SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
 número77A indesejada guerra do mundo livreRelações UE-religião: proposta de sistematização das fases de relação entre instituições europeias e igrejas e comunidades religiosas índice de autoresíndice de assuntosPesquisa de artigos
Home Pagelista alfabética de periódicos  

Serviços Personalizados

Journal

Artigo

Indicadores

Links relacionados

  • Não possue artigos similaresSimilares em SciELO

Compartilhar


Relações Internacionais (R:I)

versão impressa ISSN 1645-9199

Relações Internacionais  no.77 Lisboa mar. 2023  Epub 31-Mar-2023

https://doi.org/10.23906/ri2023.77a09 

A Guerra da Rússia na Ucrânia: o primeiro balanço

Política nuclear americana durante a guerra na Ucrânia

The US nuclear policy during the War in Ukraine

David Silva Ferreira1 

1 CEI - ISCTE, Av. das Forças Armadas, 1649-026, Lisboa, Portugal | dsfaa11@iscte-iul.pt.


Resumo

Os Estados Unidos da América e a Rússia, cuja agenda é dominada por questões estratégicas, possuem mais de 90% das armas nucleares do mundo. Esforços para tentar reduzir o seu número e a sua saliência na estratégia nuclear americana têm sido afetados por resistência doméstica e desenvolvimentos na esfera internacional. Atualmente, ao padrão de desrespeito de Moscovo por tratados de controlo de armamento, num contexto de guerra na Ucrânia, e de repetidas ameaças nucleares russas, junta-se a perceção americana de uma expansão massiva das forças nucleares chinesas. Esses acontecimentos servem de ímpeto à modernização nuclear americana e dificultam o diálogo para limitar os dois maiores arsenais nucleares do mundo.

Palavras-chave: armas nucleares; Estados Unidos da América; Rússia; China

Abstract

The United States and Russia, whose agenda is dominated by strategic matters, possess more than 90% of the world’s nuclear weapons. Efforts to reduce their number and salience in American nuclear strategy have been affected by domestic resistance and international developments. Currently, Moscow’s pattern of disrespect for arms control agreements, in a context of war in Ukraine, and of repeated Russian nuclear threats, is joined by an American perception of a massive expansion of Chinese nuclear forces. Those events serve as an impetus for American nuclear modernization and make dialogue to limit the world’s two largest nuclear arsenals more difficult.

Keywords: nuclear weapons; United States of America; Russia; China

Os Estados Unidos da América (EUA) e a Rússia, que detêm mais de 90% das armas nucleares do mundo, possuem uma paridade quantitativa aproximada em armas nucleares estratégicas, ou seja, que podem atingir o território da outra parte. Porém, a Rússia mantém uma superioridade quantitativa considerável ao nível das armas nucleares não estratégicas (de menor alcance e poder de destruição) instaladas no continente europeu. Os dois países têm um longo historial de desentendimentos na esfera nuclear, mas também de cooperação, tendo celebrado diversos tratados de controlo de armamento, de forma a estabilizar a sua relação de dissuasão nuclear mútua. Porém, vários regimes bilaterais de controlo de armamento têm vindo a ser abandonados ou suspensos e certas questões, como o sistema de defesa de mísseis americano e as armas nucleares não estratégicas russas (que não são alvo de qualquer forma de controlo), têm-se revelado como obstáculos intransponíveis.

Com a chegada de Barack Obama à presidência, os EUA expandiram a cooperação com a Rússia na esfera nuclear, o que culminou com a assinatura do Novo Tratado START em 2010, que impôs limitações relativas ao número de armas nucleares estratégicas operacionais. A ratificação do acordo nos EUA foi difícil, obrigando a Administração a aceitar concessões dos críticos deste no Congresso, nomeadamente a modernização das forças nucleares e o apoio ao contínuo desenvolvimento do sistema de defesa de mísseis. A reaproximação dos dois países foi limitada e curta; em 2014, a Rússia anexou a Crimeia e os EUA declararam Moscovo em incumprimento do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermédio (INF). O acordo, em vigor desde 1988, bania todos os mísseis balísticos e de cruzeiro terrestres com alcance entre 500 a 5500 quilómetros. Os EUA acusaram a Rússia de violar o acordo ao testar, e posteriormente instalar, mísseis com esse alcance no seu território, permitindo-lhe atingir alvos-chave na Europa. A Administração Obama decidiu manter-se no acordo e tentar convencer o Kremlin a voltar à conformidade com este, resistindo a pressões do Congresso para implementar medidas na esfera militar como alternativa à diplomacia, que tardava em dar frutos. Apesar de ter inicialmente procurado a sua preservação, o Presidente Trump anunciou em outubro de 2018 que os EUA abandonariam o tratado.

Para o Executivo de Trump, era evidente a degradação do ambiente de segurança internacional desde 2010, existindo agora um maior risco de confrontos regionais entre países com armas nucleares. O maior número e variedade de armas nucleares não estratégicas da Rússia, entendidas como uma ameaça, levou os EUA a responder com o desenvolvimento de novas armas nucleares, também não estratégicas1. Procurando negociar um tratado de controlo de armamento que incluísse também a China, a Administração Trump decidiu não estender o Novo Tratado START, que expiraria em 2021. Porém, a medida foi prontamente tomada pela presidência de Biden.

Na secção seguinte, acompanhamos o debate nos EUA sobre a política nuclear do país e os principais desenvolvimentos sobre a matéria desde a invasão em larga escala da Ucrânia por parte da Rússia. O nosso objetivo é determinar de que forma o conflito influenciou o discurso e as políticas americanos na esfera nuclear. Centrámo-nos sobre os discursos da Administração Biden e do Congresso, bem como na legislação e nos documentos estratégicos emitidos nesse período.

Discurso e políticas americanas sobre armas nucleares após a invasão

Ao anúncio da invasão russa da Ucrânia seguiram-se avisos da parte de Vladimir Putin: os que interferissem sofreriam consequências inéditas na sua história. A 27 de fevereiro de 2022, o Kremlin colocou as forças nucleares do seu país sob um regime especial de combate, em resposta a declarações entendidas como agressivas da parte de membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla inglesa). Os EUA e a NATO criticaram a decisão, mas não houve qualquer indicação de uma mudança correspondente no estado das suas forças nucleares2.

O clima de tensões acentuou-se nos dias que se seguiram: a 28, os resultados de um referendo na Bielorrússia permitiram ao país hospedar armas nucleares russas permanentemente; a 1 de março, a Rússia iniciou exercícios nucleares no mar de Barents e na Sibéria3. No dia seguinte, o Pentágono anunciou o adiamento de um teste de lançamento de um míssil balístico intercontinental (ICBM), de modo a reduzir o risco de erros de cálculo da parte da Rússia e a demonstrar que os EUA eram uma potência nuclear «responsável»4.

A decisão foi criticada pelo republicano mais sénior do Comité das Forças Armadas do Senado, Jim Inhofe, segundo o qual dissuadir significava projetar determinação e força, e não sacrificar prontidão por gestos vazios5. Em contraste com esse adiamento, a 20 de abril a Rússia realizou o primeiro teste de voo do seu novo ICBM Sarmat6.

Da mesma forma, a 18 de agosto a Rússia anunciou o envio de mísseis hipersónicos Kinzhal para Kaliningrado, que se acredita poderem transportar ogivas nucleares7.

Nos primeiros dias do conflito, emergiu o debate sobre a eventual imposição de uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, um pedido feito pelo Governo ucraniano.

A maioria dos legisladores republicanos e democratas opuseram-se a tal medida.

O republicano Marco Rubio e o democrata Christopher Murphy, do influente Comité de Relações Externas do Senado, explicaram que fazê-lo resultaria num conflito direto entre as duas maiores superpotências nucleares8. A mesma posição foi assumida pela Administração americana: fazê-lo, constituiria uma medida de escalada9. Apesar das repetidas ameaças nucleares russas, os EUA realizaram várias transferências de armamento e de outras formas de apoio para a Ucrânia. O republicano Chuck Grassley, presidente pro tempore do Senado, declarou em abril ser importante que os EUA não exagerassem na sua reação às ameaças de Putin, pois o Presidente russo estava ciente da dissuasão nuclear americana. Quanto mais medo os EUA demonstrassem, maior seria a pressão feita por este10. Apenas uma minoria de congressistas republicanos se opôs aos esforços iniciais para apoiar a Ucrânia. Um ano depois, todavia, o partido encontra-se dividido sobre a matéria11, devido a preocupações com o risco de uso de armas nucleares por parte da Rússia, os gastos incorridos e outras prioridades (como a ameaça militar chinesa ou a proteção da fronteira sul)12.

Com o desenrolar do conflito, verificou-se um novo nível de referências oficiais a armas nucleares entre autoridades russas e figuras correspondentes nos EUA13. A 23 de abril, o ministro da Defesa russo, Sergey Lavrov, alertou para o perigo real de uma terceira guerra mundial14. Ao anunciar uma mobilização parcial no seu país a 21 de setembro, Putin afirmou que a Rússia utilizaria todos os meios à sua disposição para proteger o seu território15. A 25 de setembro, o Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, avisou a Rússia que o seu país responderia de forma «decisiva» a qualquer uso de armas nucleares da Rússia contra a Ucrânia, o que resultaria em consequências catastróficas16. No dia 30 do mesmo mês, a Rússia declarou unilateralmente a anexação de territórios ucranianos. O atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, Dmitry Medvedev, declarou que o seu país poderia usar armas nucleares para defender os novos territórios17. A 8 de outubro, Biden declarou levar a sério as ameaças de Putin quanto à utilização russa de armas nucleares não estratégicas, químicas ou biológicas na Ucrânia. Afirmou ainda a sua convicção de que não era possível utilizar armas nucleares não estratégicas sem incorrer no risco de Armageddon18.

No fim de outubro, a Administração Biden lançou o documento estratégico «Revisão da Postura Nuclear». Kristensen e Korda19 louvaram o facto de a Administração ter resistido a pressões da parte de lobistas na área nuclear e dos proponentes de políticas militares mais agressivas, para aumentar o número de armas nucleares e atrasar a retirada de serviço das mais antigas. Porém, a influência destes últimos, aliada à competição estratégica com a Rússia e a China, moderaram a posição da Administração relativamente à redução do número e da saliência das armas nucleares americanas. O documento também não foi ao encontro de posições prévias de Biden. O Presidente tinha declarado o seu apoio a políticas segundo as quais as armas nucleares teriam na dissuasão o seu único propósito (sole purpose), e não seriam utilizadas pelos EUA primeiro (no first use). Nenhuma destas se materializou, para desapontamento dos apoiantes de políticas de controlo de armamento20, 21.

Em dezembro, Biden assinou o Ato de Autorização da Defesa (NDAA), um diploma anual que permite mudanças de política na área da defesa, e providencia orientações sobre como gastar o financiamento militar no ano fiscal seguinte. O senador Inhofe, que tinha considerado o pedido de orçamento da Administração «lamentavelmente inadequado», regozijou-se por os legisladores terem corrigido esse facto22. Os senadores Jim Inhofe e Mitch McConnell salientaram que o NDAA dava prioridade à modernização nuclear num contexto em que a China desenvolvia as suas capacidades nucleares, impedindo tentativas de a Administração retirar de serviço certos elementos críticos do arsenal nuclear americano23. De um modo geral, os diplomas ou autorizaram os montantes solicitados pela Administração ou providenciaram níveis mais elevados de financiamento para programas de modernização de forças nucleares24.

O financiamento do programa de substituição dos ICBM foi alvo de críticas por parte de alguns democratas devido aos seus custos, sendo sugerida a restauração dos mísseis existentes como alternativa. Essa opção foi, contudo, veementemente descartada por legisladores republicanos. Don Bacon, do Comité das Forças Armadas da Câmara dos Representantes, recordou aos críticos do programa que a Rússia, a potência nuclear que tinha acabado de invadir um país vizinho, tinha concluído a modernização dos seus ICBM. Também a China, acrescentou Bacon, iria duplicar o seu arsenal nuclear na próxima década, igualando a força de ICBM americana. Além disso, adiar a modernização enviaria uma mensagem terrível aos adversários e aos aliados dos EUA. Mike Rogers, membro sénior republicano do mesmo comité, recusou ainda considerações sobre uma eventual redução do número de ICBM dos EUA numa altura em que a Rússia instalava o seu novo ICBM Sarmat25. O NDAA codificou essa posição26.

Outro aspeto marcante do diploma foi a autorização de fundos para o desenvolvimento de um novo míssil nuclear de cruzeiro de menor poder de destruição, lançado por submarino. A capacidade, pretendida pela Administração Trump, tinha sido abandonada pelo Executivo de Biden, apesar da oposição da liderança militar do país. Porém, de acordo com Inhofe, o míssil era necessário para reforçar a dissuasão nuclear americana face às vantagens russas em armas nucleares não estratégicas e à expansão massiva das forças nucleares chinesas27. Essa expansão tinha sido descrita em abril como «de tirar o fôlego» pelo então chefe do Comando Estratégico americano, o almirante Charles Richard28. O NDAA proibiu ainda a retirada da bomba nuclear de gravidade B83 até entrar em vigor um programa para a sua substituição, com o senador a considerar a ação contrária como uma forma de «desarmamento unilateral»29.

Devido ao contexto pandémico, os EUA e a Rússia concordaram em março de 2020 suspender as inspeções de instalações nucleares contempladas pelo Novo Tratado START. A 1 de agosto de 2022, Biden mostrou-se disponível para negociar um novo acordo, dado que o atual expirará em 2026. Contudo, no dia 8, a Rússia comunicou a proibição de inspeções, justificando a sua decisão com base numa tentativa, por parte dos EUA, de realizar uma inspeção sem aviso prévio e com questões em andamento por resolver30. Em novembro, Moscovo adiou conversações com Washington sobre a matéria, apesar de os EUA terem comunicado pretender reagendar inspeções com a maior celeridade possível31.

A 31 de janeiro de 2023, o Pentágono declarou a Rússia em violação do Novo Tratado START por não permitir inspeções ao abrigo do acordo. Os democratas mais seniores dos comités das Forças Armadas, das Relações Externas e de Inteligência do Senado reagiram dizendo que quaisquer negociações de um novo tratado de controlo de armamento estratégico dependeriam do cumprimento de Moscovo das suas obrigações em relação ao Novo Tratado START32. Por sua vez, os líderes republicanos nos comités das Forças Armadas do Senado e da Câmara dos Representantes criticaram a extensão do Novo Tratado START por parte da Administração Biden, atendendo ao longo historial russo de violações de tratados de controlo de armamento. Do seu ponto de vista, as ações russas reforçavam a importância de continuar o processo de modernização da dissuasão nuclear americana face aos desafios apresentados pela agressão russa e pelo aumento do poderio chinês na esfera nuclear33. A 21 de fevereiro de 2023, a Rússia suspendeu a sua participação no Novo Tratado START, hoje o único tratado bilateral de controlo de armamento nuclear entre os dois países34.

Observações finais

Após a invasão russa em larga escala da Ucrânia, é clara a existência de pressões do Congresso americano para acelerar os programas de modernização nuclear, adiar ou proibir a retirada de serviço de capacidades existentes e procurar capacidades novas, como o míssil nuclear de cruzeiro cujo programa a Administração tentou cancelar. Nas palavras do congressista John Garamendi, um crítico prominente dos gastos com forças nucleares, atendendo ao contexto de guerra com a Rússia, «ninguém nesta Câmara [de Representantes] e no Senado vai dizer que precisamos de menos de nada»35. Da mesma forma, mudanças da postura nuclear americana, como a adoção de políticas de «não primeiro uso» e de «propósito único», ou reduções substanciais no número e na saliência das armas nucleares, parecem improváveis num contexto em que as ameaças nucleares da Rússia se têm acumulado. É também evidente que as decisões americanas quanto à sua política nuclear são muito sensíveis a ações por parte da China para expandir as suas forças nucleares, apesar de o arsenal dos EUA ser mais de dez vezes superior36.

Atendendo ao historial russo de incumprimento de tratados de controlo de armamento, a substituição do Novo Tratado START até 2026 adivinha-se difícil. A ratificação do acordo em questão foi difícil em 2010, apesar do ambiente estratégico muito menos desafiante. Além disso, os debates sobre a extensão do Novo Tratado START e sobre a saída dos EUA do Tratado INF revelam a existência de um grupo de legisladores contra este género de acordos, até porque a China não é alvo de qualquer tipo de restrições nessa matéria. Na década de 2030, os EUA contam enfrentar algo inédito: duas superpotências nucleares como potenciais adversários e concorrentes estratégicos - a China e a Rússia37. Os desenvolvimentos em ambos os países parecem levar, independentemente, os EUA à mesma decisão: na esfera nuclear, o tempo é oportuno para «mais» e não para «menos».

Bibliografia

ABUTALEB, Yasmeen - «Biden suggests Putin’s nuclear threats mean a “prospect of Armageddon». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/2022/10/06/biden-putin-nuclear-armageddon/. [ Links ]

AFP - «Russia’s Lavrov warns of “real” danger of World War III». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.themoscowtimes.com/2022/04/25/russias-lavrov-warns-of-real-danger-of-world-war-iii-a77486. [ Links ]

BROADWATER, Luke; CAMERON, Chris - «U.S. lawmakers say they are largely opposed to a no-fly zone over Ukraine». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.nytimes.com/2022/03/06/us/politics/no-fly-zone-ukraine-congress.html. [ Links ]

BUGOS, Shannon - «Putin orders Russian nuclear weapons on higher alert». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-03/news/putin-orders-russian-nuclear-weapons-higher-alert. [ Links ]

BUGOS, Shannon - «U.S. conditions talks on New START inspections». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-10/news/us-conditions-talks-new-start-inspections. [ Links ]

BUGOS, Shannon - «Russia further pauses New START inspections». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-09/news/russia-further-pauses-new-start-inspections. [ Links ]

BUGOS, Shannon - «Congress boosts defense budget beyond Biden’s request». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2023-01/news/congress-boosts-defense-budget-beyond-bidens-request. [ Links ]

BUGOS, Shannon - «Russia suspends New START». 2023. Consultado em: 10 de março de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2023-03/news/russia-suspends-new-start. [ Links ]

CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. V. 168. 2022. H4808. [ Links ]

">CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. V. 168, 2022. H6275-H6278. [ Links ]

">CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. 168, 2022. S2070. [ Links ]

">CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. 168, 2022. S7208. [ Links ]

COWAN, Richard - «U.S. warns Putin of “catastrophic” consequences over nuclear weapons». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/europe/us-warns-putin-catastrophic-consequences-if-nuclear-weapons-used-ukraine-2022-09-25/. [ Links ]

DAVIS, Caleb - «Russia’s Medvedev: new regions can be defended with strategic nuclear weapons». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/europe/russias-medvedev-strategic-nuclear-weapons-can-be-used-defend-new-regions-2022-09-22/. [ Links ]

DOWNY, Caroline - «Republican Senator Urges U.S. to impose no-fly-zone over Ukraine». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.nationalreview.com/news/republican-senator-urges-u-s-to-impose-no-fly-zone-over-ukraine/. [ Links ]

FOX, Lauren; ZANONA, Melanie - «Republican leaders wrestle with GOP splinter on Ukraine aid on Capitol Hill». 2023. Consultado em: 10 de março de 2023. Disponível em: https://www.cnn.com/2023/02/22/politics/ukraine-aid-republican-leaders/index.html. [ Links ]

GIELLA, Lauren - «Full list of republicans backing Matt Gaetz’s resolution to end Ukraine aid». 2023. Consultado em: 10 de março de 2023. Disponível em: https://www.newsweek.com/full-list-republicans-backing-matt-gaetz-resolution-end-ukraine-aid-1780233. [ Links ]

HAUTECOUVERTURE, Benjamin - «War in Ukraine: nuclear signalling, coercion and deterrence». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.cgai.ca/war_in_ukraine_nuclear_signalling_coercion_and_deterrence#_ftn1. [ Links ]

HOUSE ARMED SERVICES COMMITTEE - «Defense Budget». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://armedservices.house.gov/sites/republicans.armedservices.house.gov/files/FY23%20NDAA%20Highlights%20.pdf. [ Links ]

«Inhofe champions conservative victories in Fiscal Year 2023 National Defense Authorization Act». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://web.archive.org/web/20221216195423/https://www.inhofe.senate.gov/newsroom/press-releases/inhofe-champions-conservative-victories-in-fiscal-year-2023-national-defense-authorization-act. [ Links ]

INHOFE, Sen. Jim - «Disappointing @SecDef decision to cancel…». Tweet. 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://twitter.com/JimInhofe/status/1499122600160731140. [ Links ]

ISACHENKOV, Vladimir - «Russia holds drills with nuclear subs, land-based missiles». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://apnews.com/article/russia-ukraine-vladimir-putin-business-europe-moscow-563573526a93ea73a95698d8ddb61b9c. [ Links ]

KIMBALL, Daryl - «Biden’s disappointing Nuclear Posture Review». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-12/focus/bidens-disappointing-nuclear-posture-review. [ Links ]

KRISTENSEN, Hans; KORDA, Matt - «The 2022 Nuclear Posture Review: arms control subdued by military rivalry». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://fas.org/blogs/security/2022/10/2022-nuclear-posture-review/. [ Links ]

LEE, Matthew - «US says Russia abruptly postpones arms control talks». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://apnews.com/article/health-middle-east-africa-egypt-united-states-0a0df5766fb152ce9732f858f935d8d0. [ Links ]

O’BRIEN, Connor - «Political brawl looms over nuclear cruise missile Biden plans to scrap». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.politico.com/news/2022/04/13/biden-nuclear-cruise-missile-scrap-00024865. [ Links ]

REED, Jack; MENENDEZ, Bob; WARNER, Mark - «Reed, Menendez, Warner statement on Russia’s failure to comply with New Strategic Arms Reduction Treaty». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reed.senate.gov/news/releases/reed-menendez-warner-statement-on-russias-failure-to-comply-with-new-strategic-arms-reduction-treaty. [ Links ]

RUGGIERO, Anthony; BOWMAN, Bradley; HARDIE, John - «Russia’s Sarmat test underscores need to modernize US nuclear triad». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.defensenews.com/opinion/commentary/2022/04/28/russias-sarmat-test-underscores-need-to-modernize-us-nuclear-triad/. [ Links ]

«STATUS OF WORLD NUCLEAR FORCES». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em https://fas.org/issues/nuclear-weapons/status-world-nuclear-forces/. [ Links ]

STEWART, Phil; ALI, Idrees - «U.S. delays ICBM test-launch in bid to de-escalate Russia nuclear tensions». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/us/us-delays-icbm-test-launch-bid-de-escalate-russia-nuclear-tensions-2022-03-02/. [ Links ]

THAROOR, Ishaan - «Russia pushes the panic button and raises risk of nuclear war». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/2022/09/21/russia-referendums-ukraine-occupied-nuclear/. [ Links ]

TIRON, Roxana - «U.S. sees rising risk in “breathtaking” China nuclear expansion». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-04-04/u-s-sees-rising-risk-in-breathtaking-china-nuclear-expansion. [ Links ]

U.S. DEPARTMENT OF DEFENSE - «Nuclear Posture Review». Office of the Secretary of Defense. 2018. XI-XII, 2-3, 7-8. [ Links ]

U.S. DEPARTMENT OF DEFENSE - «Nuclear Posture Review». In 2022 National Defense Strategy. 2022, p. 4. [ Links ]

WICKER, Roger - «Lawmakers urge modernization of nuclear deterrent to counter Russian & Chinese threats». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.wicker.senate.gov/2023/1/republican-armed-services-leaders-comment-on-russian-new-start-violations. [ Links ]

Notas

1 U.S. DEPARTMENT OF DEFENSE - «Nuclear Posture Review». Office of the Secretary of Defense. 2018. XI-XII, 2-3, 7-8.

2 BUGOS, Shannon - «Putin orders Russian nuclear weapons on higher alert». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-03/news/putin-orders-russian-nuclear-weapons-higher-alert.

3 ISACHENKOV, Vladimir - «Russia holds drills with nuclear subs, land-based missiles». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://apnews.com/article/russia-ukraine-vladimir-putin-business-europe-moscow-563573526a93ea73a95698d8ddb61b9c.

4 STEWART, Phil; ALI, Idrees - «U.S. delays icbm test-launch in bid to de-escalate Russia nuclear tensions». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/us/us-delays-icbm-test-launch-bid-de-escalate-russia-nuclear-tensions-2022-03-02/.

5 INHOFE, Sen. Jim - «Disappointing @SecDef decision to cancel…». Tweet. 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://twitter.com/JimInhofe/status/1499122600160731140.

6 RUGGIERO, Anthony; BOWMAN, Bradley; HARDIE, John - «Russia’s Sarmat test underscores need to modernize US nuclear triad». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.defensenews.com/opinion/commentary/2022/04/28/russias-sarmat-test-underscores-need-to-modernize-us-nuclear-triad/.

7 BUGOS, Shannon - «U.S. conditions talks on New START inspections». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-10/news/us-conditions-talks-new-start-inspections.

8 BROADWATER, Luke; CAMERON, Chris - «U.S. lawmakers say they are largely opposed to a no-fly zone over Ukraine». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.nytimes.com/2022/03/06/us/politics/no-fly-zone-ukraine-congress.html.

9 DOWNY, Caroline - «Republican Senator Urges U.S. to impose no-fly-zone over Ukraine». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.nationalreview.com/news/republican-senator-urges-u-s-to-impose-no-fly-zone-over-ukraine/.

10 CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. V. 168, 2022. S2070.

11 FOX, Lauren; ZANONA, Melanie - «Republican leaders wrestle with GOP splinter on Ukraine aid on Capitol Hill». 2023. Consultado em: 10 de março de 2023. Disponível em: https://www.cnn.com/2023/02/22/politics/ukraine-aid-republican-leaders/index.html.

12 CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. V. 168. 2022. H4808; GIELLA, Lauren - «Full list of republicans backing Matt Gaetz’s resolution to end Ukraine aid». 2023. Consultado em: 10 de março de 2023. Disponível em: https://www.newsweek.com/full-list-republicans-backing-matt-gaetz-resolution-end-ukraine-aid-1780233.

13 HAUTECOUVERTURE, Benjamin - «War in Ukraine: nuclear signalling, coercion and deterrence». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.cgai.ca/war_in_ukraine_nuclear_signalling_coercion_and_deterrence#_ftn1.

14 AFP - «Russia’s Lavrov warns of “real” danger of World War III». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.themoscowtimes.com/2022/04/25/russias-lavrov-warns-of-real-danger-of-world-war-iii-a77486.

15 THAROOR, Ishaan - «Russia pushes the panic button and raises risk of nuclear war». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/world/2022/09/21/russia-referendums-ukraine-occupied-nuclear/.

16 COWAN, Richard - «U.S. warns Putin of “catastrophic” consequences over nuclear weapons». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/europe/us-warns-putin-catastrophic-consequences-if-nuclear-weapons-used-ukraine-2022-09-25/.

17 DAVIS, Caleb - «Russia’s Medvedev: new regions can be defended with strategic nuclear weapons». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reuters.com/world/europe/russias-medvedev-strategic-nuclear-weapons-can-be-used-defend-new-regions-2022-09-22/.

18 ABUTALEB, Yasmeen - «Biden suggests Putin’s nuclear threats mean a “prospect of Armageddon». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.washingtonpost.com/politics/2022/10/06/biden-putin-nuclear-armageddon/.

19 KRISTENSEN, Hans; KORDA, Matt - «The 2022 Nuclear Posture Review: arms control subdued by military rivalry». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://fas.org/blogs/security/2022/10/2022-nuclear-posture-review/.

20 KIMBALL, Daryl - «Biden’s disappointing Nuclear Posture Review». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-12/focus/bidens-disappointing-nuclear-posture-review.

21 KRISTENSEN, Hans; KORDA, Matt - «The 2022 Nuclear Posture Review…».

22 BUGOS, Shannon - «Congress boosts defense budget beyond Biden’s request». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2023-01/news/congress-boosts-defense-budget-beyond-bidens-request.

23 CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. V. 168, 2022. S7208; «Inhofe champions conservative victories in Fiscal Year 2023 National Defense Authorization Act». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://web.archive.org/web/20221216195423/https://www.inhofe.senate.gov/newsroom/press-releases/inhofe-champions-conservative-victories-in-fiscal-year-2023-national-defense-authorization-act.

24BUGOS, Shannon - «Congress boosts defense budget beyond Biden’s request».

25 CONGRESSIONAL RECORD - Proceedings and Debates of the 117th Congress. V. 168, 2022. H6275-H6278.

26 HOUSE ARMED SERVICES COMMITTEE - «Defense Budget». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://armedservices.house.gov/sites/republicans.armedservices.house.gov/files/FY23%20NDAA%20Highlights%20.pdf.

28 TIRON, Roxana - «U.S. sees rising risk in “breathtaking” China nuclear expansion». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.bloomberg.com/news/articles/2022-04-04/u-s-sees-rising-risk-in-breathtaking-china-nuclear-expansion.

29«Inhofe champions conservative victories…».

30 BUGOS, Shannon - «Russia further pauses New START inspections». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2022-09/news/russia-further-pauses-new-start-inspections.

31 LEE, Matthew - «US says Russia abruptly postpones arms control talks». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://apnews.com/article/health-middle-east-africa-egypt-united-states-0a0df5766fb152ce9732f858f935d8d0.

32 REED, Jack; MENENDEZ, Bob; WARNER, Mark - «Reed, Menendez, Warner statement on Russia’s failure to comply with New Strategic Arms Reduction Treaty». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.reed.senate.gov/news/releases/reed-menendez-warner-statement-on-russias-failure-to-comply-with-new-strategic-arms-reduction-treaty.

33 WICKER, Roger - «Lawmakers urge modernization of nuclear deterrent to counter Russian & Chinese threats». 2023. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.wicker.senate.gov/2023/1/republican-armed-services-leaders-comment-on-russian-new-start-violations.

34 BUGOS, Shannon - «Russia suspends New START». 2023. Consultado em: 10 de março de 2023. Disponível em: https://www.armscontrol.org/act/2023-03/news/russia-suspends-new-start.

35 O’BRIEN, Connor - «Political brawl looms over nuclear cruise missile Biden plans to scrap». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em: https://www.politico.com/news/2022/04/13/biden-nuclear-cruise-missile-scrap-00024865.

36«STATUS OF WORLD NUCLEAR FORCES». 2022. Consultado em: 7 de fevereiro de 2023. Disponível em https://fas.org/issues/nuclear-weapons/status-world-nuclear-forces/.

37 U.S. DEPARTMENT OF DEFENSE - «Nuclear Posture Review». In 2022 National Defense Strategy. 2022, p. 4.

Recebido: 10 de Janeiro de 2023; Aceito: 15 de Fevereiro de 2023

David Silva Ferreira Investigador do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL onde é aluno do doutoramento em Ciência Política. Mestre em Estudos Internacionais pela mesma instituição.

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons