PÁGINA DO SECRETÁRIO-GERAL

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Frederico Bastos Gonçalves

 

Caros sócios,

Como é do vosso conhecimento, nos passados dias 15 a 17 de Junho, em Évora, teve lugar o XVII Congresso SPACV. Cabe

-me fazer um balanço do evento, dando conta de algumas estatísticas de interesse, destacando aspetos mais positivos e também analisando os que podem ser melhorados. Pela primeira vez a SPACV organizou um congresso em Évora, uma cidade histórica e com oferta turística e cultural diversificada e de grande qualidade. A infra-estrutura hoteleira onde optámos por realizar o congresso cumpriu com as espectativas de forma integral. Ainda assim, e apesar do Hotel Vila Galé Évora ter sido totalmente reservado para o nosso Congresso nas datas do evento, ainda foi necessária a ocupação de quartos em hotéis vizinhos.

O programa científico do XVII Congresso era ambicioso e introduziu algumas alterações. Além das habituais sessões de comunicações livres e prémios, e das imprescindíveis sessões dedicadas às doenças vasculares com maior expressão na nossa prática, o programa incluiu também um número considerável de cursos pré-congresso, 3 simpósios satélite e 6 sessões meet the experts.

Obtivemos neste XVII Congresso um número record de inscrições, 278 no total, o que representou um significativo incremento de 9% comparativamente com o ano anterior. É um sinal de saúde e vitalidade que não podemos deixar de salientar. Os nossos parceiros da industria estiveram presentes de forma expressiva, como aliás é habitual. Aproveito para agradecer o seu continuado e imprescindível apoio à SPACV.

Começando pela análise das sessões de comunicações livres, introduzimos este ano uma inovação que nos pareceu particularmente bem-sucedida — refiro-me ao televoto, que permitiu a seleção da melhor comunicação livre de cada uma das 4 sessões. Esta foi então “repescada” e apresentada novamente na sessão de Melhor Comunicação Oral, o que permitiu uma “democratização” na escolha dos trabalhos e consequentemente maior equidade no acesso aos prémios. De forma colateral, dado que qualquer trabalho apresentado era potencial candidato a prémio, a qualidade de todas as sessões livres foi promovida e encontrou-se a um nível muito alto. A sessão de Melhor Poster também foi bem sucedida, sendo evidente o incremento qualitativo também demonstrado nesta forma de exposição científica. Foi notável verificar que em todos os casos de atribuição de prémio se verificou concordância entre a escolha do júri e a do televoto, trazendo uma justiça inabalável aos vencedores.

O televoto permitiu ainda clarificar a opinião atual da globalidade dos angiologistas e cirurgiões vasculares portugueses acerca de vários aspetos relacionados com o exercício da nossa profissão. Será elaborado um relatório específico relativo a esta temática, a divulgar pelos sócios através de newsletter.

Os cursos pré-congresso realizados na manhã de dia 15 de Junho, da responsabilidade dos núcleos temáticos da SPACV, da revista e também de um dos nossos parceiros (Medtronic), obtiveram da parte dos associados o interesse desejado. Destaco os cursos de eco-Doppler para Acessos Vasculares para Hemodiálise, que contou com a participação de doentes insuficientes de um centro de hemodiálise local, e o curso de Protecção e Segurança Radiológica, cujos inscritos incluíram não só médicos como um número significativo de enfermeiros de bloco operatório e técnicos de cardio-pneumologia. Decorreram igualmente bem e de acordo com as espectativas os cursos de Bioestatística 101 e o Curso de Revisores da Revista ACV. Um aspeto a melhorar será a competição de horário entre os cursos desenvolvidos, que limitou a participação em mais do que um curso.

As sessões meet-the-experts foram também muito bem avaliadas pelos formandos, que realçaram o ambiente descontraído e oportunidade para colocar dúvidas práticas sobre assuntos do seu interesse. A iniciativa foi também elogiada pelos formadores que apreciaram a ocasião de conhecer melhor a nossa realidade e alguns dos nossos mais jovens e promissores cirurgiões.

Além da componente científica, o Congresso quer-se também um espaço de convívio e troca de experiências entre todos os participantes. Contámos com o jantar do Presidente, que decorreu com qualidade e elevação, na Messe dos Oficiais e contou com a atuação do famoso Coro Polifónico “Eborae Mvsica”, e com o jantar do Congresso, no Convento do Espinheiro. Este último contou com a atuação de uma banda especialmente criada para o evento, liderada pelo nosso talentoso Paulo Barreto, e com a participação especial da “Banda SPACV” interpretando temas do Rei do Rock n' Roll! Escusado será dizer que foi uma grande animação! Na cerimónia de entrega de prémios tivemos ainda a atuação do grupo de cante alentejano “Os Almocreves”, muito apreciada por quem resistiu até ao final.

Realço também o impacto que o nosso XVII Congresso teve na comunidade local e regional, médica e não-médica. Através da ARS do Alentejo, foi possível divulgar o nosso evento junto dos clínicos e outros profissionais de saúde da região, realçando a possibilidade de visualização das sessões em directo via streaming. Como resultado, tivemos um total de 1002 visualizações, das quais 131 utilizando o canal de tradução simultânea em inglês, o que reflete bem a capacidade de exposição obtida. Também junto da população local, e através dos meios da ARS do Alentejo e da Câmara Municipal de Évora, foi possível uma ampla divulgação do Congresso e das iniciativas de sensibilização e rastreio que decorreram nos dias 15 e 16, na Praça do Giraldo. Foram realizadas 122 consultas de rastreio de doença venosa crónica, e destes 9% foram encaminhados para consulta de especialidade.

Agradeço à Dra. Carolina Vaz, ao Dr. Luís Antunes e às equipas que os acompanharam nesta tarefa. Infelizmente, o rastreio de aneurisma da aorta não teve igual sucesso, dadas as elevadas temperaturas que se verificaram na tarde de dia 16 de Junho, destinada para o efeito (faço também aqui referência ao Dr. Augusto Ministro, à técnica Andreia Bento e à restante equipa, que apesar das condições incompatíveis com a vida com que se depararam, ainda assim tentaram levar a cabo o projeto proposto). Apesar do calor intenso que se fez sentir (ao qual, asseguro, fomos alheios!) tivemos ainda assim capacidade para realizar uma caminhada contra o sedentarismo, com uma boa adesão da população local. Esta contou, mais uma vez, com a colaboração imprescindível, no que respeita à organização e divulgação, da Câmara Municipal de Évora. Convido-vos a ver (ou rever) a vídeo-reportagem que disponibilizamos em www.spacv.org. A organização agradece o já habitual apoio exclusivo da Servier para este evento, e claro, a participação dos mais de 100 sócios e convidados que se juntaram à causa.

Resta-me fazer referencia ao trabalho de excelência desenvolvido pelo nosso secretariado, na preparação e acompanhamento de todos os aspetos relacionados com a realização deste XVII Congresso. É um papel essencial, que foi desempenhado na perfeição pela Byms, na pessoa da Cristina Freitas e da sua equipa. A SPACV agradece o vosso empenho, disponibilidade e competência.

Para o ano, a SPACV atinge a sua maioridade. No próximo congresso, esperamos conseguir o sucesso de Évora, acomodando e melhorando o programa para ir ao encontro das espectativas dos sócios. Evidentemente, mantendo o fulgor próprio dos 18 anos! Até Guimarães!