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Relações Internacionais (R:I)

versión impresa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  no.71 Lisboa set. 2021  Epub 30-Sep-2021

https://doi.org/10.23906/ri2021.71a04 

A expansão chinesa: um dilema considerável

As relações China-Rússia num quadro de contenção estratégica

China-Russia relationship under a strategic containment’s framework

Maria Raquel Freire1  1

1 FEUC - Av Dias da Silva 165, 3004-512 Coimbra Portugal| rfreire@fe.uc.pt


Resumo

Este artigo analisa a política externa russa na sua orientação para a Ásia, situando as relações da Rússia com a China no quadro mais lato da política externa russa e da sublinhada estratégia «pivô Ásia». O estudo conclui com uma leitura cautelosa deste relacionamento, entendendo que subjacente a uma maior proximidade e colaboração intensificada há uma relação de contenção estratégica dupla quer em relação aos Estados Unidos e ao Ocidente, quer entre estes dois gigantes. Para a Rússia, a relevância da China em termos políticos e económicos é incontornável e claramente assumida, mas o receio de desequilíbrios resultantes de diferenças substantivas entre os dois tem refreado ações, e motivado outras, numa lógica de recentragem e reequilíbrios muito necessários a Moscovo.

Palavras-chave: Rússia; política externa; pivô Ásia; China

Abstract

This article analyses Russian foreign policy in its Asian dimension, placing Russia’s relations with China in the broader framework of Russia’s foreign policy “Asia Pivot” strategy. The study concludes with a cautious reading of this relationship, understanding that underlying a greater proximity and intensified collaboration, there is a relationship of double strategic containment, both in relation to the US and the West, and between these two giants. For Russia, the relevance of China in political and economic terms is evident and clearly assumed, but the fear of imbalances resulting from substantive differences between the two, has held back actions, while motivating other in a logic of much-needed refocusing and rebalancing for Moscow.

Keywords: Russia; foreign policy; Asia pivot; China

Introdução

Este artigo analisa a política externa russa na sua orientação para a Ásia, situando as relações da Rússia com a China no quadro mais lato da política externa russa e da sublinhada estratégia «pivô Ásia». Nos últimos anos, e em particular após a anexação da Crimeia em 2014, a política externa russa tem vincado uma matriz mais pragmática, revisionista e militarizada. Esta matriz reflete o objetivo maior de política externa de afirmação de estatuto no sistema internacional, a par das tensões que este objetivo sugere, como por exemplo relativamente a um Ocidente crescentemente criticado como hostil, ou a uma China cujo dinamismo económico, a ser expandido a outras áreas, exige prudência. A narrativa russa sublinha um mundo multipolar, onde a hegemonia dos Estados Unidos é limitada, e é acompanhada de ações revisionistas que visam uma ordem alternativa e um reconhecimento diferenciado da Rússia nesta nova ordem. As intervenções russas mais militarizadas, como no caso da Síria, demonstram esta vontade de igualar o discurso com ação e assim materializar as intenções de afirmação e reconhecimento internacional. Na leitura das relações da Rússia com a China, a análise da política externa russa é essencial para compreender o enquadramento material e ideacional em que decisões e ações são equacionadas. De facto, a China tem estado sempre na agenda de política externa de Moscovo e a questão da gestão de um espaço alargado onde este ator tem assumido crescentemente uma presença fundamental, como visível na Ásia Central, por exemplo, torna-se relevante. Contudo, se em muitos aspetos estes dois atores partilham uma visão comum, também em muitos outros os diferenciais existentes são claros. Trata-se esta relação de uma parceria estratégica ou será antes uma instância de parceria de conveniência2, ou mesmo de consequência?3

Este artigo analisa as relações da Rússia com a China, donde a estratégia «pivô Ásia», e os espaços e organizações regionais - como a União Económica Euroasiática, a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) ou a Belt and Road Initiative (BRI) -, lidos também no contexto mais abrangente das relações com os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais, são matéria relevante. O artigo começa por analisar a política externa russa, enquadrando a dimensão asiática da mesma, para depois estudar as dinâmicas regionais de integração, mais ou menos formalizadas, de modo a perceber as relações Rússia-China quer em contexto bilateral, quer em contexto multilateral. O quadro mais alargado de relações difíceis com os Estados Unidos e o Ocidente servirá também como pano de fundo a este estudo, tanto mais que em termos normativos e materiais a oposição a uma ordem liderada pelos Estados Unidos tem estado na base de uma narrativa de contestação por parte da Rússia e da China. O texto dialoga com os debates que continuam presentes na bibliografia de referência, entre aqueles que entendem que as relações de tensão a ocidente estão a fomentar maior proximidade da Rússia à China e até mesmo, para alguns, a possibilidade de formação de uma aliança sino-russa, enquanto outros entendem que esta é uma leitura demasiado benevolente das relações entre estes dois atores que, na realidade, enfrentam diferenciais estruturais. O estudo conclui com uma leitura cautelosa deste relacionamento, entendendo que subjacente a uma maior proximidade e colaboração intensificada há uma relação de contenção estratégica dupla em relação aos Estados Unidos e ao Ocidente e entre estes dois gigantes. Para a Rússia, a relevância da China em termos políticos e económicos é incontornável e claramente assumida, mas o receio de desequilíbrios resultantes de diferenças substantivas entre os dois tem refreado ações, e motivado outras, numa lógica de recentragem e reequilíbrios muito necessários a Moscovo.

A política asiática da Rússia num contexto de contenção estratégica

A política externa russa tem sido muito consistente no seu objetivo de afirmação da Rússia como grande potência, encontrando novidade essencialmente na dimensão discursiva, crescentemente crítica do Ocidente, e na esfera de implementação onde a militarização da política externa tem sido evidente. O cunho revisionista ganhou ainda maior preponderância com a anexação da Crimeia em 2014 e a intervenção militar na Síria em 2015. Os documentos de referência de política externa russos descrevem a Rússia como um ator relevante que prossegue políticas que lhe permitam «alcançar um posicionamento firme e prestigiante na comunidade mundial, consistente com os interesses da Rússia como grande potência, como um dos centros mais influentes do mundo moderno». Os documentos sublinham o estatuto da Rússia como um dos «Estados líderes no mundo» e a sua «crescente responsabilidade na definição da agenda internacional e na modelação do sistema das relações internacionais», consolidando a «posição da Rússia como centro de influência mundial»4.

Esta narrativa de poder e da Rússia como uma grande potência vem acompanhada da abordagem nacional-patriótica de cunho conservador que Putin tem incutido às suas políticas, combinando as dimensões de Realpolitik e identitária5. Este curso de afirmação tem estado alicerçado numa sociedade definida como multiétnica, nos valores civilizacionais, históricos e tradicionais que enquadram a evolução das políticas, e no carácter distintivo da Rússia, como sublinhado nos documentos estratégicos de política externa. Em termos discursivos esta tendência é evidenciada no «novo normal» pós-anexação da Crimeia em que o discurso civilizacional e a predisposição para o uso da força surgem na retórica política e no desempenho da política externa com uma nova roupagem de justificação, legitimação e afirmação de poder. A tendência de militarização foi particularmente reforçada na última década, incluindo a reforma das Forças Armadas, o investimento no desenvolvimento de novas capacidades militares e equipamentos tecnologicamente avançados, bem como intervenções mais robustas. A dimensão normativa assente nesta narrativa de valores civilizacionais e tradicionais, e a missão que aí está implicada, interligam com a questão do estatuto - que implica uma reconfiguração do lugar da Rússia no sistema internacional - e com a dimensão identitária, que congrega a singularidade da Rússia, construída entre as influências orientais e ocidentais. Estas dimensões normativas, de estatuto e de identidade têm acompanhado a política externa russa ao longo do tempo6.

O novo documento estratégico de segurança russo, publicado em julho de 2021, afirma o estatuto da Rússia como grande potência e tem um foco claro nas dinâmicas internas (demografia, estabilidade política e soberania, desenvolvimento económico, entre outras). A definição do contexto internacional segue, sem novidade, a linha de «contenção estratégica», ao identificar o sistema internacional como crescentemente marcado por maior tensão com os Estados Unidos e o Ocidente em geral. Estes são rotulados como hostis e diminuídos na sua prioridade no quadro das estratégias russas, visível no sublinhar dos valores tradicionais russos e na sua distinção da narrativa ocidental, e na identificação dos temas relativos ao desenvolvimento tecnológico ou a questões ambientais como prementes na agenda7. Nada neste alinhamento é novo, embora o tom seja mais assertivo no sentido de afirmar o estatuto da Rússia com um lugar próprio no sistema internacional e de abandonar a «fraseologia liberal dos anos 1990»8 sublinhando os seus próprios princípios e valores não necessariamente coincidentes com os ocidentais. As ações ocidentais, incluindo o uso de novas tecnologias, a propaganda e a desinformação, são consideradas parte da política de contenção da Rússia. A China e a Índia são identificadas como os parceiros estratégicos da Rússia, e as instituições multilaterais, como a OCX, ou formatos de cooperação institucionalizada, como o BRICS9, ou de natureza mais informal, como no âmbito do trio Rússia-China-Índia, são destacados.

Este alinhamento esteve também bem presente no discurso anual de Putin à Assembleia Federal em abril de 2021, com um enfoque claro nas questões internas, donde o contexto e os impactos da pandemia SARS-CoV-2 ocupam uma grande mancha do discurso. Contudo, o discurso não deixou de mencionar a resposta a todos os que «ultrapassem as linhas vermelhas» nas relações com a Rússia, sem particularizar, e enfatizou a relevância de todos os processos regionais - OCX, União Económica Euroasiática, Organização do Tratado de Segurança Coletiva, BRICS - como parte essencial de uma estratégia de desenvolvimento integrada, em que o investimento em infraestruturas é central. Nas duas menções feitas ao Ocidente no discurso, a crítica é clara: na ingerência nas políticas da Bielorrússia e na rejeição das propostas russas para o diálogo internacional em matéria de comunicações e cibersegurança. A dimensão euroasiática da política externa ganha relevo, enquanto as relações a ocidente mal são referidas10.

A evolução das relações da Rússia com a China tem-se adensado neste contexto de relações difíceis a ocidente. O aumento do número de acordos firmados entre a Rússia e a China é evidente, refletindo a própria evolução de uma política de aproximação visível em finais dos anos 1980 e que evoluiu para uma parceria estratégica em meados dos anos 1990 e a assinatura do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável entre a República Popular da China e a Federação Russa em 2001, que estabelece as fundações da relação. Após vinte anos, as partes consideram ter construído uma base sólida para o relacionamento bilateral11. A matriz legal na base desta relação é evidente nestes múltiplos acordos, acompanhada de reuniões regulares e vários comités de trabalho conjunto, bem como no âmbito da colaboração em fóruns multilaterais, como por exemplo a OCX. As declarações oficiais russas e chinesas destacam que, embora não tenham como objetivo uma aliança, as suas posições sobre as principais questões globais são «um dos elementos centrais da estabilidade regional e global» e que os dois países «obtêm o apoio um do outro» à medida que confrontam desafios globais12. Em vários momentos os líderes chineses e russos têm sublinhado a relevância da relação estratégica, mas evitando referir-se à mesma como aliança. Na China, as relações com a Rússia são definidas como aderindo à política dos «três nãos»: não-alinhado, não confrontacional, não dirigido contra terceiros13. Esta leitura é relevante no debate sobre uma possível aliança sino-russa, que no discurso político é minimizada em favor de cooperação estratégica ou de parceria estratégica. No contexto da celebração dos 20 anos do Tratado de Boa Vizinhança e Cooperação Amigável, em agosto de 2021, um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês referia que as partes concordam que dada a complexidade e volatilidade da situação regional e internacional vão manter comunicação regular em assuntos multilaterais e bilaterais14. Na mesma linha, Putin comentou que as relações estão num «nível de cooperação sem precedentes», sublinhando também a importância desta relação num contexto de instabilidade internacional15.

De facto, uma aliança militar Rússia-China teria implicações no desenho da multipolaridade e poderia não ser favorável à Rússia, implicando que princípios de igualdade na confrontação do inimigo (referência aos Estados Unidos) teriam de ser aplicados16. David Kerr, citado em Wishnick17, adverte mesmo que «a compatibilidade das visões russa e chinesa nestas construções políticas [como relativamente ao seu posicionamento face à hegemonia dos Estados Unidos ou no âmbito da OCX, por exemplo] não predeterminam a interação dos seus interesses». E de facto, lógicas de resistência e entendimentos diferenciados têm sido visíveis nas relações entre estes dois grandes atores. Alguns autores argumentam mesmo que não é do interesse dos Estados Unidos fomentar esta aproximação, pelo que uma política diferenciada para a Rússia poderia ser importante na gestão desta relação18. Outros ainda contra-argumentam que os Estados Unidos não teriam nada a ganhar com uma aproximação a uma Rússia autocrática, e que as concessões potencialmente implicadas nesta aproximação, por exemplo em relação à Ucrânia, seriam demasiado pesadas19. E há autores que alertam para as implicações desta aproximação entre poderes iliberais, que deve suscitar preocupação no Ocidente, pois não é apenas uma relação de «conveniência», mas também fundamentalmente geopolítica20.

Uma das áreas preferenciais de articulação, visível nos acordos assinados, tem sido a dimensão antiterrorista, demonstrando o receio de ameaças ao regime e instabilidade interna, contudo a dimensão da cooperação militar tem estado menos presente, à parte acordos sobre não uso da força e relativos a vendas de armamento21. Ainda relevante, como o estudo de Thomas Ambrosio demonstra22, é a desconexão entre os acordos bilaterais e aqueles que são negociados no quadro da OCX. Claramente, as partes preferem acordos bilaterais a este ambiente multilateral. Na opinião de Verlin e Inozemtsev23, estas relações são informadas pela expressão «barulho em cima, silêncio em baixo», dado o diálogo e reuniões regulares, e a assinatura de vários acordos, quando confrontados com as realidades desta relação. De facto, a

«OCX acaba por funcionar como um instrumento de contenção dupla: de contenção mútua entre a China e a Rússia, e de contenção do envolvimento dos Estados Unidos na área. Revela ainda que a relação estratégica que ambos os estados desenvolvem está imbuída de desconfiança, limitando o alcance do próprio relacionamento bilateral e demonstra como este se assume em vários momentos como um “eixo de conveniência”[24], funcionando de forma instrumental mais do que estrategicamente ponderada»25.

Estas reflexões revelam o intenso debate na leitura do posicionamento internacional da Rússia e da articulação deste com a China, ora numa leitura mais benevolente que sublinha traços comuns subjacentes às relações entre estes dois atores, ora numa leitura mais crítica que questiona os diferenciais existentes e o modo como estes podem bloquear a cooperação estratégica. Face a uma Rússia revisionista e a uma China mais assertiva no plano internacional, como podemos ler a relação entre estes dois gigantes?

O revisionismo russo e a assertividade chinesa: ponto de encontro ou de confronto?

As perspetivas relativamente à leitura que se pode fazer das relações Rússia-China mostram, na realidade, como os vários pontos de encontro e desencontro se vão dando. Muito claro na agenda de ambos estes atores é o contraponto à hegemonia neoliberal liderada pelos Estados Unidos e pelos seus aliados ocidentais, um posicionamento que não é novo, mas que tem ganhado contornos mais determinados nos últimos anos. Já no Tratado de Boa Vizinhança de 2001 vem referido o objetivo de desenvolver uma ordem internacional justa e racional baseada no cumprimento estrito dos princípios e normas do direito internacional26. Os princípios da soberania, integridade territorial dos estados e não ingerência nos assuntos internos são partilhados, e é bem visível o alinhamento Rússia-China nestas matérias em muitos momentos, por exemplo, no âmbito do Conselho de Segurança das Nações Unidas. De facto, no discurso político a Rússia e a China apresentam a sua relação como central numa ordem internacional multipolar, na promoção de paz e estabilidade e na projeção de uma ordem mais justa, pacífica e equilibrada. Não se trata, assim, de uma relação de soma nula, como lido pelas partes, mas antes de coexistência amistosa entre dois poderes mundiais27.

Os argumentos relativos às leituras que a Rússia e a China fazem do «outro» sublinham os aspetos recorrentemente apresentados por analistas, como a ideia de contenção dos Estados Unidos no contexto de uma ordem multipolar; a partilha de preocupações no combate ao extremismo e terrorismo, que assumiram papel prevalente no contexto da OCX; a manutenção dos regimes políticos evitando desafios internos ou externos ao statu quo; a cooperação económica e comercial, essencial ao desempenho económico da Rússia e importante no fornecimento, em particular, de recursos energéticos à China. Zuenko28 fala mesmo na importância desta lógica de aproximação no contexto pós-anexação da Crimeia (2014) como permitindo compensar as sanções impostas pelo Ocidente à Rússia, ajudando a economia russa a recuperar, dado que a China é o maior parceiro comercial da Rússia. Contudo, este argumento não é linear. Na China a questão económica é considerada secundária face à maturidade da parceria, na Rússia evita-se o tema destacando a dimensão securitária desta relação29. De facto, o diferencial económico é gigante, a favor da China, no entanto a falta de investimento chinês na Rússia e os baixos níveis comerciais, que durante anos eram referidos como limitando as capacidades de Moscovo, foram-se alterando. Esta situação levou mesmo as autoridades russas a enfatizar a dimensão de segurança e militar, tornando a Rússia aos olhos de Pequim numa possível fonte de instabilidade na região da Ásia-Pacífico, dado o cariz revisionista das políticas russas30. O exemplo do acordo de gás natural assinado entre a Rússia e a China em maio de 2014, no montante de 400 mil milhões de dólares por trinta anos, é ilustrativo das ambivalências existentes. Por um lado, parecia oferecer após anos de negociações a abertura para maior colaboração entre as partes a nível energético, por outro, acabou por revelar cautela da parte da China no apoio a projetos russos como o do corredor ocidental, entendido como um projeto político com uma relação custo/eficiência limitada31. Mas a capacitação de abastecimento energético não ficou estagnada, podendo aqui ser referido o gasoduto Power of Siberia e a ideia de um novo projeto através da Mongólia, o Power of Siberia 232. Além do mais, e apesar destes diferendos, a posição chinesa no comércio russo aumentou de 10,5% em 2013 para 16,7% em 2019 e 18,3% em 2020, mesmo em contexto de pandemia. Este aumento substancial é refletido no declínio das relações comerciais da Rússia com a União Europeia, que nos mesmos períodos registou quebras dos 49,4% para 41,6% e em 2020 para 38,5%33. A política de investimentos chineses está também a consolidar-se. No entanto, e apesar do alinhamento que se faz sentir entre estes dois grandes atores, alguns consideram esta leitura demasiado benevolente, evidenciando falhas na consolidação desta parceria34. A próxima secção analisa estes diferenciais procurando perceber como se materializam as lógicas de contenção estratégica.

Contenção dupla?

Para Mastanduno35, o elemento recorrentemente referenciado como agregador de entendimento - a oposição à liderança dos Estados Unidos no sistema internacional - está ele próprio imbuído de diferenças. Para este autor, a hegemonia norte-americana é mais duradoura na Europa do que na Ásia Oriental. Apesar de a Rússia procurar minar as relações dos Estados Unidos com os seus parceiros europeus, através de interferência em processos eleitorais, por exemplo, a sua capacidade tem-se revelado limitada, pois tem encontrado dificuldade em oferecer uma alternativa à ordem hegemónica atual. A China apresenta desafios diferentes: é o centro da ordem económica regional na Ásia, algumas das suas iniciativas de segurança regional têm levado alguns Estados, como Singapura e o Vietname, a aproximarem-se dos Estados Unidos, mas outros a traçarem um curso de aproximação à China, como é o caso das Filipinas36. Além do mais, a China, diferentemente da Rússia, tem capacidade para minar as parcerias dos Estados Unidos na Ásia, e a retirada do anterior Presidente dos Estados Unidos Donald Trump da Parceria Transpacífico (TPP) reforçou a perceção da China como o ator central na região37. Para Pavel Baev38, um dos fatores que explica este diferencial prende-se com a interpretação que ambas as partes fazem sobre multipolaridade. Enquanto para a China esta sustenta o seu crescimento pacífico, que não viola os seus princípios, adicionando-a aos centros legítimos de poder, para a Rússia, na lógica revisionista que tem prosseguido, implica competição e, se necessário, uma maior propensão para o uso da força. Isto reflete prioridades e visões distintas destes dois atores para o ordenamento internacional. De facto, como Baev salienta39, a Rússia tem demonstrado disponibilidade para usar as suas capacidades militares, como no caso da Síria e mesmo no contexto da Ucrânia, sempre com um cunho anti-Estados Unidos/Ocidente forte. Esta predisposição torna a dimensão de segurança uma dimensão demasiadamente importante, sendo objeto de preocupação na China, que prefere controlar qualquer escalada de tensão no mar do Sul da China, por exemplo, revelando desconfiança quanto à capacidade russa de gestão moderada de instabilidade nesse contexto. Nas palavras de Kaczmarski40,

«[a] China apoia a globalização económica, embora continue a proteger grande parte da sua economia. De várias maneiras, Pequim prefere a manutenção do statu quo por uma questão de previsibilidade e de estabilidade. A Rússia, por seu turno, parece mais voltada para o protecionismo e promove dinâmicas de regionalização como a melhor forma para manter a sua posição na hierarquia internacional».

E o autor argumenta ainda que a China «parece estar genuinamente interessada em contribuir para a estabilidade política e económica, enquanto a Rússia procura, antes de mais, a confirmação simbólica do seu estatuto de grande potência, não se importando de ocasionalmente desempenhar o papel de spoiler»41. As dinâmicas em contexto multilateral ajudam a melhor perceber a lógica de contenção estratégica que acompanha esta relação, como analisado em seguida.

O indo-pacífico e os arranjos regionais: perceções de (in)segurança

A região do Indo-Pacífico é entendida de forma diferenciada quer na Rússia quer na China, o que destaca a leitura geopolítica distinta que estes atores fazem deste espaço regional. A China promove uma visão geoeconómica do Indo-Pacífico centrada na BRI, enquanto a Rússia procura promover a leitura deste espaço em torno da integração euroasiática e do conceito de Grande Eurásia42. Aliás, a Rússia critica abertamente a política norte-americana de renomear a região Ásia-Pacífico como Indo-Pacífico, considerando que é necessário ter em consideração os interesses de todas as partes na área. De acordo com o ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu, a expansão artificial de esferas de cooperação para o chamado Indo-Pacífico pretende criar linhas de divisão, originando tensão entre os países da Ásia-Pacífico e, em última instância, comprometendo o desenvolvimento regional (citado em Denisov et al.)43. Os autores prosseguem argumentando que a Rússia teme uma aliança militar em torno dos Estados Unidos, Índia, Japão e Austrália - o Quadrilateral Security Dialogue (Quad) -, que eventualmente possa contribuir para aumentar a influência dos Estados Unidos na área, em linha com a sua leitura multipolar da ordem internacional. Para Lukin e Torkunov, citados em Denisov et al.44, em Moscovo a preocupação é que a conceção de um bloco Indo-Pacífico pelos Estados Unidos possa assumir um carácter anti-China, além de minar os planos de cooperação russa na região euroasiática. A alteração nas relações que poderá decorrer de uma iniciativa como esta, por exemplo relegando a Rússia a uma posição menos prioritária na agenda da Índia, teria implicações regionais. Como afirmam Denisov et al.45, uma parceria estratégica entre a Rússia e a China promove a aproximação dos países da Ásia aos Estados Unidos, tal como a confrontação da Rússia com o Ocidente promove a aproximação da Rússia à China. Kazantsev et al.46 também fazem este argumento de reequilíbrio. Esta lógica de procura de novos equilíbrios recria uma leitura realista do sistema internacional em que as alianças, mesmo que informais, são reajustadas de acordo com a distribuição de poder, e as identidades são flexibilizadas em favor do interesse nacional. Nestes novos arranjos, o enfraquecimento institucional da ASEAN ou mecanismos de contenção da China não são favoráveis a Moscovo. A Estratégia de Desenvolvimento do Indo-Pacífico deve ser, na leitura de Moscovo, inclusiva, não assente em blocos, e em que a Rússia possa desempenhar um papel central na gestão do espaço euroasiático.

E é exatamente neste quadro que a Rússia se mantém muito atenta à recente aliança defensiva Aukus, apresentada em setembro de 2021 e que envolve a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos47. A Aukus prevê a aquisição de submarinos de propulsão nuclear pela Austrália, e princípios de partilha de tecnologia e know-how, colaboração em matérias de cibersegurança e inteligência artificial, dotando a Austrália de capacidades diferenciadoras na região. Claramente subjacente a esta nova iniciativa está o objetivo de aumentar a influência e presença dos Estados Unidos no Indo-Pacífico, dando corpo a princípios estratégicos de política externa anteriormente delineados e assumindo a agenda de contenção da China. A Rússia entende este novo arranjo como desafiador do statu quo no Indo-Pacífico, em conjunto com outras iniciativas como o Quad, por exemplo. Já descritos como «protótipos de uma Aliança Atlântica asiática» nos meios políticos russos, revelam no entendimento de Moscovo uma postura hostil e de contenção da China em particular, mas também da Rússia, promovendo uma política regional de rearmamento e transformando o Indo-Pacífico numa área de tensão e insegurança48. Com a Aukus, não só a imprevisibilidade aumenta, como a leitura do «Ocidente» encontra desentendimentos entre os Estados Unidos e velhos aliados como a França, mas também dificuldades na articulação da relação transatlântica. Se para Moscovo o enfraquecimento do Ocidente é entendido como favorável à sua projeção de poder, por outro lado, um Ocidente «compartimentalizado» em diferentes arranjos com composições variadas constitui um desafio. A adicionar às críticas, Moscovo sublinha ainda a questão das implicações deste acordo relativamente ao regime de não proliferação nuclear, criticando a abordagem seguida como promovendo desvios ao normativo. Mas a Rússia entende também que o novo statu quo que resulta destes desenvolvimentos pode eventualmente ser explorado de forma positiva, permitindo-lhe potenciar negociações das suas tecnologias nucleares com outros parceiros, usando este entendimento como um precedente nesta matéria49.

Noutros formatos, o BRICS procurou incarnar o desígnio de oposição à ordem dominante, traduzindo a necessidade de maior integração dos países em desenvolvimento na economia global, dessa forma alterando a hegemonia ocidental no controlo das instituições financeiras, por exemplo, e do robustecimento das relações no contexto do Sul global. Nas várias cimeiras do grupo esta ordem alternativa é referida sempre na linha de impulsionar a criação de uma ordem internacional mais justa, que implique maior representação dos países em desenvolvimento em instituições internacionais50. O princípio da coexistência é apresentado por alguns como traduzindo o elemento agregador que permite uma estratégia assente na criação de um sistema baseado em normas para coliderar a ordem internacional. Este princípio reconhece que Estados diferentes podem legitimamente prosseguir interesses económicos e políticos próprios, mas que o devem fazer dentro destas regras que asseguram coexistência pacífica51. Contudo, a narrativa que se repete nas cimeiras anuais e mesmo os investimentos que têm sido feitos neste âmbito não esbatem os diferenciais existentes - quer em termos políticos, quer ideológicos -, a dispersão geográfica e contextos regionais distintos, a enorme disparidade em termos de capacidades económicas entre estes cinco Estados e a dificuldade em promover uma visão coletiva da ordem internacional, que parecem travar o potencial do BRICS na promoção de uma ordem alternativa52. Muito próximos deste discurso estão claramente a oposição aos Estados Unidos e os princípios de respeito pela soberania e integridade territorial dos Estados, e não ingerência nos assuntos internos, bem como o princípio de não uso da força, muito vincados no quadro do BRICS e reiterando os princípios de base norteadores destas relações. As declarações conjuntas traduzem de forma muito clara este normativo, afirmando um mundo multipolar e uma nova ordem - também através de articulação no âmbito das Nações Unidas para condicionar a hegemonia dos Estados Unidos - e identificando mecanismos de resolução de disputas fronteiriças e relativos à presença de forças armadas ao longo das fronteiras53. Kaczmarski, citado em Ambrosio54, argumenta mesmo que as alterações nas capacidades materiais destes atores têm sido entendidas como parte de um processo de transição pacífica de poder, o que consolida a base destas relações.

Neste quadro, vários são os autores que referem a OCX como um mecanismo central à cooperação bilateral e multilateral permitindo reforçar as relações China-Rússia. Além do mais, o envolvimento de países da Ásia Central nesta organização permite uma gestão facilitada de diferendos regionais e uma eventual contenção estratégica benevolente, que passa mesmo pela redefinição de áreas de influência como um conceito mais elástico. A presença crescente a nível económico da China na Ásia Central tem procurado não desafiar a presença política e a projeção securitária da Rússia neste espaço. Estamos aqui perante uma gestão delicada de espaços de influência.

A OCX tem como objetivos fundamentais a cooperação política com base na igualdade entre os seus membros, estando a dimensão securitária sob pressão55. A Rússia tem procurado integrar elementos securitários na agenda, para além da luta contra os extremismos e terrorismo, cuidando que o seu papel de liderança da Organização do Tratado de Segurança Coletiva, em que a China não está presente, não seja minimizado. Como argumenta Chao56, a China tem por objetivo lidar com disputas fronteiriças e territoriais nos Estados da Ásia Central, manter a estabilidade em Xinjiang e assegurar recursos energéticos através da sua liderança. A Ásia Central é, neste contento, entendida como uma fonte de diversificação de recursos face ao Médio Oriente e África. O terrorismo e extremismo são prioritários na agenda e, mais uma vez, nesta dimensão a cooperação com os países da Ásia Central é assumida como muito relevante na contenção de grupos terroristas. Os autores chineses consideram que a China detém já uma considerável influência e liderança na OCX, tendo esta adotado vários dos conceitos estruturantes avançados por Pequim, como o «espírito de Xangai», traduzindo ganhos mútuos, igualdade, diálogo, respeito por diferenças culturais e aspiração ao desenvolvimento conjunto57.

No quadro da OCX tem havido cooperação militar, tendo decorrido o primeiro exercício conjunto envolvendo todos os membros em 2007, a Peace Mission, como foi denominado, exercício que se centrou no combate a atividades antiterroristas. Vários exercícios militares conjuntos têm decorrido com o envolvimento de todos os membros ou parte destes, permitindo o treino e a capacitação de forças. Estes exercícios, seja no quadro da OCX seja em formato bilateral Rússia-China, tornaram-se já uma parte substantiva e recorrente da cooperação militar58. Este ano, o exercício Peace Mission 2021 decorreu em território russo, em setembro, com um enfoque em ação contraterrorista, no contexto da retirada dos Estados Unidos do Afeganistão59, e o exercício Sibu/Cooperation-2021 em território chinês, sinalizando a consistência da cooperação militar entre a Rússia e a China60. Mais recentemente, são de sublinhar também os exercícios navais conjuntos no Mediterrâneo, Báltico, mar do Sul da China, com o mais recente exercício naval a decorrer no mar do Japão em outubro de 202161. É interessante notar, neste contexto, como argumenta Baev, que o pivô russo para a Ásia-Pacífico foi acompanhado do fortalecimento das capacidades militares russas e de uma maior abertura da sua indústria de armamento. De facto, Moscovo alterou a sua política nesta matéria, seguindo o entendimento de que poderá beneficiar mais estando neste mercado do que protegendo a sua investigação/produção face à evolução tecnológica do armamento chinês. Esta alteração não significa, no entanto, que Moscovo não tenha receios relativamente à sua posição estratégica na Ásia-Pacífico, percecionando-a como diminuída face à crescente presença chinesa62.

Mas a OCX tem também uma dimensão económica relevante, em que os recursos energéticos têm assumido alguma centralidade. O pressuposto de base é o de que desenvolvimento económico promove estabilidade. Os investimentos na área da energia permitem à China reduzir a sua dependência da Rússia, aumentando a sua influência na região da Ásia Central. Os projetos no âmbito da BRI são aqui ilustração63. Simultaneamente, o facto de os países da Ásia Central terem agendas próprias, também elas de potencial diversificação nas suas relações externas, significa que a articulação entre a Rússia e a China em termos das suas políticas para este espaço é relevante, de modo a minimizar desafios a lógicas de integração64. É de notar que os Estados da Ásia Central não reconheceram a anexação da Crimeia, nem a independência da Abcásia e da Ossétia do Sul após a guerra na Geórgia, nem se juntaram às sanções que a Rússia impôs ao Ocidente em resposta às sanções ocidentais após a crise na Ucrânia e a desestabilização do Donbass. De forma concreta, isto significa que a Rússia precisa de maior integração no quadro da União Económica Euroasiática e de acordos estáveis com os países da Ásia Central, para aí promover a sua agenda65. Além do mais, como argumenta Samokhvalov66, na Ásia Central a presença russa consolidou-se sob a forma de regionalismo liderado pela potência hegemónica («hegemon-sponsored regionalismo», como Alison o designou em 2004). A expansão económica chinesa na Ásia Central não desafiou o domínio simbólico russo na região. Contudo, a BRI minou o papel da Rússia como potência civilizadora no espaço euroasiático, levando a que a Rússia procurasse uma política de equilíbrios que passa pela inclusão dos Estados da Ásia Central no projeto da Grande Eurásia67. Mas a China enfrenta também desafios no quadro da Organização, que Chao68 sintetiza: na forma de gestão das relações entre Índia, Paquistão, Rússia e China; na resposta aos apelos para transformar a OCX numa quase-aliança política e militar; na gestão das suspeições russas face a uma maior presença e influência chinesa neste espaço parte do «espaço vital» russo; e na gestão das relações de modo a evitar interferências nos assuntos internos dos Estados-Membros.

Estas dinâmicas de integração multilateral expõem o que também é evidente na lógica de cooperação/competição que acompanha as relações Rússia-China. Há de facto alguma dificuldade em articular os temas centrais das agendas, sejam estes político-securitários ou económicos, por exemplo, pois os desequilíbrios existentes são evidentes. A lógica de contenção dá-se assim nestes vários níveis: na relação com os Estados Unidos e o Ocidente, na relação entre a Rússia e a China, e nos quadros multilaterais onde estão integrados.

Notas conclusivas: o dilema da Rússia

O objetivo russo de afirmação como grande potência continua bem presente na agenda de política externa, a qual, num contexto de relações hostis com o Ocidente, tem revelado na opção Ásia, e em particular nas relações com a China, a alternativa possível à reconfiguração de poder. O projeto russo «pivô Ásia», neste contexto, fazia parte de um reequilíbrio que a Rússia procurava na sua afirmação identitária e de poder, contrabalançando a sua dimensão europeia e, desse modo, permitindo-lhe ganhar espaço nos assuntos internacionais69. Contudo, estas opções não estão isentas de custos. As relações Rússia-China são marcadas por vários desequilíbrios que se vêm acentuando, pois se a dimensão económica era a mais evidente, o desenvolvimento de capacidades tecnológicas militares na China reduziu as vantagens que a Rússia tinha nesta matéria, tornando a assimetria mais visível. A nível político, a partilha de uma retórica agregadora de princípios que ambos consideram centrais às relações internacionais - visíveis nos alinhamentos tantas vezes presentes no Conselho de Segurança das Nações Unidas, no sublinhar da soberania nacional e do princípio de não intervenção, bem como na contestação a uma ordem internacional que definem como hegemónica e injusta, em torno dos Estados Unidos e de valores ocidentais - constitui um pilar importante na base desta relação. Mas demonstra também, como analisado, as interpretações muitas vezes díspares subjacentes a estes (des)alinhamentos. Se por um lado a relação de maior proximidade da Rússia à China é fundamental para as políticas de Moscovo, num contexto de contrapeso ao Ocidente e de reforço da sua presença internacional, por outro lado, Moscovo está ciente do desequilíbrio que esta relação implica e não pretende tornar-se um «parceiro menor» em momentos de decisão fundamentais sobre a ordem internacional. Esta ambivalência é notória. Apesar dos ganhos imediatos que esta relação próxima pode trazer, os custos que lhe podem estar associados, incluindo na leitura do estatuto internacional da Rússia, não deixam de ser parte de um importante dilema. As lógicas de contenção visíveis ilustram bem as preocupações existentes em Moscovo.

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Notas

2 LO, Bobo - Axis of Convenience: Moscow, Beijing, and the New Geopolitics. Washington: Brookings Institution Press, 2008.

3WISHNICK, Elizabeth - «In search of the “Other” in Asia: Russia-China relations revisited». In The Pacific Review. Vol. 30, N.º 1, 2017, pp. 114-132.

4Conceitos de política externa, versão em língua inglesa. «THE FOREIGN Policy Concept of the Russian Federation, Approved by V. Putin». 28 de junho de 2000. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://fas.org/nuke/guide/russia/doctrine/econcept.htm; «The Foreign Policy Concept of the Russian Federation. Approved by Dmitry A. Medvedev». 12 de julho de 2008. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: http://en.kremlin.ru/supplement/4116; «CONCEPT of the Foreign Policy of the Russian Federation, Approved by President of the Russian Federation V. Putin». 2013. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.mid.ru/en/foreign_policy/official_documents/asset_publisher/CptICkB6BZ29/content/id/122186; «FOREIGN Policy Concept of the Russian Federation. Approved by President Vladimir Putin on November 30, 2016». Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.mid.ru/en/foreign_policy/official_ documents/asset_publisher/CptICkB6BZ29/content/id/ 2542248. Todas as citações são traduções livres da autora.

5FREIRE, Maria Raquel - «The quest for status: how the interplay of power, ideas, and regime security shapes Russia’s policy in the post-Soviet space». In International Politics. N.º 56, 2019, pp. 795-809.

6FREIRE, Maria Raquel - «Vladimir Putin, twenty years on: Russia’s foreign policy». In Vestnik RUDN. International Relations. Vol. 20, N.º 3, 2020, pp. 449-462.

7TRENIN, Dmitri - «Russia’s National Security Strategy: a manifesto for a new era». Carnegie Moscow. 6 de julho de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://carnegiemoscow.org/commentary/84893.

8Ibidem.

9BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

10PUTIN, Vladimir - «Presidential Address to the Federal Assembly». 21 de abril de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: http://en.kremlin.ru/events/president/news/65418.

11«RUSSIA, China extend friendship and cooperation treaty - Kremlin». Reuters. 28 de junho de 2021. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.reuters.com/world/china/russia-china-extend-friendship-cooperation-treaty-kremlin-2021-06-28/.

12WISHNICK, Elizabeth - «In search of the “Other” in Asia…», p. 115.

13CONTRERAS-LUNA, R. - «Moscow’s great power dilemmas: the role of Asiatic Russia in Russia-China relations». In International Journal of Asia Pacific Studies. Vol. 15, N.º 2, 2019, p. 15.

14«XI JINPING speaks with Russian President Vladimir Putin on the phone». Ministry of Foreign Affairs of the People’s Republic of China. 25 de agosto de 2021. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.fmprc.gov.cn/mfa_eng/zxxx_662805/t1901949.shtml.

15«RUSSIA, China extend treaty, hail ties». In The Moscow Times. 28 de junho de 2021. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.themoscowtimes.com/2021/06/28/russia-china-extend-treaty-hail-ties-a74363.

16TRUSH, S. M. - «Russia-US-China: motives and risks of Russian-Chinese military rapprochement». In Herald of the Russian Academy of Sciences. N.º 90, 2020, pp. 661-669.

17WISHNICK, Elizabeth - «In search of the “Other” in Asia…», p. 115.

18KUPCHAN, Charles A. - «The right way to split China and Russia. Washington should help Moscow leave a bad marriage». 4 de agosto de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.foreignaffairs.com/articles/united-states/2021-08-04/right-way-split-china-and-russia.

19MCFAUL, Michael - «Opinion: trying to pry Russia away from China is a fool’s errand». In The Washington Post. 21 de julho de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/opinions/2021/07/21/why-seeking-alliance-with-russia-to-counter-china-wont-work/.

20COX, Michael - «Not just “convenient”: China and Russia’s new strategic partnership in the age of geopolitics». In Asian Jornal of Comparative Politics. Vol. 1, N.º 4, 2016, pp. 317-334.

21AMBROSIO, Thomas - «The architecture of alignment: the Russia-China relationship and international agreements». In Europe-Asia Studies. Vol. 69, N.º 1, 2017, p. 136.

22Ibidem.

23VERLIN, Evgenii; INOZEMTSEV, Vladislav - «Russia-China time for a course correction», Russian politics and law. Vol. 49, N.º 6, 2011, p. 64.

24LO, Bobo - Axis of Convenience…, p. 3.

25FREIRE, Maria Raquel - «Confluência na Ásia? As relações Rússia-China». In Relações Internacionais. N.º 38, 2013, p. 101.

26CONTRERAS-LUNA, R. - «Moscow’s great power dilemmas…», p. 14.

27Ibidem.

28ZUENKO, Ivan - «Russia-China cooperation: a view from the region». In Russian Politics & Law. Vol. 57, N.º 1-2, 2020, p. 2.

29BAEV, Pavel K.; TØNNESSON, Stein - «The troubled Russia-China partnership as a challenge to the East Asian peace». In Fudan Journal of the Humanities and Social Sciences. N.º 10, 2017, p. 219; WISHNICK, Elizabeth - «In search of the “Other” in Asia…», p. 115.

30BAEV, Pavel K. - «Russia’s pivot to China goes astray: the impact on the Asia-Pacific security architecture». In Contemporary Security Policy. Vol. 37, N.º 1, 2016, p. 89; AMBROSIO, Thomas - «The architecture of alignment…», pp. 110-156.

31BAEV, Pavel K.; TØNNESSON, Stein - «The troubled Russia-China partnership…», p. 218.

32GABUEV, Alexander - «As Russia and China draw closer, Europe watches with foreboding». Carnegie Moscow Center. 19 de março de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://carnegiemoscow.org/commentary/84135.

33Ibidem.

34BAEV, Pavel K. - «Russia’s pivot to China goes astray…», p. 91.

35MASTANDUNO, Michael - «Partner politics: Russia, China, and the challenge of extending US hegemony after the Cold War». In Security Studies. Vol. 28, N.º 3, 2019, p. 503.

36Ibidem, p. 504.

37Ibidem.

38BAEV, Pavel K. - «Russia’s pivot to China goes astray…», p. 92.

39Ibidem, p. 103.

40KACZMARSKI, Marcin - «Convergence or divergence? Visions of world order and the Russian-Chinese relationship». In European Politics and Society. Vol. 20, N.º 2, 2019, p. 207.

41Ibidem, p. 220.

42DENISOV, Igor; PARAMONOV, Oleg; ARAPOVA, Ekaterina; SAFRANCHUK, Ivan - «Russia, China, and the concept of Indo-Pacific». In Journal of Eurasian Studies. Vol. 12, N.º 1, 2021, p. 73.

43Ibidem, p. 80.

44Ibidem, p. 81.

45Ibidem.

46KAZANTSEV, Andrei; MEDVEDEVA, Svetlana; SAFRANCHUK, Ivan - «Between Russia and China: Central Asia in Greater Eurasia». In Journal of Eurasian Studies. Vol. 12, N.º 1, 2021, pp. 57-71.

47FREIRE, Maria Raquel - «A AUKUS e a Rússia». IDN Brief. 2021 (no prelo).

48«RUSSIA worried AUKUS pact will allow Australia to enter elite nuclear submarine club». Reuters. 1 de outubro de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.reuters.com/world/europe/russia-worried-aukus-pact-will-allow-australia-enter-elite-nuclear-submarine-2021-10-01/. Ver também AMAR, Tarik Cyril - «Plenty more subs in the sea: AUKUS nuclear deal could end up pushing Russia and China closer together but dividing Europe». RT. 26 de setembro de 2021. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.rt.com/russia/535758-aukus-pushing-russia-china-closer/; KORTUNOV, Andrei - «Should Russia be worried by the new aukus aliance?». In The Moscow Times. 30 de setembro de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.themoscowtimes.com/2021/09/30/should-russia-be-worried-by-the-new-aukus-alliance-a75175.

49«Russia worried AUKUS pact…».

50CHEN, Yawen; MARTINA, Michael - «Xi urges BRICS grouping to push for more “just” international order». 5 de setembro de 2017. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.reuters.com/article/us-china-brics-idUSKCN 1BG07R.

51DE CONING, Cedric; MANDRUP, Thomas; ODGAARD, Liselotte, eds. - The BRICS and Coexistence. An Alternative Vision of World Order. Londres: Routledge, 2016.

52Ver por exemplo NURUZZAMAN, Mohammed - «Why BRICS is no threat to the post-war liberal world order». In International Studies. Vol. 57, N.º 1, 2020, pp. 51-66; STUENKEL, Oliver - The BRICS and the Future of Global Order. Lanham, MD: Lexington Books, 2016.

53AMBROSIO, Thomas - «The architecture of alignment...», p. 127.

54Ibidem, p. 112.

55Ver FREIRE, Maria Raquel - «Shanghai Cooperation Organization». In TSYGANKOV, Andrei P., ed. - Routledge Handbook of Russian Foreign Policy. Londres: Routledge, 2018.

56CHAO, Wen-Chih - «The political economy of China’s rising role in the Shanghai Cooperation Organization (SCO): leading with balance». In The Chinese Economy, 2021, pp. 1-2. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.tandfonline.com/doi/full/10.1080/10971475.2021.1972548.

57Ibidem, p. 5.

58Para um resumo dos exercícios militares conjuntos, quer no quadro da OCX, quer em registo bilateral Rússia-China, ver WEITZ, Richard - «Assessing Chinese-Russian military exercises. Past progress and future trends». Center for Strategic and International Studies - CSIS. Julho de 2021. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://csis-website-prod.s3.amazonaws.com/s3fs-public/publication/210709_Weitz_Chinese-RussianExercises.pdf?sVj9xEhVUrzel_Mbf5pOdJqAQwUvn2zq.

59«RUSSIA, China hold joint anti-terror drills - TASS». In The Moscow Times. 20 de setembro de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.themoscowtimes.com/2021/09/20/russia-china-hold-joint-anti-terror-drills-tass-a75088.

60«RUSSIA, China hold large-scale joint military drills». Reuters. 10 de agosto de 2021. Consultado em: 18 de setembro de 2021. Disponível em: https://www.reuters.com/world/russia-china-hold-large-scale-joint-military-drills-2021-08-10/.

61«RUSSIA, China hold joint anti-terror drills in Sea of Japan». Reuters. 20 de setembro de 2021. Consultado em: 18 de outubro de 2021. Disponível em: https://www.themoscowtimes.com/2021/09/20/russia-china-hold-joint-anti-terror-drills-tass-a75088.

62BAEV, Pavel K. - «Russia’s pivot to China goes astray…», p. 98.

63CHAO, Wen-Chih - «The political economy of China’s rising…», p. 6.

64KAZANTSEV, Andrei; MEDVEDEVA, Svetlana; SAFRANCHUK, Ivan - «Between Russia and China…», p. 67.

65Ibidem, pp. 57-71.

66SAMOKHVALOV, Vsevolod - «Russia and its shared neighbourhoods: a comparative analysis of Russia-EU and Russia-China relations in the EU’s eastern neighbourhood and Central Asia». In Contemporary Politics. Vol. 24, N.º 1, 2018, p. 36.

67Ibidem, p. 42.

68CHAO, Wen-Chih - «The political economy of China’s rising…», pp. 7-9.

69CONTRERAS-LUNA, R. - «Moscow’s great power dilemmas…», p. 21.

Notas

1 Este trabalho de investigação foi desenvolvido no âmbito do Centro de Excelência Jean Monnet PRONE - Peace Relations, Ontologies and Narratives in Europe: EU and its Eastern Neighbours, 611269-EPP-1-2019-1-PT-EPPJMO-CoE, Universidade de Coimbra. O apoio da Comissão Europeia à produção desta publicação não constitui um aval ao seu conteúdo, que reflete unicamente o ponto de vista da autora, e a Comissão não pode ser considerada responsável por eventuais utilizações que possam ser feitas com as informações nela contidas.

Recebido: 10 de Setembro de 2021; Aceito: 30 de Setembro de 2021

Maria Raquel Freire Professora catedrática de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e investigadora do Centro de Estudos Sociais da mesma Universidade. É coordenadora do Centro de Excelência Jean Monnet PRONE da Universidade de Coimbra.

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