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Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher

versión impresa ISSN 0874-6885

Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher  no.50 Lisboa dic. 2023  Epub 21-Feb-2024

https://doi.org/10.34619/qndv-zzxw 

Retrato

Raffaella Gozzelino, promotora da equidade, diversidade e inclusão na academia

i Universidade NOVA de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, CICS.NOVA - Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais, Faces de Eva. Estudos sobre a Mulher, 1070-312 Lisboa, Portugal. Email: anaribeiro@campus.fcsh.unl.pt


Rafaella Gozzelino 

Conheci Raffaella Gozzelino na Noite Europeia dos Investigadores (NEI), iniciativa europeia que promove a aproximação entre a academia e a sociedade, dando a conhecer a públicos de todas as idades quem faz ciência e o que é fazer ciência (NEI, 2023). No jardim dos claustros do Museu Nacional de História Natural e da Ciência, em Lisboa, onde decorreu um dos programas da NEI, a Super Lua dessa noite de setembro tornou ainda mais especial o encontro de investigadores/as da Universidade NOVA de Lisboa que teve por finalidade refletir sobre a temática da equidade, diversidade e inclusão (EDI) (Mori, 2022).

Durante esse encontro, Raffaella Gozzelino, filha de mãe cabo-verdiana e pai italiano, revelou brevemente episódios do percurso entre Parma, em Itália, seu país de nascença, e Lisboa, onde, entre outras atividades académicas e científicas, dirige um laboratório de investigação. Ficou claro que era imperativo conhecer melhor a anterior reitora da Universidade Técnica do Atlântico (UTA), em Cabo Verde, co-chair de uma Organização Não Governamental, sediada no Canadá, que se dedica ao Development of Ocean Capacity with Africa Nations, consultora científica de laboratórios farmacêuticos e entidades internacionais como a OMS, autora de dezenas de artigos científicos, professora convidada em programas de mestrado e doutorais de vários países e fundadora da Diáspora Mundi (DM, 2023). O convite para uma entrevista foi, de imediato, simpaticamente aceite.

A antecipada conversa decorreu no pátio da NOVA Medical School Research, um edifício de arquitetura contemporânea integrado num bairro lisboeta com edifícios e jardins históricos, onde nos mantivemos, apesar dos aguaceiros ocasionais dessa manhã soalheira. Contrastes em harmonia com um relato alternado entre conquistas e dissabores, pontuado por expressões em inglês ou italiano, porque, como sublinha Raffaella Gozzelino, entre risos, “o importante na comunicação é conseguir transmitir a mensagem, pelo que, se necessário, falo Raffaelles, uma língua em contínua evolução”.

A nossa entrevistada define-se como uma sonhadora, no sentido de idealizar um mundo diferente e de acreditar ser possível torná-lo realidade. Lembrando uma conhecida citação de Nelson Mandela, a winner is a dreamer who never gives up, explica que o seu trajeto não tem sido isento de dificuldades, principalmente porque “fazer ciência, mesmo quando se faz com paixão, é muito difícil”.

Quando procura explicar como nasceu o seu interesse pela medicina, recorda a infância, as brincadeiras com as caixinhas vazias de medicamentos e de como se interrogava sobre a criação de xaropes ou comprimidos. No liceu, um professor estimulou a curiosidade sobre o mundo da ciência, pelo que, chegada à universidade, decidiu fazer o curso de Química e Tecnologias Farmacêuticas, licenciando-se (pré-Bolonha) na Faculdade de Farmácia da Universidade de Parma. Este é o capítulo inicial de um trajeto impulsionado pelo amor à ciência, realizado em diversas geografias, onde África se tornou crescentemente central e as questões da equidade, diversidade e inclusão têm vindo a ganhar relevo por força de, quase sempre, ser “a única mulher negra na sala”.

Finalizada a licenciatura, como materializou o gosto pela experimentação científica no mundo profissional?

O atentado de 11 de setembro em Nova Iorque inviabilizou o programado mestrado a realizar nos Estados Unidos; assim, decidi ficar em Itália a trabalhar. Fui contratada como scientific advisor numa empresa, onde tinha de promover a comercialização de produtos, pelo que, curiosamente, ali aprendi o significado de vender histórias. É uma competência que valorizo quando, atualmente, preparo apresentações e candidaturas de projetos científicos a subsídios financeiros, pois é importante ter a capacidade de cativar para o mundo da ciência, além de apresentar questões meramente técnicas. No entanto, na empresa, sentia falta de desenvolver projetos científicos num laboratório, porque as ocasiões para fazer experiências eram limitadas; por isso, troquei a estabilidade de um contrato de trabalho sem termo, e muito bem remunerado, por uma bolsa de investigação doutoral numa universidade europeia.

A decisão de se inscrever num programa doutoral vai proporcionar a oportunidade de viver fora de Itália e, mais tarde, conhecer Portugal. Fale-nos dessa experiência.

Comecei por listar os principais programas doutorais europeus dentro dos temas que me interessavam. Mas quis acrescentar algo de desafiante ao processo; então disse aos meus pais que contactaria várias universidades e a primeira que aceitasse a minha candidatura, seria para aí que eu iria. Foi engraçado porque, passados poucos dias de enviar os cerca de quarenta emails, todos no mesmo dia para evitar bias, recebi uma primeira resposta. Devido ao entusiasmo, não a li bem, tendo feito confusão entre Lleida, nome catalão de Lérida, e Leiden, cidade dos Países Baixos. Mas, quando liguei ao meu futuro supervisor para agradecer a colocação e perguntei como era a vida naquela universidade, ele mencionou a proximidade a Barcelona e, nesse momento, percebi o equívoco. Acabou por ser uma surpresa muito agradável, mas foi também um período de dificuldades porque o valor da bolsa não era elevado para quem, como eu, tinha laços familiares e sentimentais no estrangeiro, o que implicou depender da ajuda financeira dos meus pais e ter de trabalhar nos períodos de férias como babysitter, para poder frequentemente abraçar os meus caros. Isto aconteceu em 2003; foi o meu primeiro contacto com a instabilidade que caracteriza a carreira científica, realidade que infelizmente não se alterou, até porque as universidades não têm contrariado o sistema vigente quanto ao regime profissional dos cientistas. As universidades teriam de ser dotadas de orçamento para recrutar investigadores, não deixando aos group leaders a responsabilidade de encontrar financiamento para as pesquisas, os contratos para a formação da equipa e até para se financiarem a si próprios.

A ligação ao mundo científico em Portugal aconteceu quando, durante o doutoramento, fiz um estágio no Instituto Gulbenkian para a Ciência [IGC], em Oeiras. Os bons resultados estiveram na origem de um convite para vir fazer um pós-doutoramento, que iniciei em dezembro de 2007, quinze dias após ter defendido a minha tese. Desde 2007 a 2012, fiz o pós-doc e, entre 2012 e 2014, fui staff scientist no IGC. Seguidamente apresentei uma candidatura ao programa de Investigador Científico da FCT e ganhei o concurso, em 2015, para poder estabelecer o meu laboratório de investigação na NOVA Medical School Research, juntando as áreas de neurobiologia e neurodegeneração, trabalhadas no doutoramento, com a componente da inflamação, estudada no pós-doutoramento. O objetivo deste centro é estudar o papel da inflamação nas doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson. Explicando o trabalho que aqui se realiza de forma simplificada: estudamos o metabolismo do ferro, a sua influência em doenças que afetam milhões de pessoas, quando é insuficiente, no caso das anemias, ou quando é elevado, no caso de doenças neurodegenerativas e cardiovasculares. É um tópico específico que tenho vindo a desenvolver em revistas científicas internacionais, pelo que fui convidada a integrar a International Society for the Study of Iron in Biology and Medicine, sendo eleita, em 2019, membro da direção dessa organização, que integra, a nível mundial, seis especialistas.

Quando e como se dá a sua aproximação a Cabo Verde e a África?

A Fundação Calouste Gulbenkian estabeleceu em 2014 o primeiro programa doutoral em Cabo Verde. Fui convidada a integrar o corpo docente durante os seus quatro anos de implementação, pelo que, embora tenha aí raízes familiares, a minha primeira aproximação a Cabo Verde deu-se através de Portugal. Em 2020 fui desafiada pelo Governo de Cabo Verde a assumir a liderança de uma universidade recentemente criada. Aceitei essa nomeação para o cargo de reitora da Universidade Técnica do Atlântico, na ilha de São Vicente. Por inerência do cargo, assumi a coordenação do Campus do Mar, que inclui um instituto de investigação mais orientado para a área da pesca e uma escola profissional para formação de tripulação e marinheiros.

Foi uma experiência muito desafiadora porque faço parte da diáspora cabo-verdiana que encontra na aquisição de conhecimento a resposta para superar dificuldades e compreende que o desenvolvimento é um processo e que não há resultados de excelência que se obtenham do dia para a noite; esta mentalidade diverge daquela que ainda caracteriza muitos dos ambientes universitários dos países em desenvolvimento, talvez demasiado short-termism, no sentido em que se concentram excessivamente nos resultados a curto prazo em detrimento dos interesses a longo prazo, de maior qualidade e mais sustentados. Apesar deste confronto de pontos de vista, considero ter sido uma experiência muito enriquecedora, não só pela ampliação da network, como sobretudo por me ter colocado numa posição de observação ótima para identificar lacunas e propor contributos para fazer avançar países em desenvolvimento, que não apenas Cabo Verde. Atualmente, muito do trabalho que desenvolvo é nesta área da realização de projetos que congregam vários países em desenvolvimento, principalmente situados na África Ocidental.

Tem sido crítica da transferência de conhecimentos, na aceção que usualmente é dada quando envolve o apoio a países em desenvolvimento. Pode desenvolver esta ideia?

A transferência de conhecimentos, conjugada com o denominado desenvolvimento de capital humano, são expressões muito usadas em documentos de cooperação entre países desenvolvidos e países em desenvolvimento, mas que muitas vezes não se traduzem em nada tangível; a minha crítica incide sobre este aspeto, que atribuo a vários fatores. Uma das dificuldades está relacionada com a utilização de conceitos do mundo ocidental. Foi o que aconteceu há uns anos com os conceitos de economia azul ou de energias renováveis, conceitos que em países com água, vento e sol em abundância não passavam, inicialmente, de meras abstrações. A outra dificuldade é a falta de competências para implementar projetos nos países em desenvolvimento. A atribuição de financiamento sem a provisão de conhecimento e a falta de fiscalização dos resultados obtidos com os recursos providenciados são algo que não beneficia o progresso, mas favorece o perpetuar de uma realidade que urge mudar. Reconhecendo esta realidade, fundei uma iniciativa privada que envolve a diáspora de vários países africanos, a Diáspora Mundi, inaugurada em janeiro de 2023, com o objetivo de realizar prestações de serviços em vários domínios científicos em países em desenvolvimento.

Na base da criação da Diáspora Mundi esteve, além da lacuna de know-how especializado local para a implementação de projetos, a verificação de que muitos países em vias de desenvolvimento do continente africano têm nacionais altamente qualificados a viver fora dos seus territórios, que são pessoas com muito potencial, mas que não têm oportunidade de usar a sua expertise em benefício dos seus países de origem. Eu revejo-me nesta situação, assim como vários profissionais que conheci pelo mundo fora. Neste sentido, esta iniciativa tem uma faceta de provocação, porque revela que pessoas da diáspora com competências reconhecidas ao mais alto nível em termos internacionais trabalham em prol de países de acolhimento, mas não são aproveitadas pelos seus países de origem, que são aqueles que mais precisam desses conhecimentos. Penso que este facto faz sublinhar a urgência de criar políticas de integração, de pensar medidas que garantam a quem estudou no estrangeiro condições dignas para voltar aos seus países de origem.

Podemos dizer que a Diáspora Mundi veio contestar a ideia, muito ocidental, de África como uma realidade relativamente homogénea caracterizada pela carência?

Sim, em termos de imagem, África é usualmente associada à África que precisa, pelo que consideramos ser relevante poder apresentar, em alternativa, uma África que também pode dar.

O que a iniciativa Diáspora Mundi vem trazer, além da componente técnica, é a ideia fundamental de que não basta passar um cheque para permitir a transformação de um país, pois o desenvolvimento não acontece sem conhecimento. Há que mudar essa cultura frequentemente assistencialista associada a África e cortar a dependência de expertise estrangeira que pode ser promovida localmente. Com a Diáspora Mundi, decidimos criar uma resposta qualificada em termos científicos e técnicos. Assim, quando um instituto ou uma entidade, pública ou privada, de um país contrata os nossos serviços, pode fazê-lo na modalidade de conceção de projeto, mas também da sua implementação e, neste caso, temos pessoas com competências em todos os domínios científicos e académicos, que incluem investigadores, engenheiros, programadores, gráficos, economistas, tradutores, entre outros. Por exemplo, um dos serviços prestados é a redação de artigos científicos, porque uma faculdade pode ter conduzido estudos extremamente interessantes, mas, não reunindo o conhecimento técnico para transmitir os dados recolhidos de acordo com padrões internacionais, pode falhar uma boa oportunidade de publicação e, consequentemente, de abrir a porta á concessão de fundos. Os serviços prestados pela Diáspora Mundi estão a ter uma grande procura nos PALOP, em particular. Já da parte da oferta, curiosamente, não somos apenas profissionais qualificados com raízes africanas, porque docentes e investigadores de vários países de Europa, Estados Unidos e Canadá, todos caucasianos, quiseram abraçar esta iniciativa, motivados pelo seu amor ao continente africano. Finalmente, é muito importante sublinhar que as pessoas das instituições que estão a solicitar os serviços são detentoras de um conhecimento precioso sobre a realidade local e sobre os recursos disponíveis. A partilha de conhecimentos é, portanto, fundamental para o sucesso, porque uma consultoria internacional, aqui referida a título de exemplo, ainda que muito qualificada tecnicamente, pode carecer de conhecimento sobre a realidade local, nomeadamente sobre a real capacidade orçamental, inviabilizando a implementação da proposta. Por outro lado, os países em desenvolvimento teriam de abrir os seus horizontes a ideias, propostas e sugestões mais inovadoras, experimentando outras metodologias de trabalho que permitam fugir da contínua reprodução de padrões tradicionais que impedem a modernização dos sistemas educativos, científicos e laborais.

Retomo o tópico discutido na Noite Europeia dos Investigadores sobre equidade, diversidade e inclusão na academia. Perante a afirmação de que as instituições de ensino superior são microcosmos da sociedade em geral, que atuam e reproduzem as desigualdades que já ocorrem naturalmente na sociedade, que lhe ocorre dizer?

Para mim, a academia espelha a sociedade só até determinado ponto, porque quem está nas universidades são pessoas, em geral, mais privilegiadas, principalmente quando estamos a observar uma realidade mais internacional do que a portuguesa. Mesmo quando há um sistema de bolsas, há famílias carenciadas que não conseguem lá chegar. Numa faculdade de ciências médicas, por exemplo, que significa ter notas muito altas, entram estudantes de famílias que conseguiram apostar na educação dos seus filhos; já as famílias que se debatem mês a mês para pagar as contas, a opção recairá em cursos profissionais.

Contudo, as universidades têm um papel fundamental na produção de conhecimento e devem apostar em aprofundar as questões da igualdade e da inclusão, o que não tenho visto acontecer, com a exceção do desenvolvimento dos estudos de género, que são fruto de um movimento muito forte e que resultou na imposição de quotas. Mas há que conhecer a realidade das pessoas com deficiência, das que integram minorias étnicas, pertencem à comunidade LGBTI, etc. Um bom ponto de partida para desenvolver conhecimento sobre a diversidade e inclusão é a realidade interna das universidades. Quantos estudantes africanos ou afrodescendentes entram nas universidades públicas? Quantos académicos africanos ou afrodescendentes lideram faculdades? Quantos são professores ou dirigem laboratórios? Este conhecimento existe? Além disto, a Universidade deveria dotar os estudantes com ferramentas, como a capacidade de colaboração, o conhecimento de outras culturas, a promoção de formas diferentes de ver uma mesma questão, soft skills que se articulam com a aceitação da diversidade.

Para finalizar, quais os desafios sentidos na sua carreira, numa nota mais pessoal, nomeadamente em Portugal?

A minha experiência é muito diversificada em termos geográficos e não assinalo dificuldades acrescidas em Portugal, mas diria que, em geral, a carreira académica e científica apresenta grandes desafios pessoais. Alguns são relacionados com a sua natureza precária, uma instabilidade que nos exige sempre resultados ótimos, apesar de estarmos frequentemente sob pressão, por não sabermos se a bolsa será renovada, se haverá novo projeto, se teremos condições de pagar o arrendamento da nossa habitação. Outros desafios estão relacionados com a multiplicidade e acumulação de tarefas: somos docentes, cientistas, advisors, editores. Mas estas situações são transversais para a maioria das pessoas nesta carreira; de forma mais particular, ser alguém de cor não ajuda porque acresce a necessidade de muitas vezes termos de nos justificar porque estamos naquela posição, apesar de termos prestado provas públicas, porque a academia é um lugar de escrutínio por excelência. Há depois o facto de ser mulher. Agora nem tanto, mas acontecia muito no passado, ser a única mulher à mesa e não ter voz para dizer que iniciar uma reunião de projeto às dez da noite não me convinha ou que reunir no pub em vez de no instituto não seria a minha escolha. Em ambientes muito masculinizados na academia tem acontecido, no momento das apresentações, haver a referência aos excelentíssimos senhores doutores e, quando chega a minha vez, é filha. Como eu encaro tudo isto? Muitas vezes com humor, sempre que possível apelando ao diálogo, mas, quando se mantém a desconfiança sobre mim, a estratégia tem sido provar competências através do meu trabalho.

Muito obrigada pela disponibilidade e partilha!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIÁSPORA MUNDI. (2023). Diáspora mundi: a knowledge hub contributing to African development. DM. https://www.diasporamundi.comLinks ]

Mori, A. (2022). Diversity, equity, and inclusion in academia to guide society. Trends in Ecology & Evolution, 37(1), 1-4. [ Links ]

Noite Europeia dos Investigadores. (2023). Noite europeia dos investigadores 2021 (European researchers’ night 2021). NEI. https://noitedosinvestigadores.org/nei2021/Links ]

Aceito: 13 de Dezembro de 2023

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