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Medievalista

versão On-line ISSN 1646-740X

Medievalista  no.34 Lisboa dez. 2023  Epub 31-Dez-2023

https://doi.org/10.4000/medievalista.7006 

Recensão/Review

Recensão/Review: Estoria del fecho de los Godos. Edición y studio. Salamanca

Filipe Alves Moreira1  2 
http://orcid.org/0000-0002-7426-7395

1. Universidade do Porto, Porto, Portugal; gomeseanes@gmail.com

2. Universidade Aberta Via Panorâmica, s/n 4150-564 Porto, Portugal

Hijano Villegas, Manuel. -, Estoria del fecho de los Godos. Edición y studio. ., Salamanca: :, Ediciones Universidad, ,, 2021. [2022] (, 337p. pp.)


A obra de Manuel Hijano Villegas (Durham University, UK) aqui em apreço resulta da tese de doutoramento do autor, defendida na Universidade de Birmingham em 2005. A tese sofreu, contudo, e como seria de esperar, profundas revisões. O próprio Hijano Villegas reflete sobre isso na “Nota previa”1. Começando por perguntar “¿Por qué una edición de la Estoria del fecho de los Godos?”2 - o tipo de pergunta que qualquer editor de textos medievais dificilmente deixará de colocar - M. Hijano faz um rápido e interessante balanço do seu próprio percurso enquanto filólogo e medievalista. A essa pergunta, o jovem Hijano Villegas de 2005 respondeu com o valor da obra no seu contexto cultural e com postulados teóricos da New Philology “a los que por entonces era adepto”3. Em relação ao primeiro destes aspetos, esse Hijano Villegas de 2005 via a Estoria del fecho de los Godos (EfG) como “un texto clave que condensa y transmite a la modernidad el legado historiográfico de los siglos anteriores”4; em relação ao segundo, teremos de intuir as razões concretas, pois o autor não as desenvolve. Recorde-se, muito brevemente, que a “New Philology” foi uma corrente (digamos) dos estudos medievais com raízes francesas, mas oficialmente nascida na academia norte-americana em finais dos anos 80 do século passado. Umbilicalmente ligada ao fenómeno mais vasto do chamado pós-modernismo, adotou as estratégias e a linguagem típicas das vanguardas, consideravelmente “terroristas”. Entre os seus postulados (nem todos necessariamente novos, nem coerentes, como rapidamente foi notado por alguns dos seus oponentes) estava certa fetichização do fenómeno da variação textual e da materialidade concreta dos manuscritos. Não era necessariamente uma visão ahistórica, antihistórica ou excessivamente “formalista” da cultura medieval, mas foi, por vezes, entendida como tal. Não sabemos qual era, exatamente, o entendimento que o jovem Hijano Villegas de 2005 tinha dos postulados desta corrente, mas sabemos o que o Hijano Villegas de 2022 vê na EfG e que, por então, não via: “Lo que he encontrado en los manuscritos, y antes no vi, son las vidas humanas inscritas en cada uno de sus folios”5. Porque - continuam sendo palavras do autor - “me temo que los filólogos tendemos a veces a fetichizar el manuscrito”6. O que em 2022 podemos ler será, assim, uma revisão programaticamente menos “formalista” (mais historicizante?) do trabalho original de há mais de 15 anos. Apesar disso, continuamos estando, como indica o título, perante uma “edición y estúdio”. A primeira edição produzida de acordo com conceitos modernos da crítica textual, pois o texto estava, até agora, disponível somente numa edição de finais do século XIX (além da versão original da tese de Hijano Villegas).

O estudo é constituído por cinco capítulos, alonga-se por quase cem páginas7 e, como nos habituou o autor, é claro, preciso, perspicaz e formalmente muito elegante. O primeiro capítulo intitula-se «La Estoria del fecho de los Godos: características generales y contexto» e, em termos gerais, responde à pergunta “O que é a EfG?”. “No se trata de una obra original en la que un “autor” imprimió su huella personal”8, é-nos dito - uma afirmação que não sei se o Hijano Villegas de 2005 subscreveu, ou subscreveria -, mas sim de uma espécie de compilação de crónicas e outros textos historiográficos, elaborada talvez nas primeiras décadas do século XV e cujo conteúdo abarca desde o dilúvio e subsequente (re)povoação da Espanha (no sentido medieval de Península Ibérica) até ao reinado de Juan II de Castela e Leão. Quase nada, porém, nesta descrição que acabo de fazer é inteiramente pacífico, como o autor bem demonstra ao longo da extensa introdução. Pelo contrário, e como muitas vezes sucede com a historiografia medieval, estamos perante objeto(s) complexo(s), em que se sobrepõem diferentes camadas num puzzle a que faltam peças.

Desde logo, porque existem duas versões da EfG: uma designada “amplia”, outra chamada, por contraste, a “breve”. A segunda, como o nome indica, tem um texto abreviado, mas ambas têm a mesma estrutura: uma mistura do Toledano romanzado (i.e., uma tradução/versão romance da obra de Rodrigo Ximenez de Rada, arcebispo de Toledo, de meados do século XIII) com uma versão da Estoria de España de Afonso X, a que se segue um conjunto formalmente variado de textos que trazem a história da Península Ibérica (ou, melhor dizendo, a história de Castela e Leão, pois que disso realmente se trata) desde o reinado de Fernando III até ao século XV: a Historia hasta 1288 dialogada (Fernando III, Afonso X, Sancho IV), Crónica e Poema de Alfonso XI (Afonso XI), Anales antiguos sevillanos (Pedro I a Juan II) - sendo o reinado de Fernando IV despachado em poucas linhas. Como se não bastasse esta dualidade, ambas estas versões subsistem em numerosos testemunhos, alguns dos quais com importantes especificidades. Desenha-se-nos, assim, mais uma “silva textual”, título de uma das muitas obras que Diego Catalán (1928-2008) dedicou à historiografia medieval ibérica9. E não é por acaso que aqui refiro este nome. Facilmente se percebe (e Hijano Villegas, aliás, di-lo claramente) que este estudo da EfG tem como ponto de partida um importante trabalho de Diego Catalán de 1966: “El Toledano romanzado y las Estorias del fecho de los Godos del siglo XV”10, o qual foi republicado, com revisões e outro título, em 199211. Como frequentemente sucedeu (mesmo em relação à historiografia medieval portuguesa), Catalán instituiu, com este artigo, verdadeiramente um “antes” e um “depois”. E uma parte do trabalho de Hijano Villegas consistiu em dialogar com esse marco prévio. São, aliás, visíveis o fascínio e a influência que a obra e a figura de Catalán provocam em Hijano Villegas12, tal como em outros dos melhores da sua geração, como Francisco Bautista. É de uma espécie de “escola” que falo, no melhor dos sentidos, em que a admiração e a influência não excluem, antes incentivam a inovação e a discordância.

Hijano Villegas aceita as conclusões de Catalán quanto à existência de um arquétipo e à maior proximidade da Estoria amplia a esse arquétipo, pressupostos que guiam todo o estudo introdutório. Começa por referir os manuscritos atualmente conhecidos das duas versões da EfG: 10 da amplia e 7 da breve, além de outros 4 que contêm segmentos mais ou menos extensos da EfG. É de notar que Catalán conhecia somente 7 dos manuscritos autónomos, o que mostra bem como a investigação nestas áreas tem avançado ultimamente. Hijano Villegas mantém, e bem, as siglas já atribuídas a esses sete, criando siglas para os que foram sendo descobertos e identificados em anos mais recentes. Mais de metade de todos estes manuscritos são do século XVI, ou até de épocas posteriores. Não surpreende, mas registe-se. Entre os manuscritos recentemente localizados ou identificados, merece uma menção especial o ms. Ta, da Universidade de Manchester, o qual, como ficou demonstrado por Francisco Bautista em estudo de 2016 13, é nada menos que o célebre (e por muito tempo enigmático) “Suplemento antiguo de pergamino” citado por Juan de Pineda no século XVII14 e que, com os meios então disponíveis, Catalán recuperou para a investigação, mostrando a sua relevância enquanto compilação historiográfica. A descrição detalhada dos manuscritos aparece no final do estudo introdutório. Antes disso, Hijano Villegas passa sucessivamente em revista as “características generales y contexto”15, a “estrutura y composición”16 e as “fuentes e modelos textuales”17.

Recuperando uma célebre definição do historiador e filósofo da história R. G. Collingwood, e desenvolvendo o que já dissera na “Nota previa”, Hijano Villegas carateriza a EfG como um trabalho de tesouras e cola, isto é, uma amálgama coerente de segmentos textuais mais ou menos extensos provenientes de textos anteriores, sobretudo, como disse, do Toledano Romanzado e da Estoria de España. Um aspeto interessante é o da diferente atitude assumida pela voz da enunciação da versão ampla e da versão breve da EfG. Enquanto aquela (aparentemente mais próxima do arquétipo) mantém uma atitude constante de “inivisibilidad ante sus lectores”18, esta “exhibe más ambiciones autorales y se dirige al lector en varias ocasiones”19. Estaremos, portanto, sobretudo no caso da versão ampla, perante “uno de los últimos exponentes”20 da tradição pós-alfonsina, um conjunto de obras de finais do século XIII e do século XIV (entre elas a portuguesa Crónica Geral de Espanha de 1344) que têm como ponto de partida a retoma e reelaboração, com mais ou menos inovações, de versões da Estoria de España. A caraterização geral da obra completa-se com as coordenadas temporais e espaciais em que surgiu. Não é possível propor-se uma autoria, mas percebe-se que o texto foi elaborado, certamente, na Andaluzia - daí o subtítulo “una crónica andaluza”21 de um dos apartados desta parte do estudo introdutório. Supõe-se isso devido à utilização dos tais Anales sevillanos antiguos (e da Historia dialogada, cujas origens andaluzas, ainda que menos claras, são também defensáveis); pelo facto de os manuscritos íntegros terminarem com uma “adición de Moguer”, isto é, um relato sobre a titularidade e sucessão desse senhorio, com factos ocorridos ca. 1430; e, finalmente (mas com menos valor probatório), pelo facto de a EfG ter sido utilizada, no final do século XV, como fonte por autores associados a terras andaluzas, nomeadamente Pedro de Escavias e o mais famoso Diego de Valera. Mais polémica tem sido a questão da data de composição do texto, mas o facto de investigações recentes terem demonstrado que a referida “adición de Moguer” constava, com bastante probabilidade, do arquétipo da obra, conduz a propor uma datação um pouco mais tardia do que se pensava, por volta da década de 1430. Evidentemente, esse arquétipo poderia ser um manuscrito que tivesse acrescentado por sua conta essa “adición” (por isso Hijano Villegas prefere “dejar la cuestión de la fecha en suspenso”22), mas entraríamos aí no campo da pura especulação, de modo que os dados disponíveis convergem para essa datação no final do primeiro terço do século XV.

A descrição da estrutura do texto “prescinde de los diversos comportamentos singulares que pueda exhibir tal o cual manuscrito o rama textual”23 e concentra-se no texto das versões ampla e breve, vistos como testemunhos do arquétipo da EfG. Compreende-se a opção, mas deve alertar-se para a riqueza de alguns desses manuscritos ou ramas textuais da EfG ou com ela aparentados, alguns famosos e polémicos (p. e.x, o manuscrito que foi editado no século XIX, o qual reformula os reinados de Pedro I e de Juan II recorrendo a outra tradição historiográfica; Hijano Villegas, avisadamente, inclui a edição desses segmentos desse manuscrito num dos apêndices finais). Guiado por esse princípio, o autor procede a uma rigorosa e detalhada desmontagem do processo de “cola e tesoura”, que permite apreender, a par e passo, a complexa construção do texto com recurso a textos anteriores. Este processo verifica-se, sobretudo, até ao reinado de Fernando III, já que, a partir daí, temos mais uma sucessão de cópias de textos anteriores do que propriamente a elaboração de um novo texto a partir de textos anteriores. Dadas as caraterísticas desses textos (algo alheios à pujante tradição cronística patrocinada pela monarquia castelhano-leonesa) e a inexistência de testemunhos autónomos da maior parte deles, os manuscritos da EfG oferecem também a particularidade de serem, nesta parte final, sobretudo uma espécie de recolha de tradições historiográficas “alternativas”, com visões “alternativas” da história, situação que Hijano Villegas vai comentando (por exemplo, o retrato mais positivo de Afonso X, ou a escassez de alusões à rainha Maria de Molina, grande protagonista das crónicas “oficiais” de Sancho IV, Fernando IV e, até certo ponto, Afonso XI). No seu conjunto, a obra é, assim, uma curiosa e interessante mescla de “vozes” e modos de contar a história.

Seguem-se a descrição detalhada dos manuscritos conhecidos da EfG ou com ela relacionados, a construção da árvore genealógica dos testemunhos da EfG e os critérios da edição24. O resto do volume I e todo o volume II são ocupados com a edição. Uma curiosidade para os leitores portugueses é que dois dos testemunhos da EfG estão relacionados com Portugal. Um deles está na Biblioteca da Ajuda: o ms. seiscentista 49-XI-31, Li de acordo com o sistema de siglas, o qual é um representante da versão breve e é um descriptus, cópia de um manuscrito da Biblioteca Nacional de España. O outro é nada menos que o testemunho utilizado como texto-base da edição, o ms. Bi, do século XV (ms. 326 Special collections da biblioteca da University of Birmingham). Este códice pertenceu a um português, Jorge Rodrigues da Costa, que, de acordo com uma nota (autógrafa?) o adquiriu em Madrid, em 1607, tendo o códice pertencido, anteriormente, à biblioteca de Juan Fernández de Velasco, V duque de Frías (1550-1613). Este Jorge Rodrigues da Costa tinha especial interesse por matérias históricas. Sei da existência de, pelo menos, um exemplar de uma obra histórica, também em castelhano, que lhe pertenceu: a Suma de todas las cronicas del mundo llamado en latin Suplmentũ Cronicarum, impresso em Valencia em 1510 (Número 2326 dos Reservados da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra). Também a edição agora apresentada foi consideravelmente revista em relação à versão original de 2005. Como indica o autor, o projeto inicial “tuvo una inspiración más bedierista que lachmanniana: el deseo de que la edición plasmase el texto de la crónica sin excluir de sus páginas a su testimonio”25. Mas agora, o que se adota é “una política mas intervencionista”26, embora sobretudo do ponto de vista da regularização gráfica, e não tanto perseguindo objetivos reconstrutivos. O que se lê na edição não é, porém, somente o texto de Bi, tendo as lacunas e erros mais visíveis deste testemunho sido corrigidas com recurso a outros testemunhos. É de salientar que o aparato desta edição não é, apenas, um aparato editorial em sentido restrito, apresentando, também, e entre outros aspetos, úteis notas justificativas da escolha das lições e indicações das fontes utilizadas pelo texto. Esta edição fornece, assim, e por tudo isto, além de um texto cuidado e cientificamente sustentado, também interessantes motivos de reflexão acerca da teoria e da prática editorial de textos antigos, uma matéria em que, como se vê (e felizmente) não há perspetivas únicas.

Um aspeto que deve também ser relevado neste livro (e notoriamente no estudo introdutório) é o que nele nos surge como resultado do trabalho e da cooperação de um conjunto de pessoas que, grosso modo, poderemos caraterizar como uma geração. Ou porque informaram o autor acerca da existência e caraterísticas deste e daquele manuscrito, ou porque assinam trabalhos aqui citados (alguns com mais que um autor), o leitor depara-se, com relativa frequência, com os nomes de Francisco Bautista, Carmen Benítez, Covadonga Valdaliso, Pablo Saracino e Cristina Moya García, entre outros. Isto mostra a excelente dinâmica que esta geração trouxe ao estudo da historiografia medieval castelhana, claramente ao nível de gerações anteriores como a de Catalán e a dos seus discípulos, também muito citados (e por contraste com o que sucede com o estudo da historiografia medieval portuguesa, que não parece ter conhecido nunca, nem se antecipa que venha a conhecer, este tipo de dinamismo geracional). Porém, meditando nas citações e na bibliografia do livro aqui em apreço, e a menos de lapso meu (bem possível, claro), não encontro ninguém abaixo dos 30/35 anos. Esperemos que isso resulte, somente, do objeto de estudo específico deste livro e que o dinamismo da geração de Hijano Villegas tenha continuadores entre as gerações mais recentes.

Referências bibliográficas

BAUTISTA, Francisco - “Juan de Pineda, la Crónica Manuelina y la historiografía post-alfonsí”. Medievalia 19:1. 2016, pp. 7-32. [ Links ]

CATALÁN, Diego - “El Toledano romanzado y las Estorias del fecho de los Godos del siglo XV”. In Estudios dedicados a James Homer Herriott. Madison: University of Wisconsin, 1966, pp. 9-102. [ Links ]

CATALÁN, Diego - “La Estoria del fecho de los Godos hasta 1407 y sus continuaciones y refundiciones”. In CATALÁN, Diego - La “Estoria de España” de Alfonso X: creación y evolución. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, 1992, pp. 231-287. [ Links ]

CATALÁN, Diego - De la silva textual al taller historiográfico alfonsí: códices, crónicas, versiones y cuadernos de trabajo. Madrid: Fundación Ramón Menéndez Pidal, 1997. [ Links ]

HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos. Edición y estudio. Salamanca: Ediciones Universidad, 2021. [ Links ]

PINEDA, Juan de - Memorial de la excelente santidad y heroycas virtudes del señor rey don Fernando Tercero. Sevilla: oficina de Matias Clauiio, 1627. [ Links ]

Notas

1 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos. Edición y estudio. Salamanca: Ediciones Universidad, 2021, pp. XIII-XV.

2 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XIII.

3 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XIII.

4 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XIII.

5 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XIV.

6 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XIV.

7 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, pp. XIX-CXVII.

8 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XV.

9 CATALÁN, Diego - De la silva textual al taller historiográfico alfonsí: códices, crónicas, versiones y cuadernos de trabajo. Madrid: Fundación Ramón Menéndez Pidal, 1997.

10CATALÁN, Diego - “El Toledano romanzado y las Estorias del fecho de los Godos del siglo XV”. In Estudios dedicados a James Homer Herriott. Madison: University of Wisconsin, 1966, pp. 9-102.

11 CATALÁN, Diego - “La Estoria del fecho de los Godos hasta 1407 y sus continuaciones y refundiciones”. In CATALÁN, Diego - La “Estoria de España” de Alfonso X: creación y evolución. Madrid: Universidad Complutense de Madrid, 1992, pp. 231-287.

12Diz Hijano, na «nota previa», que “Es obligado mencionar primero a Diego Catalán, con quien solo tuve la suerte de hablar en una ocasión. Es difícil formular la admiración que siento hacia la figura intelectual de este investigador, cuya presencia es patente en cada página de este libro y a cuya memoria está dedicado”: HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XIV.

13 BAUTISTA, Francisco - “Juan de Pineda, la Crónica Manuelina y la historiografía post-alfonsí”. Medievalia 19:1 (2016), pp. 7-32.

14 PINEDA, Juan de - Memorial de la excelente santidad y heroycas virtudes del señor rey don Fernando Tercero. Sevilla: oficina de Matias Clauiio (1627).

15 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, pp. XIX-XXVIII.

16 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, pp. XXIX-XLIV.

17 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, pp. XLV-LX.

18 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XXIII.

19 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XXIII.

20 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XXIII.

21 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XXV.

22 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XXVII.

23 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. XXIX.

24 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, pp. LXI-CXVII.

25 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. CXI.

26 HIJANO VILLEGAS, Manuel - Estoria del fecho de los Godos, p. CXII.

Recebido: 03 de Abril de 2023; Aceito: 03 de Abril de 2023

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