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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.21 no.3 Lisboa dez. 2020  Epub 31-Dez-2020

https://doi.org/10.15309/20psd210310 

Artigo

COVID-19 e o psicológico dos trabalhadores de saúde: uma epidemia oculta

COVID-19 and the psychological of health workers: an hidden epidemic

Pollyanna Canuto1 

Kalyne Bezerra2 

Hevillyn Barbosa2 

Luana Lima2 

1 Estratégia de Saúde da Família de Campina Grande. Secretaria Municipal de Saúde de Campina Grande-Paraíba, Brasil, pollyannacanuto@hotmail.com

2 Unifacisa - Centro Universitário, Campina Grande / Paraíba, Brasil. kalyne.bezerra@maisunifacisa.com.br, hevillyn.barbosa@maisunifacisa.com.br, luana.lima@maisunifacisa.com.br


Resumo

A pandemia da COVID-19 tem enternecido mundialmente, com efeitos sem precedentes, destampando uma realidade oculta: a vulnerabilidade psicológica dos trabalhadores de saúde arraigados na linha de frente. Logo, avaliou-se os efeitos da COVID-19 no estado psicológico dos trabalhadores de saúde e as ações para a redução desses danos. A pesquisa foi realizada através de uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa, nas bases de dados Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online - MEDLINE pela BVS com os descritores “Infecções por coronavirus”, “Pessoal de Saúde” e “Saúde Mental” e na PubMed Central - PMC com os descritores “Coronavirus infections”, “Health personnel” e “Mental health” combinados pelo operador booleano “AND”. Foram incluídos documentos científicos com o texto completo disponível publicados no último ano (2019 a 2020) e excluídos os duplicados. Na busca inicial encontrou-se um total de 230 publicações e após a leitura e análise dos textos completos foram selecionados 24 documentos científicos como amostra final. Conforme os achados, o risco de contaminação como gerador de afastamento do trabalho, doença e morte, além de intenso sofrimento psíquico, que se expressa em transtorno de ansiedade, distúrbios do sono, medo de adoecer e de contaminar outros. Espera-se que esses elementos subsidiem orientações ao poder público e a sociedade, para que haja intervenções psicológicas imediatas sob o bem-estar do trabalhador durante a pandemia, e que após a mesma garantam-se acompanhamento e suporte emocional.

Palavras-Chave: Pandemias; infecções por coronavirus; pessoal de saúde

Abstract

The COVID-19 pandemic has gone globally, with unprecedented effects, unraveling a hidden reality: the psychological vulnerability of health workers rooted in the front lines. Therefore, the effects of COVID-19 on the psychological status of health workers and actions to reduce these damages were evaluated. The research was carried out through an integrative review of the literature with a qualitative approach, in the databases Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences - LILACS and Medical Literature Analysis and Retrieval System Online - MEDLINE by the VHL with the descriptors “Infections by coronavirus ”,“ Health Personnel ”and“ Mental Health ”and PubMed Central - PMC with the descriptors“ Coronavirus infections ”,“ Health personnel ”and“ Mental health ”combined by the Boolean operator“ AND ”. Scientific documents with the full available text published in the last year (2019 to 2020) were included and duplicates were excluded. In the initial search, a total of 230 publications were found and after reading and analyzing the full texts, 24 scientific documents were selected as the final sample. According to the findings, the risk of contamination as a generator of absence from work, illness and death, in addition to intense psychological distress, which is expressed in anxiety disorder, sleep disorders, fear of becoming ill and contaminating others. It is hoped that these elements will provide guidance to public authorities and society, so that there are immediate psychological interventions under the worker's well-being during the pandemic, and that after it is ensured, emotional support and monitoring.

Keywords: Pandemics; COVID-19; health professionals

O enfrentamento da pandemia COVID-19 se tornou primordial no contexto da Saúde Pública por meio de ações voltadas para a população, e para grupos com maior risco de contaminação, como os trabalhadores de saúde (TS). Sabe-se que 2020 está sendo permeado por esta pandemia que instalou o caos social decorrente da crise sanitária proveniente da COVID-19. Esse momento para a humanidade tornou-se uma experiência desafiadora sob o ponto de vista de saúde, mediante uma doença infecciosa de rápida transmissibilidade, cujos surtos ainda crescem exponencialmente (Humeres, 2020).

Além do colapso sanitário, a era COVID-19 tem contribuído copiosamente no psicológico das pessoas, pois diversos condicionantes de natureza social/psicológica/biológica podem colocar em risco o nível de saúde mental dos indivíduos. De acordo com estudos, atualmente expressa-se que a pandemia está causando um impacto profundo nas populações, com grandes consequências físicas e psicológicas (Holmes et al., 2020).

Dados de estudos realizados em epidemias anteriores de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), a H1N1, mostram que a quarentena como medida protetora tem efeitos psicológicos na população (Rubin, 2020). De fato, para amortecer o efeito da pandemia põe-se confiança na medida em que esses indivíduos podem funcionar de maneira coesa e eficaz segundo Lai (2020), devendo estar psicologicamente saudáveis. Por conseguinte, são os TS que estão demasiadamente mais expostos em absorver esses impactos, tornando-se os mais vulneráveis a diversos fatores de pressão anímica.

Estes aspectos se expressam durante a pandemia desde as dubiedades, a demasiada carga horária da jornada laboral, o distanciamento dos familiares, o luto, a falta de equipamento de proteção individual - EPI, podendo levar a quadros de insegurança, frustração, medo, impotência e muitas outros reflexos. Em dados encontrados, os profissionais de saúde (PS) estão sendo impactados pela atual pandemia em duas frentes: encontram-se navegando no distanciamento social, na crise econômica, preocupações com a saúde de seus entes queridos e incerteza geral sobre o futuro; e além disso, provável que sejam expostos a horas de trabalho sobrecarregadas e a um risco maior de infecção em meio à possível escassez de EPIs, falta de controle ou desamparo, contato diário com sofrimento e morte, bem como a necessidade de comunicar as más notícias (Fukuti et al., 2020).

Diante disso, estudos sobre sofrimento psíquico causados por esta pandemia na população ainda são escassos, e bastante limitados quando se trata de TS, pois a medida que a mesma ainda está em curso exponencial, demanda consideravelmente outros estudos referentes a este grupo tão exposto e vulnerável. Em Wuhan-China, local de origem da doença, uma série de casos de 138 pacientes tratados em um hospital, 40 pacientes (29% dos casos) eram PS, Koh (2020).

Neste sentido, a Organização Mundial da Saúde - OMS reforça que as consequências da pandemia estão causando pressão psicológica e estresse em grande parte da população, onde as incertezas provocadas por ela, os riscos de contaminação e a obrigação de isolamento social podem gerar, ou agravar problemas de ordem psíquica. Como também, a OMS, constituiu um guia para orientar cuidados a saúde mental de diversos grupos, incluindo PS Who (2020).

Por tudo reportado, dispara-se a seguinte questão norteadora: Quais os efeitos da pandemia da COVID-19 no estado psicológico dos TS, visto como uma epidemia oculta, e quais as ações para a redução desses danos na literatura científica? Disto, enfatiza-se uma emergente necessidade em se prospectar sobre estes efeitos, que podem desencadear outros desdobramentos.

Método

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura de abordagem qualitativa. A revisão integrativa consiste na realização da síntese dos conhecimentos, permitindo os principais resultados dos estudos selecionados, sendo esta composta por 6 etapas (Sousa et al., 2017):

1) Escolha do tema e elaboração da questão de pesquisa: estruturada com base no acrônimo PICo utilizado em pesquisas não clínicas, em que o P (paciente) referiu - se aos trabalhadores da área da saúde, o I (interesse) aos impactos na saúde mental dos trabalhadores de saúde e o Co (contexto) a situação de pandemia devido a COVID-19;

2) Definição de critérios de elegibilidade: inicialmente os descritores foram aplicados na Biblioteca Virtual em Saúde - BVS nas bases de dados da Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde - LILACS e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online - MEDLINE através do uso de descritores selecionados no Descritores em Ciências da Saúde - DeCS: “Infecções por coronavirus”, “Pessoal de saúde” e “Saúde mental” combinados pelo operador booleano “AND" e no segundo momento aplicados na PubMed Central - PMC com os descritores registrados no MeSH Database: “Coronavirus infections”, “Health personnel” e “Mental health” combinados pelo uso do operador booleano “AND”. Depois foram incluídos os documentos científicos com o texto completo disponível publicados no último ano (2019 a 2020) e excluídos os que se encontram duplicados. O detalhamento está na Tabela 1;

3) Definição das informações extraídas dos estudos: extração das informações referentes aos autores do estudo, título, objetivo, método utilizado e nível de evidência identificado por (Stillwell et al., 2010), país de realização e os participantes do estudo, impactos na saúde mental e ações redutoras dos danos psicológicas;

4) Avaliação dos estudos: leitura minuciosa e análise crítica dos estudos selecionados da amostra, a fim de obter os principais resultados;

5) Interpretação dos resultados: os estudos da amostra foram comparados e dessa forma, pode-se definir as principais conclusões;

6) Apresentação da revisão: a partir da síntese dos resultados estes foram apresentados através de duas tabelas: na primeira, realizou-se a descrição geral dos artigos em relação aos autores, título, objetivo dos estudos e identificação do método assim como o respectivo nível de evidência; no segundo, apresentando uma escala geográfica para melhor categorização, efeitos, bem como suas ações de intervenção perante o contexto psicológico encontrado dentre os profissionais.

Tabela 1 Fluxograma de Seleção dos Artigos 

Resultados

Tabela 2 Descrição geral dos artigos selecionados (n=24) 

Tabela 3 País de realização do estudo, efeitos psicológicos e ações redutoras de danos em trabalhadores de saúde (n=24) 

Os resultados evidenciaram um grande número de PS com ansiedade e depressão, e em relação às intervenções os estudos mostram-se escassos, tendo em vista que é um fenômeno recente.

Discussão

A pandemia do novo coronavírus disseminou-se por todo mundo de uma forma surpreendente, propiciando inúmeras consequências para a sociedade, engendrando sentimentos de incertezas a todo momento. Essas situações de dubiedades se agravam devido a exposição de informações equivocadas, com rápida disseminação dos dados, tomando proporções em âmbitos globais (Black et al., 2020). Considerando os devidos fatos, se tornou notória uma melhor compreensão dos fenômenos que afetam a saúde dos profissionais que estão sujeitos a tal realidade.

Isto posto, evidenciamos estudos relacionados a categorias específicas de profissionais: avaliações com fisioterapeutas apresentando resultados alterados nos níveis de ansiedade e estresse considerando que esses desfechos significativos associados à depressão devem ser constantemente monitorados (Yang et al., 2020); dentistas e higienistas dentários analisados apresentaram associação negativa entre COVID-19 e fatores psíquicos com elevado sofrimento psicológico, onde a angústia foi encontrada entre aqueles que têm doença de fundo, e aqueles que apresentaram maior sobrecarga subjetiva (Schacham et al., 2020); e com enfermeiros que reportaram medo, estresse e ansiedade como principais resultados, alegando primariamente emoções negativas relativas ao enfrentamento da pandemia (Sun et al., 2020).

Partindo de análises rudimentares, os sentimentos embrionários foram: sinais de angústia e falta de conhecimento sobre o novo (Chen et al., 2020); isolamento e frustração, implicando num risco de desenvolvimento ou aumento de problemas psicológicos (Ietsi, 2020); raiva e irritabilidade quando experimentam altos níveis de ansiedade coexistindo com condições prolongadas de incerteza, juntamente com uma capacidade reduzida de exercer controle (Albott et al., 2020; Kang et al., 2020); excitabilidade e falta de vontade de parar para descanso, com profissionais em recusa à intervenção psicológica, resistentes a ajuda (Chen et al., 2020).

Ademais, alguns estudos se debruçam nos elementos mais “comuns” decorrentes de mudanças dos padrões de vida, como analisar a ansiedade, o medo e o estresse (Sun et al. 2020; Sun et al., 2019). Ou repercussões como a insônia, em percentuais e alterações no padrão de sono elevados, mais de 30% no segundo estudo (Lai et al., 2020; Walton et al, 2020), assim como enfermeiros mais propensos a apresentar insônia grave (Rossi et al., 2019).

Evidenciando ainda a correlação desses fatores com a magnitude da epidemia, tais abordagens trazem consigo índices de relação com o nível de alterações mais exacerbadas, como: reações de estresse pós traumática-TEPT (Ornell et al., 2020; Kisely et al., 2020), apontando como potencializadores desta condição estão a exposição, o nível de incerteza e a qualidade do sono (Yin et al., 2020); ataques de pânico como resposta de exaustão psíquica (Neto et al., 2020), e depressão grave, aliando os estressores gerais e os mais específicos advindos da pandemia, podem fomentar acentuadas reações (Petzold et al., 2020; Xu et al., 2020; Albott et al., 2020). Outro dado bem relevante foi o pensamento em desistir, 8% pensam em desistir de atuar durante o surto em decorrência do alto nível de estresse (Sun et al., 2019).

Outrem, estratificam implicações da pandemia com níveis de efeitos mentais, 15% dos profissionais com impactos psicológicos leve, 5% impacto moderado e 13% grave (Varshney et al, 2020). Como também níveis de estresse vistos como tensão extrema evidenciada e aflorada neste momento crítico (Bohlken et al., 2020; Kisely et al, 2020), e mensurações acentuadas de 22% de profissionais em alto estresse (Rossi et al., 2019). Assim como, é cabível avaliar os níveis de medo, encontrando valores consideráveis como resposta a alteração psicológica ou enrustida como provável forma de defesa: 44% da equipe relatou medo moderado, enquanto 42% reportou a ausência de medo ou a presença de forma leve (Lu et al., 2020).

Nesta tangente, apontam-se estudos onde foram avaliados níveis de ansiedade, com prevalências entre leve e moderado (Bohlken et al.,2020; Temsah et al., 2020), porém é relevante mencionar que apesar da maioria apresentar grau leve, ressalta-se que os escores daqueles que mantêm contato direto com infectados é bastante alarmante (Liu et al., 2020). Quanto aos graus de insônia que apontam uma qualidade do sono ruim entre os profissionais, 12% apresentaram leve, 62% moderada e 27% grave, sendo reflexo direto da sobrecarga física e emocional do momento, aliados às diversas inquietudes postuladas (Wu & Wei, 2020).

Desse modo, alguns estudos nortearam seus objetivos de maneira a descrever intervenções efetuadas para propiciar um certo cuidado a esses profissionais, em sua maioria, buscando soluções práticas e resolutivas. Nas ponderações de (Chen et al., 2020; Kang et al., 2020) evidenciou-se o tratamento psicológico propriamente dito, de maneira preventiva ou mesmo como intervenções para os membros atuantes que apresentassem alguma queixa, (Bohken et al., 2020; Kiselly et al., 2020) compactuam com os autores supracitados quanto ao tocando de suas ingerências, estabelecendo assim um apoio mais íntegro.

Como variação, no estudo de (Black et al., 2020) implementou-se um pacote digital com o intuito de auxiliar o processo de enfrentamento situacional, tendo como alvo os TS. Pautou-se em questões como: entender quais estavam sendo as estratégias de autocuidado utilizadas, quais seriam as atividades dos líderes como ferramenta de redução de danos. Assim, verificou-se a necessidade de ajuda psicológica emergente que os participantes estavam precisando, devido ao grande número de acessos e solicitações de pedidos de intervenções diretas.

Ainda em erudição produzida, (Aboltt et al., 2020) as suas ações voltadas para a redução de danos psicológicos, se basearam na estimulação da resiliência dos profissionais inspirado em Battle Buddies, que é um modelo de trabalho de desenvolvimento de resiliência profissional, criado pelo o exército americano, que em consonância colabora para a diminuição do estresse.

Visto isso, diferentes caminhos foram utilizados para amenizar os possíveis impactos a saúde mental. Outra alternativa, segundo (Petizod et al., 2020) corroborando com (Kissely et al., 2020) quando relatam a necessidade da interação familiar e social, de maneira a reduzir os efeitos psicológicos do cenário pandêmico, devido a necessidade de diferentes interações emocionais em outros âmbitos de convívio.

Em estudo realizado (Essalud et al., 2020) no Peru, estabeleceu-se algumas recomendações, contemplando a utilização de um fluxograma de classificação elaborado pelos revisores do estudo. Essa classificação separou aqueles profissionais que não tinham diagnóstico de coronavírus e os que tinham, e discriminou condutas específicas para cada caso. Nos quadros daqueles que não haviam tido contato com o vírus, foram estabelecidos métodos preventivos profiláticos como: a necessidade de rotatividade entre os setores da assistência, aplicação de sessões de treinamento integrante, práticas de regulamento emocional, descansos saudáveis, e pausas realmente efetivas. Já para aqueles que tinham testado positivo, além desses outros critérios, pode-se ver a intervenção especializada de um psicólogo ou psiquiatra singularmente, de acordo com a imprescindibilidade.

Não há contextos preambulares diante dessa pandemia da COVID-19. Seu impacto será exalado em cada indivíduo, e elementos estressores coletivos surgirão ou se tornarão exacerbados, principalmente nos profissionais que prestam assistência direta ao paciente enfermo. Como desenlace, este estudo outorga sobre efeitos inerentes a pandemia, uma vez que aponta fatores de elevados sofrimentos psicológicos nos TS, remetendo aspectos anímicos alterados de curto e longo prazo, inferindo assim, transtornos pós pandêmicos também, remetendo uma “nova” epidemia de saúde mental.

Os resultados mostram níveis psicológicos exasperados, efeitos como a angústia, alteração no sono e ansiedade foram encontrados de efeito imediato, como também aqueles que apresentaram maior sobrecarga laboral. Frisa-se um nível significativo de estresse, com altos escores de depressão entre os PS. Como efeitos a longo prazo, encontra-se o TEPT, com chances de colapso emocional posterior.

Neste tocante, preservar os TS é uma parte relevante das medidas de saúde pública, ofertando especialmente intervenções para promover o bem-estar mental dos PS expostos a esta enfermidade. Dentre elas, ações como intervenções eficazes imediatas, como: acesso amplo a equipamentos de proteção individual (EPI), boa comunicação, encorajamento a atividade física, capacitação constante, descanso adequado e garantia de suporte emocional. Em suma, a pandemia de COVID-19 está causando inúmeras desordens na vida das pessoas, e bem notavelmente nos TS, sendo substancial demandar atenção psicológica hábil a estes profissionais de forma imediata.

Referências

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Recebido: 22 de Junho de 2020; Aceito: 05 de Novembro de 2020

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