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Revista de Enfermagem Referência

versión impresa ISSN 0874-0283

Rev. Enf. Ref. vol.serIV no.10 Coimbra set. 2016

https://doi.org/10.12707/RIV16008 

ARTIGO DE REVISÃO

 

Modelos de prática profissional de enfermagem: revisão integrativa da literatura

Nursing professional practice models: an integrative literature review

Modelos de práctica profesional de enfermería: una revisión integradora de la literatura

 

Olga Maria Pimenta Lopes Ribeiro*; Maria Manuela Ferreira Pereira da Silva Martins**; Daisy Maria Rizatto Tronchin***

* Doutoranda, Ciências da Enfermagem, Universidade do Porto, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, 4050-313, Porto, Portugal [olgaribeiro25@hotmail.com]. Contribuição no artigo: realização do estudo (revisão integrativa da literatura) e elaboração do artigo. Morada para correspondência: Rua Companhia dos Caulinos, nº358, 3ºDto Traseiras, 4460-205 Senhora da Hora, Porto, Portugal.

** Ph.D., Professora Coordenadora, Escola Superior de Enfermagem do Porto, 4200-072, Porto Portugal [mmartins@esenf.pt]. Contribuição no artigo: realização do estudo (revisão integrativa da literatura) e elaboração do artigo.

*** Ph.D., Professora Associada, Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, 05403-000, São Paulo, Brasil [daisyrt@usp.br]. Contribuição no artigo: realização do estudo (revisão integrativa da literatura) e elaboração do artigo.

 

RESUMO

Enquadramento: Nos últimos anos, muitas organizações de saúde internacionais, têm valorizado os modelos de prática profissional de enfermagem como uma ferramenta para alcançar a excelência nos resultados dos clientes e dos enfermeiros.

Objetivo: Analisar a produção científica relativamente aos modelos de prática profissional de enfermagem, no contexto hospitalar, publicada na última década.

Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, de acordo com a metodologia PICO (participantes, intervenção, contexto e resultados), cuja colheita de dados foi realizada em dezembro de 2015, nas bases de dados CINAHL e MEDLINE.

Resultados: A análise dos 17 artigos incluídos no estudo permitiu identificar 4 temáticas relevantes (modelos de prática profissional de enfermagem; elementos dos modelos de prática profissional de enfermagem; benefícios dos modelos de prática profissional de enfermagem e desenvolvimento, implementação e avaliação dos modelos de prática profissional de enfermagem).

Conclusão: As evidências mostram que o desenvolvimento e a implementação de modelos de prática profissional de enfermagem constituem desafios significativos, que uma vez atingidos, fornecerão as bases para uma prática de enfermagem de excelência.

Palavras-chave: enfermagem; modelos de enfermagem; prática profissional; hospitais

 

ABSTRACT

Background: In recent years, many international health organizations have used nursing professional practice models as a tool to achieve excellence in patient and nursing outcomes.

Objective: To analyze the literature published during the last decade on nursing professional practice models in hospital environment.

Methodology: This is an integrative literature review, according to the PICO methodology (participants, intervention, context and outcomes). Data were collected in December 2015 in CINAHL and MEDLINE databases.

Results: Four main themes were identified from the analysis of the 17 articles included in this study: nursing professional practice models; elements of nursing professional practice models; benefits of nursing professional practice models, and development, implementation and evaluation of nursing professional practice models.

Conclusion: The results show that the development and implementation of nursing professional practice models represent significant challenges that, once achieved, will provide the basis for excellence in nursing practice.

Keywords: nursing; nursing models; professional practice; hospitals

 

RESUMEN

Marco contextual: En los últimos años, muchas organizaciones internacionales de salud han valorado los modelos de práctica profesional de enfermería como una herramienta para alcanzar la excelencia en los resultados de los clientes y de los enfermeros.

Objetivo: Analizar la producción científica en relación a los modelos de práctica profesional de enfermería en el contexto hospitalario publicada en la última década.

Metodología: Se trata de una revisión integradora de la literatura de acuerdo con la metodología PICO y cuya recogida de datos se llevó a cabo en diciembre de 2015 en las bases de datos CINAHL y MEDLINE.

Resultados: El análisis de los 17 artículos incluidos en el estudio permitió identificar 4 temas principales: modelos de práctica profesional de enfermería; elementos de los modelos de práctica profesional de enfermería; beneficios de los modelos de práctica profesional de enfermería y desarrollo, implementación y evaluación de los modelos de práctica profesional de enfermería.

Conclusión: Las pruebas muestran que el desarrollo y la implementación de modelos de práctica profesional de enfermería son retos importantes, que, una vez alcanzados, servirán de base para una práctica de enfermería de excelencia.

Palabras clave: enfermería; modelos de enfermería; práctica profesional; hospitales

 

Introdução

O atual ambiente de cuidados de saúde, as condições económicas e culturais, têm criado, na perspetiva de alguns autores (Erickson & Ditomassi, 2011), uma oportunidade ideal para os enfermeiros refletirem sobre a prática e definirem um novo rumo para a profissão de enfermagem. Um rumo que garanta a sustentabilidade profissional e a qualidade assistencial. Neste sentido, os enfermeiros, sempre conduzidos por padrões de excelência, devem agora definir uma nova descrição do que a profissão de enfermagem poderá ser. Os modelos de prática profissional de enfermagem fornecem uma estrutura para definir esse novo rumo e, assim, a obtenção de resultados exemplares (Erickson & Ditomassi, 2011).

Os modelos de prática profissional, essenciais à promoção da excelência na prática de enfermagem (Harwood, Downing, & Ridley, 2013), são particularmente conhecidos nos Estados Unidos, local onde ter um modelo é essencial para a acreditação Magnet desenvolvida pela American Nurses Credentialing Center (ANCC; Berger, Conway, & Beaton, 2012). De facto, foi o Magnet Recognition Program, originário exatamente nos Estados Unidos, que terá fornecido o impulso para a implementação de modelos de prática profissional em enfermagem (Slatyer, Coventry, Twigg, & Davis, 2015). Nesse sentido, hospitais que procuram a creditação Magnet são frequentemente confrontados com o desafio de desenvolver um modelo de prática profissional (MPP) de enfermagem, que é considerado um elemento chave na criação de um ambiente que promova uma prática profissional exemplar (Tinkham, 2013; Berger et al., 2012).

Nos anos 90, os modelos de prática profissional foram definidos como sistemas, contendo estruturas, processos e valores que sustentam a prática de cuidados de enfermagem. Segundo Hoffart e Woods (1996), um modelo contém como elementos chave: autonomia, responsabilidade, relações profissionais, modelo de prestação de cuidados ao cliente, gestão partilhada e mecanismos de compensação e recompensa. De acordo com o Magnet Recognition Program, referenciado por vários autores (Slatyer et al., 2015; Stallings-Welden & Shirey, 2015; Berger et al., 2012), um MPP é uma representação esquemática dos cuidados prestados pelo enfermeiro com intuito de atingir resultados de alta qualidade. Nesta perspetiva, o MPP reflete como o enfermeiro exerce, colabora, comunica, evolui profissionalmente, e integra a missão, visão, valores, filosofia e teorias de enfermagem na sua prática (Berger et al., 2012).

Atualmente, é consensual que a enfermagem, enquanto disciplina e profissão, deve conter certas características, das quais se destacam um vasto campo de conhecimento que possa ser transmitido, através do ensino formal, da autonomia na tomada de decisão, da autoridade sobre a prática e da responsabilidade e reconhecimento pelos resultados (Jost & Rich, 2010). Atendendo a que o referido é passível de ser integrado num modelo de prática profissional, faz todo o sentido investir no seu desenvolvimento e implementação. De acordo com a literatura, são necessários modelos de prática profissional que possam servir de inspiração e fortalecer os enfermeiros na prática, ajudando-os a lidar com os atuais desafios (Meehan, 2012). À semelhança do defendido por alguns autores (Berger et al., 2012), embora os enfermeiros tenham presente todos os elementos/componentes existentes na prática de enfermagem que deveriam ser aplicados por todos os enfermeiros, não têm um modelo que os consiga articular. De facto, os enfermeiros não são capazes de definir e descrever um MPP e a sua aplicação no dia-a-dia (Berger et al., 2012).

A terminologia de modelo de prática profissional de enfermagem é provável que seja nova e potencialmente difícil para os enfermeiros, nomeadamente para aqueles que em ambientes internacionais não estão familiarizados com o quadro teórico Magnet (Slatyer et al., 2015). Atualmente, são muitas as organizações de saúde que valorizam a contribuição que um MPP pode trazer para prática de enfermagem (Harwood et al., 2013). Embora a literatura sugira que os modelos de prática profissional de enfermagem, em contexto hospitalar, constituem uma ferramenta para alcançar a excelência nos resultados dos enfermeiros e dos clientes (Stallings-Welden & Shirey, 2015; Harwood et al., 2013), em Portugal desconhecem-se instituições hospitalares que tenham definido um MPP de enfermagem, sendo, por isso, uma temática pouco conhecida pelos profissionais.

Alicerçados em tais pressupostos, norteamos esta revisão integrativa, pela seguinte questão: Qual a produção científica dos enfermeiros sobre os modelos de prática profissional de enfermagem, no contexto hospitalar, nos últimos 10 anos?. Tendo em consideração a questão enunciada, com a realização deste estudo, estabelecemos como objetivo analisar o que tem sido publicado pelos enfermeiros na última década, em relação aos modelos de prática profissional de enfermagem, no contexto hospitalar.

 

Procedimentos metodológicos de revisão integrativa da Literatura

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, desenvolvido com a finalidade de reunir e sintetizar achados de estudos realizados, mediante diferentes metodologias, com o intuito de contribuir para o aprofundamento do conhecimento relativo ao tema investigado (Soares et al., 2014). O estudo permeou as etapas preconizadas pelo Joanna Briggs Institute (JBI, 2011): formulação da questão para a elaboração da revisão integrativa da literattura; especificação dos métodos de seleção dos estudos; procedimento de extração dos dados; análise e avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa da literatura; extração dos dados e apresentação da revisão/síntese do conhecimento produzido e publicado. A presente revisão teve como questão norteadora: Qual a produção científica dos enfermeiros sobre os modelos de prática profissional de enfermagem, no contexto hospitalar, nos últimos 10 anos?. Na estruturação desta questão, recorremos à estratégia PICO (JBI, 2011): participantes; intervenção; contexto do estudo e resultados (outcomes). A colheita de dados ocorreu durante o mês de dezembro de 2015 nas bases de dados: CINAHL Plus with Full Text, CINAHL Complete e MEDLINE with Full Text, a partir da plataforma EBSCOhost. Os descritores utilizados na pesquisa efetuada foram: Nursing, Professional Practice Model e Hospitals. Definiram-se como critérios de inclusão: Estudos publicados nas bases de dados anteriormente referidas, no espaço temporal de 2005-2015, apresentados em texto integral, nos idiomas inglês, português e espanhol, e cujo título e/ou resumo fizessem referência à temática dos modelos de prática profissional de enfermagem. Da pesquisa nas bases de dados, resultou a identificação de 357 artigos. Num primeiro momento, foi realizada uma leitura crítica e reflexiva dos títulos e dos resumos encontrados. Posteriormente, após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, e a avaliação da qualidade metodológica, estabeleceu-se uma amostra de 17 artigos. Num segundo momento, procedeu-se a uma análise criteriosa dos artigos selecionados, extraindo dos mesmos as evidências relativas aos modelos de prática profissional de enfermagem. Nesta fase, para melhor organização da análise, através de uma leitura exploratória de cada artigo, identificaram-se, traduziram-se e transcreveram-se frases e palavras que correspondiam a elementos de interesse relacionados com os modelos de prática profissional de enfermagem. Com o intuito de sistematizar a informação dos artigos, os dados extraídos dos estudos foram compilados de forma descritiva numa tabela previamente elaborada, o que facilitou a identificação e reformulação das categorizações temáticas.

 

Resultados e interpretação

Dos 17 (100%) artigos analisados, 10 (58,8%) foram desenvolvidos nos Estados Unidos da América, três (17,6%) no Canadá, dois na Austrália (11,8%), um em Inglaterra (5,9%) e um na Irlanda (5,9%). Todos os artigos foram publicados no idioma inglês. Relativamente ao ano das publicações, observamos maior incidência no ano de 2011 (quatro artigos), seguido de 2015 (três artigos) e 2013 (três artigos), 2014 (dois artigos), 2012 (dois artigos) e 2007 (dois artigos) e, por fim, 2010, com uma publicação. Todos os artigos analisados (Tabela 1) abordaram a temática dos modelos de prática profissional de enfermagem.

Na sequência da análise efetuada aos artigos selecionados, e das evidências científicas encontradas, consideramos relevante a apresentação de quatro temáticas: modelos de prática profissional de enfermagem; elementos dos modelos de prática profissional de enfermagem; benefícios dos modelos de prática profissional de enfermagem e desenvolvimento, implementação e avaliação dos modelos de prática profissional de enfermagem.

Modelos de prática profissional de enfermagem

Um modelo de prática profissional de enfermagem é um quadro concetual que permite aos enfermeiros prever e comunicar a sua prática; fornece as bases para a prática de cuidados seguros, de alta qualidade e centrados no cliente (Slatyer et al., 2015). Na perspetiva de alguns autores (Murphy, Hinch, Llewellyn, Dillon, & Carlson, 2011; Basol, Hilleren-Listerud, & Chmielewski, 2015), o MPP descreve de que maneira os enfermeiros praticam, colaboram, comunicam e se desenvolvem profissionalmente; define o que é importante para os enfermeiros e conduz a atual e futura prática de enfermagem. Outros investigadores (Berger et al., 2012) acrescentaram que o MPP deve refletir e orientar a prática profissional de enfermagem e servir como instrumento de avaliação da eficácia da enfermagem. Os enfermeiros usam o MPP para ajudar os outros a compreenderem o seu importante e complexo papel e a diferença que fazem na vida dos clientes e na sustentabilidade das instituições (Berger et al., 2012). Um MPP é uma estrutura que permite aos enfermeiros integrar e articular as contribuições da teoria na prática. Com uma estrutura bem definida, os enfermeiros sentem-se ligados à sua relação com o cliente, ao seu próprio desempenho, a outros enfermeiros e à instituição (Erickson & Ditomassi, 2011). No seguimento do referido, o MPP para além de constituir uma estrutura que fornece aos enfermeiros orientação para a prática, também define o relacionamento estabelecido entre os enfermeiros, os clientes e a organização. A maioria dos modelos de prática profissional de enfermagem publicados, incluem um modelo visual (Stallings-Welden & Shirey, 2015; Berger et al., 2012; Erickson & Ditomassi, 2011; Latta & Davis-Kirsch, 2011). Para além da imagem visual, nas publicações analisadas, constatamos também a possibilidade de representação simbólica do modelo. No MPP The Compass é evidenciado de que forma os enfermeiros são desafiados a navegar por um caminho desconhecido. É consensual que as bússolas dão orientação e suporte de navegação, daí que o The Compass seja utilizado para ajudar os enfermeiros a definir um percurso que os conduzirá ao futuro (Basol et al., 2015).

Elementos dos modelos de prática profissional de enfermagem

No âmbito de uma revisão de literatura sobre a temática dos modelos de prática profissional, os autores (Slatyer et al., 2015) revelaram que a grande maioria dos modelos apresentava uma base teórica e seis componentes comuns. Relativamente à base teórica, constatou-se que os modelos eram frequentemente fundamentados em conceitos de enfermagem ou numa determinada teoria ou teorias. Alguns dos modelos também incorporavam, como base concetual, valores fundamentais do hospital ou do sistema em que se inseriam. Segundo os autores (Slatyer et al., 2015), os conceitos de administração compartilhada, parceria e liderança colaborativa, como base de um MPP de enfermagem, foram muito frequentes, evidenciando a importância de capacitar os enfermeiros para igual participação no processo de tomada de decisão organizacional. Para além dos conceitos, alguns modelos encontrados pelos investigadores foram fundamentados em teorias de enfermagem e, em menor número, em teorias organizacionais. Independentemente da base teórica, Slatyer et al. (2015) identificaram seis componentes comuns a todos os modelos: liderança; prática independente e colaborativa dos enfermeiros; ambiente da prática; investigação e inovação; desenvolvimento e reconhecimento dos enfermeiros e, resultados dos clientes.

Nas publicações analisadas, fomos confrontados com modelos fundamentados em uma ou mais teorias de enfermagem. As conceções de Florence Nightingale e de Jean Watson, citadas por Ondrejka e Barnard (2011), e de Swanson referenciada por Berger et al. (2012) e Latta e Davis-Kirsch (2011), foram integradas em alguns dos modelos encontrados. O referencial teórico de Benner foi utilizado por alguns autores (Harwood et al., 2013; Erickson & Ditomassi, 2011; Jost & Rich, 2010; Harwood et al., 2007a; Harwood et al., 2007b), no que respeita ao desenvolvimento e implementação dos modelos de prática profissional de enfermagem. O mesmo se verificou relativamente ao modelo da qualidade de Donabedian citado por Basol et al. (2015) e Stallings-Welden e Shirey (2015). O desenvolvimento de modelos coerentes com a missão e valores da organização, tem constituído uma prioridade (Stallings-Welden & Shirey, 2015). No MPP de enfermagem denominado The Compass (Basol et al., 2015), a atenção está centrada no cuidado ao doente e família, uma ideia fortemente incorporada na instituição; a missão do hospital circunda a ideia central, estando expostos os seus seis elementos essenciais: colaboração, hospitalidade, respeito, integridade, serviço e confiança. Neste modelo, existem ainda quatro componentes que integram os valores da organização: qualidade, segurança, valor e serviço. Por outro lado, a integração nos modelos de prática profissional de obrigações legais, sociais e éticas dos enfermeiros enquanto profissionais de saúde (Stallings-Welden & Shirey, 2015), parece constituir um componente interessante, tendo em vista a qualidade e segurança dos cuidados prestados.

Decorrente da atualização efetuada a um modelo implementado nos anos 90, o novo MPP de enfermagem na área da nefrologia contém quatro componentes (Harwood et al., 2013). O primeiro, designado componente de prática profissional, é composto por: método de prestação de cuidados, sistema de comunicação, desenvolvimento profissional, prática colaborativa e liderança; o segundo componente, características da prática profissional, refere-se aos princípios e às particularidades da prática profissional; o terceiro, enunciado como componente de processos, representa atividades executadas pelos enfermeiros para prestar assistência e, o quarto, designado por componente de resultados, refere-se aos resultados do uso do modelo na prática. Importa referir que estes resultados podem ser relacionados com os clientes, as equipas, a organização e o próprio enfermeiro (Harwood et al., 2013).

Um outro MPP de enfermagem desenvolvido e implementado num hospital dos Estados Unidos era constituído por oito componentes: filosofia; normas de prática; tomada de decisão colaborativa; desenvolvimento profissional; modelo de prestação de cuidados ao cliente; habilitações, certificações e revisão por pares; investigação e prática baseada em teoria (Erickson & Ditomassi, 2011). Dez anos após a implementação do referido modelo, decorrente das atualizações realizadas, os componentes passaram a ser: visão e valores, standards da prática, inovação e trabalho em equipa empreendedora, reconhecimento clínico e desenvolvimento, investigação, modelo de prestação de cuidados ao cliente, tomada de decisão colaborativa, cultura narrativa e desenvolvimento profissional (Erickson & Ditomassi, 2011). No que concerne à atualização descrita, a cultura narrativa foi introduzida como meio eficaz para partilhar e refletir sobre as práticas, permitindo aos profissionais integrar a teoria na prática e avançar no sentido da excelência nos cuidados prestados; o reconhecimento clínico e desenvolvimento, fundamentado no modelo de aquisição de competências de Dreyfus e Dreyfus, reforça a ideia de que os profissionais devem dominar cada etapa antes de avançar para a próxima; a inovação e o trabalho, em equipa empreendedora, foram acrescentados enquanto elementos fundamentais para a criação de um ambiente de prática profissional que abraça a mudança (Erickson & Ditomassi, 2011). Apesar das diferenças encontradas entre os vários modelos, é consensual a ideia de que cada elemento do MPP fortalece os outros componentes, tornando o todo, mais do que a soma das partes que o constituem (Chamberlain et al., 2013). Importa referir que, independentemente dos elementos dos modelos de prática profissional de enfermagem, o foco principal é o cliente, sendo a relação estabelecida entre o profissional e o cliente o elemento-chave para o êxito (Stallings-Welden & Shirey, 2015; Basol et al., 2015; Erickson & Ditomassi, 2011). O apresentado foi corroborado por outros autores (Slatyer et al., 2015; Harwood et al., 2007b) que referiram que o cerne do MPP é a relação enfermeiro, cliente e família. A sintonia e harmonia resultante dessa relação contribui para os resultados dos clientes e para as recompensas dos enfermeiros. A atenção centrada no cliente e família é a parte mais importante do modelo e, habitualmente, aparece estrategicamente colocada no centro, como que ligando todos os componentes (Basol et al., 2015; Berger et al., 2012; Ondrejka & Barnard, 2011). Porter, Vezina, McEvoy, e Fitzpatrick (2014), apresentaram um MPP centrado na relação que o enfermeiro estabelece consigo mesmo, com os colegas e com os clientes e familiares.

Benefícios dos modelos de prática profissional de enfermagem

A divulgação de um MPP de enfermagem pode ser o catalisador necessário para mudar as práticas de enfermagem (Stallings-Welden & Shirey, 2015). Numa investigação que teve como objetivo avaliar a eficácia e previsibilidade de um modelo de prática profissional de enfermagem, explorando o impacto nos resultados dos enfermeiros e dos clientes, constataram-se, relativamente aos enfermeiros, resultados positivos na perceção da qualidade dos cuidados prestados, nas interações, na tomada de decisão, na autonomia e no gosto pelo trabalho. Em relação aos clientes, verificou-se um decréscimo nas úlceras de pressão e uma melhoria da satisfação, nomeadamente na sua perceção quanto à atenção e informação recebidas (Stallings-Welden & Shirey, 2015). No mesmo estudo, após a implementação do MPP de enfermagem, verificou-se uma melhoria no desenvolvimento profissional dos enfermeiros (Stallings-Welden & Shirey, 2015), aspeto já anteriormente abordado por outros autores (Erickson & Ditomassi, 2011). Numa investigação, com o objetivo de examinar o efeito do MPP de enfermagem em nefrologia (Harwood et al., 2007b), os enfermeiros relataram maior familiaridade com os seus clientes e melhor conhecimento do planeamento global de cuidados. O facto de se envolverem mais ativamente, permitia aos enfermeiros ser responsáveis pelas suas obrigações profissionais e elevá-las além dos padrões mínimos. Os enfermeiros acreditavam que os resultados nos clientes foram melhorados, devido à coerência e continuidade de cuidados, bem como à iniciativa dos enfermeiros em identificar precocemente os problemas e tomar medidas necessárias para os resolver, consultar os membros da equipa, apresentar o problema na passagem de turno e garantir que o problema fosse abordado adequadamente (Harwood et al., 2013). A autonomia e a tomada de iniciativa dos enfermeiros também melhoraram. A sintonia aumentou a confiança dos enfermeiros na gestão dos problemas, bem como na capacidade de otimizar a saúde e bem-estar dos clientes, o que se refletia numa maior satisfação no trabalho (Harwood et al., 2007b). Num outro estudo, com recurso a dois instrumentos, Nursing Worklife Index-Practice Environment Scale e Conditions of Work Effectiveness II Questionnaire (Harwood et al., 2007a), numa abordagem antes e depois da implementação do MPP, houve uma melhoria significativa em áreas como: cuidados baseados num modelo de enfermagem e não num modelo médico; um programa de preceptoria; trabalho com enfermeiros clinicamente competentes; atribuições de clientes que promoveram a continuidade dos cuidados e as relações organizacionais de colaboração e consulta. Através dos dois estudos anteriormente referidos, constatou-se que os modelos de prática profissional de enfermagem ajudaram a definir e a articular o papel do enfermeiro e a promover a qualidade dos cuidados de enfermagem (Harwood et al., 2007b). Face ao impacto positivo do MPP de enfermagem em nefrologia, e atendendo às mudanças que ocorreram ao nível dos recursos humanos, tecnológicos e ambientais, em 2013, foi proposta a revisão do referido modelo, com a convicção de que o mesmo poderá fornecer uma base teórica para a prática de enfermagem, um método de prestação de cuidados que promova a responsabilização, a continuidade de cuidados, a satisfação no trabalho de enfermagem e um sistema que promova a melhoria da qualidade do atendimento ao cliente, aspetos que têm vindo a ser demonstrados (Harwood et al., 2013).

Vários estudos (Stallings-Welden & Shirey, 2015; Erickson & Ditomassi, 2011; Harwood et al., 2007a, 2007b) identificaram que os modelos de prática profissional são potenciadores de autonomia, satisfação no trabalho, responsabilidade, controlo na prática, relações positivas e colaborativas entre profissionais e desenvolvimento profissional dos enfermeiros. Na perspetiva de Meedan (2012), o MPP pode ainda contribuir para diminuir a relevância do fosso entre a prática e a ciência de enfermagem. Para tal, contribui o facto de o MPP ser uma estrutura que permite aos profissionais prosseguir com a integração e enriquecimento contínuo da teoria como um elemento essencial da prática (Erickson & Ditomassi, 2011). Atendendo a que os enfermeiros provêm de origens diferentes e tiverem percursos académicos diferentes, o contributo do MPP para a uniformização das práticas de enfermagem, também foi referido na literatura (Ondrejka & Barnard, 2011).

Desenvolvimento, implementação e avaliação dos modelos de prática profissional de enfermagem

A evidência de melhores resultados, para os enfermeiros e para aqueles que recebem cuidados tem constituído um impulso significativo para a ampla aplicação dos modelos de prática profissional de enfermagem (Slatyer et al., 2015; Porter, Cortese, Vezina, & Fitzpatrick, 2014). Numa revisão de literatura sobre a temática dos modelos de prática profissional, verificou-se que os primeiros modelos foram desenvolvidos e implementados em unidades isoladas, posteriormente em hospitais e, mais tarde, em todo o sistema (Slatyer et al., 2015). Segundo o American Nurses Credentialing Center, os líderes de enfermagem deverão envolver os enfermeiros clínicos no desenvolvimento, implementação e avaliação dos modelos de prática profissional de enfermagem (Stallings-Welden & Shirey, 2015), facto que constatamos nos estudos analisados. Em 2012, foi criado um grupo de trabalho, composto por enfermeiros de cuidados diretos, enfermeiros especialistas, professores, gestores e diretores, com intuito de elaborar um MPP de enfermagem para implementar em instituições, integradas num mesmo grupo de saúde (Berger et al., 2012). Também em 2015, para o desenvolvimento do MPP de enfermagem The Compass (Basol et al., 2015), foi criado um grupo composto por enfermeiros, enfermeiros chefes, educadores, gestores de caso e enfermeiros de prática avançada. A implementação de um modelo providencia as bases para uma prática de enfermagem de qualidade e é aplicável a todos os enfermeiros que procuram a excelência em enfermagem (Statyer et al., 2015). Nesta perspetiva, todos os enfermeiros têm de ser capazes de conhecer o MPP e descrever como o aplicam na sua prática, sejam enfermeiros de cuidados diretos, enfermeiros com funções complementares, professores, gestores ou diretores (Berger et al., 2012). A integração do modelo de prática profissional de enfermagem é uma mudança organizacional complexa (Basol et al., 2015; Murphy et al., 2011). Neste sentido, aquando da implementação de um MPP é importante ter em consideração o modo como a mudança organizacional vai afetar os enfermeiros e como é que essa mudança pode ser alcançada e atingida (Berger et al., 2012). De acordo com a literatura encontrada, o MPP deve ser formalmente apresentado aos enfermeiros, através de sessões de formação interativas (Basol et al., 2015). A utilização da história de um cliente, narrada e visualizada através de um vídeo, contribuiu significativamente para o sucesso de implementação de um MPP. O vídeo a que os autores (Basol et al., 2015) se referiram, demonstrava, através do exemplo de um cliente, de que forma o MPP define o que é importante para os enfermeiros e como guia a atual e a futura prática de enfermagem. A entrega de panfletos com todo o conteúdo do modelo, bem como a incorporação do mesmo nas newsletters impressas e eletrónicas, para além de constituírem estratégias para garantir a visibilidade, facilitaram a integração do MPP (Basol et al., 2015). Entre vários autores (Basol et al., 2015; Berger et al., 2012; Ondrejka & Barnard, 2011), é consensual que a formação deve ser obrigatória assegurando que todos os enfermeiros fiquem familiarizados com o modelo. Com o recurso a meios eletrónicos, encontramos referências a programas de treino online, cursos interativos eLearning, blogues, bem como vídeos com testemunho de enfermeiros. O conteúdo incluía informação sobre o MPP e a sua importância para a enfermagem (Berger et al., 2012). A apresentação de casos reais pelos enfermeiros, no âmbito de dinâmicas de grupo, bem como a adoção de métodos cognitivos e afetivos de ensino, também foram descritas pelos autores (Ondrejka & Barnard, 2011). Outras estratégias encontradas, passaram pela elaboração de posters descrevendo o MPP, bem como tapetes de rato com o MPP, posteriormente distribuídos por todos os computadores utilizados pelos enfermeiros. Os posters e os tapetes de rato serviam como auxiliares de memória visuais para os enfermeiros (Berger et al., 2012). Independentemente da estratégia usada, o desenvolvimento de uma linguagem comum e clara, na apresentação dos componentes do MPP é essencial para a sua implementação (Basol et al., 2015). De facto, como acontece com qualquer mudança, a implementação de um novo modelo pode ser um desafio, e uma comunicação adequada, é a chave para o sucesso (Tinkham, 2013). Durante a implementação dos modelos de prática profissional, devem sensibilizar-se os enfermeiros gestores com o intuito dos mesmos colaborarem na criação de um ambiente favorável à prática de enfermagem. No âmbito do ensino, cabe aos professores adotar estratégias que garantam a integração do MPP em programas educacionais (Berger et al., 2012). Avaliar o impacto dos modelos de prática profissional de enfermagem é uma tarefa desafiante (Harwood et al., 2007a), daí que para uma maior compreensão dos resultados, os investigadores utilizem duas metodologias: quantitativa e qualitativa (Harwood et al., 2007a, 2007b). A avaliação pré e pós-implementação do MPP tem permitido comparar dados relacionados com os resultados dos clientes e dos enfermeiros. Alguns autores (Erickson & Ditomassi, 2011) abordaram a avaliação dos modelos de prática profissional, de acordo com outras metodologias: a interna e a externa. Internamente, identificam, por exemplo, as perceções dos profissionais e, externamente, requisitam a certificação Magnet para validar o modelo.

 

Conclusão

Num momento em que a qualidade tem sido uma preocupação, as instituições e os profissionais da área da saúde têm vindo a enfrentar muitos desafios. Particularizando, a qualidade do exercício profissional dos enfermeiros, no contexto hospitalar, é uma área que exige estudos específicos, no sentido de se identificarem estratégias diferenciadas que possam contribuir para uma prática profissional de excelência. Decorrente da revisão efetuada tornou-se claro que os modelos de prática profissional de enfermagem, enquanto estruturas que fornecem aos enfermeiros orientação para a prática, podem constituir uma dessas estratégias. Nos artigos analisados, foi sendo unânime a ideia de que o desenvolvimento e posterior implementação dos modelos de prática profissional de enfermagem têm consequências positivas para os clientes, bem como para os enfermeiros. No caso dos clientes, destacam-se a promoção da saúde, o bem-estar, a prevenção de complicações e o aumento crescente da satisfação. No caso dos enfermeiros, as consequências positivas verificam-se na melhoria da comunicação, na autonomia, no trabalho em equipa, na gestão partilhada, no fortalecimento do compromisso com a organização e a profissão, o que culmina no aumento da satisfação destes profissionais. O facto dos estudos já efetuados confirmarem que os modelos de prática profissional têm fomentado ambientes que promovem uma prática profissional de enfermagem de qualidade, torna ainda mais premente o seu desenvolvimento e implementação. A inexistência de estudos realizados em Portugal, justifica o investimento nesta temática, quer no contexto teórico, quer no contexto da prática.

 

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Recebido para publicação em: 05.02.16

Aceite para publicação em: 14.07.16

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