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Medievalista

versão On-line ISSN 1646-740X

Medievalista  no.32 Lisboa jul. 2022  Epub 31-Dez-2022

https://doi.org/10.4000/medievalista.5754 

Varia

Crónica de uma revisão anunciada. A De Expugnatione Lyxbonensi à luz da investigação recente

Chronicle of an announced review. De Expugnatione Lyxbonensi in light of recent research

1 Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de Estudos Medievais 1070-312 Lisboa, Portugal; pmpicoito@gmail.com


1.

A 24 de Outubro de 1147, após um duro cerco de quatro meses, D. Afonso Henriques tomava simbolicamente posse da cidade muçulmana de Lisboa à frente de uma procissão que incluía a “bandeira da cruz do Senhor”, sinal triunfante da Cristandade, o arcebispo de Braga e demais bispos do reino, entoando o Te Deum, centenas de cruzados que tinham participado nos combates e numeroso séquito indiscriminado. A data (estranha à tradição, nascida de outros relatos, que consagraria o dia seguinte) é apenas um dos muitos pormenores circunstanciais que nos transmite a mais completa fonte hoje disponível, a chamada De Expugnatione Lyxbonensi, carta ou crónica escrita em latim por um cruzado de identidade hipotética, mas sem dúvida anglo-normando e testemunha presencial dos factos1.

Apesar da sua riqueza, que nos permite reconstituir a conquista de Lisboa com um rigor incomparável ao de qualquer outro episódio da biografia do primeiro rei português, este documento está longe de ser único. Na verdade, tudo indica que as ondas de choque da vitória foram de imediato sentidas dentro e fora das fronteiras do reino, dando origem a uma quantidade de testemunhos que não só “mostra, desde logo, a importância que os contemporâneos atribuíram ao acontecimento, conferindo-lhe repercussões de âmbito europeu” 2, como “uma intenção marcada na divulgação do feito”3, talvez devido à sua integração na II Cruzada4. E se a De Expugnatione Lyxbonensi mostra o ponto de vista anglo-normando, a versão do igualmente numeroso contingente alemão e flamengo circularia através de um conjunto apreciável de textos inspirados numa “fonte teutónica”5. Trata-se de uma carta ao arcebispo Arnaldo de Colónia, da autoria de Vinando, repetida no essencial por outras duas: a de Arnulfo ao bispo Milão de Thérouanne, então uma cidade do condado da Flandres, e a de Duodequino ao abade Cuno de Disibodenberg, mosteiro beneditino situado a cerca de cem quilómetros de Colónia6. Note-se que os três destinatários são autoridades eclesiásticas da Flandres e da Renânia (regiões de proveniência de grande parte dos cruzados de língua germânica) e eventuais inspiradores ou financiadores da expedição, pelo que estes textos poderiam servir tanto para dar notícia do retumbante sucesso como para justificar a longa paragem que o possibilitara. Um duplo objectivo alcançado, a avaliar pelo amplo eco que a conquista de Lisboa teve na historiografia centro-europeia da época7. E que deveremos ter em conta quando abordarmos a muito debatida intencionalidade da carta do cruzado anglo-normando.

2.

Com efeito, a autoria, a data e o contexto de produção desta obra são desde há muito objecto de controvérsia. Apesar de todo o esforço crítico de gerações de historiadores, em particular no âmbito anglo-saxónico, elementos essenciais como as circunstâncias de redacção, a lógica social e até o estatuto literário permanecem teimosamente fugidios. Jonathan Phillips considerou-a “um dos mais misteriosos documentos da história das cruzadas”8 e Jonathan Wilson, mais recentemente, “um texto extraordinário que continua ser, até hoje, uma espécie de enigma”9. Sem querer resumir o estado da questão, o que Susan Edgington já fez de modo mais que satisfatório10, vale a pena revisitar algumas das suas principais etapas, apresentar as últimas propostas de revisão e ensaiar uma tentativa de síntese. Não apenas para diminuir o “mistério” ou o “enigma”, mas para conhecer melhor os próprios acontecimentos.

Tomemos como ponto de partida o influente artigo de 1990 em que Harold Livermore identifica o autor, o anónimo “R.” da dedicatória, com um clérigo anglo-normando de nome Raol (ou Randulfus), possivelmente ao serviço de Hervey de Glanville, comandante dos cruzados de Suffolk e Norfolk. Em apoio da sua tese, Livermore retomava parte dos argumentos de Charles Wendell David, nomeadamente o protagonismo concedido a este aristocrata (o primeiro a ser referido na enumeração dos chefes dos quatro contingentes vindos de Inglaterra, por exemplo)11. Mas ia mais longe. Com base na doação ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, em 1148, da ermida levantada durante o cerco para sepultar os combatentes anglo-normandos por um clérigo de nome Raol, Livermore assinalava as notáveis coincidências entre o doador e o autor da De Expugnatione Lyxbonensi e concluía que só podiam ser a mesma pessoa12. Quanto ao destinatário, aceitava a conclusão já avançada por Charles Wendell David13 de se tratar de Osberto de Bawdsey, pároco de uma igreja patrocinada pelos Glanville nas suas terras de Suffolk e testemunha da carta de fundação da vizinha abadia dos cónegos regrantes de Santo Agostinho de Butley, em 1171, fundação da iniciativa de Ranulf, filho de Hervey de Glanville.

Esta convincente identificação do autor e do destinatário da De Expugnatione Lyxbonensi foi aceite pela generalidade dos historiadores e é hoje quase consensual. Tem também o mérito de ajudar a esclarecer alguns pontos da história pós-conquista de Lisboa, designadamente a fundação de Santa Maria dos Mártires e de S. Vicente de Fora. No entanto, suscita uma outra interrogação.

3.

A grande diferença entre este texto e a “fonte teutónica” não está nos factos narrados, que variam pouco, mas em aparentes interpolações como a carta de D. Afonso Henriques ao bispo do Porto, os sermões aos cruzados (em especial o de D. Pedro Pitões), o discurso de D. João Peculiar aos mouros, a resposta do representante destes, o acordo entre o rei e os cruzados sobre o saque, as cartas entre as autoridades muçulmanas de Lisboa e Évora, a intervenção de Hervey de Glanville para conter o motim das tropas inglesas, os termos da rendição da cidade, as referências à comunidade moçárabe e aos limites da diocese, ou as abundantes citações de Solino, da Bíblia e dos Padres da Igreja. Este conjunto de dados indicia não só que o autor anglo-normando recorreu a uma biblioteca bem fornecida e até à chancelaria régia, mas também a informações que só poderiam provir de fontes locais. Mais: tendo em conta o intuito propagandístico e a cuidadosa defesa da cruzada, muito evidentes em todo o texto, a sua intencionalidade parece ultrapassar o mero teor noticioso de uma carta, o que se torna ainda mais notório em comparação com a “fonte teutónica”. Ora, é pouco credível que um estrangeiro em viagem para a Terra Santa dispusesse de tais meios e de tempo para assimilar um conhecimento próximo de realidades geográficas, religiosas e políticas com as quais terá contactado durante escassos meses, mesmo aceitando que não terá partido de novo antes de Abril de 1148, data explícita da doação de Raol ao mosteiro de Santa Cruz14.

Já Pierre David notara, pela análise paleográfica e textual, que o único manuscrito conservado da De Expugnatione Lyxbonensi seria uma cópia, datável de 1160 a 1175, de um original pouco posterior aos acontecimentos, talvez mais tarde ampliado em Inglaterra pelo próprio autor15. Livermore aceita esta tese e concretiza que o original terá sido escrito entre 1 de Novembro de 1147, última data mencionada no texto, e Abril de 1148, data provável da partida de Raol para a Terra Santa, enquanto a cópia pode ter sido revista por alguém próximo de Hervey de Glanville, se não o próprio16.

Esta solução resolve o problema das citações clássicas, bíblicas e patrísticas, levantado por Pierre David, mas não todos os outros aspectos mencionados. Pelo menos assim o entenderam Maria João Branco e Jonathan Wilson, que sugeriram, com diferentes graus de convicção e profundidade, uma outra autoria.

Em 2001, na “Introdução” à mais recente tradução portuguesa da De Expugnatione Lyxbonensi, Maria João Branco começava por pôr em causa um dos argumentos de Livermore, segundo o qual eram baixas as probabilidades de que “R.” e o Raol da doação a Santa Cruz não fossem a mesma pessoa. Pelo contrário, a documentação lisboeta pós-conquista, apesar de escassa, permitia identificar nos anos 60, 70 e 80 vários nomes de estrangeiros começados por R., uns clérigos, outros de condição desconhecida, “e nada pode garantir não serem o cruzado que escreveu a carta sobre a conquista de Lisboa”17. Por outro lado, continuava a historiadora, era inverosímil que “um texto estruturado com tanto cuidado, para cuja elaboração o autor teve de trabalhar com acesso a várias fontes, talvez mesmo no scriptorium crúzio, tivesse sido escrito por iniciativa própria, sem qualquer preparação prévia e sobretudo sem outra finalidade que não a estabelecida no início da carta”18. Tudo apontaria para um autor relacionado com os mais altos sectores políticos e eclesiásticos do reino, com a intenção clara de difundir uma imagem favorável do rei no exterior e permanecendo em Lisboa o tempo suficiente para concluir o seu trabalho. Um retrato, em suma, pouco consentâneo com o Raol de Livermore.

Além de contestar a identificação de Livermore, Maria João Branco propunha uma hipótese alternativa que se adequava a este retrato: Roberto, um estrangeiro documentado como deão da Sé após 1147, o mesmo que em 1173 negoceia a chegada das relíquias de S. Vicente e talvez o também documentado irmão do bispo Gilberto de Hastings19, a quem se refere na carta como “um dos nossos”. Estaria de algum modo ligado aos cónegos regrantes, como comprova a sua inclusão no Livro dos Aniversários de S. Vicente de Fora, o que lhe facilitaria o acesso à chancelaria régia de Santa Cruz de Coimbra. O seu cargo possibilitaria o contacto com os bispos do Porto e de Braga, bem como a consulta de várias bibliotecas e informadores locais. E, sendo um anglo-normando, teria participado na conquista, como é manifesto no texto.

Em 2017, inspirado por esta argumentação, Jonathan Wilson concordou que os acrescentos já referidos não poderiam ser da autoria de R., independentemente da sua identidade, mas propôs uma importante adenda à hipótese de Livermore. Além de terem sido escritas em Portugal, as interpolações seriam obra de portugueses. “A versão do texto que chegou até nós parece ter pelo menos dois autores: um “R.”, autor da carta original hoje perdida, que fornece o substrato narrativo básico, e outro que seria um redactor português posterior, ou mesmo uma equipa de redactores.” Para concluir, o ponto central da proposta de Maria João Branco “não está tanto na sugestão de que Roberto é o autor do texto como na noção de que o texto foi compilado em Portugal, com o apoio de instituições portuguesas e de um ponto de vista português. O que temos na Lyxbonensi não é a perspectiva dos cruzados sobre os reconquistadores portugueses, mas exactamente o oposto: a perspectiva dos reconquistadores sobre os cruzados”. Assim, a De Expugnatione Lyxbonensi seria ao mesmo tempo a crónica de uma vitória obtida pela cooperação entre os portugueses e os cruzados, um longo exemplum destinado à pregação da Reconquista portuguesa aos cruzados e um manual de negociação das autoridades portuguesas com os cruzados20.

4.

Se o desacordo de Maria João Branco com Livermore era já um agitar das águas, a hipótese de Jonathan Wilson, a ser verdadeira, constituiria um terramoto. A ideia de as interpolações, justamente as passagens que tornam a De Expugnatione Lyxbonensi um exemplo tão estudado da mentalidade cruzadística do século XII, serem não apenas produzidas em Portugal, mas por portugueses, alteraria por completo tudo o que até agora julgávamos saber sobre a obra. Contudo, ambas as propostas têm pontos fracos.

Comecemos pela de Maria João Branco. Em rigor, as coincidências entre R. e Raol, que Livermore tão coerentemente sublinhou, não são por ela contestadas, pelo que permanecem convincentes. A defesa da identificação com o deão Roberto radica antes na improbabilidade de um cruzado de passagem e que claramente não era um erudito, como Charles Wendell David e outros apontaram, ter acesso às variadas fontes em que se apoia e tempo para as usar numa narrativa tão extensa. Isto poderia explicar-se facilmente, caso o original tivesse sido escrito ainda em Lisboa e as interpolações posteriormente, já em Inglaterra. Mas, a acreditarmos que R. é o Raol da doação de 1148, os seus contactos com Santa Cruz de Coimbra e os bispos de Braga e Porto, confirmantes do acto, ficam explícitos no próprio documento. Que nos dá também algumas pistas sobre a condição social de um padre que parece suficientemente rico e poderoso para fundar um templo apenas “com o seu próprio dinheiro”, “o favor” do rei e a “autorização” de D. João Peculiar, arcebispo de Braga, ambos individualizados no corpo do texto21.

Se as ligações de D. Afonso Henriques e D. João Peculiar a Santa Cruz são bem conhecidas, temos, porém, uma outra prova dos contactos dos cruzados anglo-normandos com o mosteiro de Coimbra. A Vida de São Teotónio conta-nos que, “certa vez, chegou de Inglaterra um monge chamado Samuel, incorporado na armada do exército franco que com o rei de Portugal, por permissão de Deus tomou a cidade de Lisboa”22, a fim de ser curado pelo grande taumaturgo, como aconteceu. O verdadeiro motivo da visita pode ter sido, porém, a negociação entre os crúzios e os anglo-normandos de Lisboa com vista à transferência da ermida. O episódio, já citado por Livermore e Aires Nascimento23, é seguido por uma curiosa referência do próprio São Teotónio às “cartas de recomendação” que aquele monge traria do seu mosteiro, o que indicia algum tipo de aproximação institucional e não apenas pessoal. É muito provável que Raol participasse na visita, como sugerem os termos da doação: “tendo tomado conhecimento da vossa vida em comum sob a Regra de Santo Agostinho, faço-vos testamento do dito lugar”24. Porque não supor que, durante essa visita, Raol teria transcrito os documentos da chancelaria régia que têm sido apontados como interpolações? Esta dupla missão ajudaria a explicar, pelo menos, a intrigante demora da partida de Raol, que em Abril ainda está em Lisboa, quando, segundo a “fonte teutónica”, os cruzados alemães e flamengos partiram no início de Fevereiro.

Não é preciso, pois, recorrer a uma eventual redacção portuguesa das interpolações, como faz Jonathan Wilson. Por outro lado, a sua arrojada hipótese esbarra com alguns factos dificilmente contornáveis.

O primeiro é a quase total ausência dos portugueses no relato. Wilson antecipa esta objecção e diz que tal se deve a que, na sua condição de exemplum e de manual de pregação aos cruzados, era a estes que se dirigia. O raciocínio, que revela um grau de distanciamento pelo menos raro na literatura medieval, é pouco convincente. Sobretudo, tendo em conta que toda a narrativa segue um ponto de vista anglo-normando. A repetida animosidade contra os alemães e flamengos não faria sentido na pena de um português que pretendesse recrutar novos cruzados para a Reconquista. Um outro pormenor que trai a origem estrangeira é a dificuldade em transcrever nomes próprios portugueses, por exemplo na lista de testemunhas do pacto entre D. Afonso Henriques e os cruzados, que termina aludindo a “muitos cujos nomes não conseguimos saber”25. Tendo em conta a habitual exaustividade do autor, só haveria uma razão para “não conseguir saber” os restantes nomes consultados no documento: não os compreender por falta de familiariedade com a língua.

Além disso, seria de esperar que um texto desta natureza, se português, fosse produzido em Santa Cruz de Coimbra, Alcobaça ou S. Vicente de Fora. Ora, não há qualquer menção a estes mosteiros quando o autor descreve sumariamente a geografia do país entre o Porto e Lisboa.

O principal argumento contra a redacção portuguesa e também contra a autoria do deão Roberto é, porém, o próprio manuscrito da De Expugnatione Lybonensi. Embora não conheçamos a sua circulação, não será indiferente que se encontre hoje em Cambridge. A probabilidade de ter sido enviado para Inglaterra ou aí redigido é sem dúvida maior do que a de provir, através de um qualquer acaso desconhecido, de um scriptorium português.

Referencias bibliográficas

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1 NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros. Relato de um Cruzado. Lisboa: Vega, 2001, pp. 9-177.

2MATTOSO, José - D. Afonso Henriques. Lisboa: Círculo de Leitores, 2006, p. 173.

3BRANCO, Maria João - “Introdução”. In NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros, p. 11.

4Sobre as relações entre a conquista de Lisboa e a II Cruzada, compreensivelmente abordadas por extensa bibliografia, ver por todos EDGINGTON, Susan - “The capture of Lisbon: premeditated or opportunistic?”. In ROCHE, Jason; JANSEN, Janus Moeller (ed.) - The Second Crusade. Holy War on the Periphery of Latin Christendom. Turnhout: Brepols, 2015, pp. 257-272; e MARTINS, Miguel Gomes - 1147. A Conquista de Lisboa na Rota da Segunda Cruzada. Lisboa: Esfera dos Livros, 2017.

5DAVID, Charles Wendell (ed.) - The Conquest of Lisbon. De Expugnatione Lyxbonensi. Nova Iorque: Columbia University Press, 2001 (1936), pp. 48-49.

6O texto latino foi editado e comentado por EDGINGTON, Susan - “The Lisbon Letter of the Second Crusade”. Historical Research 69 (1996), pp. 328-329, e traduzido para inglês pela mesma autora, “Albert of Aachen, St. Bernard and the Second Crusade”. In PHILLIPS, Jonathan; HOCH, Martin (ed.) - The Second Crusade. Scope and Consequences. Manchester: Manchester University Press, 2001, pp. 54-70. Para uma comparação entre a “fonte teutónica” e a carta anglo-normanda, ver EDGINGTON, Susan - “The capture of Lisbon”; e MOTA, João Paulo - “A conquista de Lisboa aos mouros. Possíveis relações textuais entre as cartas dos cruzados”. In A Nova Lisboa Medieval. Lisboa: Colibri, 2005, pp. 43-50.

7EDGINGTON, Susan -“The capture of Lisbon”; MEYER, Bruno - “El papel de los cruzados alemanes en la reconquista de la Península Ibérica en los siglos XII y XIII”. En la España Medieval 23 (2000), pp. 42-48.

8PHILLIPS, Jonathan - “Ideas of Crusade and Holy War in De Expugnatione Lyxbonensi (The Conquest of Lisbon)”. Studies in Church History 36 (2000), p. 124.

9WILSON, Jonathan - “Enigma of the De Expugnatione Lyxbonensi”. Journal of Medieval Iberian Studies 9/1 (2017), p. 2.

10EDGINGTON, Susan - “The capture of Lisbon: premeditated or opportunistic?”.

11DAVID, Charles Wendell (ed.) - The Conquest of Lisbon, p. 42.

12LIVERMORE, Harold - “The ‘Conquest of Lisbon’ and Its Author”.Portuguese Studies6 (1990), p. 6. O documento foi em boa hora reeditado por Aires Nascimento (NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros, pp. 202-205). Francisco da Gama Caeiro pôs em causa a sua autenticidade, devido a uma série de características muito singulares, mas nem Maria João Branco nem Aires Nascimento vêem razões suficientes para crer que seja um falso (NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros, pp. 31-32 e 153-154).

13DAVID, Charles Wendell (ed.) - The Conquest of Lisbon, p. 44; LIVERMORE, Harold - “The ‘Conquest of Lisbon’ and Its Author”, p. 13.

14NASCIMENTO, Aires - A Conquista de Lisboa aos Mouros, pp. 204-205.

15DAVID, Pierre - “Sur la relation de la prise de Lisbonne (1147), rédigée par un clerc anglo-normand”. Bulletin des Études Portugaises 11 (1947), pp. 241-254.

16LIVERMORE, Harold - “The ‘Conquest of Lisbon’ and Its Author”, pp. 15-16.

17BRANCO, Maria João - “Introdução”. In NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros, p. 30.

18BRANCO, Maria João - “Introdução”. In NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros, p. 38.

19BRANCO, Maria João - “Introdução”. In NASCIMENTO, Aires (ed.) - A Conquista de Lisboa aos Mouros, pp. 30-31 e 48-49, notas 85-87.

20WILSON, Jonathan - “Enigma of the De Expugnatione Lyxbonensi”, pp. 1-31, especialmente pp. 7 e 13.

21NASCIMENTO, Aires - A Conquista de Lisboa aos Mouros, pp. 202-205.

22NASCIMENTO, Aires (ed.) - Vida de S. Teotónio. Lisboa: Colibri, 2013, pp. 140-141.

23Que, de resto, confunde este monge Samuel com o Raol da doação (NASCIMENTO, Aires - A Conquista de Lisboa aos Mouros, p. 152, nota 3).

24NASCIMENTO, Aires - A Conquista de Lisboa aos Mouros, pp. 202-203.

25NASCIMENTO, Aires - A Conquista de Lisboa aos Mouros, p. 91.

Recebido: 26 de Maio de 2010; Aceito: 26 de Maio de 2022

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