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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.23 no.2 Lisboa ago. 2022  Epub 30-Set-2022

https://doi.org/10.15309/22psd230215 

Artigos

Crenças sobre a alimentação e prevenção do cancro nos idosos

Beliefs about food and cancer prevention in the older adults

1 ISPA - Instituto Universitário, Lisbon, Portugal, ac20.5.92@gmail.com

2William James Research Center, ISPA - Instituto Universitário, Lisbon, Portugal, sofia.humboldt@gmail.com, ileal@ispa.pt


Resumo

A crença sobre a alimentação poder prevenir ou curar uma doença. O objetivo deste estudo visa avaliar se as crenças sobre a alimentação influenciam a prevenção do cancro dos idosos. Neste estudo, de natureza quantitativa exploratória, participaram 25 idosos com idades entre os 65 e os 89 anos (M= 71,72; DP= 6,073), com cancros da mama, garganta, pulmão, estômago, cólon, intestino, próstata e linfomas. Foram utilizados um questionário sociodemográfico e a escala das Crenças de Doença e Alimentação, onde se analisaram as crenças referentes ao estilo de vida, à ideologia alimentar e à alimentação e doenças crónicas. Foi realizada uma análise de diferenças, através do teste t-student entre o género masculino e feminino e entre as idades (65-72; 73-89). 80% dos participantes acreditam que as crenças alimentares podem influenciar a prevenção do cancro, contudo, não existem diferenças significativas tanto para o género e para a idade. As crenças sobre a alimentação e a relação com prevenção de doenças estão presentes, indicando que as pessoas estabelecem uma relação entre estas e a prevenção do cancro.

Palavras-Chave: Crenças; Alimentação; Cancro; Idosos; Envelhecimento

Abstract

Beliefs about food can prevent or treat a disease. The aim of this study is to assess whether beliefs about food influence the prevention of cancer among older adults. In this exploratory quantitative study, 25 older people aged between 65 and 89 years were included (M=71,72; DP=6,073). The sample comprised patients with breast, throat, lung, stomach, colon, intestine, prostate and lymphoma câncer. A sociodemographic questionnaire and the Beliefs in Disease and Food Scale were used. Beliefs regarding lifestyle, food ideology and diet, and chronic diseases were assessed. An analysis of differences was carried out using the t-student test between males and females and between ages (65-72; 73-89). 80% of participants believed that dietary beliefs can influence cancer prevention, however, there are no significant differences for both gender and age. Beliefs about food and the relationship with disease prevention are present, indicating that people establish a relationship between these and cancer prevention. This study underlines the importance of a balanced and healthy diet and the exploration of this belief associated with cancer prevention and treatment.

Keywords: Aging; Beliefs; Cancer; Food; Older people

Envelhecer mostra-se ser um desafio mundial, intrínseco ao ser humano (Cavalcanti et al., 2016). Os idosos encontram-se cada vez a viver mais tempo, com mais condições e qualidade de vida (von Humboldt & Leal, 2014; von Humboldt et al., 2013, 2014a, 2014b; World Health Organization, 2018). Portugal tem uma população envelhecida, com mais população idosa, do que com população jovem a residir no país. Segundo o Ministério da Saíde (2018), cerca de 21% dos portugueses têm 65 anos ou mais, e 14% têm menos de 15. São, assim, um milhão de pessoas com idade igual ou superior a 75 anos.

As crenças são estabelecidas ao longo dos tempos orientando os comportamentos dos indivíduos (Badaró et al., 2014) e como tal, o Modelo das crenças da saúde (Feio & Oliveira, 2010) foi um dos primeiros modelos a ser criados para verificar os comportamentos dos mesmos. Com este modelo percebeu-se que as crenças relativas à saúde, influenciam o comportamento de cada individuo (Badaró et al., 2014), e especificamente a crença de que a prevenção de doenças pode estar interligada com a alimentação, persiste até aos dias de hoje (Silva et al., 2007). A alimentação da população tem um grande impacto no estado nutricional e na saúde da população em geral. A Organização Mundial de Saúde (OMS) mostra-nos que entre dez fatores de riscos para o desenvolvimento de doenças crônicas, cinco encontram-se relacionados com a alimentação e dieta, e com a falta de exercício físico (Pereira et al., 2018). Relativamente à terceira idade, a maioria dos idosos detém uma dieta pobre em nutrientes, o que consequentemente vai prejudicar a sua saúde, expondo-os a diversas doenças (Maciel et al., 2015; Oliveira et al., 2021; Pacheco et al., 2020).

Por doenças crónicas entende-se todas as condições de saúde adversas, de longa duração e progressão lenta (Aguilera et al., 2016), e segundo a International Agency for Research on Cancer (2018) surgem, mundialmente, cerca de 18 milhões de novos casos de cancro por ano e ocorrem cerca de 10 milhões de mortes relacionadas com o cancro. Em Portugal, surgem cerca de 58 000 novos casos a cada ano e 29 000 mortes encontram-se associadas a esta doença.

Os idosos representam a população com crescente risco de cancro. A prevenção do cancro visa retardar ou prevenir o aparecimento de novos casos de cancro e aumentar a expectativa de saúde, bem como a expectativa de vida. O Ministério da Saúde (2018) mostra-nos que as doenças crónicas concluem cerca de 80% da mortalidade em países europeus. São fatores de risco para as doenças crónicas excesso de peso, sedentarismo, hábitos alimentares não saudáveis, tabagismo e alcoolismo. Os hábitos alimentares pouco saudáveis da população portuguesa constituem o primeiro fator de risco de perda de anos de vida. Segundo a Direção Geral da Saúde (2020), os hábitos alimentares são o quinto fator de risco que mais contribui para a perda de anos de vida saudáveis para a população.

O envelhecimento da população, implica um número crescente de diagnósticos de cancro nos idosos (White et. al., 2014), sendo que o cancro se encontra frequentemente associado à perda de peso e por sua vez uma intervenção dietética pode ser recomendada nesses casos. Um estudo europeu mostrou que mais de 70% dos idosos com cancro apresentavam desnutrição, definida como perda de peso de cerca de 10% ou mais (Paillaud et al., 2006).

A promoção de hábitos alimentares mais saudáveis visa prevenir o aparecimento de doenças. Em Portugal um em cada dois portugueses não ingere a quantidade recomendada pela OMS de fruta e hortícolas. 17% da população portuguesa, refere ingerir pelo menos um refrigerante ou néctar por dia e a ingestão de açucares simples traduz ainda outra das problemáticas, existindo uma ingestão de 30,7% de açucares simples por parte dos portugueses (Ministério da Saúde, 2018). Neste sentido, o presente estudo tem como objetivo avaliar se as crenças sobre a alimentação influenciam a prevenção do cancro dos idosos.

Método

Participantes

A amostra constitui-se por 25 participantes idosos, 80% mulheres e 20% homens, com idades compreendidas entre os 65 e os 89 anos (M=71,72; DP=6,073), com cancros da mama, garganta, pulmão, estômago, cólon, intestino, próstata e linfomas, ativos e em remissão.

Material

O presente estudo de natureza quantitativa exploratória, foi realizado através da passagem de um questionário sociodemográfico e a escala das Crenças de Doença e Alimentação, validada com boas qualidades psicométricas (Costa et al., 2017), onde se analisaram as crenças referentes ao estilo de vida, à ideologia alimentar e à alimentação e doenças crónicas (Costa et al., 2017).

Procedimento

A divulgação do protocolo de investigação, através de questionários, realizou-se por via online e presencialmente. Foi entregue a cada participante o consentimento informado seguido do protocolo de investigação que inclui um Questionário sociodemográfico, que permite recolher informação acerca do género, da idade, das habilitações literárias e do rendimento social. Foi pedido aos participantes que enunciem se são portadores de uma doença e se a mesma é crónica. De seguida, foi entregue a Escala das Crenças de Doença e Alimentação, que visa avaliar as crenças sobre a alimentação prevenir o cancro, na população oncológica, sendo constituída por sete itens categorizados numa escala de Likert em 5 pontos - Discordo Bastante a Concordo Bastante e é constituída por 3 dimensões, “Estilo de vida”, “Ideologia Alimentar” e “Alimentação e Doenças Crónicas”.

A recolha de dados concretizou-se com a ida da entrevistadora a locais públicos, e instituições como a Liga Portuguesa contra o Cancro (LPCC), à Universidade da Terceira Idade no concelho de Azambuja (UTICA) e na Instituição Movimento Vencer e Viver.

Foi realizada uma análise de diferenças, através do teste t-student entre o género masculino e feminino e entre as idades (65-72; 73-89). A análise dos dados foi realizada através da utilização da aplicação informática de tratamento e análise estatística SPSS (Statistical Package for the Social Siences), versão 28.0.1.

A realização do presente estudo foi autorizada pelo ISPA - Instituto Universitário.

Resultados

Procedeu-se à recodificação dos itens invertidos da Escala das Crenças de doença e alimentação (Costa et al., 2017). Para testar a normalidade, recorreu-se ao teste de Kolmogorov- Smirnov, e para avaliar a homogeneidade das variâncias utilizou-se o teste de Levene (Mâroco, 2014).

Para avaliar o objetivo do presente estudo, realizou-se um realizou-se um teste T- Student, para amostras independentes. De acordo com o teste t-Student, 80% dos participantes acreditam que as crenças alimentares podem influenciar a prevenção do cancro. Relativamente à variável Género, (t(23) = ,680; p = ,503 (Quadro 1) e à variável Idade, (t(23) = -,275; p =,785 (Quadro 2). Como tal, é possível concluir que não existem diferenças significativas tanto para o género quanto para a idade.

Quadro 1 Teste de Levene e T-Student para o Género. 

Quadro 2 Teste de Levene e T-Student para a Idade. 

Discussão

As crenças alimentares têm um papel de peso na adoção de uma alimentação saudável (Coelho et al., 2017) e especificamente a crença de que os alimentos podem prevenir doenças crónicas, como o cancro, encontra-se cada vez mais presente, e segundo o Ministério da Saúde (2018), a promoção de hábitos alimentares saudáveis na população em geral, proporciona uma prevenção do aparecimento de doenças. Sendo assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar se as crenças sobre a alimentação influenciam a prevenção do cancro dos idosos, quanto ao género e à idade, e foi possível verificar que, em relação às crenças por parte dos idosos, 80% acredita que as crenças alimentares podem influenciar a prevenção do cancro, contudo, relativamente às variáveis género e idade, não se verificaram diferenças significativas.

No estudo de Rodrigues et al., (2020), verifica-se que a maioria dos participantes de ambos os sexos acreditam que alimentarem-se de forma correta pode prevenir e diminuir o avanço da doença oncológica. No estudo de Ngune et al. (2007), verificam-se dois resultados. Aqui, a maioria dos participantes acredita que a dieta desempenha um papel importante na prevenção do cancro. E especificamente os participantes dos grupos de foco revelaram entender os benefícios de uma boa alimentação, após os 60 anos para a prevenção do cancro.

Já no estudo de Harnack et al. (1998), verificam-se resultados significativos em relação ao género. Aqui, os homens apresentaram níveis de crenças sobre a alimentação e o cancro mais baixos do que as mulheres. No estudo de Palmquist et al. (2012), verificam-se diferenças significativas entre o género, onde as mulheres garantem que existe uma relação entre a alimentação saudável prevenir o cancro com mais frequência que os homens. Estes dois resultados vêm contrariar os resultados do presente estudo. Com o presente estudo exploratório, podemos verificar que por parte da população idosa existe uma relação entre as crenças alimentares prevenirem o cancro, contudo não existem diferenças significativas a entre o género e a idade.

Este estudo apresenta algumas limitações tais como, uma reduzida dimensão da amostra, sendo que se tornou desafiante chegar à população idosa, com cancro. A recolha de dados incluiu participantes com diversos tipos de cancro em diferentes estádios da doença, e o facto de não se ter diferenciado os diversos tipos de cancro, foi também uma limitação. Para além da amostra, temos como limitação a existência de um único instrumento. Apesar das limitações, este estudo contribui para o aumento do conhecimento da temática das crenças, alimentação e doença crónica para os profissionais de saúde de diversas áreas. Adicionalmente, este estudo sublinha a importância de uma alimentação equilibrada e saudável e a exploração desta crença associada a prevenção e tratamento do cancro. Em conclusão, as crenças sobre a alimentação e a relação com prevenção de doenças estão presentes, indicando que as pessoas estabelecem uma relação entre estas e a prevenção do cancro.

Contribuição dos autores

Andrea Costa: Concetualização; Curadoria dos dados; Análise formal; Investigação; Metodologia; Visualização; Redação do rascunho original; Redação - revisão e edição.

Sofia von Humboldt: Supervisão; Validação; Visualização; Redação do rascunho original; Redação - revisão e edição.

Isabel Leal: Supervisão; Redação - revisão e edição.

Referências

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Recebido: 15 de Junho de 2022; Aceito: 10 de Setembro de 2022

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