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Psicologia

versión impresa ISSN 0874-2049

Psicologia vol.11 no.1 Lisboa ene. 1996

https://doi.org/10.17575/rpsicol.v11i1.594 

Os processos de pensamento em Psicologia da Educação

 

Adelina Lopes da Silva*

*Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação Universidade de Lisboa

 


Afirmar que os alunos e professores são considerados como agentes activos, cujos pensamentos, crenças, expectativas, afectos, valores e motivos influenciam o seu comportamento, não provocará hoje em dia grandes desentendimentos entre os psicólogos da educação ou entre os educadores. As expectativas, as crenças, as estratégias cognitivas e metacognitivas, as motivações, as tomada de decisões têm sido alvo de numerosas investigações no âmbito da Psicologia da Educação. Saber como o ensino influencia o que os estudantes pensam, sentem e acreditam, e como estes processos podem afectar as suas aprendizagens; ou saber como os processos de pensamento dos professores determinam o comportamento deles na sala de aula, o comportamento dos alunos e o aproveitamento escolar destes, tem estimulado o aparecimento de muitos estudos, que tentam melhor compreender a natureza dos processos educativos e/ou intervir para elevar o rendimento escolar dos alunos.

Os quatro estudos que a seguir são apresentados procuram ilustrar a grande variabilidade teórica e metodológica que a investigação neste domínio tem assumido.

O trabalho de Maria João Alvarez dá-nos a conhecer os tipos de crenças sobre a escrita que os alunos vão construindo ao longo das suas experiências escolares e culturais. A escrita não é apenas o resultado de competências e de estratégias. E também ditada por atitudes e crenças que determinam a forma como os estudantes percepcionam a escrita, a valorizam e a executam.

Ao longo da escolaridade, os estudantes vão construindo modos diversos de abordar as actividades escolares. O artigo de António Duarte centra-se no conceito de «abordagem à aprendizagem», que surge para exprimir a interacção que parece existir entre um determinado tipo de motivação e as estratégias de aprendizagem que são mobilizadas na realização das tarefas escolares. Como se diferenciam e como podem determinar a aprendizagem, são as questões orientadoras deste trabalho.

Ajudar o estudante a conhecer como aprende e como pode melhorar as suas próprias competências para aprender são temas desafiantes no domínio da metacognição, que numa das suas concepções mais divulgada pretende melhorar as competências de auto-regulação da actividade cognitiva através da consciencialização dos processos nela implicados no seu funcionamento. No trabalho de A. Lopes da Silva, o treino de auto-instrução é apresentado como uma das vias possíveis para desenvolver as competências de auto-regulação nos estudantes, durante a realização das actividades escolares.

O estudo dos processos de raciocínio que ocorrem na mente do professor quando está em interacção com os seus alunos é um outro campo de investigação. Tornar os professores mais auto-reflexivos, mais conhecedores dos seus próprios processos mentais e da influência que estes podem exercer nas suas práticas educativas e no comportamento dos seus alunos são os objectivos últimos deste tipo de estudos. O trabalho de A. Marques Pinto ilustra esta abordagem neste campo, e os resultados encontrados permitem melhor conhecer os processos adoptados pelos professores na tomada de decisões.

Esperemos que a leitura destes artigos contribua para um maior debate sobre estes temas e incentive a realização de um número maior de investigações sobre os processos de pensamento.

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