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Acta Obstétrica e Ginecológica Portuguesa

versión impresa ISSN 1646-5830

Acta Obstet Ginecol Port vol.14 no.1 Coimbra mar. 2020

 

NORMAS DE ORIENTAÇÃO CLÍNICA/GUIDELINES

Valores de referência para estimativa do peso fetal na população portuguesa

Birthweight standard for the Portuguese population

Ricardo Sousa Santos*, on behalf of the SPOMMF

*Assistente Hospitalar do Hospital da Senhora da Oliveira - Guimarães, EPE; Professor Auxiliar Convidado da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto


 

Os valores de referência para estimativa do peso fetal (curvas do peso fetal) são frequentemente utilizados para estimar o peso do feto e para a identificação das alterações do crescimento fetal. Existe, no entanto, grande discrepância na sua seleção por Obstetras1 e Neonatalogistas2.

O peso fetal é determinado por múltiplos fatores, pelo que o peso dito “normal” para cada semana de gestação apresenta uma grande variabilidade; múltiplos estudos3,4, com metodologias similares, demonstraram diferenças significativas no desenvolvimento fetal entre populações saudáveis5.

O conhecimento das vantagens e desvantagens da aplicação destes valores de referência é essencial, uma vez que a sua utilização implica decisões clínicas e possível iatrogenia6. Tratando-se o percentil de uma classificação matemática, é fundamental usar valores de referência validados para a população em estudo, sob pena de sobre/subdiagnóstico.

Assim, a SPOMMF recomenda o uso das tabelas/curvas de peso fetal criadas e validadas na população Portuguesa7.

Estas curvas foram desenvolvidas para gravidezes unifetais, entre as 24 e as 42 semanas, e são as primeiras validadas para a população portuguesa7. Resultaram de um estudo multicêntrico (22 instituições), englobando dados de mais de 660 mil nascimentos em território nacional. Tais curvas de crescimento permitem uma classificação mais correta do peso dos fetos (por ecografia) e recém-nascidos, quando comparada com várias referências internacionais em uso.

Além disso, o uso de uma única referência, validada, facilitará a comunicação entre colegas e proporcionará coerência no uso destes elementos na prática clínica e na investigação.

Estas curvas, bem como ferramentas para as utilizar, estão livremente acessíveis através do website fetalgrowth.med.up.pt .

 

REFERÊNCIAS

1. Sousa-Santos RF, Mendes-Castro A, Ferreira D, Miguelote RF, Cruz-Correia RJ, Bernardes JFMAL. Gestational age and fetal growth assessment among obstetricians. The Journal of Maternal-Fetal & Neonatal Medicine 2014;28:2034-9.         [ Links ]

2. Sousa-Santos RF, Dinis-Ribeiro M, Santos CM, Cruz-Correia R, Bernardes J. Different standards in growth centiles for fetuses and newborns: A survey in Europe. Acta Obstet Ginecol Port 2015;9:214-20.         [ Links ]

3. Kiserud T, Piaggio G, Carroli G, et al. The World Health Organization Fetal Growth Charts: A Multinational Longitudinal Study of Ultrasound Biometric Measurements and Estimated Fetal Weight. PLoS Med 2017;14:e1002220.         [ Links ]

4. Villar J, Ismail LC, Victora CG, et al. International standards for newborn weight, length, and head circumference by gestational age and sex: the Newborn Cross-Sectional Study of the INTERGROWTH-21st Project. The Lancet 2014;384:857-68.         [ Links ]

5.Gardosi J. Fetal growth standards: individual and global perspectives. The Lancet 2011;377:1812-4.         [ Links ]

6. Bricker L, Medley N, Pratt JJ. Routine ultrasound in late pregnancy (after 24 weeks' gestation). Cochrane Database Syst Rev 2015:Cd001451.         [ Links ]

7. Sousa-Santos RF, Miguelote RF, Cruz-Correia RJ, Santos CC, Bernardes JFMAL. Development of a birthweight standard and comparison with currently used standards. What is a 10th centile? European Journal of Obstetrics and Gynecology and Reproductive Biology 2016;206:184-93.         [ Links ]

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