análise da participação cívica de imigrantes e jovens de origem imigrante (Lee e Pritzker, 2013; Wray-Lake et al., 2015; Ishizawa, 2015). Simultaneamente, são vários os estudos que sublinham que os imigrantes e as minorias étnicas são menos propensos a participar em associações em relação à maioria nativa, que apresenta taxas de participação mais elevadas (Lopez e Marcelo, 2008; DeSipio, 2011; Gijsberts, Van der Meer e Dagevos, 2012). Neste sentido, é compreensível o interesse académico em estudar este tema.

A participação cívica de jovens com origem migrante é considerada uma dimensão crucial para a promoção da integração e socialização, e para o desenvolvimento de laços comunitários e de sentimentos de pertença à sociedade (Eggert e Giugni, 2010; Fernandes-Jesus et al., 2012; Albuquerque, 2013; Guo, 2014; Eurostat, 2018). Além disso, estudos anteriores referem que a participação associativa, de um modo geral, pode aumentar os níveis de confiança interpessoal e social, bem como o desenvolvimento de competências pessoais, cívicas e sociais (Putnam 2000; Schmidt, Shumow e Kackar-Cam, 2007; Kelly, 2009). Deste modo, para os jovens com origem imigrante, pertencer a uma associação pode ser importante para a sua integração social e para a afirmação dos seus interesses e reivindicações pessoais e sociais.

Em Portugal, a produção científica realizada desde 2010 sugere que os jovens com origem migrante são uma população que urge ser melhor conhecida nos seus percursos migratórios e trajetórias de vida (Gaspar, 2018) e na participação cívica e política (Fernandes-Jesus et al., 2012; Trovão, 2012; Albuquerque, 2013; Campos e Simões, 2014; Ribeiro et al., 2015). Horta (2010: 15), a propósito do associativismo imigrante em Portugal, refere que “o tema das práticas associativas dos jovens imigrantes encontra-se ainda pouco explorado e, dada a sua importância, merece, decerto, uma maior visibilidade nas agendas políticas e no debate científico”. Por conseguinte, os dados deste estudo contribuem para compreender as formas de envolvimento associativo desta população juvenil. Assim, este artigo pretende ser um contributo para os estudos da juventude sobre participação cívica e associativismo.

Uma vez que em Portugal, a mobilização política, social e cívica de imigrantes ocorre essencialmente através das associações de imigrantes (AI) (Teixeira e Albuquerque, 2005), este artigo procura compreender as experiências de participação dos jovens com origem migrante nesses contextos.

Na primeira parte deste artigo, apresentamos o que nos parecem ser as principais contribuições teóricas sobre as formas atuais da participação associativa juvenil. Discutimos, em particular, o papel das associações de imigrantes como contextos de participação. De seguida, debruçamos a nossa atenção na forma como as políticas de imigração para a integração em Portugal procuram promover a participação das populações com origem migrante. Na segunda parte do artigo, detalhamos a abordagem metodológica deste estudo e, por último, analisamos as diferentes formas pelas quais os jovens afrodescendentes, romenos e ucranianos participam e beneficiam das associações de imigrantes.

Análise crítica das formas atuais da participação associativa da juventude

A participação cívica e política juvenil tem sido um tópico recorrente de interesse e investigação no campo das ciências sociais. Vários estudos têm demonstrado a sua preocupação com o facto de os jovens apresentarem baixos níveis de envolvimento, interesse e conhecimento político, expresso sobretudo em níveis de participação eleitoral baixos e pouco envolvimento nas instituições políticas tradicionais, na perda de confiança nos líderes e partidos políticos, e no funcionamento geral do processo democrático (Henn, Weinstein e Wring, 2002; Mycock e Tonge, 2012; Amnå e Ekman, 2014; Bessant, Farthing e Watts, 2016). Estes baixos níveis de participação da população juvenil são interpretados como a expressão do ceticismo e desencanto dos jovens relativamente à política e à democracia convencionais.

Simultaneamente, existem opiniões que defendem que o que poderá ter mudado entre os jovens não é o interesse em participar, mas os canais e as formas de participação. Isto é, a participação dos jovens não diminuiu, mas mudou de rosto. Esta perspetiva salienta que os jovens têm adotado formas de participação menos convencionais, menos hierárquicas e institucionalizadas (Harris, Wyn e Younes, 2007; Stolle e Hooghe, 2011; Sloam, 2013) como, por exemplo, o envolvimento em movimentos sociais, ações políticas informais, organizações não governamentais, associações e voluntariado (Menezes et al., 2012; Cammaerts et al., 2014; Jardim e Silva 2016, 2018; Chou et al., 2017). Segundo Harris, Wyn e Younes (2007: 24), os jovens preferem “envolver-se em atividades informais que não são estruturadas por organizações ou por adultos”.

Vários estudos salientam que os jovens estão mais inclinados a envolverem-se em formas de participação focadas na comunidade (Syvertsen et al., 2011; Villano e Bertocchi, 2014; Baiocchi et al., 2016), agindo para tornar as próprias comunidades lugares melhores para a população viver, trabalhar e se divertir. Ora, este envolvimento “comunitário” revela uma preocupação social em agir para o bem comum, resgatando um sentido de possibilidade democrática que estimula formas não convencionais de participação cívica. Em Portugal, seguindo as tendências internacionais, os jovens têm-se afastado progressivamente da política institucional e da participação eleitoral (Menezes et al., 2012; Ferreira, 2018). No entanto, estão cada vez mais ativos em organizações voluntárias e em contextos recreativos, desportivos, religiosos e de solidariedade social (Menezes, 2003; Magalhães e Moral, 2008; Azevedo, 2009).

Estas perspetivas levam-nos a afirmar que os jovens parecem estar a redefinir o que entendem por política e participação, envolvendo-se em formas de participação mais amplas e alternativas à esfera tradicional política. Com efeito, ao mesmo tempo que testemunhamos um recuo juvenil dentro da política formal, assistimos à expansão do envolvimento associativo e voluntário. Por essa razão, o comportamento cívico deve ser discutido de uma forma mais ampla, incluindo diferentes tipos de ação cívica, como o voluntariado ou ações comunitárias que pretendem ajudar os outros ou alcançar o bem público (Voight e Torney-Purta, 2013). Por exemplo, os escuteiros, ao promoverem “o envolvimento em atividades de serviço aos outros e às suas comunidades” (Rodrigues, Menezes e Ferreira, 2015: 170), podem promover um contexto de aprendizagem democrática.

As associações de imigrantes, em particular, são consideradas um contexto de participação crucial para o estudo da participação cívica e integração social dos migrantes na sociedade de acolhimento (Schrover e Vermeulen, 2005; Sardinha, 2010; Albuquerque, 2013). Sardinha (2009: 76), define a associação de imigrantes como “uma organização formada por indivíduos que se definem conscientemente como membros de um grupo étnico-cultural (baseado, por exemplo, em variáveis como país de origem, herança comum, língua, religião, consciência da espécie, etc.) dentro de um contexto maior”. Estas associações, ao enfatizarem iniciativas de sociabilidade com pessoas de outra origem imigrante e da mesma etnia refletem uma necessidade de comunicar com pessoas que partilham a mesma origem, língua ou cultura (Teixeira e Albuquerque, 2005).

As associações de imigrantes podem desenvolver o seu trabalho em terrenos de atuação muito diversificados, tais como o ensino, a formação, a saúde, a área desportiva, recreativa e cultural. Podem também ter um papel fundamental no apoio jurídico e na defesa dos direitos de cidadania, na luta contra a discriminação e na intervenção política (Cunha, 2010). No que diz respeito à participação juvenil nestes contextos, as associações podem ser uma fonte de aquisição de capital social que possibilita o alargamento e a diversificação dos círculos de socialização dos jovens (Albuquerque, 2010, 2013).

A promoção da participação nas políticas de imigração para a integração em Portugal

A partir da década de 1990, Portugal passou a ser caracterizado como um país de imigração, graças à chegada de imigrantes das antigas colónias africanas, bem como de imigrantes brasileiros e europeus de Leste (Padilla e França, 2016). Desde 2016 a população estrangeira residente em Portugal tem vindo a aumentar. Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF, 2020), em 2019 residiam em Portugal 590.348 cidadãos estrangeiros com título de residência válido, com um aumento de 22,9% face a 2018. As cinco nacionalidades estrangeiras mais numerosas em Portugal no início desta década eram, por ordem de importância: a brasileira (25,6%), a cabo-verdiana (6,3%), a britânica (5,8 %), a romena (5,3%) e a ucraniana (5,0%).

Recentemente, o estudo internacional Mipex, de 2015 (Huddleston et al., 2015), revelou que, entre 38 países, Portugal é o segundo melhor país do mundo a receber e integrar imigrantes, ficando apenas atrás da Suécia. No âmbito da promoção da participação associativa, o estado português tem desenvolvido várias estratégias e programas para apoiar os imigrantes e descendentes a participarem na sociedade, principalmente através de associações de imigrantes. O Gabinete de Apoio Técnico às Associações de Imigrantes (GATAI) é uma das estratégias de integração do governo. Este gabinete trabalha com o Conselho Consultivo para Assuntos de Imigração para reconhecer as associações de imigrantes, aumentar a sua capacidade, expandir as suas redes e fornecer financiamentos em pequena escala (Huddleston et al., 2015). Para além do apoio às associações de imigrantes, o programa Escolhas1 é uma estratégia governamental de inclusão social destinada a crianças e jovens com idade compreendida entre os 6 e os 30 anos, de contextos socioeconómicos vulneráveis, principalmente jovens imigrantes, descendentes de imigrantes e minorias étnicas (ACM, 2015). Aliás, duas das associações deste estudo têm um projeto financiado por este programa.

Notas metodológicas

Este artigo baseia-se num estudo de caso múltiplo realizado em Portugal entre 2016 e 2019. Os estudos de caso múltiplo centram-se em vários casos situados em contextos distintos, a fim de compreender como é que determinado fenómeno ou situação é experienciado por diferentes pessoas em diferentes contextos (Barone, 2000). Esta abordagem metodológica foi privilegiada pois confere uma maior abrangência ao processo de investigação e permite melhorar a generalização dos resultados (Ashley, 2017).

Uma vez que pretendíamos estudar as formas de participação associativa de jovens de diferentes origens étnico-culturais, concluímos que este fenómeno só seria passível de ser compreendido na sua diversidade e especificidade através da inclusão de várias associações de imigrantes no estudo. Por outro lado, tendo em consideração que a maioria das investigações sobre associativismo imigrante em Portugal estudam populações afrodescendentes residentes na área metropolitana de Lisboa (Horta, 2010), decidimos que seria necessário selecionar associações localizadas em várias zonas de Portugal, destinadas não só a afrodescendentes, mas também a imigrantes da Europa de Leste.

Deste modo, o estudo abrange nove associações de imigrantes localizadas em diferentes contextos urbanos: quatro associações de afrodescendentes e cinco associações destinadas a imigrantes e descendentes de países da Europa de Leste (ucranianos e romenos). Através de um levantamento de dados sobre as associações de imigrantes existentes em Portugal, identificámos 107 associações. No entanto, 37 associações das 107 estavam incontactáveis, não sendo possível saber se ainda estavam ativas. Depois de identificarmos 20 associações que desenvolvem um trabalho com e para os jovens, quer afrodescendentes quer jovens da Europa de Leste, selecionámos nove associações que atendiam a diferentes critérios, nomeadamente: a existência de um trabalho com jovens, a diversidade étnica entre os jovens e a diversidade geográfica entre as associações.

O quadro 1 sistematiza a informação sobre as associações.

Quadro 1 Caracterização da composição das associações de imigrantes 

(*) As percentagens da origemétnico-cultural dos membros foram veiculadas por elementos da liderança dasassociações.

A maioria das associações é de tipo educativo e cultural, assumindo como propósito a preservação da herança cultural da comunidade imigrante, e o apoio escolar para prevenir situações de insucesso ou abandono escolar. Para além disso, a maioria das associações de imigrantes do Leste Europeu oferecem um ensino da história, da cultura e da língua do país de origem, bem como um apoio escolar na língua materna da comunidade imigrante.

A escolha metodológica (entrevistas) justifica-se pela necessidade de aceder às perspetivas dos sujeitos de investigação, bem como à construção de significado das suas experiências e ações (King e Horroks, 2010). Realizámos entrevistas semiestruturadas a 18 coordenadores associativos e a 46 jovens com idades entre 15 e 24 anos que participavam nessas associações. Dos 46 jovens entrevistados 25 são imigrantes da “geração 1,5” (14 ucranianos, 7 afrodescendentes, 3 romenos, 1 russo), dos quais a maioria imigrou para Portugal durante a infância, entre os 6 e os 12 anos. A geração 1,5 inclui jovens que nasceram noutro país e que se deslocaram para o país de acolhimento na idade de escolarização (Gomes, 2014). Os restantes 21 jovens entrevistados são imigrantes de segunda geração, sendo a maioria afrodescendentes. Esta categoria inclui pessoas que nasceram na sociedade de acolhimento e que são filhos de, pelo menos, um progenitor imigrante (Alba e Waters, 2011).

Em relação às características socioeconómicas dos jovens, os afrodescendentes pertencem a famílias com baixas qualificações académicas e baixo nível socioeconómico, enquanto que a maioria dos jovens de origem ucraniana e romena pertence a famílias com um nível socioeconómico e com qualificações académicas mais elevadas. Estes dados foram avaliados a partir dos discursos dos dirigentes associativos e de um pequeno questionário realizado com os jovens, o qual pretendia auferir as qualificações académicas dos seus pais.

Os entrevistados foram contactados através das associações. Todas as entrevistas foram analisadas através da técnica da análise de conteúdo. A análise de conteúdo foi feita a partir de uma abordagem indutiva. Esta abordagem é caracterizada pela procura sistemática de padrões no conteúdo manifesto dos dados e pelas interpretações dos significados implícitos do texto, cujas categorias emergem a partir da leitura dos dados (Elo e Kyngäs, 2008).

No que diz respeito aos princípios éticos, este estudo garantiu a proteção da privacidade e confidencialidade de dados bem como o respeito pela autonomia e integridade dos sujeitos da investigação e a minimização de inconvenientes emocionais e sociais.

Formas de participação associativa de jovens de origem imigrante

A associação como espaço de socialização e de lazer

Os usos que os jovens fazem dos seus tempos quotidianos, incluindo os de lazer, são aqueles que provavelmente mais contribuem para a constituição, difusão e consolidação das “culturas juvenis” (Pais, 1993). Para a maioria dos jovens afrodescendentes e de origem romena a associação é apropriada como um espaço de socialização e lazer, onde podem ocupar os seus tempos livres:

A associação é uma oportunidade para nós nos divertirmos, convivermos com diferentes tipos de pessoas e distrair do mundo exterior que só exige esforço psicológico e trabalho. [Lucas, romeno, 18 anos]

Vimos à associação para conviver, conversar e jogar Playstation […] Somos uma família e o nosso companheirismo é muito importante. [Henri, afrodescendente, 17 anos]

A associação é a nossa segunda casa. É um local de convívio do pessoal, onde nos encontramos quase todos os dias depois da escola para conviver e jogar à bola. Também conhecemos ‘damas’ novas. [Paulo, afrodescendente, 18 anos]

A associação tira-nos das ruas e ajuda vários jovens, que não tem um apoio extra dos pais porque estão sempre a trabalhar, e que facilmente vão por maus caminhos, faltam à escola, roubam e depois são mandadas para fora de casa. [Diogo, afrodescendente, 18 anos]

O que me motiva a vir à associação é estar com as pessoas, conviver. Quando comecei a vir cá ao espaço lúdico, há cerca de um ano, fiz mais amizades com as pessoas aqui da zona o que me ajudou na minha integração. [Maria, afrodescendente, 19 anos]

Os rapazes e raparigas afrodescendentes e de origem romena participam na associação depois da escola, sobretudo para socializar. Os jovens afrodescendentes, em particular, frequentam a associação diariamente, para praticar um desporto e para estar “a conversar”, a passar o tempo “sem fazer nada”. Ora, estas atividades são características das culturas juvenis e um dos “signos juvenis geracionais” (Pais, 1993: 107). E nesta ritualidade de “não fazer nada” produzem-se solidariedades grupais e construções juvenis da realidade social. A associação é um lugar de encontro e interação com outros jovens, onde desfrutam de uma certa autonomia e diversão.

Para estes rapazes afrodescendentes a associação assume-se como um espaço quotidiano de conforto “organizador geográfico e simbólico” (Silva, 2008: 43), que diminui a sensação de errância de quem poderia estar “perdido” em casa, na rua ou em caminhos de delinquência sem a associação. Como nos mostra o estudo de Roldão (2015), os processos de socialização dos jovens afrodescendentes são influenciados pela condição social e profissional dos seus pais. Neste caso, os familiares destes jovens, tendo níveis de escolaridade baixos, ocupam o dia a assegurar a subsistência material mais imediata da família, podendo até acumular vários empregos no mesmo dia. Consequentemente, os jovens compensam a distância da família face ao seu quotidiano com a criação de uma “família” na associação. As interações e elos sociais criados nestes contextos associativos são, aliás, fundamentais para que se desenvolva um sentimento de pertença à associação (Peperkamp, 2017). Para além disso, como a Maria refere, o desenvolvimento de interações sociais com membros da sociedade de acolhimento assume uma importância significativa porque oferece oportunidades de integração na sociedade (Vervoort, 2012).

As raparigas afrodescendentes da associação desportiva cabo-verdiana 3 participam na associação enquanto atletas da equipa de andebol federado feminino:

Eu venho à associação para praticar desporto e para conviver com pessoas e com a minha equipa. O andebol ajuda-nos a cooperar enquanto equipa e deu-me muita maturidade e confiança, a nível pessoal, psicológico, enquanto atleta […]. [Alexandra, afrodescendente, 16 anos]

Para a Alexandra, o andebol contribui para o seu desenvolvimento psicológico, ensinando-a a cooperar e a ganhar confiança. De facto, o desporto é uma atividade que oferece aos imigrantes e descendentes de imigrantes a oportunidade de desenvolverem relações sociais com pessoas de diferentes etnias e nacionalidades, de se familiarizarem com as normas culturais da sociedade de acolhimento e de adquirirem competências linguísticas e desportivas (Burrmann et al., 2017).

A associação como espaço para viajar

Com a redução das distâncias geográficas provocada pela globalização, a experiência de viajar tornou-se parte da vida quotidiana da maioria das pessoas, e o desejo de viajar tornou-se uma aspiração comum para os jovens europeus (Bagnoli, 2009). Por exemplo, Jardim e Silva (2018: 8), num estudo recente sobre voluntariado europeu, concluíram que um dos motivos de os jovens europeus fazerem voluntariado é a oportunidade de “viajar e conhecer novos países e culturas sem grandes despesas”.

O envolvimento das raparigas afrodescendentes na equipa de andebol da associação, bem como a participação dos jovens de origem romena em intercâmbios entre jovens de diferentes nacionalidades e etnias, oferecem aos jovens a oportunidade de viajar, de conhecer outras realidades geográficas, e de se relacionarem com pessoas de diferentes origens. Esta é uma das razões que os motiva a participar na associação:

Graças ao andebol nós viajamos e conhecemos vários sítios. Temos jogos aos fins de semana e torneios no final do ano, onde conhecemos outras pessoas de Lisboa, Porto, Algarve, e mantemos contacto. E isso é bom porque não ficamos aqui fechadas. [Rosa, afrodescendente, 23 anos]

Graças aos intercâmbios que fazemos com jovens de outras localidades e de diferentes nacionalidades temos oportunidades de viajar e aprender mais sobre a geografia de Portugal, conhecer sítios novos, fazer novos amigos e ao mesmo tempo fortalecemos a amizade do grupo […]. [Dalila, origem romena, 15 anos]

Ajuda-nos a ter mais conhecimento geral e a entender o ponto de vista do outro, a sua cultura, religião…[Lucas, romeno, 18 anos]

Graças à associação temos oportunidades de viajar e conhecer imensas pessoas com origem ucraniana que também são imigrantes e que contam as suas experiências, o seu sucesso, e partilham conselhos. E eu vou ganhando conhecimentos. […] E com estas experiências ganho uma maior facilidade em comunicar. [Martyn, ucraniano, 22 anos]

Estas experiências de mobilidade para além de ampliarem as redes sociais dos jovens, criam oportunidades de diálogo intercultural que, por sua vez, facilitam o desenvolvimento de capital social bridging (Putnam e Feldstein, 2004), isto é, a formação de laços e de redes sociais entre pessoas que à partida não partilham um conjunto de referências culturais, história familiar, experiências e propósitos comuns.

Para os jovens ucranianos entrevistados, as experiências de mobilidade são valorizadas porque lhes permitem viajar e conhecer pessoas de origem ucraniana. De facto, entre os imigrantes, há a tendência ou a inclinação para formar laços e socializar com pessoas que têm a mesma etnia, que partilham a mesma língua ou que vivem experiências comuns (Bartram, 2019). Para além disso, a oportunidade de participarem em intercâmbios internacionais possibilita uma aprendizagem experiencial e cultural bem como o desenvolvimento de competências relacionais e linguísticas.

A associação como espaço de fazer voluntariado e participar politicamente

O voluntariado constitui em si mesmo uma experiência de participação cívica (Ekman e Amnå, 2012). Os jovens afrodescendentes da associação cabo-verdiana 1 e os jovens de origem romena e afrodescendente da associação do Leste europeu 5 participam em atividades de voluntariado na associação e na comunidade local.

As pessoas da associação pedem-me para fazer atividades com os miúdos relacionadas com arte e criatividade porque sabem que eu gosto de arte. […] A participação na associação ajuda-me a lidar com pessoas diferentes, a trabalhar de forma coletiva em equipa, a respeitar tanto as diferenças como as opiniões de todos. E deu-me muita autonomia, à vontade para falar, para conviver, para fazer. [Sofia, afrodescendente, 20 anos]

Para a Sofia a oportunidade de se envolver na associação e de se relacionar com pessoas de diferentes origens culturais promove as suas competências interculturais, nomeadamente a capacidade de compreender e aceitar diferenças culturais e diferentes formas de pensar. As competências interculturais têm o poder de derrubar preconceitos, estereótipos e conceitos erróneos sobre os outros, contribuindo para uma maior compreensão mútua, confiança social e solidariedade (Levrau e Loobuyck, 2018). Para além disso, a Sofia afirma que desenvolveu um conjunto de competências de cunho prático, relacional e individual. De facto, tal como Medina, Caramelo e Cardoso (2013: 1145) concluíram, a participação associativa pode constituir uma fonte de “aprendizagens de cunho eminentemente prático”, “aprendizagens de tipo relacional” e “aprendizagens que dão origem a transformações profundas do ponto de vista pessoal”, tais como a formação de atitudes e valores.

A associação cabo-verdiana 1 e a associação do Leste europeu 5 dão oportunidade aos jovens para serem criativos e para liderarem e organizarem atividades, atribuindo-lhes tarefas e responsabilidades de acordo com os seus interesses e competências pessoais:

Sem a associação e os projetos do programa Escolhas não teria hipótese de me voluntariar em várias atividades como recolher alimentos para o banco alimentar, a limpeza das praias, a limpeza em várias zonas de Almancil. […] Mesmo que não pareça muito significante é sempre alguma coisa para fazer e ajudar a comunidade. […] A associação ajudou-me a desenvolver a capacidade de ajudar os outros e a ter mais responsabilidade. Eles dão-me responsabilidades. [Lucas, romeno, 18 anos]

A minha principal motivação para estar na associação é dar aulas de teatro a crianças e jovens. […] Eu faço voluntariado para ajudar e desenvolver as capacidades, porque tenho a responsabilidade de olhar pelas crianças e jovens, e vou ganhando responsabilidade e maturidade. [Daniel, afrodescendente, 17 anos]

Os jovens atribuem vários sentidos ao voluntariado. Por um lado, este é visto como uma forma de ajudar a comunidade local e a associação. Por outro lado, é uma oportunidade para os jovens desenvolverem a sua agência, e para expressarem as suas competências pessoais na sua área de interesse e formação académica, como é o caso da Sofia e do Daniel. Podemos concluir que as práticas associativas de promoção da participação e liderança dos jovens promovem a sua autoestima, bem como o seu sentimento de pertença associativa e a sua ação cívica (Richards-Schuster e Dobbie, 2011). Paralelamente, o voluntariado, enquanto lugar de aprendizagens não formais e informais, afirma-se como um terreno propício para a aquisição de soft skills (Rego, Zózimo e Correia, 2017), designadamente competências relacionais, competências de autonomia, liderança e organização.

Por último, o Yuri, jovem ucraniano da AI ucraniana 9, tem uma participação política na associação, isto é, desenvolve ações que pretendem influenciar decisões governamentais e resultados políticos (Ekman e Amnå, 2012) relacionados com o seu país de origem.

Sempre que consigo dou uma ajuda na associação. […] Participei em reuniões para organizar manifestações contra a ocupação russa e para participar nas manifestações. E é esta parte mais política que me interessa mais. Porque eu quero seguir mais tarde a carreira política na Ucrânia. Por isso é que eu agora tento acompanhar os movimentos políticos. [Yuri, ucraniano, 24 anos]

O Yuri, devido aos seus interesses políticos relacionados com o seu país de origem, envolve-se em ações de ativismo político, em movimentos sociais e políticos, para mudar o que considera serem injustiças sociais que acontecem na Ucrânia, nomeadamente a agressão russa em várias localidades do país. Tal como alguns estudos indicam, a perceção de injustiça social motiva os migrantes a envolverem-se em formas ativistas de participação cívica, como protestos (Stepick, Stepick e Labissiere, 2008; Suárez-Orozco, Carola e Casanova, 2015).

Os discursos destes jovens revelam que as ações de caráter mais informal promovidas pelo associativismo, bem como as interações sociais subjacentes às mesmas, constituem experiências significativas que são fonte de aprendizagens de competências sociais e cívicas (Albuquerque, 2013).

A associação como espaço de expressão e aprendizagem cultural

Para alguns jovens afrodescendentes e jovens de origem ucraniana, a associação é um espaço de pertença, aprendizagem e expressão da sua herança cultural:

Estamos aqui na associação para dar continuidade às nossas tradições, mas com um novo cheirinho. [Ana, afrodescendente, 17 anos]

Nós adicionamos às danças tradicionais as influências que aprendemos hoje em dia. [Telma, afrodescendente, 15 anos]

Vimos à associação porque gostamos bué de dançar e de estar em grupo a socializar. O mais importante é aprender a dançar e esforçarmo-nos por dançar melhor. Este grupo de dança é um pequeno caminho para o nosso futuro porque isto pode-nos trazer novas oportunidades. [Raquel, afrodescendente, 18 anos]

Nós quando vimos cá estamos a aprender história, tradições, e cultura ucraniana. Isto é o que nos motiva mais. Porque vivemos longe do nosso país. A história ucraniana que abordamos nesta associação é bastante importante. Ajuda-nos a perceber qual é que foi o nosso passado. [Natasha, ucraniana, 19 anos]

As raparigas afrodescendentes da AI guineense 4, embora expressem a sua identificação com elementos da sua herança cultural, também reapropriam e recriam essa cultura. Através da participação no grupo de balé africano, estas jovens reinventam a dança africana com as suas influências artísticas contemporâneas. Neste sentido, através de processos sociais de identificação, produção, reprodução e circulação cultural, a cultura é recebida, usada e reapropriada socialmente de diferentes formas (Hall, 2005). Para além disso, estas raparigas veem a dança como uma forma de investirem na sua própria formação artística, que lhes pode trazer oportunidades profissionais futuras.

Por último, os/as jovens ucranianos da AI ucraniana 9, para além de participarem nos intercâmbios onde podem conhecer jovens ucranianos, também participam na associação para aprender sobre a história e cultura do seu país de origem na sua língua materna. Ora, este interesse revela o seu forte sentimento de pertença à sua herança cultural. Em suma, os discursos dos jovens acima mencionados revelam que as associações de imigrantes são uma fonte significativa de pertença, “propícia à reprodução das origens e identificações culturais dos imigrantes” (Boccagni e Pilati, 2015: 64).

Conclusões

O objetivo deste artigo é analisar as formas de participação associativa de jovens com origem migrante, nomeadamente, afrodescendentes e jovens de origem romena e ucraniana. Os resultados desta investigação ilustram que os jovens de origem migrante adotam diferentes formas de envolvimento e participação associativa. Os dados indicam, em consonância com estudos recentes feitos em Portugal sobre o associativismo (Palhares, 2008; Medina, Caramelo e Cardoso, 2013; Albuquerque, 2013), que as associações são relevantes enquanto contextos de socialização, participação e educação, propícios à integração social, ao exercício da cidadania, e à aquisição de valores, saberes e competências pessoais. Simultaneamente, estes espaços são importantes contextos de aprendizagem e expressão de pertenças culturais.

Os dados revelam algumas diferenças de participação entre os jovens de diferentes etnias e nacionalidades. A maioria dos jovens afrodescendentes e de origem romena envolvem-se na associação sobretudo para socializar, para usufruir de um tempo de lazer (por exemplo, através do desporto ou de jogos virtuais) e para fazer voluntariado. Os jovens de origem romena são o grupo que tem um nível de participação e envolvimento mais diversificado, devido ao forte dinamismo e densidade de trabalho da associação, que lhes oferece a possibilidade de participarem num grupo de danças romenas e moldavas, na organização de atividades da associação, em atividades de voluntariado e em intercâmbios juvenis. Por último, os jovens de origem ucraniana e algumas jovens afrodescendentes revelam um sentimento de pertença mais forte à sua herança cultural, envolvem-se na associação sobretudo para aprender e expressar os seus vínculos culturais. Os jovens ucranianos, em particular, participam para conhecer jovens de origem ucraniana, para usufruírem de apoio escolar na sua língua e para se envolverem em ações políticas relacionadas com a Ucrânia.

De um modo geral, os dados revelam que as oportunidades de socialização e de envolvimento em experiências de mobilidade geográfica são aspetos valorizados por todos os jovens. De facto, vários estudos sugerem que a possibilidade de criar e ampliar redes sociais informais é um elemento importante da participação de jovens com origem imigrante (Flanagan e Levine, 2010; Romaní, Feixa e Latorre, 2012). Neste sentido, as associações contituem uma fonte de aquisição de capital social. As experiências de mobilidade geográfica, em particular, contêm em si um enorme potencial educativo e integrativo, porque criam um conjunto de oportunidades para os/as jovens acederem a redes sociais diversas e a realidades geográficas distintas dos seus contextos de origem, estimulando a aquisição de novos conhecimentos e o desenvolvimento de competências pessoais, relacionais e interculturais. Para além disso, a oportunidade de os jovens saírem dos limites geográficos e simbólicos da localidade e do bairro em que residem, para além de ser uma oportunidade apelativa de conhecer o país e o mundo, permite contrariar lógicas de segregação social e geográfica (Albuquerque, 2010, 2013).

De um modo geral, podemos concluir que as instituições pelas quais os jovens de origem migrante passam, como os contextos associativos, podem ter um enorme impacto na sua integração e nas suas oportunidades de vida (Alba e Waters, 2011).

Esta investigação aponta poucas diferenças de género quanto ao envolvimento associativo dos/as jovens. No entanto, identificámos que para alguns rapazes afrodescendentes a associação é um espaço seguro que os protege do isolamento social, dos perigos da rua e de possíveis caminhos de marginalidade. Simultaneamente, alguns rapazes afrodescendentes usam os espaços da associação para desenvolver formas específicas de sociabilidade que são inevitavelmente atravessadas pelo meio digital (Twenge, Martin e Spitzberg, 2018), nomeadamente pela prática de jogos digitais. Segundo estes investigadores, os adolescentes nascidos a partir de 1995, definidos como “iGen”, em comparação com as gerações anteriores, passam cada vez mais tempo a usar meios digitais e dispositivos eletrónicos.

Os resultados deste estudo estão em concordância com as perspetivas anteriores, que argumentam que na contemporaneidade os jovens preferem envolver-se em novas formas de participação, nomeadamente através do voluntariado e de ações políticas informais (Menezes, 2010; Cammaerts et al., 2014; Jardim e Silva 2016, 2018; Chou et al., 2017). As experiências de voluntariado, em particular, ao fomentarem a responsabilização e a liderança dos jovens em atividades da associação, promovem o conhecimento e empoderamento juvenil (Tsekoura, 2016). Este empoderamento é alcançado porque os/as jovens têm oportunidade de ter iniciativas, tomar decisões, liderar e criar de forma colaborativa o conteúdo da sua participação. Neste sentido, o voluntariado e a promoção de participação dos jovens, constitui uma experiência de educação não formal, que estimula o desenvolvimento de competências cívicas e de soft skills, designadamente competências sociais e relacionais, autonomia, capacidade de liderança, ação, organização e cooperação.

Em suma, esta investigação permite-nos afirmar que as associações, ao desenvolverem atividades lúdico-pedagógicas, desportivas e cívicas podem constituir contextos de socialização, educação juvenil (Palhares, 2008) e inclusão social. Neste sentido é fundamental que as políticas de juventude e de integração de imigrantes e descendentes continuem a apoiar contextos associativos e a estimular de forma contínua a participação de jovens com origem migrante em movimentos associativos. É necessário haver um maior apoio do estado, a nível político e financeiro, para ajudar as associações a desenvolver um trabalho educativo mais adaptado à realidade social e aos interesses dos jovens.

No que diz respeito às limitações deste estudo, a adoção do estudo de caso múltiplo como abordagem metodológica não nos permitiu realizar uma observação participante prolongada no tempo sobre os tipos de participação dos jovens em cada contexto. Neste sentido, seria interessante fazer um estudo etnográfico com uso de metodologias participativas e digitais em uma ou duas associações de imigrantes que tenham um trabalho educativo de qualidade com jovens.

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1O programa Escolhas é um programa governamental, criado em 2001 pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 4/2001, de 9 de janeiro, e implementado em todo o território nacional; tem sido sucessivamente renovado, encontrando-se atualmente na 7.ª edição (2019-2020). O programa Escolhas é financiado pelos Ministérios do Trabalho, da Solidariedade e Segurança Social e da Educação, bem como pelos fundos europeus estruturais e de investimento. A totalidade dos projetos do Escolhas envolve cerca de 75.000 participantes, mobilizando mais de 840 entidades parceiras, entre municípios, juntas de freguesia, comissões de proteção de crianças e jovens, IPSS, associações juvenis e associações de imigrantes, desportivas e outras (CNE, 2018).

Recebido: 06 de Maio de 2020; Aceito: 30 de Abril de 2021

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