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Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  no.50 Lisboa jun. 2016

 

POPULISMO E MIGRAÇÕES

 

A nova onda populista nos Estados Unidos

The New Populist wave in America

 

George Michael

Doutorado pela George Mason University’s School of Public Policy. Professor associado de Justiça Criminal na Westfield State University (Massachusetts). Foi professor associado Air War College (Montgomery, Alabama). É autor de diversos artigos em revistas académicas e de vários livros, sendo os mais recentes Lone Wolf Terror and the Rise of Leaderless Resistance (Vanderbilt University Press, 2012), Extremism in America (coordenador) (University Press of Florida, 2014), e Preparing for Contact: When Humans and Extraterrestrials Finally Meet (RVP Press, 2014).

 

RESUMO

O populismo tem raízes profundas na política americana. Na atual campanha presidencial dos Estados Unidos, duas encarnações do populismo completamente diferentes obtiveram simultaneamente um apoio generalizado. À esquerda, Bernie Sanders apela a um amplo segmento da chamada «Geração do Milénio», que atingiu a maioridade numa época de estagnação económica. À direita, Donald Trump reflete as preocupações de muitos americanos comuns sobre a imigração em massa, as políticas comerciais, os gastos federais e o terrorismo. Estas duas versões competitivas de populismo fazem adivinhar uma polarização assustadora na América. As consequências podem ser graves, tanto para os Estados Unidos como para o mundo que se tornou tão dependente da sua liderança desde o final da Guerra Fria.

Palavras-chave: Populismo, fascismo, extrema-direita, extrema-esquerda

 

ABSTRACT

Populism has a long history in American politics. In the current U.S. presidential campaign, two widely different incarnations of populism have gained widespread support at the same time. On the political left, Bernie Sanders champions redistributive economic policies that resonate with members of the millennial generation who feel left behind in the stagnating American economy. On the political right, Donald Trump voices the concerns that many ordinary Americans have over immigration, trade policies, federal spending, and terrorism. These two competing versions of populism could presage great divisiveness in America. And the consequences could be substantial for the world which has become so dependent on American leadership since the end of the Cold War.

Keywords: Populism, fascism, far right, far left.

 

O populismo tem raízes profundas na política americana, mas historicamente tem sido apenas episódico e não permanente. Curiosamente, na atual campanha presidencial dos Estados Unidos, duas encarnações do populismo completamente diferentes obtiveram simultaneamente um apoio generalizado. À esquerda, o candidato democrata Bernie Sanders apela a um amplo segmento da chamada «Geração do Milénio», que atingiu a maioridade numa época de estagnação económica. A sua proposta de políticas económicas redistributivas – incluindo cuidados de saúde universais e ensino superior gratuito – atraem jovens cujas oportunidades de vida parecem muito menos promissoras do que as dos seus pais. À direita, Donald Trump reflete as preocupações de muitos americanos comuns que temem que a imigração em massa, as políticas comerciais ruinosas, os gastos federais descontrolados e as aventuras militares além-fronteiras ameacem a própria existência da nação. O aparecimento simultâneo de duas linhas aparentemente díspares de populismo faz adivinhar uma polarização assustadora, que poderá conduzir a um amplo leque de consequências, tanto nos Estados Unidos como no exterior.

Em essência, o populismo é uma doutrina que apela aos interesses do «povo», ainda que este possa ser definido de forma mais ou menos abrangente. Os políticos populistas tentam alcançar diretamente as pessoas passando por cima dos pensadores das «elites» ou do «sistema». Ao articularem um programa político que faz sentido a muitas pessoas, procuram forjar uma nova consciência coletiva e construir uma ampla coligação que desafia o statu quo. Em primeiro lugar, o populismo é uma forma de organização política e não uma ideologia política independente das demais. Com efeito, variantes de populismo podem ser mobilizadas por vários credos políticos ao longo de todo o espectro político. A história do populismo nos Estados Unidos ilustra a sua diversidade ideológica.

 

A TRADIÇÃO POPULISTA NA AMÉRICA

Quando o termo populismo se tornou corrente pela primeira vez, referia-se a um movimento de agricultores de esquerda de finais do século XIX1. O Partido do Povo da década de 1890 era apoiado maioritariamente por agricultores pobres no Sul e no Oeste. Em 1896, o Partido Democrático apoiou o seu candidato presidencial, William Jennings Bryan. Embora este partido tenha durado pouco, desempenhou um papel importante enquanto força política de esquerda na política americana.

O Partido Anti-Maçónico do início do século XIX foi provavelmente o primeiro movimento populista de direita nos Estados Unidos. Este partido nasceu num clima de insatisfação e perturbação económica, numa altura em que uma economia agrária baseada em pequenos agricultores transitava para uma economia mais orientada para o comércio. Os antimaçónicos desconfiavam dos maçons, que assumiam um grande protagonismo no sistema americano da altura. Considerando esta sociedade secreta como um inimigo poderoso, os antimaçónicos sentiam-se como uma minoria combativa, cuja missão era divulgar a «verdade» que tinham descoberto2.

Seguir-se-iam outros movimentos populistas. Andrew Jackson, o décimo sétimo presidente dos Estados Unidos, cujo estilo estridente do populismo lhe rendeu o apelido de «Rei da Multidão», representava uma aliança constituída por brancos de classe baixa, agricultores do Sul e secções da elite do Norte. Na década de 1840, o movimento Know-Nothing surgiu como uma reação no contexto de um fluxo de imigração – essencialmente de irlandeses e católicos do Sul da Alemanha. Logo após a guerra civil americana, o movimento de vigilantes Ku Klux Klan surgiu em 1865, em Pulaski, no Tennessee, marcando o primeiro incidente de violência de direita em larga escala. Em 1915, o lançamento da aclamada longa-metragem de D. W. Griffith, O Nascimento de Uma Nação – que enalteceu o Ku Klux Klan da época da Reconstrução –, foi o catalisador para a segunda era do Klan, cuja filiação estimada alcançou entre três a seis milhões na década de 19203.

Na década seguinte, a dinâmica do fascismo na Europa continental inspirou movimentos semelhantes na América. O mais notável foi o do padre Charles Coughlin, cujos sermões na rádio atraíam milhões de ouvintes4. No Louisiana, Huey Long promoveu uma forma igualitária de populismo que continha temas de direita e de esquerda. Na verdade, o organizador nacional da sua Share our Wealth Society foi Gerald L. K. Smith, um importante ideólogo da direita e um orador eletrizante cuja carreira se estendeu até à década de 19705. Devido à sua associação com o nazismo e fascismo europeus, o populismo de extrema-direita foi marginalizado após a Segunda Guerra Mundial. Porém, o espectro do comunismo na década de 1950 proporcionou uma oportunidade para a extrema-direita voltar e recuperar a respeitabilidade sob a bandeira do mccarthismo. A John Birch Society via subversão comunista em praticamente toda a parte e procurou colocar os liberais, e a esquerda americana em geral, na defensiva6.

Durante a década de 1990, Ross Perot promoveu uma versão de populismo centrista. Os populistas de esquerda da atualidade, tais como os manifestantes do Occupy Wall Street, procuram um governo que crie uma rede de segurança, redistribua a riqueza de forma mais igualitária e contenha o poder das grandes empresas7. Em contraste, a versão de direita do populismo atual, do qual o Tea Party é o principal exemplo, vê o governo como o problema e não como a solução.

 

A ASCENSÃO DO TEA PARTY

As sementes do movimento Tea Party foram plantadas antes de 2009. A insatisfação com a presidência de George W. Bush e com um maior poder do Governo durante o seu mandato alienaram muitos eleitores conservadores8. Apesar de Bush ter prometido uma restrição da intervenção do Governo, acabou por presidir a um aumento significativo dos gastos federais, revertendo uma tendência que vinha do seu antecessor democrata Bill Clinton9. Depois da modesta campanha presidencial do senador John McCain (republicano do Arizona) em 2008, a direita parecia à deriva10. Em grande parte, a ascensão do Tea Party é sintomática de uma crise e de uma falta de ideias no Partido Republicano11.

Quando assumiu a presidência em janeiro de 2009, Barack Obama encetou uma agenda nacional ambiciosa orientada para relançar a economia dos Estados Unidos, que atravessava uma das piores recessões desde a Grande Depressão da década de 1930. A 17 de fevereiro de 2009, Obama assinou a Lei de Recuperação e Reinvestimento, que ficou conhecida como o «Pacote de Estímulo». No dia seguinte, anunciou o Plano de Acessibilidade e Estabilidade do Proprietário – um programa de 75 mil milhões de dólares destinado a conceder subsídios para que sete a nove milhões de famílias pudessem restruturar ou refinanciar os seus empréstimos de habitação, de forma a evitar o despejo12. Ainda que bem-intencionadas, estas metidas prepararam o terreno para uma reação. A faísca que acendeu o movimento surgiu a 19 de fevereiro de 2009, quando Rick Santelli, um comentador de negócios num programa matinal da cnbc, expressou a sua indignação com as políticas económicas da nova Administração Obama. Da sala de licitações da Bolsa de Chicago, Santelli gritou «Isto é a América! Quantos de vocês querem pagar o empréstimo da casa do vosso vizinho?». Em seguida, expressou o desejo de despejar títulos derivados no lago Michigan e exclamou: «Estamos a pensar fazer uma Tea Party em Chicago em julho.»13 A sua mensagem foi rapidamente destacada pelo «Drudge Report» (um popular sítio americano de agregação de notícias) e foi reproduziada em estações televisivas por todo o país. Horas depois, o seu apelo tinha-se tornado viral, tendo ficado conhecido como «a reclamação que correu o mundo»14. A 15 de abril de 2009 – o Tax Day, dia de entrega das declarações de impostos – realizaram-se protestos Tea Party em centenas de cidades e localidades da América, nos quais se estima que tenham participado cerca de 500 mil pessoas15. Imediatamente a seguir, inúmeras organizações Tea Party foram criadas em todo o país.

Outras políticas da Administração Obama, mais controversas, acabaram por dar mais força ao movimento. A 23 de março de 2010, o Presidente Obama assinou um pacote legislativo abrangente sobre cuidados de saúde (a Lei da Proteção do Paciente e do Cuidado Acessível), que mais tarde foi apelidada de «Obamacare» pelos seus detratores. A votação para este projeto revelou as clivagens partidárias, com a totalidade da bancada democrata (à exceção de 34 congressistas) a aprová-lo e 178 republicanos a rejeitá-lo16. Resgates federais ao setor bancário, à indústria automóvel e ao setor dos seguros criaram ainda mais ressentimento.

A transformação da paisagem mediática da América permitiu a ascensão do Tea Party17. O declínio dos jornais, em particular, veio desestabilizar a política americana18. Em contraste com o venerável Walter Cronkite, que procurou evitar abordagens sectárias em nome da formação de consensos, hoje em dia os programas de notícias dos canais por cabo e a blogosfera são altamente tendenciosos19. Muitos americanos acreditam que os principais meios de comunicação social são de esquerda, o que contribui para aumentar cada vez mais a demanda por comentadores conotados com a direita, que assumem um grande protagonismo na televisão20. Para além disso, a tecnologia facilitou a conexão de grupos ideologicamente semelhantes. Como observaram os analistas políticos conservadores Scott Rasmussen e Doug Schoen, o movimento Tea Party surgiu como movimento espontâneo que se «espalhou de forma viral, de blogue a blogue, website a website...»21

O Tea Party é um movimento que congrega mais de dois mil grupos locais e nacionais, unidos pelo lema «Governo limitado, responsabilidade orçamental e mercados livres»22. Ainda que possa ser caracterizado como populista, ideologicamente o Tea Party não seguiu a tradição dos populistas anteriores, que defendiam reformas sociais23. Ainda assim, a ideologia do movimento é amorfa, refletindo aquilo que os seus membros nela queiram projetar24. No entanto, conhecidos conservadores como Sarah Palin, Ted Cruz, Ron Paul, Rand Paul e Michele Bachmann são vistos como líderes mais expressivos deste movimento25.

À medida que o movimento Tea Party ganhou importância, começou a exercer influência nas eleições. Depois de o senador Ted Kennedy ter falecido durante o mandato, uma eleição especial foi realizada em 19 de janeiro de 2010. Scott Brown, o candidato republicano, derrotou a democrata Martha Coakley, procuradora-geral do Massachusetts, por uma margem de sete pontos – e o movimento Tea Party reclamou os louros26. O Tea Party ajudou também a eleger como senador do Kentucky Rand Paul (filho de Ron Paul), que, num resultado surpreendente, derrotou o seu opositor Charles Merwin Grayson III por vinte e quatro pontos. A impressionante vitória de 2010 do Partido Republicano na Câmara dos Representantes pode ser atribuída em grande medida à energia gerada pelo Tea Party27.

Inicialmente, os dados das sondagens sugeriam que o movimento Tea Party tinha apoio substancial das bases em todo o país28. No entanto, depois das eleições intercalares de 2010, este ímpeto pareceu vacilar. No final de dezembro de 2011, de acordo com uma sondagem da Pew, mais americanos afirmaram discordar (27 por cento) do que concordar (20 por cento) com o movimento Tea Party29. Alguns comentadores até chegaram a proclamar 2014 como o ano do fim do Tea Party.

Revelou-se contudo prematuro declarar o Tea Party como acabado. Nas eleições de 2014 para o Congresso, o Tea Party conseguiu algumas vitórias surpreendentes, a mais notável das quais foi a eleição de David Brat, um professor de Economia pouco conhecido que derrotou Eric Cantor, o então líder da maioria na Câmara, nas eleições primárias republicanas – e isto apesar de o incumbente ter ultrapassado largamente o desafiante em gastos de campanha30. Além disso, foi a primeira vez que um desafiante nas primárias afastou um líder da maioria na Câmara desde que o lugar foi criado em 189931. O apoio de Cantor à legislação que iria conceder amnistia a milhões de trabalhadores ilegais é tido como um fator decisivo nesta eleição32. Brat acabaria por vencer as eleições gerais. Candidatos do Tea Party saíram-se particularmente bem noutros estados33. De igual modo, movimentos políticos semelhantes parecem estar a ganhar força na Europa.

As eleições de maio de 2014 para o Parlamento Europeu foram vistas como uma vitória surpreendente para os partidos «eurocéticos» de extrema-direita34. Os comentadores rapidamente começaram a falar de uma «Tea Party» europeia no sentido em que, tal como nos Estados Unidos, estes partidos revelavam uma saturação face às políticas habituais. Os partidos eurocéticos estão particularmente preocupados com a imigração em massa para o continente, uma situação não muito diferente da vivida nos Estados Unidos, onde o Tea Party também teme os efeitos da imigração, principalmente a vinda do México. Enquanto os partidos eurocéticos lutam contra a burocracia aparentemente antidemocrática da União Europeia, o Tea Party sente-se alienado da burocracia federal em Washington. Mas a extrema-direita na Europa e o Tea Party diferem no que diz respeito à sua conceção de nação. Para os políticos de direita europeus, a nação engloba características tais como língua, etnia, cultura e história comuns. Isto é coerente com o princípio do jus sanguinis, a «lei de sangue» segundo a qual a cidadania se baseia na origem. Por seu lado, o Tea Party detém uma conceção mais cívica (jus soli) da nação com base em princípios comuns, tais como a Constituição dos Estados Unidos. Ainda assim, um rasto nativista pode ser encontrado no Tea Party, na medida em que o movimento visa reduzir a imigração, principalmente de não-brancos, para os Estados Unidos.

Até agora, porém, o Tea Party tem mostrado pouco interesse em dar origem a um terceiro partido35. Seja como for, o movimento parece ter empurrado o Partido Republicano numa direção mais conservadora36. As críticas ao Tea Party têm vindo a aumentar entre os centristas republicanos que temem que este novo movimento acabe por minar a elegibilidade do partido. Uma crescente divisão parece estar a ocorrer no seio do Partido Republicano, com uma ala dominada pelos moderados e uma outra ala rebelde com o movimento Tea Party na posição de vanguarda. Além disso, a crescente popularidade de Donald Trump fraturou também o Tea Party37.

 

DONALD TRUMP E O NOVO POPULISMO AMERICANO

Na sua análise dos movimentos reacionários da história americana, Chip Berlet e Matthew N. Lyons usaram o termo «populista de direita» para designar os movimentos que se têm mobilizado contra os denominados «movimentos de libertação» ou de «reforma social». Na opinião destes autores, os movimentos populistas de direita na América têm historicamente refletido os interesses de dois tipos de grupos sociais. Os primeiros são grupos situados nos escalões médios da hierarquia social, que têm interesse na manutenção dos privilégios sociais tradicionais mas que se ressentem do poder que as elites têm sobre eles. Os segundos são os elementos «estranhos», fações das elites que ocasionalmente usam formas de populismo antielites para promover os seus próprios interesses na luta pelo poder. Berlet e Lyons cunharam o termo «produtorismo» (producerism) para referir a doutrina que «defende os interesses dos chamados produtores da sociedade, em contraposição às elites “improdutivas” e aos grupos subordinados, definidos como “preguiçosos ou imorais”»38.

A campanha de Donald Trump é um exemplo do estilo do populismo de direita que Berlet e Lyons descrevem. Os apoiantes de Trump criticam um governo federal que para eles serve os penduras do mundo empresarial e das classes baixas. Nos debates das primárias, Trump admitiu que foi parte do sistema; ainda assim, critica as elites ricas que promovem políticas comerciais que destroem empregos americanos e enriquecem as grandes empresas, aproveitando-se das oportunidades de mão de obra barata fora dos Estados Unidos. No entanto, Trump também adverte para os perigos que vêm «de baixo», a saber, a imigração em massa, especialmente do México. Despertou a ira de muita gente com a sua caracterização dos imigrantes mexicanos como «assassinos» e «violadores». Ignorando alegremente o politicamente correto, Trump deleita as audiências nos seus comícios de campanha com os seus planos de construir um muro gigantesco na fronteira sul dos Estados Unidos. Para cúmulo de tudo, exige que seja o México a pagar o muro. Quando o ex-presidente mexicano Vincente Fox reagiu dizendo que o seu país não iria pagar pelo «muro de merda», Trump retrucou que o muro «acabou de ficar três metros mais alto»39. Como se isso não fosse suficiente, Trump promete deportar para o México os mexicanos sem documentos que vivem atualmente nos Estados Unidos. Para os seus críticos, prender e deportar 11 milhões de estrangeiros ilegais equivale a uma «limpeza étnica»40.

Compreensivelmente, muitos americanos estão preocupados com o efeito da imigração generalizada sobre questões como a economia, as infraestruturas, as escolas e a saúde. O que separa Trump dos seus rivais do Partido Republicano é a sua retórica bombástica, que era há muito tabu na política americana. Em vez disso, os principais candidatos normalmente iniciam os seus comentários sobre a imigração com banalidades sobre como os imigrantes têm contribuído para enriquecer a nação. Não é surpreendente que a posição de Trump sobre esta matéria tenha tido eco junto dos membros do movimento nacionalista branco que se sentem particularmente preocupados com o facto de a imigração da América Latina poder reduzir os brancos ao estatuto de minoria e, consequentemente, ponha em risco a sua existência como raça distinta.

No seu programa de rádio na internet, David Duke, há muito um ativista nacionalista branco, opinou que «votar contra Donald Trump nesta altura é uma verdadeira traição às nossas tradições»41. Embora não apoie formalmente Donald Trump porque discorda de algumas das outras posições do candidato, como o seu apoio a Israel, Duke exortou os seus seguidores a envolverem-se na campanha de Trump. Líderes de direita na Europa, incluindo Jean Marie Le Pen, o antigo líder da Frente Nacional, Geert Wilders, o líder do Partido da Liberdade holandês, Matteo Salvini, o líder da Liga do Norte da Itália e Alexander Dugin, um influente politólogo russo de extrema-direita, manifestaram também o seu apoio a Trump42. O Presidente russo Vladimir Putin caracterizou Trump como «indubitavelmente brilhante e talentoso» e o «líder absoluto da corrida presidencial». Anteriormente, Trump havia elogiado a liderança de Putin43.

Trump suscitou algumas críticas nos meios de comunicação social por não ter imediatamente repudiado o apoio de David Duke quando foi inicialmente informado disso. De início, Trump disse que não sabia o suficiente sobre Duke para rejeitar categoricamente o seu apoio. No entanto, mais tarde verificou-se que Trump estava bem ciente de quem era Duke e das suas opiniões nacionalistas brancas44. Alguns dias mais tarde, Trump rejeitou formalmente qualquer apoio de Duke e de grupos a ele relacionados. Isso não impediu os meios de comunicação social de caricaturarem Trump e os seus apoiantes como racistas e intolerantes, como por exemplo num segmento de comédia do popular programa de televisão «Saturday Night Live». Trump poderia ter feito mais para dissuadir as pessoas de relacionarem a sua retórica e popularidade com os nacionalistas brancos. Ao mesmo tempo que a controvérsia em torno de Duke se desenrolava, Trump postou um tweet citando Benito Mussolini: «É melhor viver um dia como um leão do que cem anos como uma ovelha»45. Além disso, nos comícios de campanha, Trump pediu aos seus apoiantes que levantassem a mão direita e se comprometessem a votar nele, o que para alguns críticos foi uma reminiscência da saudação nazi46.

Alguns observadores estabeleceram paralelismos entre Trump e os fascistas do período entre as duas guerras mundiais. Como observou o historiador Robert Paxton, o fascismo prometeu libertar as pessoas da política. Tal como os fascistas do período entre guerras, Trump oferece ação em vez de política. Muitos dos seus apoiantes são atraídos pela sua mensagem porque acreditam que «ele não é um político». A sua postura é a de um «homem forte» que irá corrigir os problemas do país47. Trump promete «tornar a América grande de novo», o que não é contrário ao discurso dos fascistas que prometiam levar as suas nações de volta à grandeza histórica. Para esse fim, Trump apregoa a sua experiência passada como empresário bem-sucedido. Quem, pergunta ele, é mais adequado para lidar com os poderosos interesses que governam o país há tanto tempo? Tal como com os fascistas do período entre guerras, a campanha de Trump teve os seus episódios de violência. Inicialmente, Trump mostrou-se surpreendido pelos protestos. Porém, com o passar do tempo, as multidões parecem tê-lo transformado. Aparecendo mais confiante no palco, incita os seus apoiantes a silenciar os manifestantes («gostava de dar-lhe um soco na cara»)48. O facto de Trump usar uma retórica explosiva não é de todo surpreendente dado o seu envolvimento, no passado, com a indústria de wrestling, onde a teatralidade assume uma importância central49. Para os fascistas, a violência não era apenas um meio para atingir um fim, mas também um fim em si mesma, na medida em que realçava a verdadeira natureza interior dos homens. Porém, ao contrário dos fascistas, Trump não mostrou qualquer intenção de tentar refazer a sociedade americana ou iniciar algum tipo de revolução cultural50.

À medida que o apoio a Trump vai crescendo, cresce também um contramovimento à sua campanha. Num artigo no The Washington Post, Danielle Allen, uma politóloga da Universidade de Harvard, traçou paralelos entre a crescente popularidade de Donald Trump e a Machtergreifung (tomada do poder) de Adolf Hitler. Exortou todos os americanos – especialmente os republicanos – a rejeitarem a mensagem de Trump para impedir que a história se repita51. A sua demagogia populista tem alarmado não só os democratas, mas o próprio Partido Republicano. No início de março de 2016, representantes da elite do Partido Republicano reuniram-se em conclave secreto na estância privativa de Sea Island, na Geórgia. Representantes da elite empresarial incluíam Tim Cook da Apple, Larry Page e Eric Schmidt da Google e Elon Musk da Tesla Motor. Esteve presente Karl Rove, o arquiteto das campanhas presidenciais de Bush, juntamente com Paul Ryan, o speaker da Câmara de Representantes, Mitch McConnell, o líder da maioria no Senado, e o senador Lindsey Graham. Entre os jornalistas presentes destaca-se Rich Lowry, da National Review, e Arthur Sulzberger, o editor do The New York Times. Na reunião, presumivelmente foram discutidas estratégias para travar Trump. Pat Buchanan, autor conservador e ex-candidato presidencial, caracterizou a reunião como uma «conspiração de oligarcas, neoconservadores do Partido da Guerra e republicanos notáveis», determinados a «inverter os resultados das primárias e impor ao partido, contra a sua vontade expressa, um candidato que responda à agenda das elites»52.

 

CONCLUSÃO: SERÁ O POPULISMO A NOVA NORMALIDADE?

No passado, os movimentos populistas na América foram efémeros; no entanto, uma combinação de tendências, incluindo a incerteza económica, a globalização, a revolução tecnológica, a restruturação dos meios de comunicação social e a disfunção do Governo podem fazer do populismo uma característica regular da política americana53. O aumento do número de políticos que se identificam como independentes e a redução do centro político criou um vazio na política americana, que abriu as portas a novas ideologias populistas.

Durante muitos anos, a cultura política americana preferiu o centrismo e o pragmatismo à ideologia. Neste contexto, o colapso do centro na política americana foi algo de preocupante. Desde a década de 1990, o sistema partidário americano tem-se caracterizado cada vez mais por uma divisão ideológica. Esta divisão traduziu-se na clivagem no mapa eleitoral do país após as eleições presidenciais de 2000 e 2004. De um modo geral, os estados «vermelhos» apoiam um rumo mais conservador para a nação, enquanto os estados «azuis» preferem uma orientação mais liberal. O centro político parece estar a atenuar-se54. A popularidade das campanhas de Sanders e Trump reflete um crescente descontentamento com os políticos tradicionais, que são vistos como muito próximos dos interesses corporativos55.

O sucesso eleitoral de Bernie Sanders sugere que a extrema-esquerda tem um apelo eleitoral considerável nos Estados Unidos. As tendências económicas têm contribuído para esta situação. De acordo com um estudo recente da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (ocde), entre 1975 e 2012 quase metade do crescimento líquido da receita nos Estados Unidos foi para os bolsos do um por cento mais rico da população56. Embora a Guerra Fria tenha estigmatizado o socialismo nos Estados Unidos, o conflito terminou há vinte e cinco anos e está a desaparecer da memória coletiva. Hoje em dia, a palavra «socialismo» não tem a mesma conotação negativa junto dos jovens americanos que tinha para os seus pais. Para a «Geração do Milénio», o socialismo é mais frequentemente associado às democracias sociais da Europa do Norte, que têm impostos elevados e estados-providência fortes. Na opinião do comentador político Nate Silver, ainda que alguns millennials possam não gostar lá muito da Suécia, o termo «socialismo» não lhes é «assustador como a URSS era para as pessoas da geração anterior»57. Na verdade, uma sondagem da Pew constatou que 49 por cento dos millennials – definidos como os americanos entre os 18 e os 29 anos de idade – têm uma opinião favorável do socialismo em comparação com os 43 por cento que têm uma opinião desfavorável. Quando inquiridos sobre o capitalismo, 46 por cento dos entrevistados afirmaram ter uma opinião favorável, enquanto 47 por cento expressaram uma opinião desfavorável58. O populismo americano de esquerda visa reduzir a dimensão dos grandes bancos, combater a evasão fiscal das empresas multinacionais, evoluir para um sistema fiscal mais progressista e levar mais a sério a redução das emissões de carbono59.

Tal como Trump, a mensagem de Sanders tem repercussão em eleitores que não se identificam com o sistema bipartidário. Porém, conseguir chegar às minorias raciais e étnicas tem sido um sério obstáculo para Sanders. O seu apoio provém esmagadoramente de brancos liberais. Embora os afro-americanos e latinos ainda estejam atrás dos brancos nos índices de riqueza e rendimentos, a campanha «socialista democrática» de Sanders não ganhou muita força junto destes segmentos do eleitorado. Em consequência disso, Hillary Clinton, a sua rival do Partido Democrata, derrotou-o nos estados com uma grande percentagem de afro-americanos, principalmente no Sul. Como o jornalista Gil Toy observou, «Hillary Clinton tem credibilidade nas ruas quando se trata de temas raciais, ao contrário de Bernie Sanders»60. O ceticismo dos eleitores das minorias em relação a Sanders demonstra que aqueles nem sempre marcham em sintonia com a esquerda. As vitórias de Clinton nas primárias dos estados do Nordeste, no fim de abril, quase selaram a sua nomeação pelo Partido Democrata, demonstrando o apelo limitado do populismo de esquerda de Sanders na América contemporânea.

O sucesso eleitoral de Donald Trump ilustra a insatisfação aguda que muitos conservadores americanos têm com a ala tradicional do Partido Republicano. Muitos eleitores sentem-se abandonados pela sociedade que os rodeia. A Administração Obama, com as suas iniciativas para ajudar as pessoas marginalizadas pela «Grande Recessão», é vista como estando a punir o trabalhador e a recompensar o ocioso61. Nas últimas décadas, preocupados com as minorias, os meios de comunicação social e os académicos têm ignorado os problemas dos brancos da classe trabalhadora. À luz deste mal-estar, não é surpreendente que tenha surgido um movimento que pretende devolver a América a uma época mais pura. Donald Trump dá voz a muitos americanos que se sentem abandonados por Washington, Wall Street e os grandes meios de comunicação social.

Historicamente, os movimentos populistas americanos surgiram nas regiões rurais do país. Em contraste, os dois atuais candidatos populistas – Bernie Sanders e Donald Trump – são oriundos de Nova York. Filho de imigrantes judeus polacos, Sanders cresceu em Brooklyn. Socialista assumido, passou a sua lua-de-mel na União Soviética e candidatou-se a um cargo político como social-democrata. Veio depois a liderar uma cidade moderna e liberal – Burlington, Vermont – antes de se mudar para a Câmara dos Representantes e, mais tarde, para o Senado. Trump, filho de um rico empresário do ramo imobiliário, cresceu em Queens, mas também evidenciou uma veia populista ao longo da sua carreira62. As abordagens dos dois candidatos coincidem quanto ao propósito de castigar as pessoas que eles julgam estar a arruinar o país. Enquanto Sanders pretende instituir um imposto sobre a «especulação» em Wall Street, Trump quer fazer o México pagar por um muro que manterá os seus cidadãos fora dos Estados Unidos63. Embora esta medida possa parecer extrema, Trump afirma que uma nação sem fronteiras não é uma nação.

Na política externa, a nova onda populista pode ter implicações de grande alcance. O apelo de Trump a uma total proibição à entrada de muçulmanos nos Estados Unidos alarmou as pessoas na América e no exterior64. A comunidade internacional foi célere a condenar a proposta65. No entanto, os recentes ataques terroristas em Paris, San Bernardino e Bruxelas demonstraram a grande ameaça do radicalismo islâmico no Ocidente. Embora Trump tenha prometido uma resposta musculada ao Estado Islâmico, a sua estratégia de luta contra o terrorismo continua por definir. Na verdade, os seus detratores têm caracterizado a sua proposta de política externa como «isolacionista» e temem que Trump venha a abandonar os aliados dos Estados Unidos. A abordagem neo-isolacionista de Trump reduziria a presença da América em grande parte do mundo. Um grupo de cinquenta especialistas em política externa do quadrante republicano chegou a publicar uma carta aberta, considerando Trump sem capacidades para assumir o cargo de presidente66. Por sua vez, Trump deixou bem claro que o Governo dos Estados Unidos não deve providenciar generosamente para a defesa dos seus aliados, incluindo a nato, tendo em conta a gigantesca dívida federal do país, que em abril de 2016 se aproximava dos 20 trilhões de dólares67. Além disso, a sua promessa de fazer melhores acordos comerciais para a América pode atrapalhar o «consenso de Washington», o sistema de comércio internacional liderado pelos Estados Unidos que tem prevalecido nos últimos vinte e cinco anos.

Internamente, uma tendência preocupante são as transformações ao nível da identidade americana e os seus possíveis efeitos na unidade nacional. O retorno do populismo pode ser sintomático desta crise. Há mais de uma década, Robert Kaplan prognosticou no seu influente artigo «The coming anarchy» que não estava totalmente claro se os Estados Unidos seriam capazes de sobreviver na sua forma atual exata, na medida em que são uma sociedade multiétnica, onde o conceito de Estado-nação sempre foi mais frágil do que em nações homogéneas. Como Kaplan salientou, durante a década de 1960 «a América começou um processo de transformação lento mas inconfundível», que resultou num país mais fragmentado68. Este tema foi retomado em 2004, quando o politólogo Samuel Huntington publicou Who Are We: The Challenges to America’s National Identity, em que argumentava que a ascensão do multiculturalismo e o desaparecimento da ética assimilacionista poderiam diminuir a identidade nacional americana, que ele acreditava ser essencial para a sobrevivência a longo prazo do país enquanto entidade política unificada69.

As tendências demográficas estão a mudar os Estados Unidos de forma dramática. De acordo com projeções do Census Bureau, até 2042 os brancos deixarão de constituir a maioria da população americana, devido em grande parte ao enorme aumento populacional nos segmentos hispânico e asiático70. Além disso, uma recessão prolongada poderia minar a credibilidade do sonho americano e, por conseguinte, a identidade nacional americana. Ironicamente, Trump, o extravagante magnata do imobiliário, atrai uma parcela substancial do seu apoio junto dos eleitores brancos pobres71. De acordo com algumas análises, para ganhar as eleições Trump vai precisar que aproximadamente 70 por cento dos eleitores masculinos brancos votem nele72. Como observou o famoso colunista conservador George Will, a estratégia de campanha de Trump passaria apenas por atrair eleitores brancos, transformando assim o Partido Republicano no «partido dos brancos»73. As duas versões concorrentes do populismo americano – uma à esquerda e outra à direita – têm potencial para dividir o país ao longo das clivagens raciais e de classe. As consequências podem ser graves, tanto para os Estados Unidos como para o mundo que se tornou tão dependente da sua liderança.

TRADUÇÃO: JOÃO REIS NUNES

 

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Data de receção: 14 de março de 2016 | Data de aprovação: 27 de abril de 2016

 

NOTAS

1 DIAMOND, Sara – Roads to Dominion: Right-Wing Movements and Political Power in the United States. Nova York: Guilford Press, 1995, p. 140.

2 Ver por exemplo LIPSET, Seymour Martin, e RAAB, Earl – The Politics of Unreason: Right Wing Extremism in America, 1790-1970. Nova York: Harper and Row, 1970; GOODMAN, Paul – Towards a Christian Republic: Antimasonry and the Great Transition in New England, 1826-1836. Nova York: Oxford University Press, 1988; BENNETT, David H. – Party of Fear: From Nativist Movements to the New Right in American History. Nova York: Vintage Books, 1988; MYERS, Gustavus – History of Bigotry in the United States. Nova York: Random House, 1943.

3 Para saber mais sobre a «segunda era» do Ku Klux Klan, ver CHALMERS, David M. – Hooded Americanism: The History of the Ku Klux Klan. Durham, NC: Duke University Press, 1981.

4 WARREN, Donald – Radio Priest: Charles Coughlin the Father of Hate Radio. Nova York: The Free Press, 1996.

5 Para saber mais sobre Smith, ver JEANSOME, Glen – Gerald L.K. Smith: Minister of Hate. New Haven, CT: Yale University Press, 1988; Smith, Geoffrey S. – To Save a Nation: American ‘Extremism,’ the New Deal, and the Coming of World War II. Chicago: Elephant Paperbacks, 1992.

6 BROYLES, J. Allen – The John Birch Society: Anatomy of Protest. Boston MA: Beacon Press, 1964.

7 RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell: How the Tea Party Movement is Fundamentally Remaking Our Two-Party System. Nova York: Harper, 2010, pp. 202-204.

8 Ibidem, p. 226.

9 Os gastos federais como parte do PIB (Produto Interno Bruto) aumentaram de 18,2 por cento em 2000 para 20,7 por cento em 2008. SALAM, Reihan – «The missing middle in American politics: how moderate Republicans became extinct». In Foreign Affairs. Vol. 91, N.º 2, 2012, p. 152.

10 ZERNIKE, Kate – Boiling Mad: Inside Tea Party America. Nova York: Henry Holt and Company, 2010, p. 8.

11 RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell, p. 12.

12 KLING, Joe – «Old wine in new bottles? What is the Tea Party and where did it come from?». In New Political Science. Vol. 36, N.º 1, 2014, p. 108.

13 ZERNIKE, Kate – Boiling Mad: Inside Tea Party America, p. 13.

14 LEPORE, Jill – The Whites of their Eyes: The Tea Party’s Revolution and the Battle over American History. Princeton e Oxford: Princeton University Press, 2010, p. 3. Este vídeo foi visto mais de um milhão de vezes no YouTube. RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell, p. 121.

15 LEPORE, Jill – The Whites of their Eyes, p. 2.

16 Ibidem, p. 90.

17 RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell, p. 225.

18 Lepore cita um website chamado «Newspaper Death Watch» que contava 145 jornais que encerraram em 2009 (LEPORE, Jill – The Whites of their Eyes, pp. 40-41).

19 RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell, pp. 244-247.

20 Ibidem, p. 233.

21 Ibidem, p. 6.

22 ZERNIKE, Kate – Boiling Mad: Inside Tea Party America, p. 143.

23 Ibidem, p. 53.

24 Ibidem, p. 143.

25 De acordo com um inquérito de 2010 do The Washington Post a 647 organizadores locais do Tea Party, a quem foi perguntado «Que figura nacional melhor representa o vosso grupo?», foram referidas as seguintes respostas: «ninguém» – 34 por cento; Sarah Palin – 14 por cento; Glen Beck – sete por cento; Jim DeMint – seis por cento; Ron Paul – seis por cento; Michele Bachman – quatro por cento. GARDNER, Amy – «An up-close look at the Tea Party and its role in the midterm elections». In The Washington Post. 24 de outubro de 2010. Disponível em: http://www.washingtonpost.com/wp-srv/special/politics/tea-party-canvass/.

26 LEPORE, Jill – The Whites of their Eyes, p. 9.

27 MEAD, Walter Russell – «The Tea Party and American foreign policy». In Foreign Affairs. Vol. 90, N.º 2, 2011, p. 32.

28 De acordo com um inquérito realizado pelo The New York Times/CBS News publicado em abril de 2010, 18 por cento dos americanos afirmaram apoiar o movimento Tea Party. Outros inquéritos apontavam para até 30 por cento. ZERNIKE, Kate – Boiling Mad: Inside Tea Party America, p. 6. De acordo com um inquérito do The Wall Street Journal/NBC News, 41 por cento dos entrevistados tinham uma visão favorável do movimento Tea Party, contra os 24 por cento que tinham uma visão desfavorável, fazendo com que este fosse o partido político mais bem visto de todos. BUCHANAN, Patrick J. – Suicide of a Superpower: Will America Survive to 2025?. Nova York: Thomas Dunne Books, 2011, p. 160.

29 KNICKERBOCKER, Brad – «Is support for the Tea Party movement fading?». In The Christian Science Monitor. 4 de dezembro de 2011. Disponível em: http://www.csmonitor.com/USA/Politics/The-Vote/2011/1204/Is-public-support-for-the-tea-party-movement-fading.

30 Enquanto que Brat angariou quase 200 mil dólares, Cantor angariou mais de cinco milhões. BLUMENTHAL, Paul – «How David Brat turned Eric Cantor’s fundraising advantage against him». In The Huffington Post. 11 de junho de 2014. Disponível em: http://www.huffingtonpost.com/2014/06/11/david-brat-fundraising_n_5485047.html.

31 LINTON, Eric – «House majority leader Eric Cantor defeated by Tea Party challenger David Brat in Virginia GOP primary». In International Business Times. 10 de junho de 2014. Disponível em: http://www.ibtimes.com/house-majority-leader-eric-cantor-defeated-tea-party-challenger-david-brat-virginia-gop1597736.

32 LEE, Tony – «Poll: Tea Party, anti-amnesty voters ousted Eric Cantor». In Breitbart. 18 de junho de 2014. Disponível em: http://www.breitbart.com/Big-Government/2014/06/18/Poll-Tea-Party-Anti-Amnesty-Voters-Ousted-Eric-Cantor.

33 RUBIN, Jennifer – «The tea party caught the bus». In The Washington Post. 18 de junho de 2014. Disponível em: http://www.washingtonpost.com/blogs/right-turn/wp/2014/06/18/the-tea-party-caught-the-bus/.

34 MARSHALL, Will – «Europe’s Tea Party rising?». In The Hill. 29 de maio de 2014. Disponível em: http://thehill.com/blogs/pundits-blog/international/207528-europes-tea-party-rising.

35 ZERNIKE, Kate – Boiling Mad: Inside Tea Party America, p 53.

36 RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell, p. 173.

37 CAREY, Nick – «Trump’s appeal divides Tea Party loyalties in crucial states». Reuters. 15 de março de 2016. Disponível em: http://www.reuters.com/article/us-usa-election-trump-teaparty-idUSKCN0WH133.

38 BERLET, Chip, e LYONS, Matthew N. – Right-Wing Populism in America: Too Close for Comfort. Nova York: The Guilford Press, 2000, pp. 1-17.

39 KIRKLAND, Allegra – «Trump reacts to Mexican ex-prez: border wall just “Got 10 feet taller”». In TPM. 25 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://talkingpointsmemo.com/livewire/trump-responds-vicente-fox-border-wall.

40 De acordo com o historiador do fascismo Robert Paxton. BURIC, Fedja – «Trump’s not Hitler, he’s Mussolini: how GOP anti-intellectualism created a modern fascist movement in America». In Salon. 11 de março de 2016. Disponível em: http://www.salon.com/2016/03/11/trumps_not_hitler_hes_mussolini_how_gop_anti_intellectualism_created_a_modern_fascist_movement_in_america/.

41 RAPPEPORT, Alan – «Donald Trump wavers on disavowing David Duke». In The New York Times. 28 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://www.nytimes.com/politics/first-draft/2016/02/28/donald-trump-declines-to-disavow-david-duke/?_r=0.

42 ROBINS-EARLY, Nick – «Trump finds support in Europe from only the most controversial far-right leaders». In The World Post. 4 de março de 2016. Disponível em: http://www.huffingtonpost.com/entry/donald-trump-europe-far-right_us_56d87abfe4b0ffe6f8e86aa7; NEMTSOVA, Anna – «Russia hearts Donald Trump». In The Daily Beast. 14 de março de 2016. Disponível em: http://www.thedailybeast.com/articles/2016/03/14/russia-hearts-donald-trump.html.

43 DIAMOND, Jeremy, e BOTELHO, Greg – «Putin praises “bright and talented” Trump». CNN. 17 de dezembro de 2015. Disponível em: http://www.cnn.com/2015/12/17/politics/russia-putin-trump/; NEMTSOVA, Anna – «Russia hearts Donald Trump».

44 Por exemplo, Trump expressara a sua desaprovação em relação a Duke já em 2000, quando decidiu não alinhar numa candidatura presidencial pelo Partido Reformador. RAPPEPORT, Alan – «Donald Trump wavers on disavowing David Duke».

45 HABERMAN, Maggie – «Donald Trump retweets post with quote from Mussolini». In The New York Times. 28 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://www.nytimes.com/politics/first-draft/2016/02/28/donald-trump-retweets-post-likening-him-to-mussolini/.

46 Abraham Foxman, o antigo diretor da Liga Anti-Difamação, era um destes críticos. «9 times Donald Trump has been compared to Hitler». In The Jerusalem Post. 9 de março de 2016, http://www.jpost.com/Diaspora/9-times-Donald-Trump-has-been-compared-to-Hitler447358.

47 HERF, Jeffrey – «Is Donald Trump a fascist?». The American Interest, 7 de março de 2016. Disponível em: http://www.the-american-interest.com/2016/03/07/is-donald-trump-a-fascist/.

48 BURIC, Fedja – «Trump’s not Hitler, he’s Mussolini».

49 REEVE, Elspeth – «Donald Trump’s problem: every pro-wrestling heel has to lose eventually». In The New Republic. 17 de setembro de 2015. Disponível em: https://newrepublic.com/article/122837/donald-trumps-problem-every-pro-wrestling-heel-has-lose.

50 HERF, Jeffrey – «Is Donald Trump a fascist?».

51 ALLEN, Danielle – «The moment of truth: we must stop Trump». In The Washington Post. 21 de fevereiro de 2016. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/opinions/moment-of-truth-we-must-stop-trump/2016/02/21/0172e788-d8a7-11e5-925f-1d10062cc82d_story.html.

52 BUCHANAN, Patrick J. – «The Sea Island conspiracy against Trump». In V DARE, 10 de março de 2016. Disponível em: http://www.vdare.com/articles/the-sea-island-neocon-conspiracy-against-trump.

53 RASMUSSEN, Scott, e SCHOEN, Doug – Mad as Hell, p. 37.

54 De acordo com a pesquisa do politólogo Alan Abramovitz, em 1984 41 por cento dos eleitores identificaram-se com o centro da escala ideológica, contra os 10 por cento que se colocavam nos extremos direito e esquerdo. Em 2005, no entanto, a percentagem dos que se identificavam com o centro diminuiu para 28, enquanto os extremos aumentaram para 23 por cento. Da mesma forma, de acordo com Frank Rich, uma sondagem da Pew sugeria que a maioria dos independentes eram na verdade democratas (21 por cento) ou republicanos (26 por cento) que apenas fugiam ao rótulo. Outros 20 por cento eram «democratas céticos» mais populistas, 16 por cento eram eleitores «desinteressados» com uma visão negativa do Governo e 17 por cento não se interessavam pela política. Estes resultados sugerem que os independentes não constituem uma unidade moderada, mas antes refletem grandes divisões. GERGEN, David, e ZUCKERMAN, Michael – «Is America becoming a house divided against itself?». cnn. 28 de setembro de 2011. Disponível em: http://edition.cnn.com/2011/09/28/opinion/gergen-broken-government/; ABRAMOVITZ, Alan I. – «Obama’s advantage: first term incumbents rarely lose but a close election likely». In Center for Politics. (Consultado em: 10 de fevereiro de 2011). Disponível em: http://www.centerforpolitics.org/crystalball/articles/.

55 CASSIDY, John – «Bernie Sanders and the new populism». In The New Yorker. 3 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://www.newyorker.com/news/john-cassidy/bernie-sanders-and-the-new-populism.

56 CASSIDY, John – «Bernie Sanders and the new populism».

57 SILVER, Nate – «Why young Democrats love Bernie Sanders». FiveThirtyEight. 8 de fevereiro de 2016. Disponível em: http://fivethirtyeight.com/features/why-young-democrats-love-bernie-sanders/.

58 CASSIDY, John – «Bernie Sanders and the new populism».

59 Ibidem.

60 TROY, Gil – «Why black voters don’t feel the Bern». In Politico Magazine. 7 de março de 2016. Disponível em: http://www.politico.com/magazine/story/2016/03/why-black-voters-dont-feel-the-bern213707.

61 KLING, Joe – «Old wine in new bottles?», p. 112.

62 GOLDBERG, Jonah – «Trump and Sanders break the mold for populist politicians». In National Review. 30 de dezembro de 2015. Disponível em: http://www.nationalreview.com/article/429087/donald-trump-bernie-sanders-populist-politics.

63 Ibidem.

64 DIAMOND, Jeremy – «Donald Trump: ban all Muslim travel to U.S.».

65 CALAMUR, Krishnadev – «What the world is saying about Donald Trump’s comments about Muslims». In The Atlantic, 8 de dezembro de 2015. Disponível em: http://www.theatlantic.com/international/archive/2015/12/trump-muslims-global-reaction/419343/.

66 GIBBONS-NEFF, Thomas – «Trump is “fundamentally dishonest,” says gop national security leaders in open letter». In The Washington Post. 3 de março de 2016. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/news/checkpoint/wp/2016/03/02/in-new-letter-republican-foriegn-policy-experts-declare-war-on-trump/.

67 SCHNEIDER, Bill – «Trump wants to leave U.S. allies in the lurch». Reuters. 28 de março de 2016. Disponível em: http://blogs.reuters.com/great-debate/2016/03/28/trump-wants-to-leave-u-s-allies-in-the-lurch/.

68 KAPLAN, Robert – «The coming anarchy». In The Atlantic Monthly. Fevereiro 1994. Disponível em: http://www.theatlantic.com/politics.foreign/anarchy.htm.

69 HUNTINGTON, Samuel P. – Who Are We? The Challenges to America’s National Identity. Nova York: Simon & Schuster, 2004, p. 143. Anos antes da tese do Huntington, Donald Horowtiz argumentou em Ethnic Groups in Conflict que as diferenças étnicas e religiosas foram os principais fatores catalisadores nos conflitos internos durante a década de 1980. Horowitz descobriu que as sociedades multiétnicas e multirreligiosas tinham dificuldade em estabelecer identidades políticas aceites por todos os cidadãos. HOROWITZ, Donald – Ethnic Groups in Conflict. Berkeley: University of California Press, 1985.

70 ROBERTS, Sam – «Minorities in U.S. set to become majority by 2042». In The New York Times. 14 de agosto de 2008, Disponível em: http://www.nytimes.com/2008/08/14/world/americas/14iht-census.1.15284537.html?_r=0.

71 THOMPSON, Derek – «Who are Donald Trump’s supporters, really?». In The Atlantic. 1 de março de 2016. Disponível em: http://www.theatlantic.com/politics/archive/2016/03/who-are-donald-trumps-supporters-really/471714/.

72 BERNSTEIN, David S. – «Donald Trump needs 7 of 10 white guys». In Politico Magazine. (Consultado em: 30 de março de 2016). Disponível em: http://www.politico.com/magazine/story/2016/03/donald-trump-needs7-of10-white-guys213699.

73 KEY, Pam – «George Will: Trump’s George Wallace style is appealing entirely to white people». In Breitbart, 20 de março de 2016, Disponível em: http://www.breitbart.com/video/2016/03/20/george-will-trump-would-have-to-get/.

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