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Psicologia, Saúde & Doenças

versão impressa ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.24 no.1 Lisboa abr. 2023  Epub 30-Jun-2023

https://doi.org/10.15309/23psd240110 

Artigo

Prevenção ao abuso de drogas com escolares a partir das habilidades sociais

Drug abuse prevention with schools from social skills

1. Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Centro de Educação Física e Desportos (CEFD), Vitória, Brasil.

2. Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Filosofia e Ciências, Instituto de Biociências, Letras e Ciências Exatas (IBILCE), Marília, Brasil.


Resumo

Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa sobre um programa de prevenção ao abuso de álcool e outras drogas com base nas habilidades sociais com o público adolescente. As habilidades sociais são diferentes classes de comportamento que o indivíduo possui para lidar com as situações interpessoais. A pesquisa teve como objetivo geral identificar índices de uso de álcool e outras drogas e sua relação com habilidades sociais entre adolescentes de uma escola do interior do estado do Espírito Santo, bem como implementar e avaliar um programa de prevenção ao abuso dessas substâncias a partir do Treinamento de Habilidades Sociais. Foram utilizados dois instrumentos: o Teste de Identificação de Distúrbios do Uso de Álcool (AUDIT), aplicado antes e depois da realização do programa de prevenção, seguido do Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA-Del-Prette). Os dados apontaram que pode haver relação entre o maior repertório de habilidades sociais com o menor consumo de álcool, assim como o seu inverso, ainda que seja necessário considerar que essa relação não ocorre de forma simples. Nos resultados do pós-teste (AUDIT), houve redução no consumo de álcool dos participantes, especialmente se comparado a avaliação inicial. Conclui-se que a estratégia das habilidades sociais possibilita alcançar resultados significativos acerca da prevenção ao uso abuso de drogas, especialmente quando as ações ultrapassam metodologias tradicionais com eficácia reduzida e utilizam-se de metodologias participativas.

Palavras-Chave: Prevenção ao Abuso de Drogas; Habilidades Sociais; Adolescência

Abstract

This work presents the results of a research on a program to prevent the abuse of alcohol and other drugs based on social skills with the adolescent public. Social skills are different classes of behavior that the individual has to deal with interpersonal situations. The research aimed to identify alcohol and other drugs use rates and their relationship with social skills among adolescents in a school in the interior of the state of Espírito Santo, as well as to implement and evaluate a program to prevent the abuse of these substances from the Training of Social Skills. Two instruments were used for the production of data: the Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT), applied before and after the prevention program, followed by the Social Skills Inventory for Adolescents (IHSA-Del-Prette). The data pointed out that there may be a relationship between the largest repertoire of social skills with the lowest consumption of alcohol, as well as its inverse, although it is necessary to consider that this relationship does not occur in a simple way. In the results of the post-test (AUDIT), there was a reduction in the alcohol consumption of the participants, especially when compared to the initial evaluation. It is concluded that the social skills strategy makes it possible to achieve significant results regarding the prevention of drug abuse, especially when the actions go beyond traditional methodologies with reduced effectiveness and use participatory methodologies.

Keywords: Drug Abuse Prevention; Social Skills; Adolescence

A proposta desse artigo é apresentar os resultados de uma pesquisa que teve como objetivo identificar os índices de uso de álcool e outras drogas e a relação com habilidades sociais entre adolescentes de uma escola do interior do estado do Espírito Santo, implementar e avaliar um programa de prevenção aos usos dessas substâncias apoiado em um Treinamento em Habilidades Sociais (THS) visando à diminuição dos problemas decorrentes.

As discussões e evidências sobre a prevenção de drogas demonstram que a estratégia de repressão e o discurso de “guerra às drogas” não tem surtido os efeitos esperados (Moreira et al., 2015). Levantamentos epidemiológicos mostram que a experimentação de drogas ocorre no início ou até mesmo antes da adolescência (entre 12 e 17 anos de idade), o álcool e tabaco são as drogas de maior uso na vida, substâncias também que mais constituíram motivo para tratamento de adolescentes, juntamente com a cocaína em pó (Bastos et al., 2017; Brasil, 2016; Carlini et al., 2010). O álcool é apontado como a droga precursora das demais, sendo que o estímulo social e a facilidade de acesso se configuram como alguns dos fatores mais expressivos para o consumo.

Para Scivoletto (2011), a adolescência é uma fase de experimentação e sentimento de onipotência, permitindo que alguns riscos como o uso de drogas sejam pouco considerados, tornando este adolescente vulnerável. Outros fatores desta vulnerabilidade estão ligados à insuficiente capacidade de desenvolvimento de competências pessoais e interpessoais, contribuindo para que o consumo destas substâncias seja como um modo de escape em meio às situações problemáticas (Vitalle, 2011).

Caracterizados como preventivos, terapêuticos e profissionais, os programas de THS com crianças e adolescentes tem contribuído para a prevenção de comportamentos problemáticos, indisciplina, bullying, consumo de drogas e outros (Caballo, 2016; Del Prette & Del Prette, 2017). O termo habilidades sociais trata-se dos “[...] comportamentos sociais valorizados em determinada cultura com alta probabilidade de resultados favoráveis para o indivíduo, seu grupo e comunidade, que podem contribuir para um desempenho socialmente competente em tarefas interpessoais” (Del Prette & Del Prette, 2017, p. 24). Ser socialmente hábil é a possibilidade de o indivíduo emitir um conjunto de comportamentos durante uma interação interpessoal que expresse sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou direitos de modo coerente com a situação (Caballo, 2016). Essas habilidades são divididas em classes e subclasses. As principais classes são: comunicação, civilidade, fazer e manter amizade, empatia, assertividade, expressar solidariedade, manejar conflitos e resolver problemas interpessoais, expressar afeto e intimidade, coordenar grupo e falar em público.

Não há consenso na literatura sobre a presença de maior deficit em habilidades sociais em usuários de drogas. Felicissimo et al. (2013) analisaram produções entre 1990 e 2011 e observam a pouca relação entre o consumo de álcool e deficit nas habilidades sociais. A maioria dos estudos mostrou eficácia nas prevenções do consumo com as habilidades sociais, mas não houve superioridade das intervenções que tiveram como método esta abordagem se comparada a outros. Já Schneider et al. (2016) analisaram artigos entre 2004 e 2014 e destacam trabalhos que apresentam deficits em habilidades sociais como fatores de risco e bom repertório como fator de proteção aos usos de drogas.

Estudo de Romero e Alexis (2015) apresentam mudanças nos conhecimentos e atitudes dos adolescentes em um programa de prevenção em uma escola com as habilidades sociais, sendo significativo para amenizar problemas do abuso de álcool com o fortalecimento dessas habilidades. Além da dificuldade de dizer não aos pares, os adolescentes podem fazer uso de drogas para reduzir ansiedade diante de contextos sociais, considerações importantes para que programas de THS sejam desenvolvidos. É possível que haja resultados positivos para usuários de diferentes substâncias e o aprendizado de novas habilidades para suprir lacunas quanto à aquisição de comportamentos saudáveis (Limberger et al., 2017; Wagner & Oliveira, 2007). Com características metodológicas interativas, as intervenções preventivas com o THS tendem a apresentar resultados significativos para além do consumo de drogas, se constituindo como uma das estratégias com potencial para resultados mais promissores se comparados com modelos tradicionais que estão focados na transmissão de informações (Cuijpers, 2002).

A intervenção de que trata este trabalho foi desenvolvida em um município cuja maioria da população é constituída por descendentes da extinta região europeia Pomerânia. O consumo de bebidas alcoólicas antes da idade adulta tem implicações diretas com a tradição cultural desses descendentes. Pesquisas locais demonstram a relação do alcoolismo com os casos de suicídio e tentativas, depressão, dificuldades em solicitar ajuda e o desgaste do trabalho rural, cooperando para que o consumo prejudicial desponte como um dos grandes problemas da comunidade (Fehlberg & Menandro, 2015; Potratz et al., 2015). Ainda assim, as ações de prevenção municipais têm sido incipientes, não havendo trabalho sistematizado em espaços importantes, como em ambientes escolares, mas apenas intervenções com tratamento a partir do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).

Método

Participantes

Fizeram parte do THS 19 estudantes adolescentes entre 15 e 17 anos de idade de uma turma do ensino médio de uma escola estadual no interior do estado do Espírito Santo.

Material

O AUDIT (Teste de Identificação de Distúrbios do Uso de Álcool) (Babor et al., 2001), desenvolvido com o apoio da Organização Mundial da Sáude (OMS), avalia o uso de álcool nos últimos 12 meses e detecta o nível em que a pessoa se encontra. Baseia-se em uma dose padrão, sendo 14 gramas ou 17,5 ml de puro álcool em uma bebida, proporção presente em 40 ml de destilados (cachaça, conhaque, uísque, vodca), 1 lata de cerveja, 1 copo de chope ou 140 ml de vinho (De Micheli et al., 2017). Com o máximo de 40 pontos e composto por 10 questões, a pontuação do AUDIT é classificada em quatro níveis/zonas que determina o padrão de consumo de álcool e direciona uma proposta de intervenção, sendo:

  1. Zona I: Prevenção Primária (0-7 pontos) - pessoas que não consomem ou consomem pouco;

  2. Zona II: Orientação Básica (8-15 pontos) - usuários de risco consumindo acima de duas doses diariamente ou mais que cinco doses em única ocasião;

  3. Zona III: Intervenção Breve e Monitoramento (16-19 pontos) - pessoas que apresentam uso nocivo;

  4. Zona IV: Encaminhamento para Serviço Especializado (20-40 pontos) - apresenta grande possibilidade de dependência.

O segundo instrumento da pesquisa, Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA-Del-Prette) (Del Prette & Del Prette, 2015), é composto por 38 itens que avaliam as habilidades sociais do adolescente em diferentes contextos (escola, lazer, trabalho, família) e com distintos interlocutores, como familiares, amigos, autoridades, pessoas conhecidas e desconhecidas. A cada item do IHSA-Del-Prette, o adolescente indica a resposta relacionada à dificuldade e a sua frequência. Para os resultados, os escores de dificuldade e frequência são organizados em escalas tipos Likert presentes nas subescalas (F1) Empatia; (F2) Autocontrole; (F3) Civilidade; (F4) Assertividade; (F5) Abordagem Afetiva; (F6) Desenvoltura Social.

Procedimento

A pesquisa teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) sob o número CAAE: 87054618.5.0000.5542. Com adequada explanação das etapas da pesquisa para os participantes, foi entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para assinatura dos pais ou responsáveis dos estudantes menores de 18 anos. Os estudantes menores de idade também assinaram o Termo de Assentimento.

O desenvolvimento da pesquisa ocorreu a partir das seguintes etapas: 1) aplicação do AUDIT como instrumento de triagem; 2) detecção/formação do grupo para participar da intervenção com o THS, tendo como critério a série/ano/turma com maiores pontuações no AUDIT; 3) levantamento de informações sobre as habilidades sociais dos adolescentes a partir do IHSA-Del-Prette e; 4) reaplicação do instrumento AUDIT.

Foram desenvolvidas 12 sessões de THS com o grupo de estudantes no segundo semestre do ano letivo de 2018, afora os contatos realizados para a aplicação dos instrumentos. Cada sessão teve 55 minutos de duração, o que corresponde ao tempo de 1 aula regular na rede estadual de ensino, tempo este cedido por professores de disciplinas diferentes em cada semana de intervenção. Com base em metodologias interativas e com dinâmicas grupos, as sessões foram organizadas em: 1) Introdução ao programa; 2) Informações sobre estudos epidemiológicos; 3) Automonitoria, feedback e elogio; 4) Lidar com ansiedade, preocupação e estresse; 5) Informações sobre o cigarro; 6) Desenvolvendo a assertividade; 7) Habilidades Sociais empáticas; 8) Solicitar ajudar e padrões de amizade; 9) Conhecendo fatores de risco e de proteção; 10) Estratégias para a solução de problemas; 11) Tomada de decisões e habilidades deficitárias e; 12) Efeito das drogas e tipos de uso.

Os resultados pré e pós-intervenção de cada participante oriundos do AUDIT foram organizados em tabelas no programa Word para análise de acordo com as pontuações obtidas. Os dados do IHSA-Del-Prette seguiram as orientações legais e foram analisados por profissional com formação em Psicologia segundo orientações do próprio instrumento (Del Prette & Del Prette, 2015). Os resultados do IHSA-Del-Prette estão baseados em percentis de 0 a 100 para os itens Frequência e Dificuldade. Com os escores de Frequência maior e Dificuldade menor, mais elaborado pode ser o repertório de habilidades sociais do sujeito. Ocorre de modo oposto para a Dificuldade, sendo que o repertório de habilidades sociais do indivíduo pode ser menos elaborado quanto maior for a pontuação desse item (Del Prette & Del Prette, 2015). Os resultados do IHSA-Del-Prette foram cruzados com aqueles obtidos pelo AUDIT nas etapas pré e pós-intervenção.

Resultados

A turma era composta por 11 meninos (58%) e 8 meninas (42%), turma esta que apresentou os maiores índices de consumo de álcool na triagem inicial. Quanto à ocupação, 15 estudantes (79%) responderam que apenas estudavam, 2 (10,5%) trabalhavam na agricultura e 2 (10,5%) no comércio na função de Auxiliar de Serviços Gerais. Perguntados sobre a descendência, 13 alunos (68,4%) responderam que fazem parte de familiares pomeranos/alemães, 3 (16%) disseram ser descendentes de italianos, 1 (5,2%) pomerano/italiano, 1 (5,2%) pomerano/afro e 1 (5,2%) não sabe.

Os dados do Quadro 1 constam os resultados do IHSA-Del-Prette juntamente com a interpretação das informações sobre as habilidades sociais dos pesquisados. O Quadro 2 apresenta o total de Frequência e Dificuldade do IHSA-Del-Prette no início do programa e a avaliação do consumo de álcool através do AUDIT antes e após a intervenção.

Quadro 1 Interpretação dos resultados para Frequência e Dificuldade do IHSA-Del-Prette 

Fonte: Resultados do IHSA-Del-Prette

Quadro 2 Resultados dos instrumentos IHSA-Del-Prette e AUDIT 

Nota: *Estudante que se transferiu para outra escola/turno.

Sobre os resultados do quesito Frequência do IHSA-Del-Prette, 3 estudantes apresentaram bom repertório de habilidades sociais ao atingirem percentis entre 36 a 65, e 6 estudantes enquadraram-se em repertório elaborado (percentis entre 66 e 75) a altamente elaborado de habilidades sociais (percentis entre 76 e 100). Do lado oposto, 10 sujeitos foram considerados com média inferior (26 a 35) até abaixo da média (01 a 25), o que corresponde a 52,6% do total. Nesse último item encontra-se a maioria dos estudantes, um número considerado significativo na pesquisa, pois enquadraram-se em uma categoria que indica a necessidade de treinamento para o desenvolvimento das habilidades sociais deficitárias, assim como para fortalecer o repertório das habilidades já existentes.

Quanto aos escores de Dificuldade, 12 estudantes apresentaram baixo custo de reposta na interpretação das habilidades sociais ao se enquadrem nos percentis entre 01 a 35, representando 63,2% do grupo. Cinco alunos apresentaram médio custo de resposta (entre 36 a 65) e 2 mostraram alto custo de resposta (de 66 a 100), podendo apresentar elevada ansiedade na emissão das habilidades nas relações interpessoais.

Antes do desenvolvimento do THS, os resultados do AUDIT no pré-teste demonstraram que 15 estudantes estavam na Zona I ao pontuarem de 0 a 8 no total, apresentando consumo baixo ou mesmo abstinência. Outros 2 estudantes encaixaram-se na Zona II, pontuando entre 8 e 15. Não houve estudantes na Zona III. Entretanto, na Zona IV enquadraram-se 2 estudantes, atingindo acima de 20 pontos e apresentando grande possibilidade de dependência.

Na relação entre os dois instrumentos, referente ao quesito Frequência do IHSA-Del-Prette no Quadro 2, percebeu-se que 6 estudantes identificados com repertório de habilidades sociais elaborado a altamente elaborado, apresentaram baixa pontuação no consumo de álcool no instrumento AUDIT. Entre eles, 4 eram abstêmios e 2 bebiam pouco. Tal resultado leva à interpretação de que um maior repertório de habilidades sociais pode resultar em menor consumo de álcool ou até mesmo abstinência.

No mesmo quesito, os 10 participantes identificados entre os que apresentaram médio inferior até abaixo da média no IHSA-Del-Prette encontraram-se os que mais pontuaram no AUDIT, 5 deles alcançando pontuações entre 7 e 23, dos 40 totais, sinalizando risco, uso nocivo e risco de dependência, conforme níveis classificatórios do instrumento. Esse resultado pode estar relacionado ao fato de que o consumo de álcool tende a ser maior entre os estudantes que apresentem deficit em habilidades sociais.

Contudo, a comparação dos níveis de habilidades sociais com o uso de álcool não demonstrou ser uma relação de “causa e efeito” neste trabalho, já que, quanto aos escores de Dificuldade, 2 estudantes apresentaram alto custo de resposta ao atingirem percentis acima de 66 dessa interpretação, porém indicando baixa pontuação no AUDIT. Dois participantes (Alunos 3 e 4) apresentaram 20 e 23 pontos no AUDTI e baixos percentis na Frequência do IHSA-Del-Prette e, para o item Dificuldade, estes se enquadraram no médio custo de resposta. Dos 5 estudantes que apresentaram médio custo de resposta, apenas um era abstêmio e três pontuaram acima de 8 pontos no AUDIT. Dos 12 estudantes que apresentaram baixo custo de resposta, percebeu-se uma variação entre consumo baixo médio e não consumo de álcool, de acordo com a classificação do AUDIT.

Na avaliação final do programa com a reaplicação do AUDIT, 16 estudantes se enquadraram na Zona I, sendo abstêmios ou consumindo pouco. Houve apenas um estudante na Zona III e nenhum na Zona IV. Se comparado ao levantamento inicial, esses dados revelam uma diminuição do risco do consumo de álcool indicando que os resultados podem estar associados às intervenções desenvolvidas no THS. O AUDIT também mostrou que houve certo aumento no consumo de álcool de dois estudantes após as intervenções, porém, esses números representam baixo risco.

Discussão

Observou-se o menor consumo de álcool entre alguns estudantes que apresentaram maior repertório de habilidades sociais, ou seja, tiveram alta pontuação na Frequência e baixa no item Dificuldade do IHSA-Del-Prette. De modo oposto, outros estudantes com baixas habilidades sociais apresentaram maior consumo. Estes dados indicam que pode haver relação entre consumo de álcool e deficit em habilidades sociais. Resultados semelhantes foram observados em outros trabalhos.

Em pesquisa com 203 adolescentes infratores, Amaral et al. (2015) observaram que as dificuldades de resposta ou a ansiedade relacionada às situações que exigem assertividade e autocontrole, podem ter influências sobre condutas infratoras e uso de drogas. Tatmatsu (2016) avaliou o repertório de habilidades sociais de 110 adolescentes usuários de drogas. O trabalho apontou que, quanto mais elaborado o repertório de empatia, de assertividade e de abordagem afetiva, menor a frequência de uso de drogas na amostra de usuários frequentes.

Wagner e Oliveira (2009) avaliaram as habilidades sociais de 98 adolescentes entre usuários e não usuários de maconha e apontam maior sintomas de ansiedade e depressão no grupo de consumidores da referida droga. Apesar de não apresentarem diferenças estaticamente significativas nos níveis de habilidades sociais, houve distinção expressiva no grupo de usuários de maconha ao apresentarem mais dificuldade no enfrentamento de situações novas diante da exposição de desconhecidos e contestação de seus comportamentos com reações de agressividade.

Em pesquisa com 965 adolescentes de 50 escolas públicas de São Paulo, Cardoso e Malbergier (2013) identificaram que baixos níveis de habilidades sociais estiveram relacionadas às dificuldades de enfrentamento e assertividade. O uso de drogas foi associado a ter dificuldade para defender opiniões, ser influenciados pelos colegas, ter medo de lutar por seus direitos, dificuldade em dizer não para as pessoas e para pedir ajuda. Outro resultado do estudo mostrou que quanto mais deficit em habilidades sociais maior a vulnerabilidade para o consumo de drogas ilícitas.

Dentre outros pontos, observam-se as dificuldades do adolescente em lidar com a defesa de suas próprias opiniões, situação que se configura pela assertividade. Essa habilidade se apresenta como uma das mais significativas, já que a influência dos pares se mostra como uma demanda importante no cenário de consumo de drogas antes da idade adulta e para além dessa fase. Caballo (2016) destaca que é comum adolescentes que bebem selecionarem amigos entre os pares que ingerem bebidas excessivamente, havendo a probabilidade de deficit em habilidades sociais naqueles que apresentam pré-disposição para o consumo.

Com menor ou maior ênfase, baixos níveis em habilidades sociais podem se configurar como fatores de risco para abuso de drogas entre adolescentes, e o bom repertório habilidades figuram como essenciais enquanto fatores protetivos. Apesar dessas considerações, é necessário ter cautela, já que os resultados deste trabalho não apresentam unanimidade e indicam a necessidade de mais pesquisas nesta direção. Isso significa afirmar que não é possível relacionar de forma simplista que pessoas que consomem álcool apresentam deficit em habilidades sociais. No desenvolvimento deste THS, os dois alunos que apresentaram maior consumo de álcool participaram ativamente das atividades quando convidados e demonstraram desenvoltura com os demais integrantes da turma. Esses resultados podem significar que nem sempre haverá relação direta entre alta Frequência de habilidades sociais do indivíduo e menor Dificuldade e menor consumo de álcool (como o Estudante 8). De modo semelhante, os resultados demonstraram que nem sempre a alta Dificuldade estará relacionada à baixa habilidade social e ao alto consumo de álcool (como os Estudantes 2 e 11).

Pesquisas demonstram que nem sempre pode haver esta aproximação entre baixos níveis de habilidades sociais e uso de drogas. O estudo com 80 pessoas dependentes e não-dependentes de álcool de Aliane et al. (2006) não foi suficiente para confirmar trabalhos que apresentam evidências relacionando a dependência de álcool e outras drogas com deficit de habilidades sociais. Em pesquisa com 47 pessoas em tratamento, Sá e Del Prette (2014) identificaram que a presença ou deficit em habilidades sociais não está relacionada com a dependência ou abstinência de álcool e outras drogas. Salientam que algumas habilidades sociais podem favorecer a abstinência ao uso de drogas, e o fortalecimento dessas pode possibilitar menor envolvimento para os que estão em tratamento.

Em outro estudo, com 237 participantes, Felicissimo et al. (2016) não encontraram diferenças significativas no repertório de habilidades sociais de dependentes e não dependentes de álcool. Entretanto, foi observado pior desempenho entre os dependentes de álcool quanto ao autocontrole da agressividade. Resultado semelhante foi constatado na pesquisa de Wagner et al. (2010) envolvendo 30 adolescentes, ao descreverem dados sobre a avaliação das habilidades sociais de usuários de maconha e compará-los com não usuários dessa droga. Houve diferenças significativas quanto ao autocontrole da agressividade em situações aversivas. O grupo de usuários também apresentou maior intensidade de sintomas depressivos e ansiedade.

Mesmo com estas divergências entre a associação ou não com o abuso de drogas, o trabalho com habilidades sociais não deve ser minimizado, haja vista que se constitui como uma das estratégias promissoras de programas preventivos com resultados significativos que vão além da relação com as substâncias, contribuindo para relações interpessoais mais satisfatórias e que podem incidir sobre aspectos do consumo. Como é possível observar neste trabalho, mais estudantes se enquadraram como abstinentes, consumindo pouco ou que reduziram o consumo abusivo na reaplicação do AUDIT ao final do THS. Esses resultados são expressivos e demonstram que as sessões realizadas alcançaram seus objetivos inicialmente propostos de problematizar o uso de drogas e reduzir os fatores de riscos para o abuso tendo como mediação diferentes temas, sem que o assunto “drogas” fosse retratado a todo momento de modo incisivo. Optou-se assim por tratar da prevenção e educação sobre drogas sem prender-se à menção do termo a todo momento.

Em um estudo com 358 adolescentes na Espanha, Espada et al. (2012) examinaram os impactos das versões integral e reduzida de um programa em habilidades sociais. Os participantes que receberam o programa com todos os componentes tiveram a maior diferença no uso de álcool. Constatou-se menor consumo com os participantes de uma das versões do programa, bem como as intenções de uso de drogas foram menores nos grupos que tiveram intervenção se comparado com o grupo controle. Outro estudo desenvolvido com 120 meninas estudantes adolescentes do Irã, revelou o aumento de autocontrole para evitar o uso de drogas em diferentes situações sociais, especialmente quanto às circunstâncias emocionais que podem trazer desequilíbrio, como o luto (Alavijeh et al., 2016).

Em pesquisa para verificar os efeitos do treinamento de habilidades para a vida com 100 estudantes do ensino médio, também do Irã, identificou-se resultados positivos para a redução do abuso de drogas, violência e estresse na comparação entre o grupo controle com os alunos participantes da intervenção (Jamali et al., 2016). Em situação semelhante, Velasco et al. (2017) apresentam os resultados de um estudo italiano com 3048 alunos do ensino médio de 55 escolas. Os alunos do grupo intervenção relataram menor uso de tabaco e álcool, melhoraram o conhecimento sobre o uso de substâncias e demonstraram níveis de assertividade e controle da ansiedade.

Os trabalhos preventivos problematizam temáticas a partir dos THS que retiram o foco sobre as drogas e se debruçam sobre assuntos que estão relacionados direta e indiretamente sobre o consumo dessas substâncias. Possivelmente este seja um dos pontos significativos da prevenção a partir do THS com adolescentes e que colaborem com bons resultados quanto ao uso de drogas e o desenvolvimento das relações interpessoais.

É importante também observar nos resultados desse trabalho a relação significativa entre intervenções preventivas com pessoas abstêmias ou que consomem pouco. Catorze dos 19 estudantes que participaram da pesquisa apresentaram consumo de baixo risco com pontuação abaixo de 8 no AUDIT. Tais cifras tendem a prosseguir nos anos seguintes representando a abstinência ou o consumo não abusivo, números que podem apresentar relação direta com o programa de prevenção desenvolvido.

Em um estudo para avaliar a eficácia de um programa de prevenção com 1000 estudantes do ensino médio em Israel, Peleg et al. (2001) observaram que programas deste tipo podem ter resultados benéficos se o comportamento alvo ainda não se tornou normativo no grupo envolvido. No subgrupo de alunos que havia consumido quantidades regulares de bebidas alcoólicas, a intervenção não foi efetiva. Pesquisas indicam que programas preventivos devam se iniciar na escola primária, quando ainda pode não ter ocorrido o contato com drogas (Ellickson et al., 2003; Shek et al., 2016), ou tendo como alvo jovens adolescentes (Martins et al., 2008).

Vittale (2011) nota que adolescentes com acesso às informações sobre drogas são menos vulneráveis quanto aos problemas decorrentes do consumo destas substâncias. Nesta perspectiva, o espaço escolar destaca-se como um local privilegiado para a problematização de temas comuns da adolescência, tanto para aspectos de prevenção quanto de promoção da saúde (Cruz et al., 2016), o que pode ser mediado pela habilidades sociais como parte de um programa sistematizado no ambiente escolar.

Os resultados deste trabalho se apresentam como importantes tanto para a redução do consumo abusivo e manutenção da ingestão de álcool com baixo risco. As habilidades sociais podem se estabelecer como instrumento mediador para a prevenção ao abuso de drogas em ambientes escolares. Não há muitos estudos brasileiros com esta abordagem no espaço educacional que meça a relação entre o consumo de drogas após intervenções com THS, trazendo novas perspectivas para intervenções para além ambientes terapêuticos. Reitera-se que não houve unanimidade nos resultados quanto à relação entre deficit em habilidades sociais e uso de álcool, ou vice-versa. Esta relação não ocorre de maneira linear e é preciso que se desenvolvam outras pesquisas em busca de outros apontamentos.

Ações com o público adolescente, em razão das peculiaridades dessa fase, exigem contextualização que as tornem atrativas, de modo que possa possibilitar a integração ativa no processo de problematização do tema. É preciso reiterar a necessidade de outros olhares para esse público. É neste sentido que as habilidades sociais se apresentam como importantes para interações sociais saudáveis, inclusive para a autonomia quanto ao uso de drogas. Observa-se, paulatinamente, um avanço em produções brasileiras sobre as habilidades sociais e uso de drogas na adolescência. Sugere-se novos estudos visando minimizar os problemas decorrentes do uso de drogas, especialmente o álcool, a partir do fortalecimento das relações interpessoais e fortalecendo os fatores de proteção.

Contribuição dos autores

Gelsimar Machado: Concetualização, Análise formal, Investigação, Redação do rascunho original, Redação - revisão e edição.

Raul Martins: Concetualização, Curadoria dos dados, Supervisão, Validação, Redação - revisão e edição.

Liana Romera: Concetualização, Administração do projeto, Supervisão, Validação, Redação - revisão e edição.

Referências

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Recebido: 11 de Novembro de 2020; Aceito: 04 de Maio de 2023

Autor de Correspondência: Gelsimar Machado (geljm@hotmail.com)

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