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Economia Global e Gestão

versão impressa ISSN 0873-7444

Economia Global e Gestão v.16 n.2 Lisboa set. 2011

 

A hegemonia do paradigma liberal na Europa

The hegemony of the liberal paradigm in Europe

No continente europeu assistimos ao predomínio da corrente liberal como fundamento das políticas económicas nacionais e da própria União Europeia.

O que não sucede, como se sabe, noutras regiões do planeta, seja na América do Norte ou do Sul, na Ásia e na África. Como explicar tal circunstância?

Recorde-se que em 2008 e 2009, em plena «crise» da economia mundial, muitos julgavam que, vendo as coisas pela positiva, surgia uma grande oportunidade de reformar o sistema do mercado global, uma vez que se considerava ser a completa liberdade concedida aos movimentos do capital financeiro que estava na origem da crise. Tratava-se, portanto, de criar mecanismos eficazes e justos de regulação das economias nacionais e internacionais. Alguns (poucos) anos volvidos, verifica-se uma forte tendência para o regresso ao business as usual.

Verifica-se também, é certo, uma notória intensificação das grandes manifestações de massas descontentes do presente curso de acontecimentos. Mas surgem mais como sinais da impotência dos actores da política formal para serem influentes nesse curso. E, na Europa em particular, é também flagrante a incapacidade das oposições ditas «de esquerda» para criarem alternativas positivas e viáveis ao business as usual.

Há um emaranhado de distintos factores que explicam esta paradoxal situação de generalização da insatisfação concomitante da reconhecida impotência perante o statu quo.

A política partidária formal está cada vez mais desacreditada. Todos percebem que os verdadeiros «poderes» não se encontram nas mãos daqueles que são escolhidos pelos eleitores e que, afinal, duma forma ou outra, acabam por ser consciente ou inconscientemente manipulados por aqueles poderes efectivos.

Mas também se constata a carência dum sólido modelo de pensamento alternativo do dominante paradigma liberal. Modelo que não será possível formular apenas na base da chamada «teoria económica pura», mas antes com fundamento numa aprofundada análise de sociologia económica do presente capitalismo do mercado global.

www.mariomurteira.com