SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.24 issue1Stress control in hypertension: comparison between two intervention modalities author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Psicologia, Saúde & Doenças

Print version ISSN 1645-0086

Psic., Saúde & Doenças vol.24 no.1 Lisboa Apr. 2023  Epub June 30, 2023

https://doi.org/10.15309/23psd240135 

Artigo

Perceção dos jovens sobre pessoas mais velhas: estereótipos nas relações intergeracionais

Young people's perception of older people: stereotypes in intergenerational relationships

Sofia Medeiros1 

Jennifer Pereira2 

António Fonseca3 
http://orcid.org/0000-0002-9087-1316

1. Clínica Praxis, Porto Portugal

2. Universidade Católica Portuguesa, Braga, Portugal

3. Universidade Católica Portuguesa, Faculdade de Educação e Psicologia, Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano, Porto, Portugal


Resumo

O envelhecimento é um fenómeno crescente, tanto em dimensão como em anos de vida. O presente estudo de natureza qualitativa, tem como objetivo geral entender a perceção que os jovens têm sobre as pessoas mais velhas, procurando avaliar a forma como os estereótipos interferem nas relações intergeracionais, principalmente o conceito de idadismo. A amostra é composta por 9 participantes, jovens entre os 15 e os 19 anos, e correspondeu ao critério de saturação teórica. Os principais resultados evidenciaram que, na visão dos jovens, os mais velhos são pessoas que possuem capacidades de realizar as suas tarefas e são também pessoas com experiências e sabedoria adquiridas ao longo do percurso de vida. Esta visão positiva parece ter influência devido à convivência com familiares. Constatou-se ainda que, apesar do desconhecimento do conceito de idadismo, existe um consenso entre os jovens que a separação das gerações é uma realidade presente na nossa sociedade.

Palavras-Chave: População idosa; Jovens; Intergeracionalidade; Estereótipos; Idadismo

Abstract

Aging is a growing phenomenon, both in dimension and in years of life. This qualitative study has the general objective of understanding the perception that young people have about older people, seeking to assess how stereotypes interfere in intergenerational relationships, especially the concept of ageism. The sample is made up of 9 participants, young people between 15 and 19 years old, and corresponded to the theoretical saturation criterion. The main results showed that, in the view of young people, older people are people who have the ability to carry out their tasks and are also people with experience and wisdom acquired throughout their lives. This positive view seems to be influenced by living with family members. It was also found that, despite the lack of knowledge about the concept of ageism, there is a consensus among young people that the separation of generations is a present reality in our society.

Keywords: Older People; Youth; Intergenerational; Stereotypes; Ageism

Vivemos numa sociedade onde a população idosa tem vindo a apresentar um crescimento exponencial. Existe, porém, a ideia errada da velhice como fase da vida distante das outras (Villas-Boas et al., 2017). Pelas características naturalmente mais vulneráveis do envelhecimento este nem sempre é visto com “bons olhos” pela sociedade.

Estas ideias relacionam-se com a perceção que cada indivíduo constrói através das experiências que tem ao longo da vida, mas também das experiências que os indivíduos à sua volta vão experienciando (Fonseca, 2016). Existe uma influência de cariz social para a construção das crenças acerca da velhice. A sociedade em geral, por exemplo, marginaliza as pessoas com mais de 65 anos refletindo-se assim a forma como as perceções influenciam a construção de uma imagem acerca deste grupo de pessoas (Fonseca, 2016). Assim, o idoso carrega consigo estigmas e mitos injustificados que fazem com que a velhice seja um período menos satisfatório, com interferência na forma como os próprios idosos vivem a experiência de envelhecer (Teixeira et al., 2015).

O idadismo é um ato discriminatório social relacionado com a população mais velha (Marques, 2016). Este tipo de discriminação é manifestado por meio de atitudes do e no quotidiano (Ferreira-Alves & Novo, 2006). É ainda o preconceito menos exposto por ser socialmente aceite (Nelson, 2006). Segundo Ferreira-Alves e Novo (2006), os idosos portugueses sentem que a discriminação com base na idade faz parte do quotidiano. Contudo, segundo Fonseca (2016), se as ideias idadistas forem de natureza positiva podem tornar mais fácil e menos dolorosa a experiência da velhice; as marcadamente negativas poderão condicionar negativamente esta experiência uma vez que existe uma enorme desvalorização das pessoas mais velhas. Segundo Marques (2016), o idadismo em Portugal está ligado à discriminação das pessoas mais velhas, afetando as relações interpessoais, tendo o isolamento social como consequência. Este desrespeito leva também à exclusão e marginalização dos que são mais vulneráveis, acontecendo mesmo situações de violência (APAV, 2020).

Atualmente existe um “culto” muito presente da juventude, numa cultura dominada por padrões jovens (Ferreira-Alves & Novo, 2006). Consequentemente o olhar dos mais jovens sobre os idosos é algo marcadamente negativo (Wurtele, 2009, cit. Pimentel et al., 2016). A escassa ligação entre os jovens e as pessoas mais velhas advém da falta de frequência do contacto entre estas gerações, em espaços comuns e contextos sociais semelhantes (Vieira & Pimentel, 2016). Os estereótipos enraizados nos jovens tendem a agravar-se à medida que o indivíduo vai crescendo e interiorizando cada vez mais o preconceito, até porque as atitudes idadistas são muito frequentes no nosso dia-a-dia (APAV, 2020).

Para Silva (2011), as relações intergeracionais têm o seu começo no contexto familiar, uma vez que é neste contexto que ocorre a partilha e também a interajuda entre as gerações. Este contacto, além da partilha de conhecimento, leva ainda a que sejam desmitificados alguns dos estereótipos, principalmente no que diz respeito às ideias pré-concebidas que os mais novos têm em relação aos mais velhos (Pimentel et al., 2016). Segundo Martins (2013), a prática de programas intergeracionais permite a todos uma aproximação que ajuda no aumento de autoestima, na diminuição de estereótipos de cariz negativo e na prática de valores com a inclusão e o respeito por todos.

Tendo em conta esta realidade tão marcadamente presente na nossa sociedade, torna-se pertinente explorar o fenómeno dos estereótipos idadistas através da perceção que os mais jovens têm desta realidade, para tentar compreender como estes estereótipos poderão influenciar a visão dos jovens sobre os mais velhos.

O principal objetivo deste estudo é compreender qual a perceção que os jovens têm sobre os mais velhos, avaliando a forma como os estereótipos de cariz idadista marcam e interferem nas relações que os mais jovens formam com os idosos. Foram elaboradas as seguintes questões de investigação: a) Como é que os jovens percecionam/veem os mais velhos?; b) Quais as crenças/ideias que os jovens têm acerca dos mais velhos?; c) Que influência têm os estereótipos nas relações intergeracionais?

Método

Neste estudo optou-se pela metodologia qualitativa, analisando a forma como as pessoas interpretam e dão sentido às suas experiências sociais e individuais (Sparkes & Smith, 2014, citado em Resende, 2016).

Participantes

Foi selecionada uma amostra intencional não aleatória, por conveniência, constituída por 9 indivíduos, partindo dos critérios de inclusão: indivíduos do distrito de Viana do Castelo, com idades entre 15 e 19 anos (Quadro 1). Para determinar o número final de participantes, foi utilizado o critério da amostragem por saturação teórica (Hoffmann & Farias, 2018).

Quadro 1 Caracterização da amostra 

Material

A recolha de dados foi realizada com recurso à entrevista semiestruturada em profundidade. O guião da entrevista foi elaborado previamente e especificamente para o efeito, com recurso à revisão da literatura, tendo a sua maioria influência na Escala op de Kogan (Atitudes face aos idosos, 1961, trad. Elisabete Nunes, 1995, como citado em Neves, 2012) e no Questionário para avaliação de conhecimentos em relação à velhice (Palmore, 2001). Dentro dos principais tópicos do guião da entrevista estão: visão dos jovens sobre o envelhecimento; tipo de estereótipos; influência dos estereótipos nas relações.

Procedimento

Tendo em conta a situação pandémica atual, foi acordado com os participantes uma data para a realização da entrevista individual através de videochamada, com recurso à plataforma Zoom, seguindo o guião da entrevista previamente elaborado.

Todos os processos éticos foram considerados e antes de se iniciar a entrevista foi lido e enviado o consentimento assinado, o qual posteriormente foi devolvido devidamente assinado. Desta forma, o participante declarou que foi informado de todos os pormenores relativos à realização do estudo, autorizando a gravação da entrevista em formato áudio, para posteriormente ser transcrita com o objetivo de recolha e tratamento de dados unicamente utilizadas para fins de investigação no presente estudo. Após terminar a recolha de dados, procedeu-se à transcrição na íntegra das entrevistas e à primeira leitura flutuante. Os dados foram analisados com recurso à análise de conteúdo, sendo construídas categorias e subcategorias. Para o tratamento de dados recorreu-se ao software NVivo 11®.

Resultados

A validade dos resultados permite uma descrição detalhada de todo o processo de investigação, mantendo proximidade com o discurso dos participantes. Surgiram no discurso dos entrevistados três grandes temas: (1) perceção sobre a velhice; (2) perceção sobre os estereótipos; e (3) perceção sobre as relações intergeracionais. Estes temas dividiram-se em diversas categorias e subcategorias, dando origem ao sistema geral de categorias.

Perceção sobre a velhice

Através da categoria velhice, pretendeu-se explorar de que forma os jovens descreviam um adulto mais velho e qual a sua perceção geral associada. Fomos capazes de compreender que, para estes jovens, as principais características são a idade e as mudanças físicas. Relativamente às características da velhice, é dada principal relevância às características físicas e biológicas, seguidas de características psicológicas e características sociais. É também importante mencionar que, segundo os entrevistados esta sua perspetiva é partilhada com outros jovens. Por outro lado, dividem-se na conotação emocional transmitida (conotação emocional positiva; conotação emocional negativa). Verificou-se também que a influência da família se refletia na perceção que os entrevistados tinham sobre a pessoa idosa (Quadro 2).

Os participantes consideram que a maioria dos idosos vive na sua própria casa ou em ERPI. Sobre atividades e produtividade, valorizaram as tarefas domésticas, seguindo-se a inatividade, ideia de vazio. Consideraram também que a nível de produtividade existe ainda capacidade, comparando imediatamente com a perspetiva de incapacidade. Estes jovens entenderam que os mais velhos são mais preocupados que os jovens e que estas preocupações seriam principalmente com a família.

Quadro 2 Enunciados sobre Velhice e nº de referências nas entrevistas 

Perceção sobre os estereótipos

Com objetivo de perceber a visão dos jovens acerca da marginalização pela idade, esta categoria pretendeu codificar qual o tipo de marginalização percebida (ou não) dos jovens, bem como os contextos em que surge. As entrevistas demonstraram a marginalização percebida, principalmente em contexto social. Quando questionado o tipo de grupo social que mais tinha este tipo de atitudes de marginalização, os entrevistados fizeram maior referência à marginalização pelos jovens.

Fazia sentido, compreender de que forma os participantes percebiam esta fase do desenvolvimento, sendo que foi clara a noção de heterogeneidade na velhice. Nas entrevistas percebeu-se também que o principal fator que levou estes jovens a ter esta perceção prende-se com a mentalidade do idoso.

Pretendendo compreender o conhecimento dos jovens sobre o conceito de idadismo foi possível perceber o desconhecimento do mesmo. Percebeu-se também que os jovens reconhecem um comportamento diferente perante os idosos, tanto positivo e de respeito, como negativo. Os entrevistados reconhecem ainda que existe diferença na forma de comunicar com as pessoas idosas. Compreendeu-se que, para estes jovens, esta fase da vida correspondente à velhice é marcada como solitária, por ausência de rede social e por opção da família. Foi caracterizada ainda como uma fase da vida triste (Quadro 3).

Quadro 3 Enunciados sobre Estereótipos e nº de referências nas entrevistas 

Perceção sobre as relações intergeracionais

Neste tema emergiu uma categoria altamente relevante demonstrando a distância geracional presente, justificadas pelas diferenças de grupo geracional e do avanço tecnológico. Por outro lado, reconhecem os benefícios do convívio intergeracional (Quadro 4).

Quadro 4 Enunciados sobre Relações Intergeracionais e nº de referências nas entrevistas 

Discussão

Segundo Dias et al. (2013), o envelhecimento engloba vários fatores relacionados com: saúde física, saúde mental, família, vida diária, vida social e dependência económica. Posto isto, a leitura integrada dos resultados à luz da literatura, irá permitir dar resposta às questões de investigação colocadas. Ficou claro que os discursos não apresentaram grandes oscilações na narrativa partilhada.

Questão 1. Como é que os jovens percecionam/veem os mais velhos?

Surgiram vários tipos de perceções de naturezas diferentes, estando relacionadas com as seguintes categorias: (1) velhice; (2) características da velhice; (3) habitação; (4) atividades e produtividade e (5) preocupação.

Na categoria velhice foram identificadas como subcategorias a idade, as mudanças físicas, a mentalidade, a doença. Percebeu-se que na subcategoria mudanças físicas os entrevistados evidenciaram as alterações no corpo e nas capacidades de cada pessoa, sendo relevantes para definir uma pessoa idosa. Segundo Faller e colaboradores (2015), de uma forma geral, a perceção da velhice está associada a perdas, a doenças e incapacidades. Assim, com o avançar da idade a pessoa vai ficando mais frágil enquanto corpo físico (Pimentel et al., 2016).

No que diz respeito à subcategoria mentalidade, os entrevistados expressaram que “ser idoso” depende da forma de pensar de cada um e consequentemente no tipo de mentalidade que cada possui. Para Santos (2013), cada indivíduo tem responsabilidade na forma como vai envelhecendo, existindo desta forma muitos modos de envelhecer.

Relativamente à categoria construída com as características da velhice, atribuídas pelos jovens às pessoas mais velhas, destacam-se as características biológicas/físicas, sendo que também foram ainda mencionadas características sociais e as características psicológicas.

Verificou-se assim que na subcategoria características biológicas/físicas, os entrevistados nomearam várias características relativas a aspetos físicos, como cabelos brancos e rugas, mas também relevaram características a nível de fragilidades físicas como é o caso do uso de bengala, os ossos mais frágeis ou a incapacidade de fazer certas atividades. Segundo Santos e colaboradores (2011), nas imagens construídas por jovens sobre as pessoas mais velhas existe a prevalência de perdas nas atividades corporais, mas também incapacidade e fragilidade. Para Rosa (2012), a visão negativa associada aos mais velhos está associada a sinais de deterioração física dando a ideia de que este fator ganha mais importância nesta fase da vida da pessoa.

No que concerne à subcategoria características sociais, os entrevistados fizeram referência ao facto de os mais idosos não entenderem ou compreenderem as gerações mais novas por terem vivido numa época diferente. Por outro lado, existe também a referência a serem pessoas que, por terem vivido muitos anos, possuem mais conhecimentos/cultura. Importa refletir a partir deste ponto que quando falamos de envelhecimento, segundo Rosa (2012), devemos ter em mente duas direções diferentes: o envelhecimento individual e o envelhecimento coletivo. Focando no envelhecimento individual, este separa-se em dois conceitos: o envelhecimento cronológico (que faz parte do processo de desenvolvimento do ser humano) e o envelhecimento biopsicológico (vivido por cada indivíduo de forma diferente). Neste último o conceito de envelhecimento é visto como um acontecimento que depende de pessoa para pessoa. Depende da sua vivência, dos seus hábitos e estilos de vida, das suas condicionantes genéticas e também da própria sociedade a que o individuo pertence (Rosa, 2012).

Na subcategoria características psicológicas, segundo os entrevistados, as pessoas idosas possuem conhecimento que podem transmitir aos outros, no entanto, depende de cada pessoa e da sua mentalidade. De acordo com Rosa (2012), antigamente os mais velhos estavam associados a pessoas que carregavam consigo muitas experiências e sabedoria e do qual podiam transmitir às gerações mais novas. Atualmente a velhice é vista como um privilégio de chegar a idades avançadas. Desta forma a velhice acaba por ser uma etapa que é só valorizada pela idade e não pelo que pode transmitir com o seu conhecimento e sabedoria (Teixeira et al., 2015).

No que diz respeito à perceção partilhada os entrevistados afirmaram que outros jovens têm a mesma opinião que eles relativamente às pessoas mais velhas, sendo que esta perceção parece estar associada ao exemplo dos avós. Segundo Andrade (2014), os jovens possuem uma perspetiva sobre o idoso que abrange o lado positivo o negativo; os jovens olham para os idosos como pertencentes a uma fase da vida que por um lado carrega ganhos (como a experiência e a sabedoria), mas também carrega perdas (como a doença e a incapacidade).

Percebeu-se ainda, no decorrer das respostas, a forma como o fator emocional positivo ou negativo se refletia nas afirmações transmitidas. Na subcategoria emocional positiva, os entrevistados referem-se aos idosos como sendo pessoas pelo qual possuem carinho, fazendo referência à imagem que tem sobre os avós. Tal como afirma Santos e colaboradores (2011), o jovem tem uma visão sobre a pessoa idosa muito influenciada pela imagem que eles têm da pessoa de referência para eles. Esta pessoa é na sua maioria o avó/avô e a sua convivência com estas figuras da família faz com que os jovens desenvolvem a sua visão sobre os mais velhos com base nestas pessoas que fazem parte do seu dia-dia. Por outro lado, existe também a conotação emocional negativa, onde podemos perceber que os entrevistados referem falta de paciência para os mais velhos e mencionam uma postura inadequada. Segundo Bytheway (2011), os discursos das pessoas e a rejeição da pessoa idosa estão presentes na sociedade atual, uma vez que “velho” remete o pensamento para algo que faz lembrar de uma forma perturbadora a morte.

No que concerne à subcategoria satisfação com a vida passada, os entrevistados evidenciam os conhecimentos e as aprendizagens que as pessoas idosas possuem, mas também o facto de se prenderem com o que faziam quando eles eram jovens, valorizando assim o passado. Segundo Moliner e Vidal (2003), os idosos são caracterizados como experientes e sábios. Para Torres (2010), os jovens (adolescentes) quando pensam em idosos remetem-nos para três conceitos: reforma, sabedoria e experiência. Os idosos podem também possuir competência associadas à experiência de uma vida, tais como lealdade, compromisso, liderança e experiência acumulado (Teixeira e Andrade, 2020).

Passado à categoria da habitação, que na visão dos jovens os idosos possuem, emergiram as seguintes subcategorias: casa, ERPI e casa com a sua família. Surge assim a ideia de que os idosos vivem mais nas suas próprias casas e os entrevistados percecionam esta casa como um lugar de conforto e paz. Referenciam ainda que existem idosos que vivem em ERPI’s, sendo estes lugares uma opção quando a família já não consegue cuidar ou não está presente. Desta forma percebeu-se como os jovens percecionam o local onde habitam os mais velhos, que comparativamente com os dados retirados do Instituto Nacional de Estatística, em 2011 apenas 3,5% da população com 65 e mais anos vive em instituições de apoio social, isto é, em estruturas residenciais para idosos, os lares. Entre 2001 e 2011, segundo o Instituto Nacional de Estatística, o número de pessoas idosas a viver sozinhas, ou exclusivamente com outras pessoas com 65 ou mais anos, corresponde a um aumento de cerca de 27%. Foi ainda mencionado por alguns entrevistados que é positivo para as pessoas mais velhas viverem em suas casas junto com a família. Segundo Cupertino e colaboradores (2007), a envolvência da pessoa idosa com a família é positiva uma vez que a rede da família é um suporte e um apoio para a pessoa idosa.

Por sua vez, na categoria referente às atividades, os entrevistados fazem referência ao facto de as pessoas mais velhas se dedicaram as tarefas domésticas, como cuidar da casa e da horta/jardim. Segundo Cupertino e colaboradores (2007), para os idosos a sua saúde física está relaciona com a capacidade de realizar as suas atividades de vida diária. Para Aerosa (2004) existe a ideia de que o idoso só é feliz se for ativo e se atualizar a nível do quotidiano e conseguia acompanhar os interesses da família. Como atividades de maior interesse para os idosos, Lima e colaboradores (2004) destacam atividades relacionas com a igreja, ver televisão e ouvir radio.

Passando agora para a categoria da produtividade, os entrevistados não concordaram com a ideia de que os idosos são inativos ou pouco produtivos. Revelam que os idosos são pessoas que possuem capacidades. Fernandes-Eloi e colaboradores (2019) afirmam que o preconceito contra idosos está presente nas sociedades ocidentais e no mundo laboral. As pessoas mais velhas são vistas como ultrapassadas, pouco competentes e menos flexíveis no que diz respeito ao trabalho. Não é pelo facto de a pessoa estar na fase da velhice que deixa de ter capacidades e de conseguir cuidar e zelar pela sua própria vida (Pimentel et al., 2016). Os entrevistados fizeram ainda referência ao facto de uma das causas da pessoa ser ou não produtiva está relacionado com as características pessoais de cada um e não ao facto de ser idoso. Por outro lado, ainda na categoria da produtividade, os entrevistados referiram como causa das incapacidades, fatores como as doenças e a perda de mobilidade por terem idades avançadas. Este estigma está muito presente na sociedade, uma vez que esta encara as pessoas mais velhas considerando apenas a aparência física (Faller et al., 2015).

Por fim, na categoria da preocupação, foi referido que os mais velhos têm mais preocupações do que os mais novos. A concordância nesta subcategoria surge no facto de as preocupações dos jovens e as preocupações das pessoas mais velhas serem percebidas como de natureza diferente de entre as preocupações mencionadas, a mais referida foi a preocupação com a família. Para Dias e Silva (2001), os avós são os principias agentes de socialidade para as crianças, logo a seguir aos pais, contribuindo estes com uma grande fatia da sua relação familiar. Segundo Lima e colaboradores (2004), dentro das preocupações que os idosos referem, a que se destaca é a preocupação relaciona com a própria saúde, seguindo de preocupações de cariz financeiro; estas foram pouco identificadas/percecionadas pelos jovens entrevistados. Também foi mencionado pelos entrevistados a sobrevalorização da preocupação, afirmando que os mais velhos por vezes se preocupam com coisas, que na opinião dos entrevistados, são desnecessárias.

Questão 2. Quais as crenças/ideias que os jovens têm acerca dos mais velhos?

Pretendeu-se explorar as ideias que os jovens desenvolveram sobre pessoas mais velhas e os estereótipos identificados. Assim surgiram quatro categorias, sendo elas a (1) marginalização, a (2) heterogeneidade, o (3) idadismo e a (4) fase da vida da pessoa idosa.

Os entrevistados expressaram a opinião que tinham sobre a marginalização dos mais velhos. Afirmaram que os mais velhos são marginalizados pela sociedade, sendo notório entre os entrevistados que a marginalização nas pessoas mais velhos é uma realidade, sendo a marginalização percebida mais mencionada. Segundo Rocha Silva (2017), associa-se à marginalização a ideia de que o idoso é incapaz e pouco produtivo, acrescentando a ideia de doença. Para os entrevistados esta marginalização acontece mais em contexto social, existindo pouca referência à marginalização em contexto familiar. A marginalização, apesar de ser algo coletivo, pode intensificar-se com as atitudes de cada pessoa de forma individual (Almeida & Lourenço, 2009). Para os entrevistados, a marginalização contra as pessoas mais velhas surge nos jovens e nos adultos, sendo que a marginalização por parte dos jovens mais vezes referida. Segundo Ferreira-Alves e Novo (2006), em Portugal, os idosos sentem que a discriminação com base na idade faz parte do quotidiano, referindo aqueles autores que grande já viveram atitudes discriminatórias.

Na categoria referente à heterogeneidade da pessoa idosa, todos os entrevistados concordaram que a pessoa mais velha não partilha características estanques com a sua faixa etária. Segundo Barata (2011), as pessoas mais velhas não são todas iguais, até porque à medida que se envelhece, cada pessoa torna-se mais única e com características cada vez mais específicas. É o acumular de acontecimentos de vida que torna as pessoas diferentes, incluindo ainda a maneira como cada pessoa se adapta às mudanças que vai vivenciando. Dentro desta categoria emergiram como subcategorias a mentalidade e a experiência de vida, com um intuito de justificar o motivo de as pessoas idosas serem diferentes umas das outras.

A nível da categoria relacionada com o idadismo, pode-se verificar que nenhum dos entrevistados ouviu falar em nenhum estereótipo específico da idade, sendo o conceito idadismo desconhecido para os mesmos. Pode-se também verificar que os entrevistados quando lidam com pessoas mais velhas optam por um comportamento diferente, sendo a forma de comunicar um tipo de comportamento referido. Segundo Loewenhaupt e Iglesias (2018), o preconceito poderá influenciar o comportamento das pessoas, levando a que tenham determinadas atitudes e que, depois, originem diferentes opiniões de pessoa para pessoa. Para os entrevistados este comportamento diferenciado com as pessoas mais velhas parece ter tanto um cariz positivo, como negativo. Segundo Villas-Boas e colaboradores (2017), os estereótipos negativos mais atribuídos pelos jovens aos idosos são: mente fechada, inativos, solidários, críticos e intolerantes. Já os estereótipos positivos são: disponíveis, bons ouvintes, calmos, com sabedoria e experiência de vida e ativos. Importa referir ainda que, segundo os entrevistados a forma como os jovens lidam com as pessoas mais velhas parece estar ligada ao respeito que os jovens possuem sobre a terceira idade. Segundo Barros (2019), os netos descrevem a relação que tem com os avós como uma relação onde existe amor incondicional, respeito, amizade e confidência. Por outro lado, os avós e netos, tem formas diferentes de ver as relações, muito também graças à distância da fase de vida em que cada geração se encontra.

Por fim, surge a categoria relacionada com a fase da vida, onde os entrevistados referiram maior número de aspetos negativos do que positivos. A ausência de rede social foi o aspeto mais referido pelos participantes. Diretamente relacionado foi referida também a solidão. Para alguns participantes estes aspetos negativos parecem estar ligados à opção da família. Os entrevistados também referenciam que era uma fase da vida triste. Como descrito no livro de Ana Catarina André, ‘Os pombos da senhora Alice’, o afastamento das relações entre os mais jovens e os idosos dentro das próprias famílias leva a que na sociedade em geral os mais jovens também mantenham o distanciamento com as gerações mais velhas, como se se tratasse de um comportamento ‘espelho’ (APAV, 2020). Segundo Villas-Boas e colaboradores (2017) existem várias razões para tal facto acontecer. Entre elas as mudanças nas famílias ou as mudanças dos papéis sociais. Por outro lado, alguns dos entrevistados referenciaram a presença da família como fator fundamental para o bem-estar das pessoas mais velhas. Segundo Cupertino e colaboradores (2007), a envolvência da pessoa idosa com a família é positiva uma vez que a rede da família é um suporte e um apoio para a pessoa idosa.

Questão 3. Que influência têm os estereótipos idadistas nas relações intergeracionais?

Procurou-se perceber de que forma os estereótipos idadistas influenciavam as relações entre as duas gerações, segundo a visão dos jovens. Verificou-se que grande parte dos entrevistados referiu que o distanciamento geracional estava muito presente na sociedade. Segundo Vieira e Pimentel (2016), a ligação entre os jovens e as pessoas mais velhas muitas vezes advém da falta de frequência do contacto entre as gerações em espaços comuns e em contextos sociais semelhantes.

Na sua maioria, os entrevistados referiram que tal distanciamento acontece devido ao avanço tecnológico que faz com que esta distância ganha maior repercussão. Segundo Martins e Santos (2008), as tecnologias recentes e por sua vez a dificuldade de adaptação a estas tecnologias, que estão sempre em constante mudança, faz com que exista uma maior dificuldade de aproximação social, incluindo entre estas duas gerações. Foi também referida como causa desse distanciamento a diferença de mentalidades de ambas as gerações; e a importância das pessoas se identificam mais com o grupo da sua idade sendo identificada as diferenças de grupo geracional. Segundo Peixoto (2015), os avós e netos têm formas diferentes de ver as relações, muito também graças à distância da fase de vida em que cada geração se encontra. Para Villas-Boas e colaboradores (2017), a separação das gerações é uma realidade cada vez mais presente nas sociedades contemporâneas e um dos motivos principais para isso acontecer é a falta de conhecimento entre as gerações. Esta falta de conhecimento leva, por sua vez, ao aumento de atitudes negativas.

Os entrevistados referiram ainda que existem benefícios no convívio intergeracional para ambas as gerações, pela partilha de conhecimentos, sendo importante para o bem-estar das pessoas mais velhas. Segundo Goldani (2010), a passagem de conhecimento e de educação por parte das várias gerações é um elemento fundamental para a ligação das várias gerações, acabando por dar novas oportunidade de aprendizagens. Para os mais velhos, existe a oportunidade de se sentirem úteis ao passarem os seus conhecimentos, os seus saberes e o papel de estarem a ensinar algo. Para os mais jovens, existe a oportunidade de lidar com a geração mais velha, desmitificar os estereótipos que tinham dos mais velhos como sendo pessoas incapazes e sem valor (Pimentel et al., 2016).

Assim, compreende-se que os resultados obtidos nesta investigação vão ao encontro do que é encontrado na literatura. Através das respostas dos entrevistados, foi possível perceber que os estereótipos negativos mais presentes são de cariz psicólogo e físico.

Concluindo, percebemos limitações como: guião de entrevista semiestruturado de naturezas distintas; número reduzido de entrevistados; pelo contexto pandémico, as entrevistas foram online, dificultando a interpretação do não verbal e o controlo de variáveis contextuais. Procurámos colmatar estes fatores através do rigor na recolha de dados com a investigadora principal, mantendo boa ligação de internet e garantindo flexibilidade na duração da entrevista. Será interessante explorar este tema com uma amostra mais heterogénea a nível de participantes, por exemplo no que diz respeito ao contacto com a geração mais velha.

Contribuição dos autores

Sofia Medeiros: Redação - revisão e edição; Análise formal; Metodologia; Software

Jennifer Pereira: Redação do rascunho original; Investigação

António Fonseca: Redação - revisão e edição; Supervisão; Validação

Referências

Almeida, T., & Lourenço, M. L. (2009). Reflexões: conceitos, estereótipos e mitos acerca da velhice., Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano 6(2), 233-244. https://doi.org/10.5335/rbceh.2012.171 [ Links ]

Andrade, D. A. D. (2014). Representações sociais de velhice por diferentes grupos etários: Analisando estruturas e processos (Tese de Mestrado, Universidade Federal de Pernambuco). [ Links ]

APAV (2020). Relatório Portugal Mais Velho - por uma sociedade onde os direitos não têm idade. APAV. [ Links ]

Areosa, S. V. C. (2006). O que pensam as mulheres e os homens idosos sobre o seu envelhecimento?. Textos e Contextos (Porto Alegre ), 3(1), 1-13. Recuperado de https://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/fass/article/view/978Links ]

Barata, A. I. (2011), Castelo Branco XXI: proposta de plano de ação gerontológico. (Dissertação de Mestrado em Política Social, Universidade Técnica de Lisboa). [ Links ]

Barros, K. C. D. (2019). Oficinas pedagógicas para comunicação intergeracional entre idosos e jovens. (Tese de Mestrado em Gerontologia, Universidade Federal da Paraíba). [ Links ]

Bytheway, B. (2011). Unmasking age: The significance of age for social research (1st ed.). Bristol University Press. https://doi.org/10.2307/j.ctt9qgkqj [ Links ]

Cupertino, A. P. F. B., Rosa, F. H. M., & Ribeiro, P. C. C. (2007). Definição de envelhecimento saudável na perspetiva de indivíduos idosos. Psicologia: reflexão e crítica, 20, 81-86. https://doi.org/10.1590/S0102-79722007000100011 [ Links ]

Dias, D. D. S. G., da Silva Carvalho, C., & de Araújo, C. V. (2013). Comparação da perceção subjetiva de qualidade de vida e bem-estar de idosos que vivem sozinhos, com a família e institucionalizados. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 16(1), 127-138. https://doi.org/10.1590/S1809-98232013000100013 [ Links ]

Dias, C. M. S. B. & Silva, D. V.(2001). Os avós na perspectiva dos netos adolescentes: um estudo qualitativo. In T. Feres-Carneiro (Org), Casamento e família, do social à clínica (pp. 53-66). Ed. Nau. [ Links ]

Faller, J. W., Teston, E. F., & Marcon, S. S. (2015). A velhice na percepção de idosos de diferentes nacionalidades. Texto & Contexto Enfermagem, 24(1), 128-137. https://doi.org/10.1590/0104-07072015002170013 [ Links ]

Fernandes-Eloi, J., Dias, M. D. F., Nunes, T. R. T., & de Sousa Silva, A. M. (2019). Afetos e percepções de idosos universitários acerca do mercado de trabalho na velhice. Revista Kairós: Gerontologia, 22(1), 249-271. http://dx.doi.org/10.23925/2176-901X.2019v22i1p249-271 [ Links ]

Ferreira-Alves, J., & Novo, R. F. (2006). Avaliação da discriminação social de pessoas idosas em Portugal. International Journal of Clinical and Health Psychology, 6(1), 65-77. Disponível em https://www.redalyc.org/pdf/337/33760105.pdfLinks ]

Fonseca, A. M. (2016). Fundamentos psicológicos para um envelhecimento ativo. In L. Pimentel, S. M. Lopes, & S. Faria (Orgs). Envelhecendo e Aprendendo: Aprendizagem ao Longo da Vida no Processo de Envelhecimento Ativo (pp. 19-44). Coisas de Ler [ Links ]

Goldani, A. M. (2010). Desafios do "preconceito etário" no Brasil. Educação & Sociedade, 31(111), 411-434. https://doi.org/10.1590/S0101-73302010000200007 [ Links ]

Hoffmann, V. E., & Farias, J. S. (2018). Saturação teórica em pesquisas qualitativas: relato de uma experiência de aplicação em estudo na área de administração. Revista de Ciências da Administração, 20(52), 40-53. https://doi.org/10.5007/2175-8077.2018V20n52p40 [ Links ]

Lima Argimon, I. I., Stein, L. M., de Freitas Xavier, F. M., & Trentini, C. M. (2004). O impacto de atividades de lazer no desenvolvimento cognitivo de idosos. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, 1(1), 38-47. https://doi.org/10.5335/rbceh.2012.43 [ Links ]

Loewenhaupt, R. R. S., & Iglesias, F. (2018). Perspectivas da Cognição Social Implícita para Redução do Preconceito. Negócios em projeção, 9(1), 278-286. [ Links ]

Marques, A. P. D. S. (2016). A discriminação na velhice: a infantilização da pessoa idosa. (Tese de Mestrado, Instituto de Serviço Social, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias). [ Links ]

Martins, S. M. F. (2013). A idade dos afetos: avaliação de necessidades de contacto intergeracional na Aldeia de Santa Isabel (Santa Casa da Misericórdia de Lisboa). (Tese de Mestrado, Escola de Ciências Sociais e Humanas, Departamento de Psicologia Social e das Organizações, Instituto Universitário de Lisboa). [ Links ]

Martins, R. M. L., & Santos, A. C. A. (2008). Ser idoso hoje. Millenium, (35), 1-8. Retrieved from https://revistas.rcaap.pt/millenium/article/view/8305Links ]

Moliner, P., Vidal, J. (2003). Stéréotype de la catégorie et noyau de la représentation sociale. Revue Internationale de Psychologie Sociale, 16(1), 157-176. [ Links ]

Nelson, T. D. (2006). The psychology of prejudice. Pearson Allyn and Bacon. [ Links ]

Neves, C. F. O. (2012). Estereótipos sobre idosos: representação social em profissionais que trabalham com a terceira idade. (Tese de Mestrado, Universidade da Beira Interior). [ Links ]

Palmore E. (2001). The ageism survey: first findings. The Gerontologist, 41(5), 572-575. https://doi.org/10.1093/geront/41.5.572 [ Links ]

Peixoto, R. (2015) A relação entre avós e netos. Efeitos no desenvolvimento vocacional, na construção de significados de trabalho e no auto-conceito académico dos netos. (Tese de Doutoramento, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto). [ Links ]

Pimentel, L., Lopes, S. M., & Faria, S. (2016). Envelhecendo e Aprendendo: A Aprendizagem ao Longo da Vida no Processo de Envelhecimento Ativo. Coisas de Ler. [ Links ]

Rosa, M. J. V. (2012). O envelhecimento da sociedade portuguesa. Fundação Francisco Manuel dos Santos. [ Links ]

Rocha Silva, J. (2017). As relações entre o idoso e a eja: um processo de exclusão e inclusão. Revista Científica Educ@ção, 1(2), 265-282. [ Links ]

Santos, I. S. D. (2013). Envelhecimento ativo e características de personalidade em idosos portugueses. (Tese de Mestrado, Faculdade de Educação e Psicologia, Universidade Católica Portuguesa). [ Links ]

Santos, V. B. D., Tura, L. F. R., & Arruda, A. M. S. (2011). As representações sociais de pessoa velha construídas por adolescentes. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 14, 497-509. https://doi.org/10.1590/S1809-98232011000300010 [ Links ]

Silva, D. S. P. (2011). Solidariedade familiar intergeracional de adultos emergentes: análise da relação entre o apoio prestado e antecipado a pais e avós e variáveis demográficas e psicológicas. (Tese de Mestrado, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Universidade do Porto). [ Links ]

Teixeira, R. M., & de Andrade, V. L. P. (2020). O idoso na busca por um lugar no mercado de trabalho. Cadernos de Psicologia, 1(2), 515-536. [ Links ]

Teixeira, S. M., Marinho, F. X. S., Júnior, D. D. F. C., & Martins, J. C. (2015). Reflexões acerca do estigma do envelhecer na contemporaneidade. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 20(2), 503-515. https://doi.org/10.22456/2316-2171.45346 [ Links ]

Torres, T. L. (2010). Pensamento social sobre envelhecimento, idoso e rejuvenescimento para diferentes grupos etários. (Tese de Doutoramento, Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Psicologia). [ Links ]

Vieira, M. & Pimentel, L. (2016). Relações intergeracionais: a arte de envelhecer aprendendo com os jovens. In Pimentel, L., Lopes, S. M., & Faria, S. (Orgs). Envelhecendo e Aprendendo: A Aprendizagem ao Longo da Vida no Processo de Envelhecimento Ativo (pp. 165-194). Editora Coisas de Ler [ Links ]

Villas-Boas, S., Ramos, N., Amado, J., Oliveira, A. L. D., & Montero, I. (2017). A redução de estereótipos e atitudes negativas entre gerações: o contributo da educação intergeracional. Laplage em Revista, 3, 206-220. http://dx.doi.org/10.24115/S2446-6220201733365p.206-220 [ Links ]

Recebido: 29 de Março de 2022; Aceito: 22 de Maio de 2023

Autor de Correspondência: Sofia Medeiros (sofiamedeiros.psi@gmail.com)

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons