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Motricidade

Print version ISSN 1646-107X

Motri. vol.14 no.2-3 Ribeira de Pena Oct. 2018

 

ARTIGOS

A importância da interação médico/treinador no “ombro do nadador”

Luís Duarte Silva1,2, Renato Andrade1,2, Alberto Monteiro1,2, Isabel Lopes1,2, Rogério Pereira1,2, Nuno Sevivas1,2, Ricardo Bastos1,2, João Espregueira-Mendes1,2

1 Clínica do Dragão, Espregueira-Mendes Sports Centre - FIFA Medical Centre of Excellence (Porto, Portugal),

2 Dom Henrique Research Centre (Porto, Portugal)


 

Introdução

A excelência competitiva requer uma abordagem multidisciplinar na carreira do nadador, onde o papel do treinador permanece fulcral. No entanto, o papel de outros intervenientes, como é o caso do médico sensibilizado para a patologia do nadador, tem sido relegado para papeis secundários, sendo este normalmente restringido ao exame médico desportivo no início de época e à intervenção no momento de lesão. Por este motivo, é da maior importância a interação entre corpo clínico e a restante equipa técnica no sentido de se otimizarem estratégias ao nível da prevenção, correto diagnóstico e tratamento de lesões no nadador. Neste sentido, os autores consideram de extrema importância a divulgação e promoção do trabalho dos prestadores de saúde no atleta nadador.

Desenvolvimento

O termo “ombro do nadador” está associado às lesões de repetição (overuse) podendo, de uma forma geral, incluir o conflito subacromial, a tendinopatia da coifa dos rotadores e da longa porção do bicipete. Embora não exista evidencia para todos os fatores de risco de lesão no ombro dos nadadores propostos na literatura, os mais comumente citados incluem: laxidez articular; discinesia escapular; desequilíbrio muscular da coifa dos rotadores; nível competitivo; tipo de estilo; volume de treino e utilização de palas, pelo que podemos claramente identificar fatores modificáveis e não modificáveis, quer intrínsecos ou extrínsecos.

Perante o exposto previamente podemos indiscutivelmente afirmar que uma coordenação entre os diversos elementos técnicos é essencial pela própria natureza multifatorial dos fatores de risco modificáveis.

Quanto ao tratamento das afeções do ombro do nadador podemos afirmar na generalidade que a maioria passa por tratamento de medicina física e reabilitação, com ou sem infiltrações intra-articulares na fase inicial, com períodos de reabilitação variáveis consoante a patologia de base e o fator predisponente. Relativamente ao tratamento cirúrgico das principais patologias do ombro do nadador podemos afirmar que o retorno à competição é variável (consoante o tipo de lesão subjacente) podendo ser de apenas poucos meses de ausência após a cirurgia ou de mais de 6 meses. Para além disso, apresenta resultados francamente negativos nomeadamente no que se refere ao tratamento da laxidez articular, com o retorno ao mesmo nível competitivo a rondar apenas os 20%.

Em virtude do tempo de ausência competitivo e a elevada taxa de abandono desportivo após cirurgia, é nossa interpretação que a coordenação multidisciplinar deve ser a base para a prevenção de lesões no ombro do nadador, diminuindo a taxa de incidência de lesão no nadador, tempo de recuperação da lesão sem competição, co-morbilidades e impacto socioeconómico associado.

 

REFERÊNCIAS

Andrade Mdos, S., et al. (2010). Profile of isokinetic eccentric-to-concentric strength ratios of shoulder rotator muscles in elite female team handball players. J Sports Sci, 28(7), 743-9.

Giotis, D., et al. (2017). Effectiveness of Biologic Factors in Shoulder Disorders. Open Orthop J, 11, 163-182.

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