Luís Antero Reto^I; Bianor Scelza Cavalcanti^II

Se há uma dimensão que pode caracterizar este número da Revista Portuguesa e Brasileira de Gestão é a grande diversidade de temas, de níveis de análise e de metodologias utilizadas. Ao nível macro, destaca-se o texto na área da gestão pública sobre os desvios financeiros e temporais nas obras públicas em Portugal. A eficácia e a eficiência da utilização dos recursos públicos são hoje uma preocupação universal, pelo que esta temática deverá merecer uma atenção cada vez maior dos investigadores e académicos das áreas da gestão.

A um nível mais organizacional, poderá o leitor encontrar três temas igualmente atuais e pertinentes. Um estudo sobre a remuneração dos gestores nas empresas cotadas da BM&FBOVESPA, onde se constata que a discussão do capital é favorável para os gestores, dado que acontece onde o capital está mais concentrado ou é de natureza familiar. Um outro trabalho explora a capacidade de previsão de falências de empresas, através da aplicação do Modelo Logit, num setor de atividade industrial, e ainda a apresentação de metodologias para gestão de riscos nos estoques de combustíveis.

Uma análise de natureza interorganizacional é aplicada ao Polo Industrial de Manaus, explorando uma temática cada vez mais presente nas sociedades desenvolvidas – a responsabilidade social das empresas e a sua relação de competição ou de cooperação com as organizações sem fins lucrativos, também denominado de Terceiro Setor da economia.

Por fim, um texto dedicado à gestão de Recursos Humanos, onde se exploram as relações entre a prática organizacional e a saúde individual dos trabalhadores.

Esta edição disponibiliza, assim, um importante conjunto de trabalhos sobre a realidade portuguesa e brasileira, que demonstram bem a vitalidade da investigação no campo da gestão nos nossos dois países e também a amplitude de áreas que as ciências da gestão são hoje chamadas a estudar e teorizar.