Introdução

A gestação é condição natural da vida, período em que ocorre o desenvolvimento intrauterino de um novo ser. A cada semana da gestação, surgem novas situações e experiências, por vezes marcantes na vida dos pais. Também ocorrem alterações biopsicossociais que afetam a subjetividade e os sistemas corporais das mulheres, o que requer compartilhamento de saberes com elas, a fim de que possam conhecer seus corpos e as mudanças existentes nesta etapa.

São esperadas alterações e adaptações no modo de se alimentar, na qualidade do sono e repouso, e na vida sexual, tema gerador de dúvidas entre elas e seus parceiros. Destacam-se ainda mudanças na aparência e no modo de se vestir, o que pode afetar as relações pessoais e interpessoais, especialmente no âmbito social, familiar e de trabalho destas mulheres (^{Gandolfi et al., 2019}). Estas, entre outras alterações corporais esperadas, são por vezes vivenciadas de maneira negativa por algumas mulheres, devido à dificuldade desta aceitação numa sociedade que procura pelo corpo perfeito, até mesmo as gestantes (^{Benevides et al., 2021}; ^{Gandolfi et al., 2019};).

Além das mudanças físicas, também ocorrem alterações psicológicas, momento no qual a mulher passa a imaginar possíveis situações e procura alguns ideais para suprir expectativas impostas por ela mesma ou pela sociedade. Tende a imaginar como será o filho, e estas atividades mentais são de suma importância para o desenvolvimento da relação mãe-filho (^{Rezende, 2020}). É nesse momento que a mulher muda os seus pensamentos e ideias, assumindo o papel materno. Para muitas, é um desejo, um sonho; para outras, é um acaso, e que junto com ele existe medo, insegurança e preocupação (^{Rezende, 2020}).

Sendo assim, o pré-natal é de extrema importância para ensinar a mulher a viver esse momento, atendendo-a na sua integralidade, ou seja, abrangendo os seus aspetos físicos, psíquicos e sociais, por meio da promoção, prevenção e recuperação da saúde. É necessário que haja uma condução adequada para torná-la protagonista ao longo do período pré-natal, tornando-a participante ativa das ações no seu plano de cuidados, situação esta que pode ser alcançada por meio da educação em saúde (^{Hailu et al., 2022}; ^{Melo et al., 2020}; ^{Shen et al., 2022}).

Para a realização de qualquer intervenção educativa, deve-se primeiro ter conhecimento da realidade e necessidade em saúde do público alvo. Por meio da investigação e colheita de dados, é possível conhecer a realidade vivenciada para, posteriormente, intervir, proporcionando autoconhecimento e protagonismo em saúde para o público selecionado. O presente estudo objetivou identificar as experiências e sentimentos vivenciados pelas mulheres durante a gestação.

Enquadramento

Diante de tantas mudanças que ocorrem no período gestacional, a mulher necessita do apoio da família, amigos e profissionais que a acompanhem e a ajudem a passar por esse momento. Estudos apontam, que de todas as modificações esperadas durante a gestação, nem todas as mulheres vivenciam e lidam com as transformações da mesma maneira (^{Fernandes, 2020}; Marques et al., 2020; ^{Meireles et al., 2015}; ^{Zanatta et al., 2017}).

A assistência pré-natal é um conjunto de cuidados destinados à mulher e ao feto ao longo do período gestacional, que tem como objetivo o desenvolvimento de uma gestação saudável e preparação para o parto (^{Barcellos et al., 2022}; ^{Silva et al., 2022}). Um dos direitos das mulheres ao longo da assistência pré-natal é ter as suas dúvidas sanadas e receber orientações e informações acerca das mudanças ocorridas durante a gestação, para que elas sejam capazes de lidar com o momento da melhor forma possível (^{Fernandes, 2020}; ^{Souza et al., 2020}).

Desta forma, os profissionais de saúde precisam adequar o acolhimento durante o pré-natal conforme as necessidades específicas de cada mulher. Para isso, é necessário a realização de uma investigação regional afim de identificar as necessidades de saúde do público alvo em questão. Estas pesquisas devem ser seguidas pelo desenvolvimento de planos de pré-natal adaptados à realidade das gestantes e fácil de entender e implementar.

Devem também ser individualizados, multidimensionais, equitativos e baseados na escuta ativa, no cuidado e na educação para a saúde (^{Barcellos et al., 2022}; ^{Fernandes, 2020}; ^{Silva et al., 2022}; ^{Souza et al., 2020}).

Questão de investigação

Quais as experiências e sentimentos vivenciados pelas mulheres na gestação?

Metodologia

Investigação de caráter descritivo, ancorada no paradigma qualitativo. Para a descrição desta investigação foram seguidas as orientações Consolidated Criteria for Reporting Qualitative Research (COREQ).

Este artigo é um recorte, da investigação intitulada “Atos educativos para o autoconhecimento das alterações vivenciadas pelas mulheres durante a gestação”, vinculada a uma Instituição de ensino superior pública do Alto Sertão Paraibano que teve início após aprovação pela Comissão de Ética da Universidade Federal de Campina Grande, campus Cajazeiras, sob número 2.904.835 em 19 de setembro de 2018.

O estudo foi realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) Manoel Camilo, localizada na cidade de São José de Piranhas, no estado da Paraíba, Brasil. A escolha da respetiva unidade de saúde ocorreu devido ao maior número de atendimentos de pré-natais na sede da cidade. A obtenção dos dados foi realizada por uma aluna de graduação em enfermagem, sob a supervisão do professor doutor em enfermagem, o qual capacitou e treinou a estudante com vista a minimizar possíveis vieses.

Participaram deste estudo 13 gestantes que fazem parte da área adstrita da USF Manoel Camilo. Para a realização desta investigação foram adotados os seguintes critérios de inclusão: mulheres com resultado positivo de gravidez e que já tinham iniciado o pré-natal. Como critérios de exclusão: gravidez comprovada de alto risco e necessidade de acompanhamento em serviço de referência. A quantidade de participantes foi estabelecida pela amostragem de saturação teórica da recolha de dados, a qual estabelece o encerramento da admissão de participantes, tendo em vista que nenhum novo elemento foi encontrado (^{Nascimento et al., 2018}).

A recolha de dados e análise ocorreram entre agosto e dezembro de 2018. Para a obtenção dos dados foram realizadas entrevistas semiestruturadas, conduzidas individualmente em local reservado na sala de atendimento da enfermagem, para garantir a privacidade das participantes. O guia de entrevista continha questões norteadoras discursivas, como: “Quais mudanças em sua vida você percebeu após a descoberta da gravidez?”; “Quais sentimentos e sensações você vivenciou ao descobrir a gravidez e quais você sente neste momento?”; “Que transformações você espera em seu corpo durante a gestação?”. Estas questões permitiram que as participantes expressassem livremente as suas opiniões e foram gravadas com uma aplicação de gravação do aparelho celular após autorização prévia. As entrevistas tiveram, em média, duração de 20 minutos.

As gravações foram posteriormente ouvidas e transcritas no programa Microsoft Word 2010 e, em seguida, apresentadas as gestantes para validação do sentido das entrevistas. Após referendar as transcrições com as gestantes as falas foram analisadas com base na técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). O DSC é uma técnica que procura resgatar a representação social e possibilitar a tabulação e organização dos dados da investigação, que tem caráter qualitativo. Por meio dele, é provável conhecer as crenças, valores e ideais de um grupo social (^{Figueiredo et al., 2013}). Nesta técnica, o investigador desempenha um papel fundamental na obtenção das representações sociais, permitindo que os participantes expressem as suas manifestações e opiniões (^{Lefreve & Lefreve, 2014}).

Figueiredo et al., (²⁰¹³) apresentam os componentes do DSC: as expressões chaves (ECH) e a ideia central (IC). As ECH são passagens do discurso que têm relevância para o tema da investigação em andamento e devem ser destacadas pelos investigadores, enquanto a IC é uma palavra que descreve e nomeia, dando sentido à resposta de cada participante da investigação. Isto leva à construção de discursos na primeira pessoa do singular, resultando no discurso coletivo.

Para garantir a confiabilidade e a validade dos DSC construídos, o processo de análise foi desenvolvido por dois investigadores de maneira independente. Na ocorrência de divergências era resolvido por meio da discussão com o investigador mais experiente, orientador da investigação, garantindo assim a consistência da análise.

As fases do estudo atenderam aos fundamentos éticos preconizados pela Resolução 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, respeitando os princípios da autonomia, não-maleficência, beneficência, justiça e equidade. A recolha de dados ocorreu somente após a assinatura do Consentimento Informado (CI) pelas participantes do estudo. O CI foi elaborado em duas vias, contendo informações sobre a natureza, os objetivos, os métodos, os benefícios, os riscos e o incómodo da investigação. Foi garantido o sigilo e o anonimato das informações recolhidas e analisadas. Ainda, com intuito de manter a confidencialidade de informações, foi atribuída a sigla GES seguido da numeração conforme ordem de entrevista: GES01 a GES13.

Resultados

Com base nas experiências e sentimentos relatados pelas participantes durante a vivência da gestação, foram obtidos três IC. A primeira IC descreve as alterações físicas percebidas pelas mulheres durante o período gestacional. Na construção do DSC para esta IC, participaram 11 mulheres (GES01, GES03, GES04, GES06, GES07, GES08, GES09, GES10, GES11, GES12 e GES13).

Discussão

Observa-se no DSC01 que são muitas as alterações percebidas pelas mulheres no período gestacional, e as participantes relatam um número considerável de modificações que estão documentadas na literatura.

Logo nas primeiras semanas de gestação ocorre o processo de implantação do óvulo que foi fecundado. Assim a cólica descrita no DSC01 como “dorzinha no pé da barriga” é comum nesse período, bem como um discreto sangramento vaginal conhecido como sangramento de implantação ou nidação. No entanto, como qualquer outro sintoma, não é uma regra e nem todas as mulheres podem vir a sentir (^{Zugaib, 2020}).

As alterações hormonais são algumas das modificações mais importantes que preparam o corpo feminino para o processo de gestar. Com o aumento da progesterona, essencial para o processo de implantação e desenvolvimento da gestação, ocorre também uma maior predisposição para o cansaço e, consequentemente, a sonolência. Isto acontece porque a progesterona tem efeito depressor sobre o Sistema Nervoso Central, uma vez que apresenta propriedades anestésicas, tranquilizantes e redutoras das atividades mentais. Isto leva à diminuição do ritmo cerebral, o que também explica o comprometimento parcial da memória em algumas mulheres, como relatado no DSC01 (^{Alves & Bezerra, 2020}; ^{Oliveira et al., 2020}).

O alto nível das hormonas estrogênio e hCG (gonadotrofina coriónica humana) também podem provocar o surgimento da hiperémese gravídica, uma alteração que foi mencionada no DSC01. A sua característica principal é a presença de náuseas e vómitos contínuos, o que pode levar a gestante a apresentar perda ponderal, distúrbios hidroeletrolíticos, desidratação e défice nutricional. A hiperémese gravídica surge com mais frequência no primeiro trimestre gestacional e como cuidados devem evitar-se alimentos gordurosos, odores que aumentem a condição, aumentar a ingesta hídrica e evitar jejum prolongado (^{Elkins et al., 2022}).

As alterações cutâneas, também mencionadas pelas participantes desta investigação, são bastante visíveis no período gestacional e resultam de alterações hormonais, imunológicas e metabólicas. É de suma importância saber distinguir as alterações naturais das dermatoses para evitar tratamentos dispensáveis que possam afetar a saúde da mulher (^{Oliveira et al., 2020}).

As estruturas dérmicas responsáveis pela elasticidade e resistência da pele são também as responsáveis pela distensão quando o corpo se prepara durante toda a gestação. O estiramento da pele faz com que as fibras colágenas e elásticas se separem, provocando, assim, o aparecimento de estrias (^{Pinheiro et al., 2022}).

Ainda falando sobre alterações do sistema tegumentar, tem-se o melasma, hiperpigmentação cutânea que causa manchas simétricas e em tons variados. A sua fisiopatogenia é desconhecida, e a face é o local mais afetado. O filtro solar é um aliado importante no tratamento e prevenção do melasma (^{Pinheiro et al., 2022}).

As modificações percebidas nas mamas pelas gestantes são características desse período, no qual ocorre aumento no volume das mamas devido ao desenvolvimento, expansão e hipertrofia dos tecidos internos para prepará-las para a amamentação. Além disso, como relatado no DSC01, a aréola primitiva pode tornar-se maior e mais escura devido ao aumento da pigmentação da melanina, também resultado de alterações hormonais (^{Oliveira et al., 2020}).

As alterações cardiovasculares durante a gestação envolvem o aumento do volume e do débito cardíaco, devido à diminuição da pressão sanguínea, à redução da resistência vascular periférica e ao aumento do volume plasmático. No entanto, com o crescimento do volume uterino, ocorre a compressão das veias pélvicas, resultando num aumento da pressão venosa dos membros inferiores, o que pode levar ao desenvolvimento de edema nessa região (^{Saliba-Júnior et al., 2022}; ^{Silva et al., 2020}), externado pelas gestantes no DSC01 como inchaço.

Com o passar dos meses, à medida que o ganho de peso e o aumento uterino progridem, algumas consequências da compressão dos órgãos da cavidade abdominal e torácica surgem, tais como aumento da frequência urinária, dispneia, obstipação e gases. Todos estes sintomas, somados ao facto da barriga se encontrar em proporções diferentes do que a mulher está acostumada, acabam por comprometer também o seu sono e repouso devido à dificuldade de encontrar uma posição adequada para dormir (^{Oliveira et al., 2020}; ^{Zugaib, 2020}).

O ganho ponderal fisiológico, conforme observado no discurso das gestantes, é mais uma alteração do período gestacional. Isso ocorre devido à necessidade de suprir as necessidades maternas e fetais; no entanto, é necessário controlar esse ganho para evitar um aumento de peso excessivo que pode trazer complicações (^{Monteschio et al., 2021}).

Notam-se, desta forma, diversas mudanças físicas percebidas pelas mulheres no período gestacional. Este conhecimento, tanto pelo profissional de saúde quanto pelas próprias mulheres, é de suma importância para promover a qualidade de vida e segurança ao longo da gestação.

O DSC02 explana sentimentos que afetam de forma negativa a mulher no período gestacional. Por vezes, nem todas as gestantes sabem lidar com estes sentimentos ou não procuram ajuda profissional, tornando-se um fator de risco para problemas de saúde maiores.

Corroborando com os achados desta investigação, estudos evidenciam que, após a confirmação da gravidez, algumas gestantes passam por sentimentos de tristeza, temor, preocupação e susto. Algumas até se questionam quanto ao seu papel de mãe e se conseguirão desempenhar o papel com eficiência (^{Alves & Bezerra, 2020}; ^{Silva et al., 2021}).

Agregando a estas discussões, estudos revelam que a ansiedade é o transtorno mais frequente, sendo mais incidente no 3º trimestre gestacional. Apontam-se como fatores de risco mulheres com histórico de aborto, de complicações em gestações anteriores, ocupação, uso de tabaco, uso de drogas ilícitas e o desejo maternal (^{Alves & Bezerra, 2020}; ^{Paz et al., 2020}).

Figueiredo et al. (²⁰²²) revelam que outro fator de risco para a ansiedade é a falta de orientações dos profissionais de saúde e a situação de vivência em que as gestantes se encontram. Eles propõem a realização do pré-natal psicológico e intervenções psicológicas como ferramentas de cuidado na saúde materna, com o objetivo de não somente prevenir tais sofrimentos, mas identificar precocemente, visando a redução de complicações futuras.

O apoio familiar e a presença do companheiro são fatores importantes para a saúde da gestante, uma vez que esta se sente protegida, feliz, cuidada. Isto influencia em todo o seu ciclo gravídico-puerperal, além da necessidade de suporte à gestante e ao recém-nascido no puerpério. A ausência deste acolhimento pode gerar complicações no pós-parto, como dificuldades na amamentação e no vínculo com o cônjuge (^{Santos et al., 2022}; ^{Silva et al., 2021}).

Ademais, a falta do planeamento familiar e a gravidez num momento não desejado pela mulher podem desencadear diversos sentimentos negativos, como medo, ansiedade, tristeza, culpa, insegurança, desilusões e temores quanto ao futuro. Estes sentimentos estão relacionados tanto ao bebé como a várias outras condições, como a questão financeira, a falta de tempo ou habilidade para cuidar do filho ou a não aceitação da gravidez pelo parceiro (^{Sousa et al., 2022}).

Diante da leitura do DSC02, pode-se observar a importância da equipa multiprofissional durante o período pré-natal, identificando possíveis sinais e sintomas sugestivos de transtornos psicológicos. Por ser um momento de intensas mudanças, a mulher e a sua família necessitam de apoio e de incentivo para enfrentá-las, cuidando da sua saúde física sem deixar a saúde mental de lado.

O DSC03 aborda alguns sentimentos positivos vivenciados pelas gestantes nesse momento, que vem acompanhado de muitas transformações e conflitos, mas que também pode proporcionar momentos de felicidade e amadurecimento. Além disso, pode promover um maior vínculo entre a família, o companheiro, a gestante e o bebé.

Estudos confirmam que a gestação é um momento complexo que possibilita o surgimento de diversas reações, como a experiência de ser mãe para tentantes, mulheres que estavam tentando engravidar ou aquelas que podem ter realizado algum tratamento para fertilidade. Tende a ser vista com gratidão, e a relação mãe-bebé a fortalecer-se ao longo dessa fase, principalmente quando a notícia é bem-recebida pelo parceiro e familiares, construindo o alicerce do bem-estar gestacional (^{Silva et al., 2021}; ^{Zanatta et al., 2017}).

Zanatta et al. (²⁰¹⁷) constatam ainda que muitas mulheres não se preocupam tanto com a mudança física esteticamente, mas focam a sua atenção nas mudanças no modo de ser, no amadurecimento e aumento da responsabilidade, aproveitando cada momento e usufruindo cada adaptação do seu corpo para gerar e manter uma nova vida.

Muitas são as sensações experienciadas não só pelas mulheres como também por toda a sua família e companheiro. Os sentimentos positivos, aliados ao apoio, cuidado e dedicação entre eles e para com eles, são indispensáveis para que se tenha uma gestação saudável e, posteriormente, um parto e puerpério também saudáveis. O pré-natal é um período crucial não apenas para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento fetal e condições maternas, mas também para preparar emocionalmente esta gestante e ajudá-la a compreender as mudanças de cada fase da gestação.

Este estudo apresentou limitações, tendo em conta que grande parte das exigências atendidas pela USF Manoel Camilo se localiza na zona rural, o que dificultou a participação das gestantes nos encontros na unidade para realização da investigação. Acrescenta-se ainda que os resultados desta investigação fazem parte da realidade de um município específico, o que gera dificuldade em realizar generalizações, visto que reflete a realidade local.

Conclusão

O objetivo proposto pelo estudo foi alcançado ao identificar as experiências e sentimentos vivenciados pelas mulheres durante a gestação, conforme observado nos DSC construídos a partir da fala das gestantes. Notou-se durante o diagnóstico situacional, que as mulheres entrevistadas identificaram as alterações físicas que ocorreram durante o período gestacional. Pode observar-se que muitas são as sensações e os sentimentos vivenciados por elas neste momento. Foram citados alegria, amor, medo e ansiedade; no entanto, os sentimentos positivos sobrepuseram-se aos negativos.

Ressalta-se a importância de se ter conhecimento sobre as experiências e sentimentos dos indivíduos acerca do seu momento atual de saúde para que assim sejam identificadas lacunas, défices e dúvidas em relação ao período que estão a viver. Com estas informações, os profissionais de saúde podem planear e implementar ações de educação em saúde, visando melhorar a qualidade de vida da população.

Espera-se que o conteúdo desta investigação sirva como subsídio para novas investigações e intervenções, ressaltando a importância da ampliação de ações educativas em saúde voltadas para a promoção da saúde, formando uma população com autonomia e repleta de saberes. Sugere-se também maior envolvimento de toda a equipa de saúde na realização periódica de atividades educativas que visem o empoderar a mulher ao longo da gestação.