SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.8 issue3Physical activity and quality of life of Brazilian elderly women from Florianópolis city, BrazilTimes of exclusion, elimination and destruction author indexsubject indexarticles search
Home Pagealphabetic serial listing  

Services on Demand

Journal

Article

Indicators

Related links

  • Have no similar articlesSimilars in SciELO

Share


Revista Portuguesa de Ciências do Desporto

Print version ISSN 1645-0523

Rev. Port. Cien. Desp. vol.8 no.3 Porto Dec. 2008

 

Percursos alternativos – o Parkour enquanto fenómeno (sub)cultural

 

Rui Gonçalves de Carvalho

Ana Luísa Pereira

 Universidade do Porto, Faculdade de Desporto, Portugal

 

 

RESUMO

Com este trabalho, propusemo-nos analisar um grupo de praticantes de parkour para tentar entender se se constituem, ou não, como parte de uma subcultura. Recorremos à observação participante como meio de obter a informação que necessitávamos, complementando com entrevistas semi-estruturadas. Os dados daqui recolhidos foram submetidos à análise de conteúdo, da qual surgiu o nosso sistema categorial. Este foi constituído pelas seguintes categorias: i) Ideologia, ii) Resistência Social, iii) Construção da identidade, iv) Simbologia e estética, v) Independência face ao espaço global e vi) Relação com o espaço de prática. Como principais conclusões, podemos dizer, que no parkour encontrámos uma identidade própria; um carácter de resistência social que se manifesta especialmente na luta por um espaço de expressão; uma dinâmica de grupo com normas e valores próprios; uma estética relacionada, com a forma como o espaço é explorado e com a funcionalidade do vestuário; um afastamento face à evolução do panorama global e, uma nova forma de relação com o espaço urbano.

Palavras-chave: parkour; free-running, subcultura, desportos alternativos urbanos

 

 

ABSTRACT

Alternative paths – the parkour as a (sub)cultural phenomenon

Through this work, we proposed to analyse a group of urban alternative sports participants to try to understand if they are, or not, a part of a subculture. Our data was collected throughout participant observation as a means to obtain the information and was complemented with semi-structured interviews. These data were submitted to content analysis, from which resulted our categorical system. The categories for analysis were: i) Ideology; ii) Social Resistance; iii) Identity construction; iv) Symbology and aesthetics; v) Independency from global space and vi) Relationship with space of practice. We concluded that parkour has a unique ideology; a group dynamics with it’s own rules and conducts; an aesthetic related to the way it explores the space of practice on one hand, and with functionality of the clothes worn, on the other hand, a sense of independence towards the evolution of the global scene; and a new way of relating to urban space.

Key-words: parkour; free-running; subculture; urban alternative sports

 

 

Texto completo disponível apenas em PDF.

Full text only available in PDF format.

 

 

Referências bibliográficas

1. Bardin L (1977). Análise de conteúdo. Edições 70, Lisboa        [ Links ]

2. Beal B (1995). Disqualifying the Official - an Exploration of Social Resistance through the Subculture of Skateboarding. Sociol Sport J 12: 252-267

3. Bennett A (1999). Subcultures or neo-tribes? Rethinking the relationship between youth, style and musical taste. Sociology 33: 599-617

4. Brake M (1985). Comparativeyouth culture. Routledge & Kegan Paul, London

5. Burgess R (1997). A pesquisa no terreno. Uma introdução. Celta Editora, Oeiras

6. Butts L (2001). Good the last drop. Understanding surfers' motivations. SOSOL Sociology of Sport Online 4: [http://physed.otago.ac.nz/sosol/v4i1/v4i1butt.htm]

7. Camy J, Adamkiewics E, Chantelat P (1993). Sporting Uses of the City: Urban Anthropology Applied to the Sports Practices in the Agglomeration of Lyon. International Review for the Sociology of Sport 28: 175-185

8. Haupt A (1996). Notions of rupture (or noise) in subculture. In: Inter Action 4 Proceedings of the Fourth Postgraduate Conference, Bellville. UWC Press, pp 64-67

9. Hebdige D (1979). Subcultures: The meaning of style. Methuen, London

10. Humphreys D (1997). 'Shredheads go mainstream'? Snowboarding and alternative youth. Int Rev for Soc of Sport 32: 147-160

11. Hunter J (2002). Flying-through-the-air Magic's: skateboarders, fashion and social. Shefield Online Papers in Social Research

12. Karsten L, Pel E (2000). kateboarders exploring urban public space: Ollies, obstacles and conflicts. Journal of Housing and the Built Environment 15: 327-340

13. Kiewa J (2001). Control over self and space in rockclimbing. Journal of Leisure Research 33: 363-382

14. Kiewa J (2002). Traditional climbing: metaphor of resistance or metanarrative of oppression? Leisure Studies 21: 145-161

15. Lopes J (2000) A Cidade e a Cultura. Um estudo sobre práticas culturais urbanas. Edições Afrontamento, Porto

16. Maffesoli M (2004). Société ou communauté. Tribalisme et sentiment d'appartenance. Corps et Culture

17. Muggleton D (2005). From classlessness to clubculture. A genealogy of post-war British youth cultural analysis. Young Nordic Journal of Youth Research 13: 205-219

18. Pais J (1996). Culturas Juvenis. Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Lisboa

19. Pais J (2005). Jovens e cidadania. Sociologia, Problemas e práticas 2005: 53-70

20. Ruquoy D (1997). Situação de entrevista e estratégia do investigador. In: L. Albarello et al (ed) Práticas e métodos de investigação em Ciências Sociais. Gradiva, Lisboa, pp 84-116

21. Simões J (2001). Globalização e consumo. Reavaliando o conceito de audiência. O caso das (sub)culturas juvenis. In: F. Cádima, J. Rosa (eds) Revista de Comunicação e Linguagens - POP. Relógio D' Água, Lisboa, pp 77-106

22. Steyn D (2004). The Body in Public Culture: Skateboarder. Postamble 1: 12-18

23. Thornton S (1997). General introduction. In: K. Gelder, S. Thornton (eds) The subcultures reader. Routledge, London, pp 1-11

24. Vala J (1986) A análise de conteúdo. In: Santos Silva A, Madureira Pinto J (eds) Metodologia das Ciências Sociais. Edições Afrontamento, Porto, pp 101-128

25. Volosinov V (1973). Marxism and the Philosophy of Language. Seminar Press, New York

26. Williams J (2006). Authentic identities. Straightedge subculture, music, and the internet. Journal of Contemporary Ethnography 35: 173-200

27. Williams J (2007) Youth subcultural studies: sociological traditions and core concepts. Sociology Compass 1: 572-593

28. Willis P (1978) Profane Culture. Routledge & Kegan Paul., London

[i] Após comprarem as suas tábuas, estes praticantes, cobriam os logótipos das empresas fabricantes com autocolantes por eles criados, de forma a personalizar o seu skate e torná-lo menos “comercial”.

[ii] Suplemento do Jornal de Notícias e do Diário de Notícias Nº 737 de 09/07/2006

[iii] De 2006

[iv]Por exemplo, www.parkour.pr; www.parkourptcentro.net; FreeRunning.pt.vu; www.madeiraparkour.pt.vu/; http://vkpt.com.sapo.pt/, etc.

[v] Por exemplo, www.parkour.pt ou www.urbanfreeflow.com.

 

CORRESPONDÊNCIA

Ana Luísa Pereira

Faculdade de Ciências do Desporto e de Educação Física

Universidade do Porto, Portugal

R. Dr. Plácido Costa, 91

E-mail: analp@fade.up.pt