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Ex aequo

versão impressa ISSN 0874-5560

Ex aequo  no.30 Lisboa dez. 2014

 

EDITORIAL

 

Editorial

 

Teresa Pinto

 

O trigésimo número da revista ex aequo, relativo ao segundo semestre de 2014, introduz distintos olhares disciplinares provenientes de diferentes lugares de produção.

O dossier temático do presente número convida a refletir sobre o tema História, História das Mulheres, História do Género. Produção e transmissão do conhecimento histórico, cujo debate a nível nacional não tem refletido os significativos avanços da produção historiográfica nem tem logrado romper expressivamente as fronteiras disciplinares. Sob coordenação de Teresa Pinto e de Teresa Alvarez, o dossier propôs-se integrar ensaios teóricos ou trabalhos empíricos sobre qualquer período e contexto geo-histórico que evidenciassem os contributos da história das mulheres e da história do género para a renovação da ciência histórica e que problematizassem as suas repercussões na história ensinada e na história transmitida em geral. Sublinhando, na introdução ao dossier, que a história se situa e ressitua historicamente em função do epistemológico que a define, das teorias que a conformam, dos modos de recolha e seleção dos dados empíricos que a sustentam, as coordenadoras enfatizam o contributo da História das Mulheres e do Género nos modos de construção e de escrita da História e questionam a difícil e lenta integração desses contributos da produção historiográfica no ensino da História. Os artigos que integram o Dossier – e que serão objeto de apresentação específica pelas coordenadoras na respetiva introdução – constituem um painel diversificado a nível temático e metodológico.

A secção de Estudos e Ensaios é composta por três artigos. Caterina Rea, ao interrogar «Existe uma psicanálise sem Édipo?», parte da hipótese de que a psicanálise deve ter em conta a historicidade do seu discurso e da sua prática, configurando, a partir da análise das mudanças societais numa ótica do género, uma psicanálise que re-partindo da figura de Antígona, «se situe além do Édipo» e do seu paradigma «normalizante e único». Estamos perante uma abordagem pertinente e original que apresenta o que há de mais importante no panorama atual acerca das relações entre as teorias de género e a psicanálise.

O segundo artigo, «“O que eu faço tem valor”: discutindo o cuidado familiar e o reconhecimento», de Joana Margarida Pimentel Mateus Alves, incide sobre um tema pouco abordado em Portugal. Partindo da história de vida de uma mulher cuidadora, a autora, discutindo o alcance e os limites das narrativa orais, demonstra como a falta de reconhecimento social da importância do cuidado na vida quotidiana tem significativos impactos na vida das mulheres cuidadoras.

Susana Villas-Boas, Catarina Sales Oliveira e Soledad Las Heras, em «Tarefas domésticas e género: representações de estudantes do Ensino Superior», abordam questões fundamentais sobre a relação entre a organização das tarefas domésticas e de cuidado com crianças e a reprodução das desigualdades de género em Portugal com base na aplicação de um inquérito a estudantes da Universidade da Beira Interior. As autoras discutem o facto de o modelo de divisão do trabalho familiar das tarefas domésticas não refletir a mudança dos papéis sociais de género ocorrida na esfera profissional nas últimas décadas.

Na secção de Leituras e Recensões, Vasco Prazeres recomenda-nos a obra coletiva organizada por Conceição Nogueira e Sara Magalhães intitulada Género e Saúde. Novas (In)Visibilidades (APEM/Afrontamento, 2012). Joana Pimentel Alves convida-nos à leitura de The caring self: the work experiences of home care aides (Cornell University Press, 2011), da autoria de Clare L. Stacey. Maksimovic´ and Tamara Nikolic´ Maksic´ introduzem-nos a publicação Considering Gender in Adult Learning and in Academia: (In)visible Act (Wydawnictwo Naukowe, 2012), cuja organização é da responsabilidade de Joanna Ostrouch-Kami´nska, Christine Fontanini e Sheila Gaynard.

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