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Observatorio (OBS*)

versão On-line ISSN 1646-5954

OBS* vol.10 no.4 Lisboa dez. 2016

 

The political thematic and the fiction on TV: A reflexion based on the miniserie O Brado Retumbante

 

Carla Montuori Fernandes*, Christiane Souza do Santos**, Liliana Fusco Hemzo***

* Professora de Comunicação e Cultura das Mídias na Universidade Paulista, Brasil (carla_montuori@ig.com.br)

** Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura das Mídias na Universidade Paulista-UNIP, Brasil (chris.santos2007@outlook.com)

*** Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura das Mídias na Universidade Paulista-UNIP, Brasil (lilidesign@uol.com.br)

 

RESUMO

A proposta deste trabalho é estudar a temática política nas obras ficcionais televisivas, a partir da aplicação de conceitos semióticos da análise dos percursos narrativos e também da construção da imagem dos políticos brasileiros por meio dos personagens que integram uma trama. Para discutir estas questões, a série televisiva selecionada foi a minissérie O Brado Retumbante, exibida pela Globo em 2012. Avaliamos como esta produção incorporou fatos políticos e assuntos de grande repercussão, como eleições, corrupção e acordos políticos, que fazem parte da recente história do país, mesclando ficção e realidade na narrativa.

Palavras chave: minissérie, política, produção midiática, cultura

 

ABSTRACT

The political thematic and the fiction on TV: a reflexion based on the miniserie O Brado Retumbante. The proposal of this work paper is to study the presence of the political thematic in television fictional works, with the application of semiotic concepts in the analysis of narrative threads and also in the construction of the image of Brazilian politicians through the use of characters that integrate a plot. In order to discuss these questions, it has been selected a television miniseries O Brado Retumbante presented by Rede Globo in 2012. This has been evaluated how this TV production incorporated political facts and subjects of great repercussion, as elections, corruption and political agreements,which are part of the recent story of the country, mixing fiction and reality in the narrative.

Keywords: miniseries, politics, mediatic production, culture

 

Introdução

Este artigo tem por objetivo analisar a minissérie O Brado Retumbante¸ composta por 8 capítulos e exibida pela Rede Globo de Televisão em 2012. Trata-se de uma obra ficcional, de roteiro original, que expõe o lado sombrio da política nacional e destaca as práticas de desvio dos recursos públicos, a corrupção e o comportamento irregular de membros do Legislativo, do Judiciário e do Executivo. O enredo aborda os percalços de um político que, pelas forças da “manipulação”, ou seja, da articulação promovida por lideranças políticas e por acontecimentos trágicos não esperados se viu no cargo de Presidente da República. A minissérie o Brado Retumbante tece através de sua trama e personagens uma alusão a vários aspectos da realidade da política brasileira, principalmente no que tange à corrupção na máquina pública, temática bastante recorrente no cenário político no Brasil em diferentes períodos e também na história recente da redemocratização, processo iniciado com as eleições presidenciais diretas ocorridas em 1989.

No site Memória Globo, a própria emissora chama a atenção para o fato de a minissérie ter sido escrita por autores pessoalmente familiarizados com o universo da política, já que a roteirista Denise Bandeira foi nora de Miguel Arraes, deputado e governador de Pernambuco por três vezes; e de que o autor Euclydes Marinho foi casado com Lilibeth Monteiro de Carvalho, primeira esposa do ex-presidente Fernando Collor (o presidente eleito em 1989 e que sofreu um processo de impeachment). Já Guilherme Fiuza é autor do livro “3.000 Dias no Bunker”, sobre os bastidores do Plano Real 1, além de colunista de política da revista Época e articulista do jornal O Globo. Guilherme chegou a declarar em entrevista que os autores buscaram referências em “pessoas que já passaram pela presidência, como o Fernando Henrique, o Lula e o JK” (Juscelino Kubitschek)2.

O tema da corrupção em importantes instituições sociais e políticas no Brasil, e todo o esforço para dirimi-la, está presente na história da teledramaturgia da Globo, tanto em novelas quanto em diferentes gêneros de seriados e minisséries. Neste sentido, podemos citar algumas produções recentes: o seriado de ação policial Força Tarefa (2009-2011), cujo enredo apresenta policiais da Corregedoria da Polícia Militar do Rio de Janeiro, órgão que investiga os desvios de conduta na própria instituição; e Na Forma da Lei, minissérie de 2010, na qual cinco amigos formados em Direito e com cargos prioritariamente ligados ao Sistema Judiciário3, se comprometem a fazer as leis e a Justiça prevalecerem, combatendo políticos, policiais e cidadãos envolvidos em crimes e corrupção, como homenagem à memória de um amigo morto covardemente e cujo assassino saiu impune do crime, por causa de suas relações com poderosos.

A minissérie O Brado Retumbante (2012) passa a integrar este extenso rol de obras da teledramaturgia cuja temática é a política e diversas questões vinculadas à conturbada realidade brasileira. Conforme observa Rondini (apud FERNANDES, 2014, p. 32) as minisséries “têm maior liberdade para aprofundar temáticas que, com frequência, incorporam momentos históricos de grande envergadura, eventos políticos, nacionais e regionais e partes constitutivas do ethos brasileiro”.

O papel das minisséries é diverso, mas não menos importante, já que trazem para o público, segundo assinala Balogh (2004, p. 99), “retratos decerto ainda mais sutis, mais aprofundados e multifacetados da cultura brasileira em suas produções do que é permitido às novelas, dado o seu ritmo de produção”. Na esfera da teledramaturgia, Motter (2002) indica que ao abordar temas políticos, os gêneros ficcionais aumentam o caráter de verossimilhança das narrativas, ao recuperar elementos da política nacional, dialogando com a realidade não só no cenário, mas com a ação que se desenvolve em simultaneidade temporal, fazendo ressoar na trama os acontecimentos que abalam o Planalto Central brasileiro, suas instituições e os representantes da democracia.

Ao assistir a esta minissérie, vários fatos da conjuntura política são resgatados. Os brasileiros podem fazer associação das situações retratadas no enredo com o “Mensalão”, por exemplo, um dos escândalos políticos que envolveu o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com denúncias apresentadas em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que tiveram as primeiras condenações em 2012, descrito como “um esquema de pagamento de propina a parlamentares para que votassem a favor de projetos do governo”4. Lembramos ainda das acusações que levaram ao afastamento de ministros deste governo citados em processos judiciais relatados diariamente nos noticiários.

A minissérie também remete às denúncias contra membros do Partido dos Trabalhadores (PT), que foram presos em 2006 pela Polícia Federal, durante uma tentativa de compra de um dossiê falso, que prejudicaria o candidato do PSDB ao governo de São Paulo, José Serra. É possível resgatar também situações que remetem ao afastamento de ministros no primeiro governo de Dilma Rousseff (PT), em 2011, também por causa de escândalos de corrupção.

Podemos inferir que O Brado Retumbante em sua narrativa ficcional retrata o jogo político de disputas e acordos dos bastidores e, conforme já ponderou Porto (apud MARQUES, 2015, p. 322), “nos melodramas televisivos brasileiros, a política é sempre representada como uma atividade suja e os políticos como preguiçosos, parasitas, mentirosos, corruptos ou incompetentes” (2003, p.106), contribuindo com a desqualificação do Estado e do governo.

A dramaturgia intenta retratar o que, de acordo com Batista (2013, p. 93), se constitui um governo baseado em alianças políticas de conveniência, ou seja, estruturadas por coalizões onde os vários partidos que estão no poder abrem brechas para uma maior incidência de corrupção ao dizer que:

O presidencialismo de coalizão brasileiro em muito vem chamando a atenção da literatura especializada. Argumento que um governo de coalizão deve ser entendido como um governo com vários partidos no poder. Nesse sentido, vários partidos com controle de rendas e oportunidade de extração de forma corrupta. Dessa forma, coalizões com muitos partidos podem significar maior incidência de corrupção. (BATISTA, 2013, p.100).

Assim sendo, com o intuito de responder como esta minissérie buscou reproduzir em caráter de verossimilhança o jogo e as articulações políticas, o artigo apresentará os personagens, as situações retratadas, os relacionamentos e as significações presentes na obra ficcional O Brado Retumbante.

Para elencar os elementos do nível narrativo do percurso gerativo de sentido, o estudo se apoiará no referencial teórico da semiótica greimasiana. Localizado no paradigma estruturalista, o modelo proposto por Algirdas Julius Greimas buscou elementos que permitem a realização de uma descrição e análise da narrativa.

 

Descrição do objeto

O Brado Retumbante ocupou a faixa horária das 23 horas, na programação da TV Globo, de 17 a 27 de janeiro de 2012, um horário reservado para tramas curtas e mais ousadas, com possibilidade aprofundamento das temáticas e nas quais as situações ficcionais se confundem com a realidade. O título da trama foi extraído da letra do Hino Nacional Brasileiro, que traz o verso “de um povo heroico o brado retumbante”. Sua abertura funde elementos que remetem ao escudo da República Federativa do Brasil, as cores das cédulas da moeda brasileira e elementos da bandeira nacional. Já a trilha sonora da abertura lembra o som de bandas militares, com suas batidas pesadas, como se fosse uma mensagem para os telespectadores não esquecerem a ditadura militar, que faz parte da história recente do País.

A trama, de autoria de Euclydes Marinho, Denise Bandeira e Nelson Mota, contou com oito episódios5, exibidos de segunda a sexta. A trama apresentou um conjunto formado por oito papeis atuacionais, destinados a combater a corrupção, que nomearemos de sujeito da ação, e seis atores em disputa pelo mesmo objeto de valor que o herói, que denominaremos de antissujeito da ação6.

Do esquema de V. Propp, Greimas (2002) constatou que as narrativas inventariadas se constituem a partir de uma estrutura polêmica, fundada em dois percursos narrativos opostos: o sujeito e o antissujeito, ambos em disputa pelo objeto de valor, o qual seria o combate à corrupção e a defesa da ética na política. Abaixo, segue descrição do sujeito da ação da minissérie:

  • Paulo Ventura (Domingos Montagner): mineiro de classe média, politicamente íntegro, eleito ao cargo de Deputado Federal. Seus principais deslizes estão na vida familiar, relacionados às traições à esposa e problemas com o filho. Não tolera o mau uso dos recursos públicos. O protagonista chegou a ser comparado por alguns veículos de comunicação e sites com o político mineiro Aécio Neves (PSDB), porque o personagem adotaria também um discurso de ética na vida pública e colecionaria casos amorosos na esfera privada7.
  • Antônia (Maria Fernanda Cândido): ex-esposa de Paulo Ventura, que aceita retomar o casamento, a fim de ajudá-lo a governar o país, apesar de não gostar da política.
  • Marta Ventura (Juliana Schalch): filha de Paulo Ventura e Antônia, mulher de Tony Abraão. Uma jovem deslumbrada com a ascensão do pai e fútil.
  • Saulo Aires Saldanha (Cacá Amaral): homem de confiança de Paulo Ventura. Ocupará o cargo de Ministro-Chefe da Casa Civil. Discreto, pensa a estratégia política e estimula Paulo a não desistir de sua missão. Este personagem também de destaca, pois em fatos políticos recentes no Brasil este cargo foi colocado sob os holofotes, seja pelo afastamento de José Dirceu (PT), ministro de Lula envolvido com o Mensalão, ou pela ascensão de Dilma Rousseff (PT), que ocupou o cargo na Casa Civil logo após Dirceu, foi considerada braço direito de Lula e, posteriormente, indicada e eleita presidente do Brasil, em 2010.
  • Otávio Werneck (Valter Santos): chefe do gabinete de segurança institucional na presidência de Ventura. Conduz as investigações para desvendar os esquemas de corrupção.
  • Fernanda Dummont (Mariana Lima): deputada federal e, depois, assessora de Paulo Ventura, além de admiradora e apaixonada por ele.
  • Alcides Barata (Paulo Ivo): porta-voz e secretário de comunicação do governo de Paulo Ventura. É responsável por intermediar os contatos com a imprensa.
  • Otacílio Júnior (Jui Huang): especialista em segurança de dados, gênio hacker a serviço da equipe de confiança do presidente.

Identificou-se, durante esta reflexão, outro conjunto formado por mais seis atores, que compõem o antissujeito ou grupo de antagonistas, que tentam impedir que o desejo do protagonista seja alcançado.

  • Floriano Pedreira (José Wilker): Ministro da Justiça, que Paulo Ventura “herda” do antecessor. Antigo companheiro de militância de Ventura, ele seguiu o caminho da corrupção. Floriano é demagogo. Disfarça seus desvios com discurso moralista e declarações de inocência. Principal líder das tramoias para derrubar Ventura. Traz consigo o paradoxo de ser o responsável pelo cumprimento de normas e leis judiciais e de não se importar com elas.
  • Nicodemo Cabral (Luiz Carlos Miele): senador corrupto, com mais poderes no Congresso do que seus cargos formais. Participa das articulações de bastidores que levam Paulo Ventura à presidência da Câmara, além de integrar o grupo que tentará destituí-lo do cargo.
  • Josivan (Chico Expedito Solon): deputado federal e um dos conspiradores contra o presidente Paulo Ventura.
  • Pachequinho (Fabio Espósito) e Bodelér Sampaio (Francisco Carvalho) – Deputados corruptos e comparsas do Senador Nicodemo e de Floriano Pedreira.
  • Tony Abraão (Leopoldo Pacheco): empresário casado com Marta, filha de Ventura. É ligado ao grupo corrupto e será manipulado para forjar provas contra o presidente em um processo de Essa tentativa também faz alusão ao impeachment de Fernando Collor de Mello, afastado do cargo de presidente da república em outubro de 1992

 

Programa narrativo e esquema atuacional

A estrutura narrativa desenvolvida por Greimas e retomada por Courtés (1983 apud BARBOSA, 2010, p. 40), abarca todo programa narrativo que cada Sujeito deve realizar para conquistar seu Objeto de Valor. Nesse contexto, aliam-se o Programa Narrativo Principal (PNp) e os Programas Narrativos auxiliares (PNas). Conforme aponta Greimas e Courtés (1983 apud BARBOSA, 2010, p. 40) “[...] a forma geral da sintaxe narrativa é uma manipulação de enunciados. Cada enunciado se caracteriza pela relação-função entre o sujeito e o seu objeto de valor”. Assim, “a sintaxe narrativa se organiza em torno do desempenho de um Sujeito que realiza um percurso em busca de um Objeto de Valor, sendo instigado por um Destinador que é o idealizador da narrativa e ajudado por um Adjuvante ou prejudicado por um Oponente” (BATISTA, 2001, p. 150).

A partir destas considerações, buscamos em Balogh (2002) as bases para elaboração do Esquema Atuacional, conforme o abaixo:

  • Sujeito: Paulo Ventura.
  • Objeto: política transparente e honesta = Brasil sem corrupção.
  • Destinador: Presidente da República.
  • Destinatário: Povo brasileiro, políticos, membros dos três poderes e da administração pública.
  • Oponente (S): políticos, servidores e empresários corruptos.
  • Ajudante (S): políticos honestos, equipe de assessores do presidente Ventura, imprensa e a população brasileira.

A minissérie tem como personagem principal o Deputado Federal Paulo Ventura, que foi eleito para o Congresso Nacional graças a seu trabalho em defesa da transparência nos negócios públicos, mas que é visto como um “político inofensivo” pelos demais parlamentares. Ele é alçado, por um grupo formado pelos líderes dos três principais partidos, encabeçado pelo Senador Nicodemo Cabral, à função de presidente da Câmara dos Deputados, apesar dele atuar contra os esquemas ilícitos. Vale ressaltar que, no nível fundamental, onde a significação do texto aparece determinada pela relação de oposição entre dois termos que possuem um traço semântico comum (BARROS, 2000), a honestidade na política versus a corrupção compõe a instância central da trama.

Tal traço fica evidenciado numa cena de articulação política e de evidente manipulação para escolha de Ventura para presidente da Câmara dos Deputados. A indicação de Ventura atende, inicialmente, aos interesses do Senador Amaral, que aponta: “Paulo Ventura a gente conhece e, como esta máfia, ele não existe. E como não existe, ele é o homem ideal para presidir a Câmara”. Entretanto, apenas três semanas depois deste episódio, o presidente Aurélio Monte Santo e o vice-presidente Hélio Cardoso de Morais morrem em um acidente, fato que altera os rumos políticos do Brasil: Paulo Ventura assume a Presidência, conforme a legislação, apesar de nunca ter almejado o cargo. Em sua história recente, o Brasil passou uma tensão semelhante e surpreendente, com ajustes na rota, quando o primeiro presidente civil eleito por via indireta após a ditadura militar em 1985, Tancredo Neves (PMDB), foi internado e veio a falecer, deixando em seu lugar o vice, José Sarney, ex-presidente do PDS, partido que conferia apoio à ditadura.

A partir destas mortes, a trama deslancha no Programa Narrativo Guerra à Corrupção (PNGC), o programa narrativo principal, na qual o herói, representado por Ventura e seus aliados fiéis, necessita aprender, em meio a diferentes percalços e manobras ilícitas de seus oponentes, a governar o Brasil e guerrear contra os corruptos. Conforme ressalta Balogh (2002, p. 201) “cada programa narrativo gera, como num espelho, o seu programa narrativo contrário”, encontraremos o anti-Programa Narrativo Guerra à Corrupção (anti-PNGC), formado pelos líderes dos partidos, senadores e deputados, que esperam manter o status quo caracterizado por desvios de verbas e favorecimentos.

Enquanto defende a ética na política no PNGC, o personagem de Paulo Ventura tem relações familiares conturbadas, que integram o que denominaremos de Programa Narrativo Família (PNF) e que não será focado nesta análise.

 

Percurso gerativo de sentido da narrativa

No âmbito da semiótica discursiva, o percurso gerador de sentido contempla o plano de conteúdo de um texto e a forma como seu sentido é construído. Para análise do percurso gerativo de sentido, Fiorin (2001, p. 22) destaca que:

os textos não são narrativas mínimas. Ao contrário, são narrativas complexas, em que uma série de enunciados de fazer e de ser (de estado) estão organizados hierarquicamente. Uma narrativa complexa estrutura-se numa sequência canônica, que compreende quatro fases: a manipulação, a competência, a performance e a sanção.

Manipulação, competência, performance e sanção integram o nível narrativo do texto, cujas fases nem sempre seguem uma “sequência canônica”, conforme pontua Fiorin (2001). Quem analisa a narrativa deve fazer um esforço para recuperá-las.

Especificamente na análise de O Brado Retumbante distinguimos que a história começa numa manipulação do personagem de Paulo Ventura, que se tornou Presidente da Câmara, uma posição que lhe foi atribuída pelos líderes políticos corruptos, como já sinalizamos. Entretanto, os manipuladores jamais esperavam que ele representasse problemas aos projetos desonestos.

Ao saber de sua indicação, Ventura conversa com a mulher Antônia, que diz: “Você? Presidente da Câmara dos Deputados. Fala sério! (...) Você não vive dizendo que não acredita mais em política? (...) Estes sujeitos só querem te usar, Paulo”. Ele responde com as seguintes considerações: “Pode ser a minha última oportunidade de ser útil. As lideranças me escolheram pela minha independência e integridade. Presidindo a Câmara eu vou poder contribuir”. De um lado, a consciência da manipulação se manifesta pela voz de Antonia, que o alerta para a conjuntura complicada, enquanto ele se encontra seduzido pela chance de ocupar este importante posto e imbuído da missão de cobrar padrões morais e éticos na política brasileiro.

Se o cargo na Câmara poderia não lhe atribuir os poderes necessários para restaurar a honestidade dos parlamentares, a narrativa introduziu um fato imprevisível: um acidente aéreo que vitimou o presidente e o vice-presidente. Assim, Ventura é dotado de condições legais para fazer sua batalha contra a corrupção. Em seu discurso de posse, Ventura reitera a missão que lhe compete:

Não me candidatei e nunca ambicionei este cargo. Não tenho compromissos partidários. O crime organizado se espalha como um câncer em nossa sociedade. E os criminosos não estão só nos morros e nas periferias. Estão de paletó e gravata, estão onde tem dinheiro público para ser desviado. Eu não sei se vou conseguir acabar com eles nestes 15 meses. Talvez eles acabem comigo antes disso, mas eu vou enfrentá-los.

Nas reuniões nos gabinetes, os antagonistas que compõem o anti-PNGC declaram que vão atrapalhar a performance de Ventura em seu trabalho de “limpar o país”, num esforço claro de negar o padrão de comportamento esperado de membros do Congresso Nacional. Já o discurso do sujeito evidencia a dura tarefa de transformar a política nacional, ponto central da narrativa, projeto assumido junto com seus assessores, chamados pela imprensa de homens e mulheres de ouro do presidente”.

Ao longo da descrição, contata-se que em cada episódio ocorrem embates que representam etapas da performance do sujeito em sua jornada de herói para derrubar os corruptos. Ventura e sua equipe conseguem impetrar pequenas derrotas ao inimigo, como a demissão de ministros envolvidos em escândalos, conforme se via no governo na realidade nacional, mas nunca os vence definitivamente.

Cabe destacar um momento relevante que reitera a dificuldade desta trajetória representada por uma conversa que Ventura tem com o Ministro da Justiça, Floriano Pedreira, num banheiro do Palácio Presidencial. Trata-se de um duelo retórico e revelador do modo de ser e pensar dos antagonistas. As câmeras são os olhos dos telespectadores nesta luta realizada num local de intimidade e que simboliza um espaço para descarte de sujeiras. Os telespectadores assistem uma guerra verbal, entre quatro paredes e que não foi presenciada por outros personagens. Pedreira ataca Ventura num tenso diálogo, em um claro esforço de desqualificá-lo, e expressa a visão negativa que tem do povo brasileiro:

Você acha que vai ser fácil cumprir as promessas que fez em seu discurso de posse? Não seja ingênuo Ventura. Você não vai conseguir nada, nada, nada. Você não tem nenhum apoio no Congresso. Não tente bancar o herói, Ventura. Este não é um país para principiantes. Nós somos um país mulato, cheio de ginga, informal, sem regras. Este é um país de analfabetos. O pessoal aqui só tem opinião sobre futebol e escola de samba. E não precisa de nenhum salvador da pátria.

Das respostas dadas por Ventura neste embate, a última delas ressalta sua principal “arma” na guerra contra a corrupção: “Eu não sou o Salvador de porra nenhuma, mas eu sei onde moram os parasitas deste país”, numa evidente alusão ao Congresso Nacional.

O presidente e sua equipe conseguem reagir a cada tentativa dos inimigos de causar danos morais ou físicos, como na situação na qual, por meio de gravações telefônicas autorizadas, eles obtêm provas que forçam a renúncia do Ministro Pedreira. Conforme vemos na realidade da política nacional, entretanto, Pedreira, mesmo algemado, alega aos jornalistas que o esperam na porta de casa: “Antes de ser ministro, eu sou um deputado eleito pelo povo e tenho a mais absoluta certeza da minha inocência”.

Outro esforço deste embate é o projeto de lei de responsabilidade pública enviada por Ventura ao Congresso, que prevê punição severa para crimes cometidos por autoridades, como juízes e senadores. Conforme declara o presidente em seu discurso: “A lei de responsabilidade pública será uma guerra contra a corrupção e o malfeito neste país”.

Como previsto pela assessora Fernanda em cena anterior, numa fala que expressa a descrença na Justiça, Pedreira foi liberado da cadeia, com a anuência de um juiz que foi “comprado”, conforme sugere uma conversa no gabinete do senador Cabral. O deputado declara que foi injustiçado e, graças aos acordos no Congresso, ele consegue ser eleito à Presidência da Câmara, mesmo com as acusações.

Reunidos, os personagens que compõem o antissujeito da trama lembram que, agora, o ex-ministro é o primeiro na linha sucessória. “Alguma coisa me diz que esse Ventura não termina o mandato”, diz um deles. Uma declaração que poderia parecer casual, mas é indício de um novo golpe contra o sujeito: um atentado à vida de Ventura, na saída do teatro municipal, na frente de jornalistas. Uma evidente tentativa de causar dano físico ao herói, que o colocou à beira da morte, mas não alcançou o objetivo final.

Com o rumo das investigações e, diante da possibilidade de descobrirem que estavam envolvidos no tiroteio, os inimigos eliminam um dos seus membros: o deputado federal Josivan, que esteve à frente da contratação do pistoleiro, uma ação que confirma a falta de escrúpulos destes personagens.

Se o grupo anti_PNGC não é bem-sucedido no assassinato do presidente, eles conseguem derrubar, por meio de uma manobra política, a lei de responsabilidade pública, durante uma votação secreta, apesar da forte campanha popular de moralização da política.

No episódio “Fora Ventura”, o presidente é surpreendido ao ver, na capa de uma revista, a seguinte manchete: “Por que Paulo Ventura tem 10 milhões de dólares no Uruguai?”e se vê diante do pedido de um processo de impeachment contra ele, realizado por Pedreira, sustentado por um falso dossiê.

Nesta situação, Ventura é favorecido pelas circunstâncias e pela sorte. Sua filha Marta localiza um documento no bolso do paletó do marido, Tony Abraão, pois desconfia que ele tem uma amante. Ela pede ajuda ao ministro-chefe da Casa Civil, que logo percebe algo errado. Ansiosa, Marta entrega também o computador do marido para que eles investiguem e Jui Huang, especialista em dados, consegue localizar os documentos que forjaram a conta uruguaia. A sanção será deflagrada no episódio “Fora Ventura - parte 2”, quando o grupo do presidente divulga o esquema armado por Tony a pedido do senador Nicodemo Amaral.

Mesmo com mais uma jogada desvendada, a oposição do anti-PNGC continua incansável em sua batalha. Floriano Pedreira se lança candidato à Presidência da República e tenta construir uma imagem de político honesto. Por seu lado, Ventura deixa os problemas de relacionamento interferirem em sua vida política, porque Antonia o abandona. Ele praticamente desiste de governar e só os apelos de sua assessora Fernanda, que destaca as transformações positivas promovidas no país, reacendem seu ânimo e o envolvem num clima de romance platônico.

“O Ex-presidente” é o último episódio de O Brado Retumbante, no qual o principal assunto é a eleição presidencial. Ventura está disposto a não disputar o pleito e a apoiar Alaor, um candidato honesto e inexpressivo. Com medo de que Alaor suba nas pesquisas, Pedreira e seu grupo avaliam o que poderia ser feito para anulá-lo definitivamente. Mas, uma nova situação inesperada os favorece: Alaor é internado para uma pequena cirurgia. Entretanto, após uma visita de “cortesia” realizada por Pedreira ao candidato e de uma conversa dele com um médico, nas sombras e na calada da noite, Alaor sofre uma parada cardiorrespiratória, que afeta sua capacidade cerebral.

Diante do imprevisto, a trama chega ao ponto no qual Pedreira se transforma no único político com chances de se tornar Presidente da República. Esta perspectiva ameaça o projeto de guerra à corrupção de Ventura, que está indeciso e diante da possibilidade de sua luta ter sido em vão.

No curso dos acontecimentos da ficção, Ventura conversa com Jorge Mourão, um ex-presidente corrupto, que assume seus erros de gestão e diz que somente nosso herói é capaz de “promover as reformas que o país precisa”. Finalmente, Ventura manifesta sua flexibilidade política em prol da população, aceitando ser candidato à presidência.

A minissérie termina com mais um duelo entre Pedreira e Ventura, num debate eleitoral televisionado, em outro momento simbólico da vida política. No sorteio, coube a Ventura fazer o pronunciamento inicial.

Todos sabem que eu me tornei presidente por um trágico acidente. Eu não estava preparado e nem queria ser presidente. Nestes 15 meses de governo, vi que os nossos desafios eram muito maiores do que podíamos supor. Mas aprendi a enfrentá-los. E nosso governo conquistou importantes vitórias, mas para que essas vitórias se multipliquem eu fui obrigado a rever minha decisão de abandonar a política ao final deste mandato. Não me envergonho de ter dito a coragem de mudar (...) Eu conto com a sua indignação contra a epidemia de corrupção de assola este país. Eu conto com seu voto.

 

Análise discursiva: espacialização, temporalização e figuratização da corrupção

Para complementar o percurso gerador de sentido da narrativa ficcional e compreender o processo de discursivização, buscou-se a análise das categorias da temporalização, espacialização e figurativização presentes na trama.

A semiótica greimasiana considera a espacialização uma categoria importante para análise narrativa e a classifica segundo a sua relevância. Trata-se dos locais, ricos em detalhes e materiais, que conferem realidade à obra e nos quais os personagens circulam e atuam.

Nesse sentido, para Greimas e Courtès (1979), o espaço tópico é o espaço de referência, lugar das performances e competências. Ele abarca dois subcomponentes: o espaço utópico, lugar onde se efetuam as performances do sujeito, no qual acontecem as ações e confrontos; e o espaço paratópico, lugar reservado à aquisição de competências do sujeito, que podemos entender como a obtenção de conhecimento e definição de estratégias. Existem, ainda, os espaços de alhures, do outro lugar, nominado de heterotópico.

O Brado Retumbante é um drama, com várias reuniões secretas entre os personagens para definirem as estratégias de ataque do sujeito e do antissujeito. Por isso, a representação do espaço acontece, preferencialmente, em ambientes interiores, como a Câmara dos Deputados, o gabinete do presidente, as salas de reuniões do Palácio Presidencial. É uma trama urbana, que ocorre em duas cidades: Brasília, onde se localiza o Congresso Nacional; e Rio de Janeiro, que na história se transformou na sede administrativa do Governo Federal.

No exercício de aplicar a classificação greimasiana dos espaços (BALOGH, 2002, p. 73), consideramos que nesta minissérie, o PNGC não tem espaços muito variados:

Espaços tópicos: 1) o espaço utópico na qual ocorre a principal performance do sujeito é o Palácio Presidencial, seja o gabinete ou a ala residencial. 2) Este local também será o principal espaço paratópico, pois lá também ocorrerá a aquisição das competências e sanção às armações dos inimigos que tentam tirá-lo do pode; 3) Espaços heterotópicos: os estúdios dos telejornais, cuja apresentadora Lúcia Wolf tem um papel de narradora da história e está presente em todos os episódios; o consultório da psicóloga, da qual a primeira-dama é paciente; as ruas e prédios públicos do Rio de Janeiro; os apartamentos de Antonia, da filha Marta, da mãe de Ventura, entre outros locais.

Já o conceito de temporalização consiste em “produzir o efeito do sentido temporalidade e em transformar, assim, uma organização narrativa em história” (GREIMAS e COURTÉS, 1979, p. 455). E, conforme explica Balogh, a temporalização inclui “a representação do dia, da noite, do crepúsculo e das estações do ano como demarcadores temporais” (2002, p. 74) e também as temporalidades básicas de presente, passado e futuro. 

Nesta minissérie, a narrativa se passa no presente, com pouco uso de flashbacks ou recordações de personagens. É possível perceber que a história dura, aproximadamente, 15 meses que é o tempo entre o acidente e o início da campanha, sendo que a cena de debate eleitoral encerra a trama. Os episódios não trazem referências a marcadores de tempo, de estações do ano ou de festas sazonais, como Natal e Carnaval, que indiquem mimese com os ciclos do mundo real.

A passagem do tempo e as mudanças de cidades são demarcadas por imagens aéreas proporcionadas pelas câmeras, que realizam voos panorâmicos por pontos turísticos do Rio de Janeiro, como o Pão de Açúcar e a Lagoa Rodrigo de Freitas, e a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

Destacamos também a figurativização da corrupção, ou seja, os elementos concretos usados para caracterizar tempo, atores e espaço, que também conferem efeito de realidade à trama e aos personagens. Ressaltamos as malas que os membros do anti-PNGC, como o deputado Josivan e Tony Abrão, carregam pelos corredores do congresso, que simbolizam o comportamento desvirtuado de políticos, fazendo referências ao imaginário simbólico e escândalos políticos reais, nos quais o dinheiro ilegal é transportado em malas pretas.

Outros recursos usados que ajudam a figurativizar estes políticos são seus ternos e veículos públicos elegantes. Listamos ainda as portas dos gabinetes com suas placas de identificação, os apertos de mãos nos corredores e os próprios gabinetes, nos quais cada grupo de personagens se reúne para definir as táticas a serem usadas, e os discursos no plenário do Congresso Nacional. 

 

Considerações finais

Paulo Ventura não é o herói tradicional dos romances. Ele apresenta qualidades e defeitos, tem uma performance de resultados positivos, eliminando uma boa parte dos seus antagonistas, mas sem conseguir concluir sua missão hercúlea: erradicar a corrupção no país.

Conforme explica Balogh (2002, p. 61), “cada narrativa nos mostra um microuniverso de valores que em geral refletem os valores da própria cultura em que ela se insere”. Neste sentido, O Brado Retumbante termina com um discurso moralizante, que defende os valores de honestidade, decoro parlamentar e ética, entre outros valores que estimulam vários movimentos populares no Brasil, que clamam por mais honestidade e menos corrupção na política e gestão pública.

Esta minissérie abordou temas polêmicos em relação aos problemas sociais e políticos do cotidiano brasileiro, amplificando-os nas telas da TV, evidenciando as manipulações dos grupos que estão no poder e como estes afetam negativamente a vida das pessoas. Cabe também observar a ausência de menções na trama aos partidos políticos, instituições que no Brasil passam por uma crise de confiança, um fenômeno que rende tema para outro artigo. A trama explora a personalização da política, pois os eleitores se identificam com o candidato ficcional Paulo Ventura.

Na obra, evidencia-se ainda a presença dos veículos de comunicação de massa na repercussão dos acontecimentos políticos, nos pronunciamentos à nação feitos presidente Ventura, na cobertura dos escândalos e no papel que a imprensa brasileira vem assumindo na fiscalização do poder público.

Conforme aponta Batista (2013, p. 87), a corrupção, nos sistemas democráticos, tem um estreito elo com as atividades de representação política e de transmissão de poderes para os políticos eleitos e se caracteriza pela extração praticada por participantes oficiais do patrimônio da gestão pública, aspirando proveitos pessoais e de seu grupo político, deixando de lado o interesse público.

A partir do exposto nesta descrição e análise do plano discursivo de O Brado Retumbante foi possível constatar que a narrativa se apoiou na imbricação entre realidade e ficção, percurso frequentemente utilizado pela teledramaturgia brasileira, sobretudo na reprodução de temas do cenário político nacional.

 

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NOTAS

1 O Plano Real lançado em junho de 1994, foi um plano econômico brasileiro, do governo de Itamar Franco, que tinha como principal objetivo à redução e o controle da inflação, além da contenção dos gastos públicos, entre outras metas.

2 Matéria “O Brado Retumbante de Guilherme Fiúza”, publicada no site Brasil 247 em 23/01/2012, disponível no link: http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/37173/O-brado-retumbante-de-Guilherme-Fi%C3%BAza-brado-retumbante-guilherme-fi%C3%BAza-entrevista.htm. Consulta em 10/11/2016.

3 Os personagens exercem a função de promotor de justiça, advogado, juiz e delegada federal. Um dele é jornalista, profissão que também teria a função de defender o interesse da população, informar, investigar temas de relevância para o bem público e denunciar os erros.

4 Detalhes podem ser obtidos na matéria “Entenda o escândalo do mensalão”, publicada no portal R7 em 08/10/2009. Disponível em http://noticias.r7.com/brasil/noticias/entenda-o-escandalo-do-mensalao-20101007.html. Acesso em 10/11/2016.  

5 Cada episódio contava com uma chamada que foi nomeado no primeiro capítulo com o título O Presidente Acidental e, posteriormente, exibiram-se as demais em ordem de apresentação, a saber: O público e o privado; O sucessor; O brado da primeira-dama; Fronteiras; Fora Ventura!; Fora Ventura! – parte 2 e O Ex-presidente.

6 Na maior parte das obras ficcionais que abordam a temática política, o sujeito, no caso, o personagem principal é corrupto, como por exemplo na novela Saramandaia e na minissérie A mulher do Prefeito, ambas produções brasileiras, entre outras obras, deixando para o antissujeito o papel de desvelar as tramas do enredo. Na minissérie "O Brado Retumbante, o sujeito é honesto e os antissujeitos são corruptos, o que representa uma inversão desta ordem na esfera ficcional.

7 Em pesquisa na web é possível encontrar matérias como esta “Sósia de Aécio Neves protagoniza nova minissérie da Globo”, publicada em 19/01/2012 no site do deputado estadual do PT, Rogério Correia, Disponível em http://www.rogeriocorreia.com.br/noticia/sosia-de-aecio-neves-protagoniza-nova-minisserie-da-globo/. Acesso em 10/11/2016.

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