SciELO - Scientific Electronic Library Online

 
vol.17 número2Actividad de trabajo, territorio y sus protagonistas : hacia una agenda del futuro - Introducción al dosier índice de autoresíndice de materiabúsqueda de artículos
Home Pagelista alfabética de revistas  

Servicios Personalizados

Revista

Articulo

Indicadores

Links relacionados

  • No hay articulos similaresSimilares en SciELO

Compartir


Laboreal

versión On-line ISSN 1646-5237

Laboreal vol.17 no.2 Porto dic. 2021  Epub 01-Dic-2021

https://doi.org/10.4000/laboreal.18400 

Editorial

Editorial

Editorial

Editorial

Editorial

1 Católica Porto Business School, Universidade Católica Portuguesa, Rua Diogo Botelho, 1327, 4169-005 Porto

2 Centro de Psicologia da Universidade do Porto; Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Rua Alfredo Allen, 4200-135 Porto

3 ESTESC-Coimbra Health School, Instituto Politécnico de Coimbra, Rua 5 de Outubro, Apartado 7006, 3046-854 Coimbra

4 Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto; Centro de Psicologia da Universidade do Porto, Rua Alfredo Allen, 4200-135 Porto


É com um sentimento de redobrada satisfação que publicamos mais um número da Laboreal, elaborado sob os constrangimentos que a situação pandémica, ainda, impõe: satisfação de termos conseguido reunir contributos de elevado interesse, mas também de termos avançado para uma reconfiguração da sua apresentação que pretende reforçar a consistência e a atratividade da nossa revista.

Assim, doravante, cada número da Laboreal será concebido a partir de três eixos estruturantes, distinguindo os artigos que integram o Dossier daqueles que se inserem na secção Varia, sendo os das rubricas Textos históricos e Datário reunidos numa nova secção intitulada O trabalho e suas histórias.

A presente edição apresenta então:

1. Um Dossier consagrado à problemática “Atividade de trabalho, território, e seus protagonistas: para uma agenda do futuro” que procura encaminhar a reflexão sobre o trabalho para a questão da sua inserção territorial.

A análise do trabalho é, de facto, enriquecida quando redefinida a partir do território em que se inscreve: não somente enquanto espaço de ação para a atividade de trabalho e seus protagonistas, mas também, como categoria a ser explorada no estudo dessa mesma atividade. A pertinência desta abordagem tem sido evidenciada pela pandemia, nomeadamente nas atividades diretamente por ela interpeladas e pela mudança que induziu na forma de trabalhar ou na coexistência de espaços antes separados.

O texto de introdução, de Liliana Cunha, sublinha a importância do território enquanto categoria de análise e, ao mesmo tempo, procura situar os cinco textos que integram este dossier - de autores de diferentes geografias: Argentina, Bolívia, Chile, França e Portugal.

2. A secção Varia abre com o balanço de uma pesquisa desenvolvida no Brasil por Marcella Gonçalves, Sandra Gemma, Flavia Lima, Renan Primo, Milton Misuta, José Brittes, Amandes Fernandes e Eliezer Franco. É-nos dado aqui a conhecer certas problemáticas geridas por “eletricistas de linha viva” na tarefa de poda da vegetação - uma atividade de cariz físico, técnico, mas igualmente organizacional, cuja mestria fortalece o prazer associado à atividade, ainda que tal dimensão possa permanecer pouco visível para a sociedade.

Encerrando esta secção, e no âmbito de uma colaboração com a revista brasileira Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, apresentamos uma recensão crítica sobre o livro “Psicologia Social do Trabalho: una intervención para el mundo laboral en América Latina”: uma obra que Hernán Camilo Pulido Martínez considera “desafiadora para aqueles psicólogos que buscam compreender o mundo do trabalho na América Latina para além das fórmulas preconcebidas”.

3. A rubrica Textos Históricos, agora integrada na secção O trabalho e suas histórias, apresenta um texto de Charles Gadbois, publicado há 30 anos, sobre as questões levantadas pelos horários atípicos de trabalho, revestindo já na altura uma certa relevância. O comentário que Sophie Prunier-Poulmaire e Béatrice Barthe fazem desse artigo chama a atenção para o facto das novas formas de organização do trabalho reunirem hoje temporalidades que, ao nível das pessoas e do agregado familiar, colidem entre si, exacerbando frequentemente as exigências profissionais e afetando a saúde e a vida pessoal dos trabalhadores envolvidos. As duas autoras salientam, pois, a grande atualidade do pensamento de Charles Gadbois, prosseguido hoje na abordagem sistémica e multifatorial das mais recentes investigações e ações nesta matéria.

E, no Datário, Luciana Cavanellas, no seu texto, começa por fazer o balanço dos 50 anos de ação da ONG Médicos sem Fronteiras que reconfigurou o trabalho humanitário contemporâneo, desenvolvendo, em seguida, uma reflexão sobre os dilemas e conflitos daqueles/as que se arriscam a participar numa atividade de ajuda e solidariedade internacionais.

Mesmo se as reformulações ora decididas para a Laboreal revelam o início de uma nova fase no itinerário da revista, tais inovações não podem deixar na sombra, subalternizar, a riqueza e a importância daquilo que tem sido realizado até agora. Por isso, decidimos reunir num e-book de acesso livre, editado pelas Edições Modus Laborandi (http://www.moduslaborandi.com/uploads/file/Diccionario_Laboreal.pdf), o legado da rubrica Dicionário, que alimentou a dinâmica da nossa reflexão entre 2005 e 2018. Trata-se de 52 contributos em diferentes áreas de investigação e domínios teórico-metodológicos privilegiados pela Laboreal. Convidamos vivamente os nossos leitores a revisitar esses temas e narrativas assim reunidos e que continuam a ilustrar muito da história do trabalho, mas também da história da nossa revista.

Por último, a este número desejamos que fique associado uma homenagem singela e sentida a um dos nossos, João Viana Jorge, que partiu. Ele colaborou, desde os primeiros tempos, no projeto da Laboreal - trazendo para a sua construção o seu saber, o seu sentido crítico e a sua disponibilidade, particularmente na difícil tarefa de tradução, inerente a uma revista bilingue. João Viana Jorge fica, pois, na história desta revista e a sua ausência física não impedirá a sua presença na nossa memória.

Enfim, desejamos uma excelente e profícua leitura.

Pelo Comité Editorial de Laboreal,

Camilo Valverde

Daniel Silva

Lúcia Simões Costa

Marianne Lacomblez

Creative Commons License Este é um artigo publicado em acesso aberto sob uma licença Creative Commons