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Revista Portuguesa de Ortopedia e Traumatologia

versão impressa ISSN 1646-2122versão On-line ISSN 1646-2939

Rev. Port. Ortop. Traum. vol.26 no.3 Lisboa set. 2018

 

CASO CLÍNICO

 

Displasia fibrosa: do diagnóstico à cirurgia

 

Diogo RamalhoI; Rita HenriquesI; Joaquim Soares do BritoI; Graça LopesI; Paulo AlmeidaI

I. Serviço de Ortopedia e Traumatologia, Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria.

 

Endereço para correspondência

 

RESUMO

Apresenta-se o caso de uma adolescente de 13 anos de idade com queixas de dor inguinal esquerda com 3 anos de evolução, sem alterações relevantes ao exame objectivo. Imagiologicamente foi identificada lesão radiotransparente na região metafisária proximal e colo femoral esquerdos, associada a uma fractura incompleta. Pela manutenção das queixas álgicas, características e localização da fractura associada a uma lesão de etiologia desconhecida, optou-se pelo tratamento cirúrgico que, em simultâneo permitiu o diagnóstico definitivo de displasia fibrosa. Durante o seguimento pós-operatório observou-se a resolução das queixas clínicas, contudo, com recidiva imagiológica da lesão tumoral.

O caso apresentado evidencia algumas das dificuldades no diagnóstico e tratamento da displasia fibrosa em idade pediátrica. É igualmente demonstrado que é uma opção terapêutica que, com as indicações e técnica adequadas, possibilita um bom resultado final.

Palavras chave: Displasia Fibrosa, Diagnóstico, Cirurgia.

 

ABSTRACT

Herein we present the clinical case of a 13 year-old female patient with left inguinal pain ongoing for 3 years, without any abnormalities in clinical examination. The imaging studies identified a radiolucent lesion in the left femoral proximal metaphysis and neck, with an incomplete fracture. Due to persistent pain, lesion characteristics and fracture location with an unknown aetiology, a surgical procedure was performed, which simultaneously allowed the definitive diagnosis of fibrous dysplasia. Patient’s post-op follow up was uneventful with good clinical result despite the imagiologic tumoral relapse.

This clinical case emphasises the difficulties to diagnose and treat fibrous dysplasia in pediatric patients. Simultaneously, highlights the role for surgery, on which a good indication and technique will allow a good result.

Key words: Fibrous Dysplasia, Diagnosis, Surgery.

 

INTRODUÇÃO

A displasia fibrosa (DF) é uma doença óssea incomum provocada pela falha de produção de osso lamelar normal, que é substituído por tecido conjuntivo osteofibroso com trabeculação irregular1,2,3,4. Corresponde a um distúrbio pseudotumoral que representa 5-10% de todos  os tumores ósseos benignos e apresenta um risco reduzido de malignização1,2,3,4,5. É mais comum no género feminino e, embora possa ser encontrada em qualquer idade, manifesta-se habitualmente antes dos 30 anos3,6,7. Do ponto de vista genético, a DF traduz o resultado de uma mutação somática, adquirida precocemente durante a embriogénese, activadora do gene GNAS (braço q cromossoma 20)1,2,3,4,8. No esqueleto, esta mutação provoca o aumento de células progenitoras pluripontentes com capacidade debilitada para se diferenciarem em osteoblastos, adipócitos e linhagens hematopoiéticas, proliferando como células mesenquimatosas indiferenciadas1,2,4,8. Estas células produzem matriz óssea, colagénio e trabeculação anormais, substituindo o tecido lamelar e a medula óssea, resultando num tecido osteofibroso tipicamente sem capacidade hematopoiética1,5,8.

Qualquer osso no esqueleto humano pode ser afectado na DF, contudo, o fémur, em particular a sua região proximal, a tíbia, a bacia, as costelas, o crânio, os ossos da face, o úmero e as vértebras são as localizações mais frequentes1,2,3,6,7,8. A lesão óssea pode apresentar-se afectando um único osso (forma monostótica) ou vários (forma poliostótica)1,2,3,4,5,6,8. A forma monostótica representa a maioria dos casos (75-80%), apresentando-se mais tardiamente (2a e 3a décadas de vida) e com menor severidade clínica, sendo mais frequentemente assintomática3,4,5,6,7. A forma poliostótica, menos comum, é habitualmente mais severa, manifestando-se antes dos 10 anos, e apresentando predilecção por um membro ou lado do corpo (>90%), podendo, contudo, ser bilateral3,4,5,7. Existem associações sindromáticas descritas de formas poliostóticas com manifestações extraesqueléticas como endocrinopatias hiperfuncionantes e alterações cutâneas (Síndrome McCune-Albright) ou mixomas intramusculares (Síndrome de Mazabraud)1,3,4,6,8. Na literatura não existem casos documentados de conversão de uma forma monostótica em poliostótica4. Há ainda autores que consideram a existência de uma forma panostótica, com atingimento de todo esqueleto2.

Neste trabalho os autores pretendem, com base num caso clínico, abordar as características da DF, uma doença óssea incomum e com apresentação clínica variável, discutir a dificuldade diagnóstica, assim como as opções de tratamento e suas indicações.

 

CASO CLÍNICO

Relata-se o caso de uma adolescente de 13 anos, referenciada a consulta externa de ortopedia (CEO) por queixas de dor inguinal esquerda com 3 anos de evolução. Exibia concomitante dor na região trocantérica homolateral, não agravada pela palpação directa. Na topografia referida não apresentava alterações relevantes ao exame objectivo, tal como nos restantes membros inferiores que eram simétricos, e mantinham mobilidade articular dentro dos padrões da normalidade.

A investigação prévia das queixas (junto do médico assistente) incluiu a realização de uma ecografia onde foram observados sinais de bursite trocantérica. Na radiografia convencional foi possível identificar uma lesão radiotransparente com padrão de vidro despolido na região metafisária proximal do colo femoral esquerdo (Figura 1), cujo estudo adicional com tomografia computorizada (TC) demonstrou presença de septação, margens escleróticas bem delimitadas e uma zona de fractura incompleta sem descoaptação (Figura 2). A cintigrafia óssea caracterizou-se por fixação aumentada na mesma topografia, sem outras alterações relevantes (Figura 3).

 

 

 

Figura 3

 

Perante os achados descritos, foram colocadas como hipóteses diagnósticas fibroma não ossificante (FNO) e displasia fibrosa (DF), sendo as imagens radiológicas mais sugestivas desta última, tendo em conta a localização e dimensão invulgares para a primeira. Neste contexto, foi ainda requisitada ressonância magnética nuclear (RMN) que corroborou a ausência de critérios de agressividade da lesão, bem como a validade das hipóteses diagnósticas colocadas (Figura 4).

 

 

Tendo em conta a clínica de dor, associada com a fractura identificada no colo femoral, foi decidido o tratamento cirúrgico da lesão. Através duma abordagem lateral da coxa esquerda foi efectuada uma curetagem, seguida de aporte de aloenxerto (não estrutural) e a fixação interna com placa e parafusos, sem registo de intercorrências. O material removido foi submetido a exame anátomo-patológico, que estabeleceu o diagnóstico final de DF.

Durante o pós-operatório, que decorreu igualmente sem complicações, a doente apresentou melhoria progressiva das queixas álgicas e da apresentação radiológica, com consolidação da fractura (Figura 5). Aos nove meses de pós-operatório, foi programada a extração do material de osteossíntese tendo em conta a idade da doente e, a persistência de queixas álgicas na face lateral da coxa esquerda, a nível da região trocantérica em relação com o implante. Aos dois anos de seguimento a doente não apresentava queixas relevantes, referindo uma dor ligeira ocasional na face lateral da coxa esquerda, que agravava com o esforço e a actividade física. Durante o seguimento realizou ainda tomografia computorizada de controlo que demonstrou consolidação da fractura, contudo com recidiva da lesão tumoral (Figura 5). Esta recidiva foi relativizada face à resolução clínica e consolidação da fractura.

 

 

À data da última consulta, com três anos deseguimento, a adolescente referia melhoria das queixas álgicas, apresentando um arco de mobilidade normal ao nivel da anca. Radiologicamente apresentava imagem de raio-x sobreponível (Figura 6), pelo que se mantém em seguimento.

 

 

 

DISCUSSÃO

Com base na apresentação clínica, nos exames complementares de diagnóstico já realizados aquando da referenciação, e tendo em conta a sua elevada incidência, a hipótese diagnóstica de fibroma não ossificante (FNO) foi considerada inicialmente mais provável. Esta entidade é interpretada como resultante de um defeito no desenvolvimento e não como um verdadeiro tumor ósseo, com origem na extensão anormal da placa de crescimento, maioritariamente nos membros inferiores7,9,10. É a lesão osteofibrosa mais comum em crianças e adolescentes, que se estima estar presente em cerca de 30% dos indivíduos, geralmente de forma assintomática (89%), sendo habitualmente detectado de forma incidental nas primeiras duas décadas de vida7,9,10. Pode manifestar-se por dor e tumefacção, especialmente em contexto de actividade desportiva, ou, mais raramente, e aparentemente em relação com as dimensões da lesão, originar uma fractura patológica, a maior parte das quais é tratada com restrição de actividade ou de carga, com ou sem imobilização7,10. Radiologicamente, apresentam-se como lesões líticas radiotransparentes, solitárias, excêntricas e baseadas na cortical metafisária de um osso longo7,9,10. A maioria é diagnosticável através da radiologia convencional, reservando-se a RMN para casos onde residam dúvidas, ajudando a corroborar a hipótese inicial, resultante da primeira avaliação imagiológica9,10. Sempre que persistam dúvidas relativamente à benignidade da lesão, deverá ser efectuada uma biópsia. O seguimento clínico com radiografias seriadas é considerado adequado para a generalidade destas lesões, que desaparecem espontaneamente com a maturidade esquelética/entre os 20-25 anos7,9,10. O tratamento com curetagem, aporte de enxerto e fixação interna deverá ser considerado para lesões extensas com alto risco, ou presença, de fractura7. A recidiva é incomum e a transformação maligna muito rara quando comparada com a DF7.

A manutenção das queixas álgicas, associadas à existência de uma fractura incompleta com risco de descoaptação numa região de carga, bem como a persistência da incerteza diagnóstica numa lesão sintomática fundamentaram a decisão de avançar para um tratamento cirúrgico que, concomitantemente, possibilitou o diagnóstico histológico definitivo. Este aspecto é determinante para qualquer lesão óssea com incerteza diagnóstica e, neste caso particular, permitiu distinguir duas lesões com implicações prognósticas distintas, uma vez que a DF apresenta riscos de recidiva (18-50%) e malignização (1-4%) superiores relativamente ao FNO. No caso descrito, o diagnóstico histológico com agulha poderia ser dificultado pela existência de fractura, dada a elevada actividade osteoblástica presente. Assim, tendo em conta as características de benignidade, justifica-se a opção de avançar para a cirurgia.

A DF é uma doença com padrão em mosaico e um amplo espectro de manifestações clínicas que se estende desde a muito frequente ausência de sintomas, à dor, edema, tumefacção ou deformidade resultantes duma lesão severa e debilitante1,2,3,6,8. O sintoma de apresentação mais frequente em todas as formas da DF é a dor óssea (70%), seguida de tumefacção local3,4,6. Não há associação entre a extensão ou localização da doença com a probabilidade de apresentar dor1,6,8. A limitação funcional surge habitualmente associada a fracturas patológicas, a complicação mais frequente da DF3. As deformidades esqueléticas e as dismetrias dos membros são outros achados comuns e, a deformidade em cajado de pastor (sheperd crook deformity) por fracturas de stress de repetição com alinhamento em varo do fémur proximal é uma manifestação considerada clássica3,4,7,8. A escoliose progressiva é menos frequente, mas nos raros casos em que seja rapidamente progressiva, é potencialmente fatal1,8. O diagnóstico de DF em idade pediátrica implica um seguimento anual clínico e radiográfico4. Deverão ser particularmente valorizadas alterações da sintomatologia, tais como o aumento progressivo da dor sem trauma associado, presença de deformidades e, do ponto de vista imagiológico, a rápida expansão, sinais de disrupção na cortical e a invasão de tecidos moles envolventes1,3,4,7. Estas constituem sinais de agressividade ou malignização da lesão, que implicam avaliação mais cuidadosa e atenta.

O tratamento da DF monostótica é habitualmente conservador, consistindo na vigilância clínica e radiográfica regular e, no controlo das queixas com reforço muscular e analgesia quando necessário1,4,5,6,8. Os casos poliostóticos implicam adicionalmente uma abordagem multidisciplinar, com estudo por densitometria, prevenção de fracturas através da manutenção da densidade óssea com dieta e exercício regular; e tratamento de condições associadas, como endocrinopatias, no caso se encontrarem presentes1,4,5,6,8.

Não há presentemente terapêuticas médicas capazes de alterar a evolução da DF, pelo que o tratamento actual é considerado insuficiente1,4,6,8. Os bifosfonatos, fármacos cada vez mais utilizados no tratamento da DF, particularmente administrados por via endovenosa, têm alguma eficácia no controlo da dor moderada a severa relacionada com a lesão, mas é improvável que tenham algum efeito no controlo da sua expansão ou na qualidade óssea, devendo ser utilizados na dose e frequência eficazes mais baixas1,3,5,6,8. Alternativas como o denosumab e a pregabalina ainda não possuem evidência suficiente para suportar o seu uso no controlo da dor5,6. Consequentemente, a dor intrínseca da DF é geralmente tratada com analgésicos não opióides8

A cirurgia pode ser necessária e deverá ser considerada em doentes com lesões sintomáticas, com grandes dimensões ou com crescimento progressivo; em regiões de grande stress como o fémur proximal, quando estão em risco estruturas anatómicas importantes, quando existe uma deformidade marcada com necessidade de correcção e, eventualmente, para casos refractários a tratamento médico3,4,5,6. O tratamento cirúrgico visa fundamentalmente a prevenção ou o tratamento da deformidade e a estabilização da fractura patológica, sendo que frequentemente consiste na curetagem e aporte de enxerto, complementado com fixação interna3,5. O enxerto cortical e estrutural é considerado preferível ao esponjoso dada a maior resistência à substituição por tecido fibrodisplásico3,4,5. No caso descrito, a opção pelo aloenxerto esponjoso e pela fixação interna com placa e parafusos foi tomada tendo em conta a localização e as dimensões da lesão, de forma a preenchê-la, reforçá-la e protegê-la. O tratamento cirúrgico não deverá dispensar a necessidade de seguimento, até pelo risco existente de malignização.

No caso apresentado observou-se uma recidiva da lesão tumoral, embora com melhoria clínica progressiva. Consideramos que este facto se deveu à consolidação da fractura, provável fonte das queixas iniciais. Acreditamos ainda que a dor ocasional após a cirurgia poderá estar relacionada com alterações inflamatórias nos tecidos moles circundantes à abordagem cirúrgica, bem como ao material implantado, nomeadamente ao nivel da bursa trocantérica. Temos noção que a decisão de remover o material de osteossintese com 9 meses de pós-operatório é discutível, fundamentalmente pelo risco de nova fractura patológica associada à recidiva, contudo, esta decisão foi tomada antes dos inequívocos indícios da mesma. Tendo em conta a melhoria clínica da doente aos três anos de seguimento, e apesar da recidiva tumoral documentada imagiologicamente (Figura 7), consideramos que o seguimento periódico corresponderá à atitude que mais se adequará a este caso.

 

 

 

CONCLUSÃO

O caso clínico aqui apresentado é relevante ao expor as dificuldades na abordagem clínica, diagnóstica e terapêutica de uma doença incomum com apresentação clínica variável. Contudo, será fundamental a obtenção de um diagnóstico definitivo correcto, dadas as implicações para o prognóstico, orientação terapêutica e seguimento. Apesar do tratamento da DF ser fundamentalmente conservador, verificamos que, em casos selecionados, o tratamento cirúrgico tem lugar no armamentário de opções terapêuticas.

 

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Conflito de interesse:

Nada a declarar.

 

Endereço para correspondência

Diogo Ramalho
Serviço de Ortopedia e Traumatologia do Centro Hospitalar de Lisboa Norte, Hospital de Santa Maria
Av. Prof. Egas Moniz
1649-055 LISBOA
Telefone: 21 780 05 00
diogo.djmr@gmail.com

 

Data de Submissão: 2018-01-16

Data de Revisão: 2018-02-12

Data de Aceitação: 2018-06-30

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