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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.23 no.1 Lisboa abr. 2022  Epub 30-Abr-2022

https://doi.org/10.15309/22psd230120 

Artigos

Escala de felicidade subjetiva: validação para adolescentes portugueses

Subjective happiness scale: validation for portuguese adolescents

Teresa Freire1 
http://orcid.org/0000-0001-5773-381X

Ana Teixeira1 
http://orcid.org/0000-0002-2411-5246

Daniela Vilas Boas1 

1Escola de Psicologia, Departamento de Psicologia Aplicada, Universidade do Minho, Braga, Portugal, tfreire@psi.uminho.pt, anamariateixeira15@gmail.com, pg25783@alunos.uminho.pt


Resumo

O objetivo do presente estudo consiste na validação da Escala de Felicidade Subjetiva (Lyubomirsky & Lepper, 1999) para adolescentes portugueses, relacionando-a com variáveis de funcionamento positivo (autoestima e satisfação com a vida), e com variáveis de funcionamento negativo (depressão, ansiedade e stress). Participaram 884 estudantes com idades compreendidas entre os 11 e os 18 anos. Os resultados obtidos com a análise fatorial confirmatória apresentaram um bom ajuste dos dados ao modelo, sugerindo que esta escala pode ser aplicada a adolescentes. Verificaram-se associações positivas significativas entre a felicidade e as variáveis de funcionamento positivo e correlações negativas entre felicidade e as variáveis de funcionamento negativo. Os resultados sugerem que a Escala de Felicidade Subjetiva é uma medida válida e confiável para avaliar a felicidade subjetiva em adolescentes.

Palavras-Chave: Funcionamento positivo; Felicidade subjetiva; Adolescentes; Validação

Abstract

The aim of the present study is to validate the Subjective Happiness Scale (Lyubomirsky & Lepper, 1999) for Portuguese adolescents, while relating it to positive (self-esteem and life satisfaction) and negative (depression, anxiety and stress) functioning variables. Participated 884 students aged between 11 and 18 years old. The results obtained with the confirmatory factor analysis showed a good fit of the data to the model, suggesting that this scale can be applied to adolescents. Findings showed statistically significant positive associations between happiness and positive functioning variables and negative associations between happiness and negative functioning variables. The results suggest that the Subjective Happiness Scale is a valid and reliable measure for evaluating subjective happiness in adolescents.

Keywords: Positive functioning; Subjective happiness; Adolescents; Validation

O conceito de felicidade tem sido estudado desde a antiguidade. Contudo, o surgimento da psicologia positiva deu um largo contributo ao seu estudo nas últimas décadas (Freire & Ferreira, 2019; Pais-Ribeiro, 2012; Spagnoli et al., 2012). Diener et al. (2003) privilegiam o termo científico de bem-estar subjetivo ao invés de felicidade, considerando que o bem-estar subjetivo surge da combinação de três fatores: reduzida constância de afeto negativo, elevada frequência de afeto positivo e elevado nível de satisfação com a vida. Assim, estes três fatores, fortemente correlacionados entre si, são considerados indicadores de um mesmo construto subjacente, compondo uma única dimensão intimamente relacionada com a felicidade (Extremera & Fernández-Berrocal, 2014).

Lyubomirsky e Lepper (1999) focam a importância da subjetividade no estudo do processo da felicidade, definindo felicidade subjetiva é definida como a avaliação que a pessoa faz sobre se é feliz ou infeliz. Esta subjetividade explica como é que algumas pessoas se consideram felizes apesar das adversidades e obstáculos que encontram na sua vida, e como é que outras se consideram infelizes mesmo não passando por adversidades e contratempos. Neste sentido, os autores desenvolveram a Escala da Felicidade Subjetiva com o objetivo de obter um instrumento de medida que avaliasse os níveis individuais de felicidade subjetiva. Os instrumentos desenvolvidos até então para medir a felicidade não tinham em consideração a subjetividade deste construto (por exemplo, Escala Global de Felicidade, Medida de Intensidade Afetiva, e Escala de Afeto Positivo e Negativo, entre outros), sendo a felicidade previamente entendida pela presença de afeto positivo e ausência de afeto negativo (Diener et al., 1991) e quantificada pela subtração do afeto negativo ao afeto positivo. Segundo os autores, esta escala integra um número suficiente de itens (quatro na totalidade), permitindo avaliar adequadamente a sua consistência interna, garantir a sua estrutura unidimensional e não sobrecarregar os participantes. A validade e confiabilidade da escala original foi obtida através de 14 amostras recolhidas em diferentes tempos e lugares em duas amostras diferentes (norte-americana e russa). A escala original apresentou uma consistência interna elevada e uma boa validade convergente e discriminante, tendo os autores utilizado para tal outros instrumentos como sejam, a Affect Balance Scale; a Delighted-Terrible Scale; a Global Happiness Item; a Recente Happiness Item; e, por último, a Satisfaction With Life Scale (Lyubomirsky & Lepper, 1999). Lyubomirsky e Lepper (1999) concluíram assim sobre a eficácia da Escala de Felicidade Subjetiva para medir o este construto.

Este instrumento de medição da felicidade subjetiva tem sido traduzido para várias línguas, tais como alemão (Swami et al., 2009), árabe (Moghnie & Kazarian, 2012), chinês (Nan et al., 2014), chinês da Malásia (Swami, 2008), espanhol (Extremera & Fernández-Berrocal, 2014; Quezada et al., 2016; Vera-Villarroel et al., 2011), francês (Kotsou & Leys, 2017), grego (Karakasidou et al., 2016; Lyrakos et al., 2013), húngaro (Szabo, 2019), inglês (Lyubomirsky & Lepper, 1999), italiano (Iani et al., 2013), japonês (Shimai et al., 2004), português (Damásio et al., 2014; Pais-Ribeiro, 2012; Spagnoli et al., 2012), russo (Lyubomirsky & Lepper, 1999), e turco (Dogan & Totan, 2013). As validações nos diversos países e línguas têm confirmado a estrutura unidimensional desta escala, e apresentado propriedades psicométricas adequadas e estabilidade fatorial (Damásio et al., 2014; Szabo, 2019). Estes estudos de validação encontrados com a Escala de Felicidade subjetiva, têm sido realizados com populações de adultos, sendo escassa ou inexistente a sua validação em amostras de crianças ou adolescentes.

Em Portugal, essa escala foi validada com adultos entre os 25 e os 50 anos (Spagnoli et al., 2012), e entre os 18 e os 98 anos (Pais-Ribeiro, 2012), bem como com idosos dos 60 aos 90 anos (Couto et al., 2018). Estas validações portuguesas também comprovam a estrutura unidimensional da escala e apresentam um bom ajustamento e valores adequados de consistência interna e de validade convergente e discriminante, demonstrando, em geral, propriedades psicométricas semelhantes à escala original.

A investigação sobre felicidade na infância e adolescência emerge assim como necessária e relevante já que o estudo da felicidade em populações mais jovens tem emergido como um fator fundamental na construção das suas trajetórias desenvolvimentais (Freire et al., 2013). Neste sentido, o estudo sobre felicidade integra a investigação ao nível do desenvolvimento positivo de adolescentes, contribuindo para um conhecimento mais alargado sobre funcionamento ótimo na adolescência, tornando-se a existência de uma medida cientificamente validada de felicidade um contributo essencial.

Assim, o presente estudo tem como objetivo validar a Escala de Felicidade Subjetiva de Lyubomirsky e Lepper (1999) para a população adolescente portuguesa, usando uma análise fatorial confirmatória e a análise de invariância para o sexo e faixa etária. A análise de invariância irá permitir concluir se o construto de felicidade é compreendido do mesmo modo pela amostra, independentemente do sexo e da faixa etária. Neste processo de validação foram utilizadas outras escalas de medida, associadas a dimensões de funcionamento positivo (satisfação com a vida e autoestima) e de funcionamento negativo (depressão, stress e ansiedade). A escolha destas dimensões positivas prende-se com a associação existente quer entre felicidade subjetiva e dimensões de funcionamento positivo (Freire & Ferreira, 2019; Freire & Tavares, 2011; Lambert et al., 2014; Yue et al., 2014) quer entre felicidade subjetiva e dimensões de funcionamento negativo (Freire & Ferreira, 2019; Kotsou & Leys, 2017; Uusitalo-Malmivaara & Lehto, 2013).

Método

Participantes

Participaram neste estudo 884 estudantes, de ambos os sexos (feminino = 451 indivíduos; masculino = 433 indivíduos), com idades entre os 11 e os 18 anos (M = 13,91 anos, DP = 1,69). Quanto à escolaridade, 207 adolescentes frequentavam o 7º ano (23,4%), 210 indivíduos o 8º ano (23,8%), 158 indivíduos o 9º ano (17,9%), 113 indivíduos o 10º ano (12,8%), 108 indivíduos o 11º ano (12,2%), e 86 indivíduos o 12º ano (9,7%).

Material

Questionário Sociodemográfico: Este estudo incluiu um breve questionário para aceder a variáveis sociodemográficas, nomeadamente a idade, o sexo, o ano de escolaridade, o número de reprovações escolares e a situação de empregabilidade dos pais.

Escala de Felicidade Subjetiva (Lyubomirsky & Lepper, 1999): Esta escala avalia a felicidade subjetiva e inclui quatro itens. Nos dois primeiros itens, é solicitado que os indivíduos se caracterizem por comparação absoluta (item 1: “Em geral, acho que sou:”) e relativa com os seus pares (item 2: “Em comparação com a maioria das pessoas da minha idade, acho que sou:”). A escala de resposta, tipo Likert, varia entre 1 (item 1: “uma pessoa não muito feliz”; item 2: “menos feliz”) e 7 (item 1: “uma pessoa muito feliz”; item 2: “mais feliz”) para ambos os itens. Nos outros dois itens, é solicitado que os indivíduos indiquem a extensão com que se identificam com a caracterização de felicidade (item 3: “Algumas pessoas geralmente são muito felizes. Elas aproveitam ao máximo a vida apesar do que se passa à volta delas. Achas que és como estas pessoas?”) e de infelicidade (item 4: “Algumas pessoas geralmente são pouco felizes. Elas nunca parecem tão felizes quanto poderiam ser. Achas que és como estas pessoas?”). A escala de resposta, também tipo Likert, varia entre 1 (“de modo nenhum”) e 7 (“em grande parte”) para ambos os itens. O item 4 é invertido. A pontuação total é obtida através da média das respostas nos quatro itens. Pontuações mais altas correspondem a maiores níveis de felicidade subjetiva. A versão original apresenta alfas de Cronbach entre 0,79 e 0,94 (Lyubomirsky & Lepper, 1999). A versão portuguesa para adultos apresenta um alfa de 0,76 (Pais-Ribeiro, 2012).

Escala de Ansiedade, Depressão e Stress (Lovibond & Lovibond, 1995; EADS-C, versão portuguesa validada para crianças e adolescentes de Leal et al., 2009): A versão portuguesa desta escala, validada para crianças e adolescentes, é composta por 21 itens, integrados em três subescalas: depressão, ansiedade e stress. É solicitado aos indivíduos que respondam com base em como se sentiram durante a semana passada, numa escala de Likert de 4 pontos, variando de 0 (não se aplica a mim em tudo) a 3 (aplica-se a mim na maior parte do tempo). As pontuações podem variar de 0 a 21 pontos em cada dimensão, e os resultados mais altos indicam estados afetivos mais negativos na respetiva dimensão. A versão portuguesa apresenta um alfa de Cronbach de 0,74 para a subescala de stress, 0,75 para a de ansiedade e 0,78 para a de depressão (Leal et al., 2009). Por sua vez, no presente estudo, a subescala de stress apresenta um alfa de Cronbach de 0,86, de 0,83 para a subescala ansiedade e de 0,90 para a subescala depressão.

Escala de Autoestima de Rosenberg (Rosenberg, 1965; EAE, versão portuguesa de Santos & Maia, 2003): Esta escala avalia a autoestima e é composta por 10 itens. A escala de resposta de tipo Likert varia entre 1 (discordo totalmente) e 4 (concordo). Cinco itens são invertidos. A pontuação total varia entre 10 e 40, sendo que pontuações mais elevadas correspondem a uma maior autoestima. A versão portuguesa validada para adolescentes apresenta um alfa de Cronbach de 0,86 (Santos & Maia, 2003). No presente estudo, o alfa de Cronbach foi de 0,90.

Escala de Satisfação com a Vida (Huebner, 1991; ESV, versão portuguesa de Marques, Pais-Ribeiro, & Lopez, 2007): Esta escala avalia a satisfação com a vida em geral em crianças e adolescentes com idades entre os 8 e os 18 anos. É composta por sete itens e a escala de resposta de tipo Likert varia entre 1 (discordo totalmente) e 6 (concordo totalmente). As pontuações variam entre 7 e 42. Pontuações mais elevadas correspondem a uma maior satisfação com a vida. A versão portuguesa apresenta um alfa de Cronbach de 0,89 (Marques et al., 2007). Neste estudo, o alfa de Cronbach foi de 0,88.

Procedimento

Através do método de amostragem por conveniência, contactou-se uma escola da zona norte de Portugal que integra alunos oriundos de várias regiões e com grande diversidade de estratos sociais e económicos. Foi solicitada autorização à direção da Escola para efetuar a recolha dos dados, explicando-se os objetivos do estudo. Após o aval da direção da Escola, o estudo foi divulgado junto dos professores, Encarregados de Educação e estudantes, tendo estes dado o seu consentimento informado antes da sua participação no estudo. Os estudantes foram informados que a sua participação era voluntária e que o anonimato seria garantido. Como critérios de inclusão definiu-se todos os alunos que frequentassem o 3º ciclo e o secundário da escola em questão. Como critério de exclusão definiu-se dificuldades cognitivas que impedissem a compreensão adequada dos questionários aplicados, conhecimento insuficiente da língua portuguesa, e preenchimento incompleto ou indevido dos questionários. A recolha de dados foi realizada pelos Diretores de Turma, que receberam informações específicas sobre como realizar a recolha de dados. Os dados foram recolhidos no ano de 2015, numa aplicação única, respondendo cada participante, em horário curricular, ao conjunto de questionários definidos num tempo médio de 20 minutos.

Desenvolvimento da versão para adolescentes portugueses

A escala original de Lyubomirsky e Lepper (1999) foi trabalhada para a versão portuguesa, utilizando-se o processo de tradução e retroversão, no seio da equipa de investigação e com a colaboração de investigadores bilingues. As discrepâncias encontradas foram resolvidas por comum acordo, e introduzindo um investigador que agiu como moderador. Posteriomente, a escala foi apresentada a um grupo de adolescentes para que através de um processo de reflexão falada se alcançasse uma versão final de fácil compreensão para a população portuguesa adolescente.

Análises Estatísticas

As análises estatísticas foram efetuadas através do programa informático IBM-SPSS Statistics, versão 23,0 e do Rstudio. No SPSS, foram realizadas análises descritivas (e.g., médias, desvios-padrão, e frequências, assimetria, curtose), de consistência interna (i.e., a confiabilidade da medida) através do alfa de Cronbach e do índice de fidelidade compósita, assim como correlações de Pearson para as variáveis das medidas usadas de modo a analisar a validade convergente. Neste sentido, é esperado que a escala de felicidade subjetiva correlacione positivamente com as variáveis de dimensão positiva (autoestima e satisfação com a vida) negativamente com as variáveis de dimensão negativa (ansiedade, depressão e stress).

O Rstudio foi utilizado para avaliar a validade de construto (i.e, o questionário mede com precisão o construto que se propõe medir) realizou-se uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC), recorrendo-se ao algoritmo da Máxima Verossimilhança (ML). Este tipo de análise permite testar vários modelos (ou estruturas factoriais), que são estabelecidas à priori, e na qual se analisam se os dados obtidos se ajustam ao modelo pré-estabelecido. Uma vez que a estrutura fatorial unidimensional da Escala de Felicidade Subjetiva tem sido extensivamente estudada e validada em diversos países, incluíndo em Portugal, optou-se por realizar apenas uma análise factorial confirmatória e não exploratória ou ambas. Para esta análise foram utilizados os pacotes Lavaan e SEM. A percentagem de missings foi inferior a 1%, tendo sido usado o método Full Information Maximum Likelihood (FIML). Não foram identificados outliers devido a erros de introdução de dados. A adequação dos dados ao modelo foi avaliada pelos seguintes índices de ajustamento: a razão entre qui-quadrado e graus de liberdade (X 2 /df); Goodness of Fit Index (GFI); Adjusted Goodness of Fit Index (AGFI); Comparative Fit Index (CFI); e, por fim, o Root Mean Square Error of Approximation (RMSEA). Para o primeiro índice, Byrne (1989) considera valores entre 2,00 e 5,00 como representando um ajustamento adequado. Para os índices GFI, AGFI e CFI, valores acima de 0,90 indicam um ajustamento adequado. Em relação ao RMSEA, valores inferiores a 0,08 são considerados aceitáveis, sendo que valores mais próximos de zero são indicativos de um ajustamento ideal (Bentler & Bonnet, 1980; Byrne, 2001). O Bayesian Information Criterion (BIC) foi utilizado para a comparação de modelos, em que o modelo com o valor inferior de BIC é considerado o mais adequado. Uma vez que os dados apresentaram uma distribuição não normal, os índices de ajustamento foram avaliados usando a correção estatistica de Santorra e Bentler (1994). Para refinar o modelo testado recorreu-se aos índices de modificação, que fornecem pistas para identificar um melhor ajustamento dos dados ao modelo analisado.

Neste estudo também se realizou análises de invariância para o sexo e grupo de escolaridade (3º ciclo e secundário). Este tipo de análise avalia se o construto de felicidade subjetiva é interpretado do mesmo modo pelos participantes independentemente do sexo ou grupo de escolaridade a que pertencem.

Resultados

Análise das medidas descritivas e consistência interna

O Quadro 1 apresenta informação descritiva sobre cada item e escala total. A partir desta tabela é possível concluir que o nível de felicidade subjetiva é em geral elevado, encontrando-se acima do ponto médio da escala. Os itens e a escala total apresentam uma assimetria positiva (ou também chamada de assimetria à esquerda). O item 1 e 2 apresentam uma distribuição leptocúrtica e os itens 3 e 4 apresentam uma distribuição mesocúrtica. A consistência interna da escala medida é considerada aceitável através do alfa de Cronbach (os itens se eliminados não melhorariam a consistência interna) e boa através do índice de fidelidade compósita de 0,81 (Hill & Hill, 2002). O Quadro 2 apresenta as correlações inter-itens, variando a força da correlação entre fraco a moderado, sendo a correlação maior entre o item 1 e 2.

Quadro 1 Estatística Descritiva e Consistência Interna da Escala de Felicidade Subjetiva 

Itens M DP Min./Max. Assimetria Curtose Alfa Correlação item-total corrigido
EFS 1 5,96 1,01 1-7 -1,29 2,48 0,71a 0,70
EFS 2 5,55 1,13 1-7 -0,99 1,43 0,72 a 0,65
EFS 3 5,38 1,52 1-7 -0,92 0,30 0,75 a 0,59
EFS 4 5,72 1,61 1-7 -1,27 0,61 0,78 a 0,55
EFS total 5,65 1,05 1-7 -1,10 1,30 0,79 -

Nota: EFS, Escala de Felicidade Subjetiva; a alfa de Cronbach se item eliminado.

Quadro 2 Correlação inter-item 

Itens EFS 2 EFS 3 EFS 4
EFS 1 0,67 0,54 0,51
EFS 2 - 0,52 0,45
EFS 3 - - 0,45

Por sua vez, o Quadro 3 apresenta informação descritiva àcerca das outras dimensões incluídas neste estudo: dimensão positiva (autoestima e satisfação com a vida); dimensão negativa (ansiedade, depressão e stress). Como se pode verificar nesta tabela, os participantes apresentaram em geral resultados positivos (acima do ponto médio das escalas) nas dimensões positivas de autoestima (EAE) e satisfação com a vida (ESV). Em relação à dimensão negativa, os participantes apresentaram médias ligeiramente mais elevadas de stress e depressão do que de ansiedade, mas ainda assim muito abaixo do ponto médio das subescalas. No que diz respeito à consistência interna, os alfas de Cronbach obtidos em todas as escalas nesta amostra foram elevados, indicando uma boa consistência interna.

Quadro 3 Estatística Descritiva e Consistência Interna das Escalas 

Escalas Nº de itens M DP Min./Max. Alfa
EAE 10 30,59 5,54 12-40 0,90
ESV 7 29,24 6,58 7-42 0,88
Ansiedade 7 2,84 3,21 0-18 0,83
Depressão 7 4,50 4,38 0-20 0,90
Stress 7 4,94 4,09 0-21 0,86

Nota: EAE, Escala de Autoestima; ESV, Escala de Satisfação com a Vida.

Validade convergente

No Quadro 4, verifica-se que todas as escalas estão significativamente correlacionadas entre si, variando a força das correlações entre fraca a moderada (Hinkle et al., 2003). Os resultados motraram que as escalas de dimensão positiva (EFS, ESV e EAE) estão positivamente correlacionadas entre si, mas negativamente correlacionadas com as dimensões negativas (ansiedade, depressão e stress), ou seja, quanto mais elevados são os níveis de felicidade subjetiva, de autoestima e de satisfação com a vida, menores são os níveis de ansiedade, depressão e stress. Do mesmo modo, as dimensões negativas estão positivamente correlacionadas entre si, mas negativamente correlacionadas com as dimensões positivas, ou seja, quando os níveis de ansiedade, depressão e stress aumentam, verifica-se uma diminuição dos níveis de felicidade subjetiva, de autoestima e de satisfação com a vida. Neste sentido, a validade convergente foi confirmada.

Quadro 4 Correlações entre as Dimensões Positivas e Negativas 

1 2 3 4 5
1. EFS - - - - -
2. ESV 0,57* - - - -
3. EAE 0,54* 0,58* - - -
4. Ansiedade -0,30* -0,31* -0,40* - -
5. Depressão -0,47* -0,50* -0,64* 0,55* -
6. Stress -0,33* -0,37* -0,44* 0,63* 0,64*

Nota: EFS, Escala de Felicidade Subjetiva; ESV, Escala de Satisfação com a Vida; EAE, Escala de Autoestima. * p<0,05

Validade de construto

A fim de testar a validade de construto da Escala de Felicidade Subjetiva, realizou-se uma Análise Fatorial Confirmatória (AFC). Em primeiro lugar, foi testado o modelo A, no qual a felicidade subjetiva corresponde à variável latente e os quatro itens correspondem às variáveis observáveis (Figura 1).

Figura 1 Modelo A da escala de felicidade subjetiva. 

Como se pode verificar no Quadro 5, os resultados do modelo A mostraram valores satisfatórios em todos os índices de ajustamento, exceto no índice de RMSEA. Neste sentido, recorreu-se aos índices modificação com o objetivo de explorar formas de alcançar um modelo mais ajustado aos dados da amostra. De acordo com estes índices, é importante ter em consideração que os erros de medida dos itens 1 e 2 da escala estão correlacionados. Isto pode acontecer quando dois itens têm uma escrita similar ou quando aparecem junto um do outro num questionário (Bollen & Lennox, 1991; Brown, 2015). De facto, estes dois itens são muito semelhantes entre si, na medida em que em ambos os participantes têm de responder sobre o quão felizes se consideram, variando apenas entre uma avaliação absoluta (item 1) ou relativa (item 2). Assim, testou-se um segundo modelo (modelo B), semelhante ao primeiro, mas que incluiu a correlação entre os erros destes dois itens (Figura 2). Ter em conta esta correlação entre os erros de medida irá diminuir os efeitos da redundância destes dois itens ao medir o mesmo construto (felicidade subjetiva) e melhorar o ajustamento. De facto, os resultados do modelo B indicaram um melhor ajustamento dos dados ao modelo para todos os índices, incluído o BIC. Este modelo apresenta coeficientes estandardizados elevados e estatisticamente significativos entre as variáveis observáveis e a variável latente.

Quadro 5 Qualidade do Ajuste dos Índices da Análise Fatorial Confirmatória 

X²SB df X²SB/df RMSEA CFI TLI BIC
Modelo A 9,42* 2 4,71 0,65 0,99 0,98 10589,61
Modelo B 1,90 1 1,90 0,03 0,99 0,99 10585,69

Nota: X²SB, qui-quadrado corrigido (Satorra & Bentler, 1994); df - graus de liberdade; X²SB, rácio entre qui-quadrado corrigido e os graus de liberdade (Satorra & Bentler, 1994); RMSEA, Root Mean Square Error of Approximation; CFI, Comparative Fit Index; TLI, Tucker Lewis Index; BIC, Bayesian Information Criterion. * p<0,05

Figura 2 Modelo B da escala de felicidade subjetiva 

Análise da invariância

Foram realizadas análises de invariância para explorar a invariância em diferentes subgrupos dos participantes (sexo e grupos de escolaridade). Primeiramente, foi elaborada uma análise fatorial confirmatória em separado para cada sexo e grupo de escolaridade. A análise de invariância inclui uma série de análises sequenciais com modelos que, progressivamente, vão ficando mais restritos, nomeadamente: invariância configural (modelo 1); invariância métrica (modelo 2); invariância escalar (modelo 3); e invariância das médias (modelo 4) (Milfont & Fischer, 2010). A invariância entre os grupos sugere que os diferentes grupos concetualizam um mesmo conceito (felicidade subjetiva neste estudo) de igual forma (Milfont & Fischer, 2010).

Cada modelo foi comparado com o modelo anterior, utilizando vários índices de ajustamento. O teste de diferença do qui-quadrado (Δχ²) é usado, frequentemente, para testar o grau de invariância. Alterações estatisticamente não significativas sugerem invariância intergrupos. Como este teste depende também do tamanho da amostra, recorreu-se a outras medidas de ajustamento (CFI, RMSEA e BIC). Cheung e Rensvold (2002) sugerem uma diferença entre modelos de ≤-0,01 no CFI para que a hipótese de invariância seja aceite.

Relativamente ao sexo, podemos ver no Quadro 6 que o sexo masculino apresenta melhores índices de ajustamento do que o sexo feminino. Em geral, os quatro modelos apresentam um ajustamento adequado. Apesar de existirem no qui-quadrado diferenças estatisticamente significativas entre os modelos 2 e 3, as diferenças no CFI foram mínimas (ΔCFI=0,010). Assim, estes resultados demonstram uma evidência satisfatória de invariância ao nível do sexo, conceptualizando os participantes o construto de felicidade subjetiva do mesmo modo, independentemente do sexo a que pertencem.

Quadro 6 Análise da Invariância para a variável sexo 

X²SB df CFI RMSEA BIC Δχ² SB Δdf ΔCFI
Grupos
Rapazes 0,31 1 1,00 0,00 5133,70
Raparigas 5,19* 1 0,99 0,10 5538,56
Análise da Invariância
Modelo 1 5,58 2 0,99 0,06 10701,31
Modelo 2 7,35 5 1,00 0,03 10682,34 1,29 3 -0,002
Modelo 3 16,17* 8 0,99 0,04 10671,14 9,22* 3 0,010
Modelo 4 16,31 9 0,99 0,04 10664,36 0,00 1 -0,001

Nota: X²SB, qui-quadrado corrigido (Satorra & Bentler, 1994); df, graus de liberdade; CFI, Comparative Fit Index; RMSEA, Root Mean Square Error of Approximation; BIC, Bayesian Information Criterion; Δχ² SB, diferença entre os qui-quadrados corrigidos (Satorra & Bentler, 1994); Δdf, diferença entre os graus de liberdade; ΔCFI, diferença entre os CFI. * p<0,05

No Quadro 7, apresentam-se os resultados da medição da invariância nos dois grupos etários (3º ciclo e secundário). Ambos apresentam um bom ajustamento dos dados, destacando-se o 3º ciclo com melhores índices de ajustamento. Todos os modelos apresentaram bons índices de ajustamento, exceto o modelo 4. Além disso, todos os modelos apresentaram diferenças mínimas no CFI, exceto entre o modelo 3 e 4 (ΔCFI= 0,052). Este resultado demonstra que existe invariância configural, métrica e escalar, mas não ao nível das médias, ou seja, as médias do fator latente (felicidade subjetiva) diferem entre o 3º Ciclo e o Secundário.

Quadro 7 Análise da Invariância para a variável grupo etário 

X²SB df CFI RMSEA BIC Δχ² SB Δdf ΔCFI
Grupos
3º Ciclo 0,48 1 1,00 0,00 6847,69
Secundário 1,87 1 0,99 0,05 3692,81
Análise da Invariância
Modelo 1 2,40 2 0,99 0,02 10610,67
Modelo 2 2,98 5 1,00 0,00 10590,97 0,57 3 -0,001
Modelo 3 11,01 8 1,00 0,03 10579,15 8,35* 3 0,003
Modelo 4 43,28* 9 0,94 0,09 10605,46 43,06* 1 0,052

Nota: X²SB, qui-quadrado corrigido (Satorra & Bentler, 1994); df, graus de liberdade; CFI, Comparative Fit Index; RMSEA, Root Mean Square Error of Approximation; BIC, Bayesian Information Criterion; Δχ²SB, diferença entre os qui-quadrados corrigidos (Satorra & Bentler, 1994); Δdf, diferença entre os graus de liberdade; ΔCFI, diferença entre os CFI. * p<0,05

Discussão

O objetivo deste estudo consistiu na validação da Escala de Felicidade Subjetiva, de Lyubomirsky e Lepper (1999), para adolescentes portugueses. Uma análise aprofundada desta escala demonstra que nesta amostra adolescente há uma tendência para níveis de felicidade subjetiva mais elevados, visível pela média e pela assimetria positiva. As médias das versões portuguesas já existentes para adultos também foram elevadas variando entre 4,77 e 5,2 (Couto et al., 2018; Pais-Ribeiro, 2012; Spagnoli et al., 2012). Por sua vez, as médias no estudo da escala original, que incluiu dados de 14 amostras diferentes, variou entre 4,63 e 5,13 (Lyubomirsky & Lepper, 1999). No presente estudo, a média elevada desta escala pode ser explicado pelo facto de estarmos perante uma amostra normativa e não clínica de adolescentes. Tal também é corroborado pelos resultados medidas de ansiedade, depressão e stress que revelaram níveis baixos. Quanto à consistência interna, esta escala apresentou um valor de alfa de Cronbach aceitável (0,79) e ligeiramente superior a outras validações portuguesas (Pais-Ribeiro, 2012; Spagnoli et al., 2012), mas igual e inferior à escala original que variou entre 0,79 e 0,94 (Lyubomirsky & Lepper, 1999).

Em relação à validade convergente, verifica-se que a Escala de Felicidade Subjetiva apresenta correlações positivas significativas com medidas de funcionamento psicológico positivo (satisfação com a vida e autoestima), podendo afirmar-se que a perceção individual acerca da felicidade subjetiva está relacionada fraca a moderadamente com a forma como os indivíduos se sentem com a sua vida e consigo próprios. A escala original e as versões portuguesas para adultos também demonstraram uma associação positiva moderada com a Escala de Satisfação com a Vida (Couto et al., 2018; Lyubomirsky & Lepper, 1999; Pais-Ribeiro, 2012; Spagnoli et al., 2012). Ademais, também se verificaram correlações negativas com medidas de ansiedade, depressão e stress, indicando que a felicidade subjetiva é uma variável relacionada (inversamente) com o funcionamento psicológico negativo de forma fraca a moderada. O estudo de Pais-Ribeiro (2012) encontrou também uma associação moderada entre a felicidade subjetiva e a saúde mental, nomeadamente com o distress.

No que se refere à validade de construto da escala, os resultados da análise fatorial confirmatória revelam um bom ajustamento do modelo de fator único para a amostra total e subgrupos (sexo e faixa etária). Este resultado é bastante consistente com as versões portuguesas para adultos que também confirmaram a unidimensionalidade da estrutura fatorial (Couto et al., 2018; Pais-Ribeiro, 2012; Spagnoli et al., 2012).

A inclusão da correlação entre os erros de medida dos itens 1 e 2 no modelo B trouxe melhorias significativas ao modelo inicial (modelo A) especialmente no valor de RMSEA, considerado um índice de ajustamento absoluto que mede o quão distante o modelo hipotetizado está do modelo perfeito. Esta inclusão é justificável do ponto de vista concetual pela semelhança semântica e teórica entre os dois itens. No entanto, este resultado demonstra também uma redundância na medida do construto de felicidade subjetiva, levantando a questão sobre a necessidade de manter estes dois itens nesta escala ou apenas um.

Relativamente à análise de invariância para a variável sexo, realça-se uma boa validade de construto em ambos os sexos, apesar de melhores índices de ajustamento para os rapazes. Além disso, está assegurada a invariância, ou seja, ambos os sexos concebem a interpretação do construto de felicidade subjetiva de igual forma. Não é possível comparar os resultados deste estudo com as versões portuguesas para adultos e com a escala original por não terem realizado a medição de invariância para o sexo.

Quanto à análise de invariância para a escolaridade, constata-se que ambos os grupos apresentam índices de ajustamento aceitáveis, com melhores resultados para o 3º ciclo. Os resultados revelam invariância nestes grupos a todos os níveis, exceto quando se impõe que a média seja igual em ambos os grupos. Este facto é indicador de que estes grupos podem apresentar uma conceção diferente do construto de felicidade medido por este instrumento, não tendo sido garantida a invariância total. Este resultado indica que não ficou assegurado que eventuais diferenças entre estes dois grupos de escolaridade em relação aos níveis de felicidade subjetiva são independentes do grupo de escolaridade a que pertencem. Neste sentido, é necessária precaução na realização de testes de diferenças de médias entre esses dois grupos. A validação portuguesa de Spagnoli et al. (2012) mediu também a invariância em cinco grupos de idades (25-29, 30-34, 35-39, 40-44, 45-50 anos), mas apenas a invariância configural, tendo esta sido garantida.

Face aos resultados obtidos e mediante as análises efetuadas, podemos concluir que a escala de felicidade subjetiva para adolescentes portugueses apresenta boas qualidades psicométricas, podendo falar-se numa versão validada para a população adolescente. No entanto, recomenda-se a replicação desta investigação à população adolescente, de forma a continuar a medida do construto de felicidade subjetiva e garantir a invariância desta medida. Sugere-se que estudos futuros estabeleçam relações entre a felicidade subjetiva e outros construtos e escalas, de forma a potenciar o estudo da felicidade e perceber o seu impacto no funcionamento psicológico dos adolescentes. Torna-se pertinente aprofundar as diferenças entre as idades, uma vez que a perceção do conceito de felicidade pode variar ao longo do tempo e depender das experiências dos adolescentes.

Contribuição dos autores

Teresa Freire: Concetualização, Administração do projeto, Curadoria dos dados, Supervisão, Redação - revisão e edição

Ana Teixeira: Investigação, Metodologia, Análise formal, Redação - revisão e edição

Daniela Vilas Boas: Investigação, Metodologia, Redação do rascunho original

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Recebido: 02 de Fevereiro de 2022; Aceito: 19 de Abril de 2022

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