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Angiologia e Cirurgia Vascular

Print version ISSN 1646-706X

Angiol Cir Vasc vol.6 no.4 Lisboa Dec. 2010

 

Excertos do discurso Presidencial no X Congresso da SPACV

Presidential adress on the X Congress of the SPACV

 

Joaquim Barbosa

 

 

HISTÓRIA DOS 10 ANOS DA S.P.A.C.V.

(Excerto da Lição Presidencial do X Congresso da Sociedade, em Junho/2010 – Porto)

Não podia abordar o tema da “História dos 10 anos da S.P.A.C.V., sem referir alguns aspectos que reputo de importantes e, com os quais, em minha opinião, a fundação da nossa Sociedade está, intimamente, relacionada.

Assistimos nas décadas de 80 e 90, a um movimento “emancipalista”, não só Europeu, como Mundial, no sentido de uma necessidade de afirmação da Cirurgia Vascular como uma Especialidade autónoma e não dependente da Cirurgia Cardíaca.

Este aspecto foi determinante e teve repercussão a vários níveis, nomeadamente:

> Fundação da Sociedade de Cirurgia Vascular, em muitos Países, europeus.

> Reconhecimento da Especialidade e respectivas carreiras médicas, em vários outros.

> Criação de Serviços e Unidades Vasculares em novos Centros Hospitalares.

> Reconhecimento na U.E.M.S., da Cirurgia Vascular como “Secção” independente!

Este último ponto foi o mais difícil de ser conseguido.

Por iniciativa e mérito do Prof. Domenico Palombo,foi oficialmente criado e reconhecido o “Council ofVascular Surgery in the E.C.C.”, em 1991, em Aosta.

Este organismo, foi tendo um progressivo maior número de aderentes, todos imbuídos do mesmo objectivo: o reconhecimento, da Cirurgia Vascular na U.E.M.S., não como Divisão da Cirurgia Vascular, integrada na Secção de Cirurgia Geral, mas sim como uma Secção própria.

Trabalho árduo desempenharam os seus vários membros, durante cerca de 10 anos, onde os nomes mais sonantes da Cirurgia Vascular Europeia deram o seu contributo para que o referido objectivo fosse conseguido.

Tenho orgulho, confesso, em ter desempenhado as minhas funções durante uma década e ocupado o cargo de Vice-Presidente sendo o Secretário-Geral, o meu amigo Domenico Palombo, bem como ter sido co-autor de um livro, publicado pelo Council e distribuído a todos os Cirurgiões Vasculares.

Finalmente, com a preciosa ajuda da E.S.V.S., com destaque para a contribuição pessoal do Prof. Fernandes e Fernandes, conseguimos tornarmos uma Secção independente na U.E.M.S. tendo inclusivamente, sido criado o “European Board of Vascular Surgery”, com competência para a atribuição de títulos de excelência (F.E.B.V.S.).

Como Presidente da S.P.A.C.V., sinto-me realizado pelos anos de trabalho, integrado neste grupo e por ver a nossa Sociedade a ser a única reconhecida a nível Europeu, de forma idêntica ao que já tinha acontecido com a E.S.V.S.

O seu actual Secretário-Geral e Tesoureiro, o mais jo-vem até hoje, é o nosso Secretário-Geral, Prof. Arman-do Mansilha, motivo de orgulho para todos nós.

Do outro lado do Atlântico, pela mão de John Porter, viria a ser criada a Sociedade Americana de Cirurgia Vascular.

O processo tinha-se tornado irreversível!

E Portugal não poderia fugir à regra.

O número de Cirurgiões Vasculares, tinha aumentado significativamente e o número de vozes dissonantes a favor da criação de uma Sociedade Independente foi progressivamente crescente, tais como Armando Farrajota, Alberto Queirós, Fernandes e Fernandes, Mário Macedo, Pereira Albino, entre outros (que me desculpem aqueles que não nomeei).

Na Assembleia Geral da Reunião Anual, da S.P.C.C.T.V., em Castelo de Vide, foi apresentado uma lista assinada por dez cirurgiões vasculares, com o mesmo intuito.

Contudo, o” timing”, na minha opinião, ainda não tinha chegado.

Em Outubro de 2000, num carismático Restaurante de Lisboa, a jantar com o Prof. Fernandes e Fernandes e o Dr. Mário Macedo, ficou decidido fundar-se definitivamente, a nossa Sociedade.

De forma livre e democrática, foram convocados os cirurgiões que se tinham mantido interessados no projecto, para uma Reunião na Ordem dos Médicos, à porta aberta.

 

 

Assim nasce a S.P.A.C.V., após redacção e aprovação dos seus Estatutos e eleição dos seus primeiros Corpos Sociais.

Já cerca de vinte anos antes, o Prof. Jaime Celestino da Costa, tinha profetizado que a “S.P.C.C.T.V., não era mais que um casamento de conveniência e deveria terminar, quando estivessem reunidas as condições para a criação de Sociedades Independentes, com um divórcio não litigioso.”

Essa altura, tinha chegado.

O Prof. António Braga, acreditou veemente, desde o inicio, no Projecto e aceitou ser o seu 1º Presidente.Já lá vão 10 anos!

 

[ 2000-2002 ]

Presidente: António Braga

Secretário-geral: Joaquim Barbosa

[ 2002-2004 ]

Presidente: Albuquerque de Matos

Secretário-geral: Joaquim Barbosa

[ 2004-2006 ]

Presidente: Santos de Carvalho

Secretário-geral: José Daniel Menezes

[ 2006-2008 ]

Presidente: Fernandes e Fernandes

Secretário-geral: José Daniel Menezes

[ 2008-2010 ]

Presidente: Joaquim Barbosa

Ssecretário-geral: Armando Mansilha

 

Não evoco, por razões óbvias, os nomes de todos os colegas dos Corpos Sociais, que muito contribuíram para o sucesso da nossa Sociedade.

O 1º Editor da Revista e seu Fundador, facto que muito prestigiou a Sociedade, sob o ponto de vista científico, foi o Prof. Fernandes e Fernandes, que promoveu a sua divulgação a nível Nacional e, principalmente, a nível Internacional.

Em 2006 o Prof. Luís Mendes Pedro, aceitou continuar as suas funções, sendo o actual responsável pela imagem científica da Sociedade, tendo conseguido a sua indexação - aspecto que reputo de extrema relevância, bem como a sua colaboração activa nas Reuniões da Direcção.

No nosso 1º Congresso, foram eleitos por unanimidade como Sócios Eméritos, o Dr. Salvador Marques, o Prof. Teixeira Diniz, o Dr. Armando Farrajota, o Prof. António Braga e o Dr. Alberto Vilar Queirós.

Os objectivos da Sociedade foram bem definidos desde a sua fundação e relacionados com:

> Aspecto Cientifico

> Aspecto Formativo

> Interferência nos Órgão decisórios do poder

Estes foram quase totalmente alcançados e, de uma forma global, por vezes ultrapassados.

Os aspectos científicos e formativos foram não só conseguidos como, também, motivo de orgulho por todas as actividades desenvolvidas.

Para além do número de eventos científicos realizados, da criação da revista, de Campanhas de Divulgação e Rastreio a nível Nacional de algumas das principais patologias da nossa Especialidade, do Registo dos Aneurismas da Aorta Abdominal, a colaboração com Sociedades Cientificas Congéneres e, de extrema importância, o estabelecimento de Protocolos de colaboração recíproca com as Sociedades Vasculares, Brasileira e Espanhola, colmatam os objectivos científicos.

O estímulo oferecido aos mais jovens, com atribuição de prémios anuais importantes, bem como os vários cursos formativos, traduz-se no progressivo aumento do número de apresentações científicas e na melhoria da sua qualidade!

Menos conseguido foi o último dos objectivos.

Pensamos ser imprescindível uma colaboração mais activa com os Órgãos decisórios do poder. No entanto, tal facto, infelizmente, não se verificou.

Contudo, esta continua a ser uma lacuna que gostaríamos de ver, a curto prazo, colmatada.

Múltiplas foram as personalidades de vulto da Cirurgia Vascular Internacional, que estiveram presentes nos nossos eventos científicos e que muito nos prestigiaram!

A parte social nunca foi descurada, pois penso ser extremamente salutar o convívio entre os Sócios, tornando-os, numa verdadeira “Família Vascular”.

E foram muitos os eventos sociais, com sucesso, realizados nos últimos 10 anos!

Momentos inesquecíveis!

De realçar a excelente relação com a Industria Farmacêutica, mercê de uma politica de reciprocidade de interesses, por nós instituída e indispensável para a concretização dos nossos objectivos.

Em suma: a SPACV, encontra-se solidamente implantada, sendo reconhecida cientificamente a nível Nacional e Internacional.

Fervilha de actividade!

O meu muito obrigado!

 

Junho de 2010

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