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Motricidade

versión impresa ISSN 1646-107X

Motri. v.3 n.2 Santa Maria da Feira abr. 2007

 

Inteligência emocional percebida (IEP) ajuste emocional e actividade física na terceira idade

 

Maria Manuela Lima de Figueiredo Queirós

 

Agrupamento Vertical de Escolas de S. João da Madeira

Rua 5 de Outubro, n.º 204, 2.º esq. 3700-084 S. João da Madeira.

E-mail: manuchax@gmail.com

 

Introdução: O interesse deste estudo está centrado na forma como interage a inteligência emocional percebida (IEP) com a prática da actividade física e que peso específico tem cada uma das variáveis estudadas sobre o ajuste emocional das pessoas nesta faixa etária e, consequentemente, na sua qualidade de vida.

Objectivos: o objectivo do presente estudo consistiu em analisar a incidência que tem o conhecimento dos estados emocionais, avaliados através das componentes da inteligência emocional percebida do TMMS sobre o ajuste emocional dos idosos, praticantes de actividade física regular.

Metodologia: Para verificar as hipóteses formuladas recorremos a um desenho correlacional no qual se incluiu uma variável de comparação intergrupo, denominada “prática de actividade física”. Amostra: A amostra foi constituída por 400 idosos com idades compreendidas entre os 65 e os 95 anos de idade, de ambos os sexos, que foram divididos em dois grupos; grupo 1 e 2. O grupo 1 é formado por praticantes de actividade física regular (desportistas), e constituído por 192 idosos, sendo 98 do sexo masculino (média de idades = 70,63 anos; desvio-padrão de 5,76) e 94 do sexo feminino (média de idades = 70,64 anos; desvio-padrão = 5,51). O grupo 2 é formado por não praticantes de actividade física (sedentários), composto por 208 idosos, sendo 99 do sexo masculino (média de idades = 72,93 anos; desvio-padrão de 6,12) e 109 do sexo feminino (média de idades = 73,05 anos; desvio-padrão = 6,92). Procedimentos: 1. Actividade Física: A medição dos níveis de actividade física concretizou-se através do questionário de actividade física (AF), adaptado e validado por Voorrips et al., (1991) para pessoas idosas, saudáveis e independentes, a partir do questionário desenhado por Baecke, et al. (1982). 2. Inteligência Emocional Percebida: Para avaliar a inteligência emocional foi utilizado o questionário de inteligência emocional intrapessoal, Trait Meta-Mood Scale (TMMS-24; Salovey et al., 1995). 3. Depressão: Para avaliar a depressão utilizou-se o Beck Depression Inventory (BDI; Beck, Rush, Shaw e Emery, 1979). 4. Saúde Mental: Para avaliar a saúde mental utilizou-se o SM-5 que é uma escala reduzida de 5 itens, obtida do questionário de Saúde SF-36 (Health Survey SF-36; Ware e Sherbourne, 1992). 5. Satisfação com a Vida: Para avaliar a satisfação com a vida foi utilizada a Escala de Satisfação com a Vida (SWLS, Neto, 1992). 6. Estilo de Resposta: Para avaliar os estilos de resposta, utilizamos o Questionário de Estilo de Resposta - RTD (SRS Style Responses Scale; Nolen-Hoeksema scale about ruminative styles. Nolen-Hoeksema e Morrow, 1991). Estatística: O procedimento estatístico utilizado incluiu a análise de medidas de tendência central e de dispersão, o coeficiente de correlação de Pearson e o teste t para amostras independentes.

Resultados: a amostra escolhida mantém um equilíbrio entre o número de homens e mulheres, 49% e 51% respectivamente. Os resultados do teste t para amostras independentes, demonstraram que existem diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de idosos praticantes de actividade física regular e os não praticantes e a variável “inteligência emocional percebida”. A prática de actividade física regular provoca uma melhoria significativa nos indicadores que definem a inteligência emocional percebida: atenção às emoções (t=3,217; p<0,001), clareza de sentimentos (t=4,214; p<0,001) e reparação do estado emocional (t=5,662;  p<0,001). Nas medidas de ajuste emocional, os resultados indicaram que existem diferenças estatisticamente significativas entre o grupo de idosos praticantes de actividade física regular e os não praticantes nas variáveis de “depressão” (t=-3,657; p<0,001) e “estilo de resposta de distracção” (t=3,072; p<0,001).

Discussão: As conclusões deste estudo revelam que a participação dos idosos num programa de exercício físico regular pode ser um factor protector contra a deterioração de todos os factores da inteligência emocional percebida: atenção às emoções; clareza de sentimentos e reparação do estado emocional e constituir, de facto, uma resposta agradável de distracção dos seus sentimentos depressivos, capaz de proporcionar um reforço positivo que, além de favorecer a aparição de estados emocionais positivos, pode contribuir para um incremento no bem-estar psicológico do indivíduo, contribuindo para a redução dos seus estados depressivos, abrindo assim, perspectivas para uma intervenção eficaz neste domínio.

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