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Revista de Enfermagem Referência

versão impressa ISSN 0874-0283

Rev. Enf. Ref. vol.serIV no.14 Coimbra set. 2017

https://doi.org/doi.org/10.12707/RIV16086 

ARTIGO DE INVESTIGAÇÃO (ORIGINAL)

RESEARCH PAPER (ORIGINAL)

 

Qualidade dos cuidados de enfermagem: um estudo em hospitais portugueses

Nursing care quality: a study carried out in Portuguese hospitals

Calidad de los cuidados de enfermería: un estudio en hospitales portugueses

 

Olga Ribeiro*; Maria Manuela Ferreira Pereira da Silva Martins**; Daisy Maria Rizatto Tronchin***

* Doutoranda, Ciências de Enfermagem, Universidade do Porto, Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, 4050-313 Porto, Portugal [olgaribeiro25@hotmail.com]. Contribuição no artigo: pesquisa bibliográfica, recolha de dados, tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão, escrita do artigo.

Morada para correspondência: Travessa Antero Quental, nº 173/175, 4049-024, Porto, Portugal.

** Ph.D., Professora Coordenadora, Escola Superior de Enfermagem do Porto, 4200-072 Porto, Portugal [mmartins@esenfc.pt]. Contribuição no artigo: tratamento e avaliação estatística, análise de dados e discussão.

*** Ph.D., Professora Associada, Universidade de São Paulo, 05403-000, São Paulo, Brasil [daisyrt@usp.br]. Contribuição no artigo: análise de dados e discussão.

 

RESUMO

Enquadramento: Numa procura permanente da excelência no exercício profissional, é exigido aos enfermeiros uma atuação congruente com os padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem, sendo pertinente perceber o fenómeno no contexto hospitalar.

Objetivos: Analisar a perceção dos enfermeiros relativamente à concretização dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem.

Metodologia: Estudo exploratório-descritivo, de carácter quantitativo, realizado em 36 instituições hospitalares EPE de Portugal continental, com a participação de 3,451 enfermeiros. Como instrumento de colheita de dados usámos o questionário.

Resultados: A maioria dos enfermeiros concretiza às vezes ou sempre as atividades que contribuem para a qualidade dos cuidados de enfermagem. Decorrente da análise efetuada, as atividades inerentes às dimensões Promoção da saúde, Bem-estar e autocuidado e Readaptação funcional, são aquelas que os enfermeiros percecionam como menos executadas. Por outro lado, as atividades mais frequentemente concretizadas, reportam-se às dimensões Responsabilidade e rigor e Prevenção de complicações.

Conclusão: Os dados sugerem a necessidade de se repensarem as práticas, no sentido de uma atuação congruente com os enunciados descritivos menos frequentemente concretizados.

Palavras-chave: cuidados de enfermagem; garantia da qualidade dos cuidados de saúde; enfermagem; hospitais

 

ABSTRACT

Background: In a constant pursuit for professional excellence, nurses are required to comply with the quality standards of nursing care. Thus, it is essential to understand this phenomenon in the hospital setting.

Objectives: To analyze nurses' perception of the implementation of quality standards in nursing care.

Methodology: A quantitative, descriptive-exploratory study was conducted in 36 public hospital institutions located in mainland Portugal, involving a total of 3.451 nurses. Data were collected using a questionnaire.

Results: Most nurses often or always performed activities that enhance the quality of nursing care. This analysis showed that nurses perceive activities related to Health Promotion, Well-being and Self-care, and Functional Readaptation as less implemented. On the other hand, activities related to Responsibility and Rigor and Prevention of Complications are implemented most often.

Conclusion: The findings suggest that nursing practices should be redesigned and adjusted based on the activities that are less often implemented.

Keywords: nursing care; quality assurance, health care; nursing; hospitals

 

RESUMEN

Marco contextual: En una búsqueda permanente de la excelencia en el ejercicio profesional, se exige que los enfermeros actúen de forma congruente con los patrones de calidad de los cuidados de enfermería, para lo cual es pertinente comprender el fenómeno en el contexto hospitalario.

Objetivos: Analizar la percepción de los enfermeros en relación a la concretización de los patrones de calidad de los cuidados de enfermería.

Metodología: Estudio exploratorio y descriptivo, de carácter cuantitativo, realizado en 36 instituciones hospitalarias EPE de Portugal continental, en el que se contó con la participación de 3,451 enfermeros. Como instrumento de recogida de datos se usó el cuestionario.

Resultados: La mayoría de los enfermeros realiza a veces o siempre las actividades que contribuyen a la calidad de los cuidados de enfermería. A partir del análisis efectuado, las actividades inherentes a las dimensiones Promoción de la salud, Bienestar y autocuidado y Readaptación funcional son aquellas que los enfermeros perciben como menos ejecutadas. Por otro lado, las actividades que se realizan con más frecuencia se refieren a las dimensiones Responsabilidad y rigor y Prevención de complicaciones.

Conclusión: Los datos sugieren que es necesario repensar las prácticas con el objetivo de realizar una actuación congruente con los enunciados descriptivos que se ponen en práctica con menos frecuencia.

Palabras clave: atención de enfermería; garantía de la calidad de atención de salud; enfermería; hospitales

 

Introdução

Fruto da complexidade dos cuidados de saúde, do aumento da esperança média de vida e do aumento da expectativa dos cidadãos, os sistemas de saúde a nível mundial têm vindo a deparar-se com uma crescente necessidade de prestar cuidados de saúde seguros e de qualidade. Em Portugal, a qualidade dos cuidados de saúde é uma das prioridades da Direção-Geral da Saúde, estando atualmente claramente apresentada na Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde 2015-2020 aprovada pelo Despacho nº 5613/2015 de 27 de maio. De acordo com o enunciado no documento:

A qualidade em saúde, definida como a prestação de cuidados acessíveis e equitativos, com um nível profissional ótimo, que tem em conta os recursos disponíveis e consegue a adesão e satisfação do cidadão, pressupõe a adequação dos cuidados às necessidades e expectativas do cidadão. (p.13551)

Neste contexto, a qualidade e a segurança são uma obrigação ética, porque contribuem decisivamente para a redução dos riscos evitáveis, para a melhoria do acesso aos cuidados, da equidade e do respeito com que esses cuidados são prestados. Todavia, e tal como referido por Pereira (2009), embora o conceito de melhoria seja essencial no âmbito da qualidade, atualmente a filosofia que ilumina a qualidade em saúde acrescenta ao princípio de melhoria a noção de continuidade, envolvendo todos e cada um dos intervenientes do processo. Para além disso, e como clarifica o autor, desafia cada um a contribuir para o progresso contínuo da qualidade que, por se tratar da área da saúde, é uma realidade dinâmica e progressiva. De acordo com o mencionado, é consensual que o desenvolvimento da qualidade em saúde é uma tarefa multiprofissional. “Claramente, nem a qualidade em saúde se obtém apenas com o exercício profissional dos enfermeiros, nem o exercício profissional dos enfermeiros pode ser negligenciado ou deixado invisível, nos esforços para obter qualidade em saúde” (Ordem dos Enfermeiros, 2012, p. 6). Na sequência da pertinência do contributo dos enfermeiros, para a qualidade em saúde, já em 2001, o Conselho de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros encarou como um desafio a definição dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem, que desde esse momento se constituíram como um instrumento com potencial para promover a melhoria contínua da qualidade. No entanto, e apesar de ao longo da última década se terem desenvolvido esforços no sentido de implementar os padrões de qualidade nas instituições hospitalares, bem como promover a apropriação dos mesmos pelos enfermeiros, são visíveis algumas fragilidades. Decorrente do referido, este estudo, integrado numa investigação mais ampla (Contextos da prática hospitalar e conceções de enfermagem: olhares sobre o real da qualidade e o ideal da excelência no exercício profissional dos enfermeiros), visou analisar a perceção de enfermeiros, quanto à concretização dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem no contexto hospitalar.

 

Enquadramento

A procura da qualidade na área de enfermagem tem a sua origem nos primórdios da profissão. Já no século XIX, Florence Nightingale evidenciou a necessidade de reunir dados epidemiológicos que permitissem perceber a qualidade dos cuidados prestados. Tal como referido por Caldana, Gabriel, Bernardes, e Évora (2011), informalmente na enfermagem, sempre existiu um controlo da qualidade da assistência, representada pela preocupação dos enfermeiros em seguir criteriosamente os procedimentos, acreditando que com isso, teriam assegurados os resultados desejados. Na perspetiva de Machado (2013), numa análise retrospetiva da evolução da enfermagem, transparece a ligação perseverante aos conceitos de qualidade e de melhoria contínua da qualidade. Atualmente, no contexto internacional, as instituições hospitalares que pretendem valorizar o contributo da enfermagem na melhoria dos processos e dos resultados obtidos, têm investido no desenvolvimento e implementação de modelos de prática profissional, essenciais à promoção da excelência na prática de enfermagem (Stallings-Welden & Shirey, 2015). Em Portugal, a procura permanente da excelência no exercício profissional está regulamentada. O Conselho de Enfermagem da Ordem dos Enfermeiros (2001), aquando da definição dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem, apresentou seis categorias de enunciados descritivos: a satisfação do cliente, a promoção da saúde, a prevenção de complicações, o bem-estar e o autocuidado, a readaptação funcional e a organização dos cuidados de enfermagem. Estes enunciados descritivos, visando explicitar a natureza e os diferentes aspetos do mandato social da enfermagem, são para os clientes o quadro de garantia da qualidade dos cuidados de enfermagem, e para os enfermeiros a referência comum e a orientação para uma prática profissional de excelência (Ordem dos Enfermeiros, 2012). Na perspetiva de Potra (2015), os enunciados descritivos constituem-se com uma matriz conceptual com potencial para orientar o exercício profissional dos enfermeiros, promovendo e proporcionando, entre outros, a reflexão sobre os cuidados prestados, a orientação da tomada de decisão em enfermagem, bem como a visibilidade da dimensão autónoma do exercício profissional. Neste sentido, os padrões de qualidade indicam à população o que pode esperar em termos de cuidados de enfermagem, e aos enfermeiros o que se espera no seu conjunto e o que cada um deve fazer em prol de um exercício profissional de qualidade. Efetivamente, num contexto em que temas como a qualidade em saúde vigoram, incita-se a excelência no exercício profissional dos enfermeiros que incorpora, necessariamente, uma prestação de cuidados de enfermagem congruente com o regulamentado para o exercício profissional.

 

Questão de investigação

Como expressam os enfermeiros, de instituições hospitalares EPE de Portugal continental, a concretização dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem?

 

Metodologia

Inserido numa abordagem quantitativa, o estudo realizado foi descritivo, de cariz exploratório. Decorrente da opção em centrarmos a nossa atenção na prática hospitalar e em contexto nacional, projetámos a realização de um estudo em todas as instituições hospitalares, enquadradas no modelo de gestão de entidade pública empresarial (EPE). À data da realização da investigação, existiam em Portugal 38 instituições hospitalares EPE. Atendendo a que duas instituições hospitalares não aceitaram participar na investigação, realizámos o estudo em 36 instituições hospitalares que incluíram centros hospitalares, EPE, hospitais, EPE e unidades locais de saúde, EPE, dos 18 distritos de Portugal continental. Apesar de ter sido projetada a utilização de uma técnica de amostragem probabilística, aleatória estratificada e proporcional, as particularidades inerentes às autorizações das instituições hospitalares para a realização da investigação, nomeadamente a impossibilidade de realizar o estudo em alguns contextos da prática, impediram tal desígnio. Neste sentido, a técnica de amostragem usada foi não probabilística por conveniência (Coutinho, 2014). Foram definidos como critérios de inclusão: ser enfermeiro no exercício profissional e exercer a sua atividade profissional na instituição hospitalar num período de tempo igual ou superior a 6 meses, nos departamentos de medicina e especialidades médicas, cirurgia e especialidades cirúrgicas ou medicina intensiva e urgência. Tendo em consideração os serviços de cada instituição hospitalar, em que o estudo foi autorizado, a população acessível correspondeu a 10,013 enfermeiros. Importa referir que apesar de não ter sido possível a utilização de uma amostragem probabilística, a amostra incluiu enfermeiros de todas as instituições hospitalares EPE, que aceitaram participar no estudo, representando os serviços anteriormente referidos. Assim, a partir de uma população acessível de 10,013 enfermeiros, para um intervalo de confiança de 95% e um nível de significância de 5%, obteve-se uma amostra de 3,451 enfermeiros. Como instrumento de colheita de dados foi usado o questionário Conceções e práticas dos enfermeiros: contributos para a qualidade dos cuidados, constituído por duas partes: Parte I – Caracterização do respondente; Parte II – Escala de perceção das atividades de enfermagem que contribuem para a qualidade dos cuidados.Tendo por base os padrões de qualidade, esta escala, construída e validada por Martins, Gonçalves, Ribeiro, e Tronchin (2016), apresenta uma estrutura conceptual organizada em 7 dimensões: Satisfação do doente (3 itens), Promoção da saúde (3 itens), Prevenção de complicações (3 itens), Bem-estar e autocuidado (4 itens), Readaptação funcional (4 itens), Organização dos cuidados de enfermagem (2 itens) e Responsabilidade e rigor (6 itens). A escala de respostas do tipo Likert varia entre 1 e 4, sendo que 1 corresponde a nunca, 2 poucas vezes, 3 às vezes e 4 sempre. Neste estudo, o valor do Alfa de Cronbach para a escala global foi de 0,92, o que revela uma consistência interna da escala muito forte. Importa referir que na escala original o Alfa de Cronbach foi de 0,94 (Martins et al., 2016). Para o tratamento dos dados, utilizámos o programa estatístico, Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 22.0.

Tendo em consideração os pressupostos ético-legais, em abril de 2015, enviámos para todas as instituições hospitalares EPE uma carta, dirigida ao conselho de administração, dando a conhecer o estudo e solicitando a participação de cada uma delas. Atendendo a que todas as exigências foram cumpridas, o estudo foi aprovado pelas comissões de ética e respetivos conselhos de administração das 36 instituições hospitalares envolvidas. A colheita de dados foi realizada entre os meses de julho de 2015 e janeiro de 2016, de acordo com o seguinte procedimento: deslocação do investigador a cada serviço onde o estudo foi autorizado, informação sobre o estudo ao enfermeiro gestor e entrega dos questionários e consentimentos informados. De forma a garantir o anonimato, os questionários preenchidos pelos participantes eram colocados em envelopes. Importa referir que os enfermeiros que exerciam funções nos serviços onde se concretizou o estudo foram esclarecidos sobre os objetivos, bem como sobre os procedimentos inerentes à investigação, através de informação escrita disponibilizada no serviço ou por presença física do investigador.

 

Resultados

Em relação à distribuição regional dos enfermeiros, segundo as regiões da administração regional de saúde a que pertencem as instituições hospitalares, predominou o Norte (43,2%), seguindo-se Lisboa e Vale do Tejo (24,0%), o Centro (22,4%), o Alentejo (6,2%) e o Algarve (4,2%). No que concerne à distribuição dos enfermeiros pelos serviços onde exercem funções predominaram os serviços de medicina e especialidades médicas (44,2%), cirurgia e especialidades cirúrgicas (33,7%) e, por fim, medicina intensiva e urgência (22,1%). Relativamente ao perfil sociodemográfico e profissional dos participantes, verificamos que dos 3,451 enfermeiros, a grande maioria é do género feminino (77,1%). A distribuição das idades é assimétrica positiva, o que significa que predominam as idades mais baixas. Sendo a idade mínima de 22 anos, o número de enfermeiros com idade até 25 anos é muito reduzido e regista-se um grande aumento desse número a partir daí até aos 35 anos. A idade média é 36,4 anos, superior à mediana, que é 34 anos. O estado civil maioritário é casado/união de facto (61,1%), seguindo-se o de solteiro (33,9%), o de divorciado (4,7%) e o de viúvo (0,3%). Relativamente ao grau académico, a licenciatura é largamente maioritária (88,0%), seguindo-se o mestrado (10,7%), o bacharelato (1,1%) e o doutoramento (0,2%). Em relação à condição em que exercem a profissão, a maioria são enfermeiros (76,3%), seguindo-se os enfermeiros especialistas/especializados (19,9%) e os enfermeiros gestores/chefes (3,8%). A distribuição do tempo de exercício profissional dos enfermeiros é assimétrica positiva, pelo que predominam os tempos baixos e intermédios. Com efeito, o tempo médio é de 12 anos, a mediana é de apenas 10 anos, sendo o máximo de 39 anos e o mínimo de 1 ano. A distribuição do tempo de exercício profissional dos enfermeiros especialistas é também assimétrica positiva, pelo que predominam os tempos baixos e intermédios. O tempo médio é de 16 anos, a mediana é de 14 anos, sendo o máximo de 37 anos e o mínimo de 1 ano. Quando questionados relativamente ao tempo de exercício profissional na área da especialidade, observa-se uma elevada percentagem de enfermeiros com cursos de especialização, mas com 0 anos de exercício profissional na área da especialidade (43,3%), o que significa que perto de metade desses enfermeiros não exerce atividade profissional na área da especialidade. A distribuição do tempo de exercício profissional dos enfermeiros gestores/chefes é assimétrica negativa, pelo que predominam os tempos intermédios e elevados. O tempo médio é de cerca de 27 anos, a mediana é de 29 anos, sendo o máximo de 38 anos e o mínimo de 1 ano. Relativamente à área da especialidade dos enfermeiros especialistas/especializados verifica-se que predomina a enfermagem de reabilitação (44,6%), seguindo-se a enfermagem médico-cirúrgica (37,8%). Em relação aos enfermeiros gestores/chefes, predominou a enfermagem médico-cirúrgica (40,3%) e a enfermagem de reabilitação (32,8%). Relativamente à formação no âmbito dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem, apenas 1.377 enfermeiros (39,9%) referem ter tido essa formação.

Decorrente da aplicação da escala de perceção das atividades de enfermagem que contribuem para a qualidade dos cuidados (Martins et al., 2016), construída com base nos padrões de qualidade emanados pela Ordem dos Enfermeiros (2001), no âmbito da dimensão Satisfação do cliente (Tabela 1), foi possível constatar que na atividade “respeita as capacidades, crenças, valores e desejos da natureza individual dos clientes nos cuidados que presta”, Sempre foi a resposta maioritária (66,36%), seguindo-se Às vezes (33,06%), Poucas vezes (0,551%) e Nunca (0,029%). Em relação à atividade “procura constantemente empatia nas interações com os clientes (doente/família)”, Sempre foi a resposta maioritária (69,86%), seguindo-se Às vezes (29,56%), Poucas vezes (0,551%) e Nunca (0,029%). No que concerne à actividade “envolve os conviventes significativos do cliente individual no processo de cuidados”, Às vezes foi a resposta maioritária (55,3%), seguindo-se Sempre (33,4%), Poucas vezes (11,1%) e Nunca (0,2%).

Relativamente à dimensão Promoção da saúde (Tabela 2), foi possível constatar que na atividade “identifica as situações de saúde e os recursos do cliente/família e comunidade”, Às vezes foi a resposta maioritária (66,0%), seguindo-se Sempre (27,5%), Poucas vezes (6,4%) e Nunca (0,1%). Em relação à atividade “aproveita o internamento para promover estilos de vida saudáveis”, Às vezes foi a resposta maioritária (53,96%), seguindo-se Sempre (29,88%), Poucas vezes (15,56%) e Nunca (0,6%). No que se refere à atividade, “fornece informação geradora de aprendizagem cognitiva e de novas capacidades pelo cliente”, Às vezes foi a resposta maioritária (56,7%), seguindo-se Sempre (29,7%), Poucas vezes (13,4%) e Nunca (0,2%).

No que concerne à dimensão Prevenção de complicações (Tabela 3), foi possível verificar que na atividade “identifica os problemas potenciais do cliente”, Sempre foi a resposta maioritária (57,6%), seguindo-se Às vezes (41,0%), Poucas vezes (1,3%) e Nunca (0,1%). Em relação à atividade “prescreve e implementa intervenções com vista à prevenção de complicações”, Sempre foi a resposta maioritária (58,16%), seguindo-se Às vezes (39,55%), Poucas vezes (2,09%) e Nunca (0,2%). Relativamente à atividade “avalia as intervenções que contribuem para evitar os problemas ou minimizar os efeitos indesejáveis”, Sempre foi a resposta maioritária (54,4%), seguindo-se Às vezes (42,4%), Poucas vezes (3,0%) e Nunca (0,2%).

No âmbito da dimensão Bem-estar e autocuidado (Tabela 4), foi possível constatar que na atividade “identifica os problemas do cliente que contribuam para o bem-estar e realização das atividades de vida”, Sempre foi a resposta maioritária (51,5%), seguindo-se Às vezes (46,4%), Poucas vezes (2,0%) e Nunca (0,1%). Em relação à atividade “prescreve e implementa intervenções que contribuam para aumentar o bem-estar e a realização das atividades de vida dos clientes”, Às vezes foi a resposta maioritária (52,3%), seguindo-se Sempre (44,1%), Poucas vezes (3,5%) e Nunca (0,1%). No que concerne à atividade “avalia as intervenções que contribuam para aumentar o bem-estar e a realização das atividades de vida dos clientes”, Às vezes foi a resposta mais frequente (48,07%), seguindo-se Sempre (41,58%), Poucas vezes (10,26%) e Nunca (0,09%). Relativamente à atividade “referencia situações problemáticas identificadas que contribuam para o bem-estar e realização das atividades de vida dos clientes”, Às vezes foi a resposta mais frequente (46,9%), seguindo-se Sempre (42,8%), Poucas vezes (10,1%) e Nunca (0,2%).

Face à dimensão Readaptação funcional (Tabela 5), foi possível constatar que na atividade “dá continuidade ao processo de prestação de cuidados de enfermagem”, Sempre foi a resposta maioritária (58,9%), seguindo-se Às vezes (36,5%), Poucas vezes (4,1%) e Nunca (0,5%). Em relação à atividade “planeia a alta dos clientes internados na instituição de saúde, de acordo com as necessidades dos clientes e os recursos da comunidade”, Às vezes foi a resposta mais frequente (48,3%), seguindo-se Sempre (39,5%), Poucas vezes (10,9%) e Nunca (1,3%). No âmbito da atividade, “otimiza as capacidades do cliente e conviventes significativos para gerir o regime terapêutico prescrito”, Às vezes foi a resposta mais frequente (46,1%), seguindo-se Sempre (38,8%), Poucas vezes (14,2%) e Nunca (0,9%). Relativamente à atividade “ensina, instrui e treina o cliente sobre a adaptação individual requerida face à readaptação funcional”, Às vezes foi a resposta mais frequente (47,0%), seguindo-se Sempre (38,0%), Poucas vezes (14,6%) e Nunca (0,4%).

No que se refere à dimensão Organização dos cuidados de enfermagem (Tabela 6), foi possível constatar que na atividade “domina o sistema de registos de enfermagem”, Sempre foi a resposta maioritária (51,14%), seguindo-se Às vezes (44,4%), Poucas vezes (4,23%) e Nunca (0,23%). No que concerne à atividade “conhece as políticas do hospital”, Às vezes foi a resposta maioritária (53,2%), seguindo-se Sempre (31,85%), Poucas vezes (14,6%) e Nunca (0,35%).

Em relação à dimensão Responsabilidade e rigor (Tabela 7), foi possível constatar que na atividade “demonstra responsabilidade pelas decisões que toma, pelos atos que pratica e que delega, tendo em vista a prevenção de complicações”, Sempre foi a resposta maioritária (88,5%), seguindo-se Às vezes (11,4%) e Poucas vezes (0,1%), não existindo quaisquer respostas Nunca. Na atividade “demonstra responsabilidade pelas decisões que toma, pelos atos que pratica e que delega, tendo em vista o bem-estar e autocuidado dos clientes”, Sempre foi a resposta maioritária (79,7%), seguindo-se Às vezes (20,1%) e Poucas vezes (0,2%), não existindo quaisquer respostas Nunca. Em relação à atividade “demonstra rigor técnico/científico na implementação das intervenções de enfermagem, com vista à prevenção de complicações”, Sempre foi a resposta maioritária (78,2%), seguindo-se Às vezes (21,5%) e Poucas vezes (0,3%), não existindo quaisquer respostas Nunca. No que concerne à atividade “demonstra rigor técnico/científico na implementação das intervenções de enfermagem que contribuam para aumentar o bem-estar e a realização das atividades de vida dos clientes”, Sempre foi a resposta maioritária (68,3%), seguindo-se Às vezes (31,3%) e Poucas vezes (0,4%), não existindo quaisquer respostas Nunca. Relativamente à atividade “referencia situações problemáticas identificadas para outros profissionais, de acordo com os mandatos sociais”, Sempre foi a resposta maioritária (51,6%), seguindo-se Às vezes (45,2%), Poucas vezes (3,1%) e Nunca (0,1%). Na atividade “supervisiona as atividades que concretizam as intervenções de enfermagem e as atividades que delega”, Sempre foi a resposta maioritária (51,9%), seguindo-se Às vezes (38,7%), Poucas vezes (9,3%) e Nunca (0,1%).

 

Discussão

Decorrente da análise das variáveis sociodemográficas, verificámos que a maioria dos enfermeiros que participaram no estudo era do género feminino (77,1%) e apresentavam idades predominantemente compreendidas entre os 25 e os 35 anos. Estes resultados vêm corroborar os dados atualizados pela Ordem dos Enfermeiros em dezembro de 2015. Ainda em consonância com os dados emanados pelo órgão regulador da profissão, relativamente às áreas de especialidade, predominaram a enfermagem de reabilitação e a enfermagem médico-cirúrgica. Importa referir que 43,3% dos enfermeiros especialistas/especializados que participaram neste estudo não exercem a atividade profissional na área da especialidade, o que revela o não aproveitamento das qualificações dos enfermeiros. Em Março de 2005, no âmbito dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem, a ordem dos enfermeiros deu início a um projeto de intervenção, cuja finalidade era contribuir para a implementação e para o desenvolvimento de sistemas de melhoria contínua da qualidade do exercício profissional dos enfermeiros e da qualidade dos cuidados, através da apropriação, pelos enfermeiros, dos padrões de qualidade e do envolvimento das organizações prestadoras de cuidados de saúde onde os enfermeiros desenvolvem a sua atividade profissional. Apesar de, no âmbito dos programas de implementação dos padrões de qualidade, terem sido realizadas em todo o país sessões de formação sobre os mesmos, constatámos que apenas 39,9% dos participantes do nosso estudo haviam tido formação relativa aos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem. A aplicação da escala de perceção das atividades de enfermagem que contribuem para a qualidade dos cuidados (Martins et al., 2016), permitiu-nos desvelar, com objetividade, a concretização das atividades com contributo essencial para a qualidade dos cuidados de enfermagem. Em relação à dimensão Satisfação do cliente, embora as respostas às vezes e sempre tivessem sido as maioritárias, na atividade “envolve os conviventes significativos do cliente individual no processo de cuidados”, 11,1% dos enfermeiros responderam poucas vezes, o que denota a dificuldade de integrar as pessoas significativas no processo de cuidados. Na investigação realizada por Ferreira (2015), apenas 2,4% dos gestores consideraram que os enfermeiros da sua equipa concretizavam poucas vezes a referida atividade, o que de facto não é a perceção dos enfermeiros do nosso estudo. Relativamente à Promoção da saúde nenhuma das atividades incluídas nesta dimensão obteve maioritariamente a resposta sempre, o que está em consonância com os resultados do estudo realizado por Ferreira (2015). Embora às vezes tivesse sido a resposta maioritária, nas atividades “aproveita o internamento para promover estilos de vida saudáveis” e “fornece informação geradora de aprendizagem cognitiva e de novas capacidades pelo cliente”, respetivamente, 15,6% e 13,4% dos enfermeiros responderam poucas vezes. Estes resultados evidenciam, que embora nos últimos anos, tenha sido notório o desenvolvimento da enfermagem enquanto disciplina e profissão, parece prevalecer a dificuldade em privilegiar na prática uma abordagem centrada na pessoa e no seu potencial (Sousa, Martins, & Pereira, 2015). De acordo com o International Council of Nurses (2015), os enfermeiros são o alicerce do sucesso de mudanças de comportamento dos clientes, ao longo do ciclo de vida, por meio de abordagens centradas na promoção da saúde. No entanto, apesar da crescente sensibilização, os resultados deste estudo alertam para a possibilidade deste domínio não ser significativamente concretizado pelos enfermeiros no contexto hospitalar. Silva, Pinheiro, Souza, e Moreira (2011) consideram que os aspetos histórico-culturais que permeiam o hospital como um espaço para o tratamento e a cura, dificultam a adoção de uma prática promotora da saúde. Contudo, e tal como evidenciado pelos autores, as orientações da Organização Mundial da Saúde e as necessidades atuais da população exigem que uma nova postura seja cultivada nos hospitais, tendo como objeto a saúde ao invés da doença. O referido só será possível se as práticas forem reorientadas no sentido de motivar os clientes a reduzir os riscos, a prevenir as doenças, a maximizar o seu potencial, através de uma abordagem direcionada aos estilos de vida. Em consonância com o mencionado, a Estratégia Nacional para a Qualidade na Saúde 2015-2020, impõs aos serviços prestadores de cuidados, o desafio de incorporarem num quadro de melhoria contínua da qualidade, as ações de promoção da saúde e de prevenção das doenças, da mesma forma que incoporam os cuidados curativos e de reabilitação (Despacho nº 5613/2015 de 27 de Maio). Em todas as atividades inerentes à dimensão Prevenção de complicações, a resposta sempre foi a maioritária, tal como no estudo realizado por Ferreira (2015). Os resultados obtidos nesta dimensão traduzem a relevância do exercício profissional dos enfermeiros orientado para a prevenção de complicações (Pereira, 2009; Machado, 2013). Em relação ao Bem-estar e autocuidado, maioritariamente os enfermeiros identificam sempre os problemas do cliente, mas só às vezes prescrevem, implementam e avaliam as intervenções que contribuam para aumentar o bem-estar e a realização das atividades de vida dos clientes. Importa referir que na atividade “avalia as intervenções de enfermagem que contribuam para aumentar o bem-estar e a realização das atividades de vida dos clientes”, 10,3% dos enfermeiros responderam poucas vezes. Para além disso, na atividade “referencia situações problemáticas identificadas que contribuam para o bem-estar e realização das atividades de vida dos clientes”, 10,1% dos enfermeiros responderam poucas vezes. Na investigação realizada por Ferreira (2015), os gestores consideraram que os enfermeiros da sua equipa concretizavam às vezes e sempre as referidas atividades, o que de facto não é a perceção dos enfermeiros do nosso estudo. Apesar da necessidade de avaliar os resultados das intervenções implementadas estar plasmada no perfil de competências do enfermeiro de cuidados gerais e no perfil de competências do enfermeiro especialista, os participantes reconhecem que nem sempre o concretizam. No âmbito da Readaptação funcional, na atividade “dá continuidade ao processo de prestação de cuidados”, os enfermeiros responderam maioritariamente sempre. Apesar de nas restantes atividades a resposta às vezes ter sido a maioritária, na atividade “planeia a alta dos clientes internados na instituição de saúde, de acordo com as necessidades dos clientes e os recursos da comunidade”, 10,9% dos enfermeiros responderam poucas vezes. Nas atividades “otimiza as capacidades do cliente e conviventes significativos para gerir o regime terapêutico p rescrito e ensina, instrói e treina o cliente sobre a adaptação individual requerida face à readaptação funcional”, respetivamente, 14,2% e 14,6% dos enfermeiros responderam poucas vezes. Na investigação realizada por Ferreira (2015), os gestores consideraram que os enfermeiros da sua equipa concretizavam maioritariamente sempre as atividades inerentes à dimensão Readaptação funcional, o que de facto não é a perceção dos enfermeiros do nosso estudo. Machado (2013) referiu que o paradigma atual de enfermagem centra-se sobretudo nas capacidades da pessoa, no seu potencial para fazer frente aos eventos adversos, na capacidade para integrar novos conhecimentos e nas habilidades, com a intencionalidade de tornar a pessoa o mais autónoma possível, mesmo com algum grau de dependência de alguém ou alguma coisa. Todavia, os resultados obtidos nesta dimensão alertam para uma possível dicotomia entre o exposto e o evidenciado nas práticas. Em relação à dimensão Organização dos cuidados de enfermagem, na atividade “conhece as políticas do hospital”, apesar da resposta maioritária ter sido às vezes, verificámos que 14,6% dos enfermeiros responderam poucas vezes, o que corrobora os resultados obtidos por Ferreira (2015). No que concerne à dimensão Responsabilidade e rigor, em todas as atividades a resposta sempre foi a maioritária, no entanto na atividade “supervisiona as atividades que concretizam as intervenções de enfermagem e as atividades que delega”, 9,3% dos enfermeiros responderam poucas vezes. É sabido que os enfermeiros, mesmo após a delegação da tarefa certa, sob as circunstâncias certas e na pessoa certa (Parecer nº 136/2007), têm o dever de supervisionar, o que efetivamente nem sempre acontece. Não obstante os contributos desta investigação, torna-se relevante assinalar que ainda que constituísse um fator impossível de prever e contornar, assumimos como fragilidade o facto da técnica de amostragem usada ter sido não probabilística, havendo a possibilidade do perfil de enfermeiros que decidiram participar ter influenciado os resultados do estudo.

 

Conclusão

Os resultados obtidos com a aplicação da escala de perceção das atividades de enfermagem que contribuem para a qualidade dos cuidados, denunciam uma atuação de enfermeiros portugueses tendencialmente congruente com os padrões de qualidade, tendo sido evidenciado que, na sua maioria, os enfermeiros concretizam às vezes ou sempre as atividades inerentes a cada uma das dimensões. Decorrente da análise efetuada, importa salientar que as atividades mais frequentemente concretizadas pelos enfermeiros, se reportam às dimensões Responsabilidade e rigor e Prevenção de complicações, o que mais uma vez, comprova a relevância dos modelos orientadores da ação centrados na prevenção de complicações. Por outro lado, as atividades inerentes às dimensões Promoção da saúde, Bem-estar e autocuidado e Readaptação funcional, foram aquelas que os enfermeiros percecionaram como menos executadas, exigindo portanto que se repensem as práticas, no sentido de uma atuação congruente com os enunciados descritivos em causa. No âmbito da investigação, seria interessante a realização de estudos com uma abordagem qualitativa com vista a compreender os fatores que promovem ou comprometem uma atuação congruente com os enunciados descritos, com especial destaque para os que são tendencialmente, menos concretizados.

 

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Recebido para publicação em: 20.12.16

Aceite para publicação em:15.03.17

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