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Medievalista

versão On-line ISSN 1646-740X

Medievalista  no.33 Lisboa jan. 2023  Epub 31-Jan-2023

https://doi.org/10.4000/medievalista.6356 

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Cinema e História. Em memória do medievalista Luís Krus

Cinema and History. In memory of medievalist Luís Krus

1. Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Instituto de Estudos Medievais, 1070-312 Lisboa, Portugal, alicia.miguelez@fcsh.unl.pt


“É sabido que o historiador não tem o monopólio da reflexão social sobre o pasado. Na verdade, existem varios outros saberes e práticas culturais que se ocupam, ainda que ocasionalmente, do mesmo objecto. Como, por exemplo, o cinema”1.

Cinema e História

Ao longo dos anos 70 do século XX, historiadores como Paul Smith, Pierre Sorlin e Marc Férro publicaram obras pioneiras em que refletiram sobre como diversos géneros cinematográficos (documentários, filmes de ficção e filmes de propaganda) constituíam materiais incontornáveis para o ofício do historiador2. Ao mesmo tempo, começaram a intervir também na esfera pública através da concepção de projetos audiovisuais sobre temática histórica, tais como a série televisiva Images de l’histoire produzida por Marc Férro3.

As experiências pioneiras desenvolvidas pelos mencionados historiadores tiveram um impacto significativo no meio académico e nos diversos campos da criação audiovisual na década seguinte. Assim, nos anos 80, teóricos como Robert Rosenstone e Hayden White deram um passo significativo no campo da teoria e prática da história, ao definirem e discutirem o termo e conceito de historiofotia - a representação da história em imagens visuais e discurso fílmico -, que se contrapunha ao de historiografia - a representação da história em imagens verbais e discurso escrito4. Para além do mais, a produção de novos projetos audiovisuais sobre temática histórica por parte de historiadores ganhou um forte impulso, atestado, por exemplo, pelo projeto Histoire Paralèlle/ Die Woche vor 50 Jahren iniciado por Klaus Wenger e Marc Férro em 19895.

A discussão sobre os desafios e oportunidades da construção do discurso fílmico sobre o passado histórico atingiu muito especialmente a Idade Média, período sobre o qual o cinema se tinha interessado desde o seu alvorecer6. Assim, em 1985, a revista francesa Les Cahiers de la Cinemathèque dedicou um número completo à análise, sob vários prismas, da narrativa fílmica sobre a Idade Média7. Por outro lado, vários historiadores medievalistas envolveram-se diretamente na construção desse mesmo discurso fílmico a vários níveis. Entre outros, o medievalista Jacques Le Goff colaborou na conceção do filme O nome da Rosa (Jean-Jacques Annaud, 1986), adaptação cinematográfica do romance homónimo publicado pelo escritor italiano - e também medievalista - Umberto Eco8. Todavia, especial destaque merece, neste sentido, o papel desempenhado pelo medievalista francês George Duby. Com efeito, Duby participou na adaptação televisiva da sua obra Le temps des cathédrales9, uma série de nove episódios para o canal Antenne 2 da televisão francesa, tendo ainda colaborado num projeto cinematográfico, que não chegaria a ser concretizado, baseado na sua outra obra, Le Dimanche de Bouvines10. Para além do mais, presidiu à La Sept (Société d’Édition de Programmes de Télévision) entre 1986 e 1989, sinalizando-se ainda as importantes reflexões teóricas que desenvolveu sobre a experiência do historiador na sua relação com o cinema11.

Cinema e História em Portugal

A situação vivida em Portugal nesta mesma década de 80 do século XX pode considerar-se um reflexo do que estava a acontecer em contexto internacional em termos da relação entre cinema e história, quer no âmbito académico quer no âmbito da criação audiovisual.

Assim, alguns dos principais realizadores da cinematografia nacional apostaram em projetos de temática histórica. Enquanto alguns cineastas se interessaram por narrar episódios de época moderna (Manoel de Oliveira, Le soulier de Satin, 1985; João Mário Grilo, O processo do rei, 1989), vários outros se debruçaram sobre a Idade Média a partir de diversos pressupostos. Em 1981, a cineasta Noémia Delgado produziu para a RTP o filme O defunto, baseado numa obra de Eça de Queiroz que se passava na Espanha do século XV, enquanto João César Monteiro estreava um dos seus filmes mais conhecidos, Silvestre, baseado em dois contos tradicionais. Em 1983, novamente as lendas tradicionais e o arquétipo do castelo medieval eram protagonistas da narrativa fílmica em Os Abismos da Meia-Noite ou As Fontes Mágicas de Gerânia de António de Macedo. Já em 1987, Álvaro de Morais filmava uma peça de três horas, O Bobo, baseado no romance homónimo redigido pelo Alexandre Herculano no século XIX12.

Por outro lado, também em Portugal se registou um claro interesse da parte da academia pela construção do discurso fílmico em torno do passado histórico. Assim, podem destacar-se importantes colaborações na conceção de projetos cinematográficos, como por exemplo as do arqueólogo Cláudio Torres e do historiador António Borges Coelho na primeira longa-metragem de Manuel Costa e Silva, A Moura encantada (1985), cujo argumento se baseou na conhecida antologia sobre Portugal na Espanha Árabe13.

Especial destaque merecem, neste sentido, as experiências em torno da relação entre cinema e história vividas no microcosmos que constituía a recém-criada Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade NOVA de Lisboa. Aqui, deve salientar-se, desde logo, o trabalho desenvolvido pelo Prof. João Mário Grilo, que então começava a sua carreira académica na NOVA FCSH, a par com uma prolífica trajetória como cineasta. Naqueles anos, interessar-se-ia pela construção do discurso fílmico em torno da época moderna, com a produção do já citado filme O processo do rei (1989), mas também encetaria a construção de um original perfil de académico-cineasta que, ao longo de décadas, tem promovido incansavelmente o diálogo entre o cinema e a academia portuguesa.

A relação entre cinema e história na NOVA FCSH dos anos 80 também atingiu os estudos medievais, pela mão do Prof. Luís Krus. Começando já então a forjar a sua carreira como medievalista, este notável docente e investigador desenvolveu um particular interesse pela construção da narrativa histórica através da imagem em movimento, para ele inseparável de uma genuína preocupação com a ligação da universidade ao tecido social e cultural14.

Assim, desde a década dos anos 80, o seu trabalho destacou-se não só pela publicação de importantes contributos sobre a história medieval de Portugal como também pela sua reflexão sobre a construção da narrativa fílmica em torno ao passado histórico, com especial foco para a Idade Média. Para além da organização de exibições de filmes no âmbito da faculdade15, desenvolveu uma intervenção constante e decidida na esfera pública, publicando periodicamente críticas de cinema no Expresso, entre as quais pode destacar-se, por exemplo, a que redigiu sobre a adaptação cinematográfica de O Nome da Rosa em 198616.

A sua análise do discurso fílmico atingiu também a produção cinematográfica nacional. Destaca-se, por exemplo, a análise realizada, em parceria com os Profs. Carlos Fabião e Rui Ramos, sobre o filme Non, ou a vã glória de mandar, do realizador português Manoel de Oliveira, que partia precisamente da ideia de que “o historiador não tem o monopólio da reflexão social sobre o passado” e da existência de “outros saberes e práticas culturais que se ocupam, ainda que ocasionalmente, do mesmo objeto. Como, por exemplo, o cinema”17.

Para além do mais, Luís Krus demonstrou também a importância da utilização de diversos géneros cinematográficos, como o documentário, para o ofício do historiador. Assim, destaca-se a sua participação, junto com o também professor da NOVA FCSH António Hespanha e de Rui Ramos, investigador no Instituto de Ciências Sociais, num capítulo do programa Quem fala assim, moderado pela jornalista Maria José Seixas. O debate, em torno da construção da memória do mundo, tomou como ponto de partida o documentário Toute la mémoire du monde de Alais Resnais, que tinha sido filmado na Bibliothèque National de France em 195618.

Todavia, os interesses diversificados do Prof Luís Krus, a sua preocupação pela construção do discurso histórico a vários níveis e em diversos âmbitos, e ainda a sua vocação para o diálogo e intercâmbio disciplinar concretizaram-se num dos seus mais importantes projetos, a constituição de um Núcleo Científico de Estudos Medievais na NOVA FCSH. Este congregou uma parte importante dos docentes e investigadores que, no seio da faculdade, se dedicavam ao estudo da Idade Média e foi a base do atual Instituto de Estudos Medievais (IEM), uma Unidade de Investigação fundada por ele e pelo Prof. José Mattoso em 2002.

A retrospetiva Luz e sombra. Representações da Idade Média no Cinema

Alguns dos principais desafios e objetivos do atual IEM continuam a ser aqueles estabelecidos por Luís Krus e José Mattoso, cujo trabalho foi continuado pelas sucessivas equipas de direção do Instituto nas últimas duas décadas. Ao encontro desses objetivos, nomeadamente os que dizem respeito à promoção do pensamento crítico sobre o passado medieval, ao incremento do intercâmbio científico, ao desenvolvimento de estratégias de disseminação científica e à construção de pontes entre a academia e a sociedade, pretende ir a organização da retrospetiva “Luz e Sombra. Representações da Idade Média no Cinema” que supõe, no seio do IEM, uma atividade transversal aos seus dois grupos de investigação. A iniciativa é assim resultado da dinâmica interna e da matriz cultural criada pelos fundadores do IEM.

Ao mesmo tempo, trata-se de um projeto que é também reflexo do espírito de diálogo e cruzamento interdisciplinar que se promove na NOVA FCSH desde aqueles anos 80 do século XX. O esforço pela criação de um espaço de reflexão comum e transversal às várias áreas de conhecimento e o ambiente de convívio e intercâmbio disciplinar que se vive na faculdade podem explicar, sem dúvida, o sucesso na organização desta atividade, na qual colaboram cinco das suas Unidades de Investigação: o Instituto de Estudos Medievais (IEM), o Instituto de História Contemporânea (IHC), o Instituto de Estudos de Literatura e Tradição (IELT), o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM) e o Instituto de Filosofia (IFILNOVA), este último muito especialmente através do Laboratório de Cinema e Filosofia (CineLab)19.

Tal parceria estende-se ainda a outras instâncias, através da colaboração científica e institucional com o Laboratório de Química Verde (LAQV-REQUIMTE) da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade NOVA, o Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades (CIDEHUS) da Universidade de Évora e da participação de outros investigadores, a título individual, oriundos de outras universidades nacionais e estrangeiras. Por outro lado, a organização desta retrospetiva pretende também contribuir para a construção de novas pontes entre a academia e o tecido cultural da cidade, através da crucial parceria institucional com a Cinemateca Portuguesa-Museu do Cinema, em cujas salas irá decorrer o ciclo.

A criação das mencionadas sinergias de colaboração permitiu criar um espaço de trabalho e reflexão interdisciplinar e comparativo em torno das representações da Idade Média no cinema e conceber uma retrospetiva que decorre ao longo de todo o mês de Dezembro 2022 nas salas da Cinemateca Portuguesa20. O programa integra um total de 23 longas-metragens e quatro curtas-metragens, que pretendem despertar o interesse de um público alargado e diversificado sobre o cinema de temática medieval, a partir de três critérios principais.

Desde logo, a relevância das obras do ponto de vista da temática abordada, mas também da sua conceção visual e estética. O segundo foi o de oferecer uma visão não só da narrativa fílmica sobre a Idade Média europeia como também do período histórico que, em outras regiões globais, se corresponde com o período medieval europeu, permitindo, deste modo, incluir filmes que se debruçam tanto sobre a história de diversos territórios de Europa como também da Ásia, de África e da América. O terceiro critério foi, sem dúvida, o de oferecer uma visão ampla e plural sobre a construção do discurso fílmico no que diz respeito à reflexão sobre figuras, factos e processos relacionados com a Idade Média real e imaginária, aquela que pretende ser fiel ao(s) discurso(s) historiográfico(s), mas também aquela que se debruça sobre a Idade Média através de ensaios, obras e recriações de época moderna e contemporânea, e ainda aquela que constrói uma Idade Média fantástica, onde todo é possível.

Filmografia

ANNAUD, Jean-Jacques - O nome da Rosa, 1986.

BRESSON, Robert - Lancelot du Lac, 1974.

COSTA E SILVA, Manuel - A Moura encantada, 1985.

DELGADO, Noémia - O Defunto, 1981.

GRILO, João Mário - O processo do rei, 1989.

MACEDO, António de - Os Abismos da Meia-Noite ou As Fontes Mágicas de Gerânia, 1983.

MONTEIRO, João César - Silvestre, 1981.

MORAIS, Álvaro de - O Bobo, 1987.

OLIVEIRA, Manoel de - Le soulier de Satin, 1985.

OLIVEIRA, Manoel de - Non, ou a vã glória de mandar, 1990.

PASOLINI, Pier Paolo - Il Decameron, 1971.

PASOLINI, Pier Paolo - I Racconti di Canterbury, 1972

PASOLINI, Pier Paolo - Il Fiore della Mille e uma Notte, 1974

RESNAIS, Alain - Toute la mémoire du monde, 1956.

ROHMER, Eric - Perceval le Gallois, 1979.

Referências bibliográficas

BORGES COELHO, António - Portugal na Espanha Árabe. Lisboa: Seara Nova, 4 vols., 1972-1975. [ Links ]

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DUBY, Georges - Le Temps des cathédrales. L'Art et la société (980-1420). Paris: Gallimard , 1976. [ Links ]

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KRUS, Luís - “A visão do passado em Non ou a vã glória de mandar de Manoel de Oliveira”. Penélope 6 (1991), pp. 170-175. [ Links ]

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1Nota precedente ao artigo FABIÃO, Carlos; KRUS, Luís; RAMOS, Rui - “A visão do passado em Non ou a vã glória de mandar de Manoel de Oliveira”. Penélope. Fazer e desfazer a história 6 (1991), pp. 171-176.

2FÉRRO, Marc - Cinéma et Histoire. Paris: Denoël/Gonthier, 1977; SMITH, Paul (ed.) - The historian and film. New York: Cambridge University Press, 1976; SORLIN, Pierre - Sociologie du cinéma: ouverture pour l’histoire de demain. Paris: Aubier Montaigne, 1977.

3 GOUTTE, Martin; PUGET, Clément; STEINLE, Matthias (dir.) - L'histoire en images: l'œuvre audiovisuelle de Marc Férro. Paris: Presses Sorbonne Nouvelle, 2020.

4ROSENSTONE, Robert - “History in images/History in words: Reflections on the possibility of really putting history onto film”. The American Historical Review 93/5 (Dec. 1988), pp. 1173-1185; WHITE, Hayden - “Historiography and Historiophoty”. The American Historical Review 93/5 (Dec. 1988), pp. 1193-1199.

5Este programa viria a ser emitido semanalmente no canal de televisão franco-alemão La Sept (depois Arte) durante mais de uma década e tornar-se-ia num espaço de debate público em torno da construção da história a partir de diversas perspectivas, entre as quais o cinema, como testemunhado pelo debate entre o historiador Eric Hobsbawm e o cineasta Jean-Luc Godard num episódio que abordava a celebração do 1º de Maio de 1950 na Rússia, Estados Unidos, França e Alemanha Oriental. O debate foi moderado por Marc Férro e emitido no sábado, 6 de Maio de 2000. Disponível em: http://inatheque.ina.fr/doc/TV-RADIO/TV_1407095.002/autour-et-a-propos-du-1er-mai-rund-um-den-ersten-mai.

6Estas décadas dos anos 70 e 80 foram, de facto, também muito prolíficas no que diz respeito à construção de narrativas fílmicas sobre o período medieval, real ou imaginário, e que atualmente são consideradas como obras de referência para uma melhor compreensão do interesse pela Idade Média da parte da sétima arte. Destacam-se, entre muitas outras, as obras de cineastas como Pier Paolo Pasolini (Il Decameron, 1979; I Racconti di Canterbury, 1971; Il Fiore della Mille e uma Notte, 1974), Robert Bresson (Lancelot du Lac, 1974), Eric Rohmer (Perceval le Gallois, 1979), ou Terry Jones (Monty Python and the Holy Grail, 1975).

7Le Moyen Âge au cinéma, Cahiers de la Cinematèque, 42/43. Perpignan: Institut Jean Vigo, 1985.

8ECO, Umberto - Il nome della Rosa. Milano: Bompiani, 1980.

9DUBY, Georges - Le Temps des cathédrales. L'Art et la société (980-1420). Paris: Gallimard, 1976.

10DUBY, Georges - Le Dimanche de Bouvines (27 juillet 1214). Paris: Gallimard, 1973.

11DUBY, Georges - “L'historien devant le cinema”. Le Débat 30 (1984), pp. 81-85.

12HERCULANO, Alexandre - O Bobo. Lisboa: Viúva Bertrand e Ca - Sucessores, Carvalho e Ca, 1878.

13COELHO, António Borges - Portugal na Espanha Árabe. Lisboa: Seara Nova, 4 vols., 1972-1975.

14Agradeço aos Profs. Maria Adelaide Miranda, Amélia Aguiar Andrade, Bernardo Vasconcelos e Sousa e João Luís Fontes as informações que me forneceram sobre o ambiente vivido na NOVA FCSH na década dos 80 e 90 do século XX e, muito especialmente, sobre o perfil, interesses e vocação do Prof. Luís Krus.

15Recorrendo a cassetes e cópias pessoais, ou procurando a colaboração de diversas instituições como a Embaixada de França em Lisboa, conseguiu dinamizar, em conjunto com outros medievalistas da faculdade como o Prof. Bernardo Vasconcelos e Sousa, sessões que permitiriam a exibição de alguns dos filmes de temática medieval chaves na história do cinema, com especial foco para filmes passados ou inspirados na Idade Média europeia. Entre eles, A Paixão de Joana d'Arc do Carl Theodor Dreyer (1928), El Cid do Anthony Mann (1961), ou Perceval le Gallois do Éric Rohmer (1979). O Prof. Luís Krus dinamizou também sessões sobre música medieval, colocando o seu próprio acervo musical ao serviço da comunidade académica, que foi doado, à sua morte, à Biblioteca Mário Sottomayor Cardia da NOVA FCSH. Agradeço à Dra. Cátia Carvalho, da Divisão de Bibliotecas e Documentação da NOVA FCSH, a informação sobre este espólio.

16KRUS, Luís - “Encontro falhado com a Idade Média". Expresso (24 de Janeiro de 1987), pp. 36R-37R.

17FABIÃO, Carlos; KRUS, Luís; RAMOS, Rui - “A visão do passado em Non ou a vã glória de mandar de Manoel de Oliveira”, pp. 171-176.

18O debate foi emitido na RTP2, no dia 25 de Março de 1994, no programa Quem fala assim, um programa de entrevistas em que a jornalista Maria José Seixas conversava com personalidades de diversos âmbitos da esfera cultural.

19A atividade tinha sido inicialmente concebida por ocasião da organização do congresso “Using the Past. The Middle Ages in the Spotlight”, celebrado em Dezembro de 2020, e que, devido ao contexto pandémico provocado pelo COVID-19, teve de ser realizado em regime online e sem atividades presenciais. Este projeto do ciclo de cinema foi retomado nos finais de 2021 e vê agora a luz após vários meses de trabalho.

20Toda a informação sobre a retrospetiva está disponível em: https://iem.fcsh.unl.pt/section.aspx?kind=noticia&id=2426.

Recebido: 04 de Dezembro de 2022; Aceito: 04 de Dezembro de 2022

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